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PSICOLOGIA NAS ORGANIZAÇÕES Formas do Comportamento Humano no contexto organizacional AULA 1 PSICOLOGIA NAS ORGANIZAÇÕES DIFERENÇAS INDIVIDUAIS/PERSONALIDADE O que é personalidade? Numa primeira aproximação, nós podemos dizer que o termo personalidade refere-se a um conjunto de características psicológicas, que definem como as pessoas costumam pensar, sentir e interagir com o mundo. Essas características tenderiam a ser mais ou menos estáveis, ou seja, elas não mudariam muito ao longo da vida, e influenciariam a forma como nós nos comportamos em diferentes situações. A personalidade influenciaria de forma substantiva nosso ritmo e humor, assim como as estratégias que normalmente utilizamos para lidar com os desafios do mundo e com as outras pessoas. Não há dúvidas de que a personalidade é algo complexo e único, que se desenvolve ao longo da vida das pessoas. AULA 1 PSICOLOGIA NAS ORGANIZAÇÕES Perspectivas psicológicas acerca da personalidade Perspectiva Biológica ou Genética: É amplamente sabido que a genética influencia coisas como nosso tipo sanguíneo; nossas características físicas como altura, cor de olhos e de pele e nossa propensão a determinadas doenças como hipertensão arterial e diabetes. Para muitos psicólogos, como Hans Eysenck (1916-1997), a personalidade também seria profundamente influenciada por fatores genéticos. Assim, um ponto central da perspectiva biológica é que ela defende que a herança genética ou biológica impõe importantes tendências ou limites para a nossa personalidade. Ex.: Por que algumas pessoas seriam extrovertidas enquanto outras seriam introvertidas? Segundo essa abordagem, o principal fator responsável por essa diferença seria biológico. AULA 1 PSICOLOGIA NAS ORGANIZAÇÕES Aspectos importantes da personalidade que devem ser consideradas: Estrutura dinâmica e, portanto, mutável; Sofre influência de condições variáveis , que são percebidas de modo subjetivo, isto é, pessoal; Nunca está concluída; AULA 1 PSICOLOGIA NAS ORGANIZAÇÕES Teoria Behaviorista e da Aprendizagem O termo Behaviorismo foi inaugurado pelo americano John B. Watson. Baseia-se na formação da conduta conforme a apresentação de estímulos ambientais. Considera essencialmente os condicionamentos. O princípio do behaviorismo é que só é possível teorizar e agir sobre o que é cientificamente observável. É uma teoria que tem, como base de sustentação filosófica, o eixo do OBJETIVISMO, que prioriza a ação do objeto ( mundo externo) sobre o sujeito (mundo interno). AULA 1 PSICOLOGIA NAS ORGANIZAÇÕES Os condicionamentos podem ser: Respondentes ou Clássicos: envolvem hábitos que repetimos rotineiramente sem uma autocrítica. Estes são respostas automáticas conforme uma situação nos é apresentada. Um estímulo neutro, tal como o nome de uma marca, é associado a um estímulo que elicia uma resposta. Através da repetição dessa associação, o estímulo neutro adquire a habilidade de eliciar a resposta. AULA 1 PSICOLOGIA NAS ORGANIZAÇÕES Operantes: condutas formadas a partir da apresentação proposital de estímulos que valham como prêmio ou punição. Os operantes são trabalhados na nossa educação e para o adestramento de animais inferiores. Este condicionamento se baseia no princípio de que o comportamento é influenciado por suas consequências, sendo fortalecido por estas, que por sua vez, são denominadas de “reforço”. Entende-se por reforço tudo aquilo que aumenta a probabilidade de re-ocorrência de uma resposta. AULA 1 PSICOLOGIA NAS ORGANIZAÇÕES Na avaliação de B. F. Skinner, o conceito de personalidade, enquanto uma instância dentro da mente, não teria a menor relevância e sentido científico. Como um behaviorista, Skinner acreditava que a ciência devia estudar apenas aquilo que é observável. Como, segundo ele, não podemos observar diretamente a personalidade, ela não poderia ser objeto de investigação científica. Na avaliação de Skinner, através de um cuidadoso trabalho de condicionamento, seria possível modelar todas as condutas humanas. A estratégia seria então oferecer contingências ambientais que fossem capazes de reforçar comportamentos que valorizamos e desejamos. Nessa linha de pensamento, podemos dizer que o desenvolvimento da personalidade estaria ligado ao desenvolvimento de um acervo de respostas a partir de um processo de aprendizagem contínuo, através do condicionamento operante. AULA 1 PSICOLOGIA NAS ORGANIZAÇÕES A Tabela 1 apresenta diferentes tipos de reforço e punição identificados por B. F. Skinner. Vale contudo, repetir que o reforço positivo foi a estratégia mais amplamente estudada e defendida por Skinner. ESQUEMAS DE REFORÇO E PUNIÇÃO PARA B. F. SKINNER (NO WORD) AULA 1 PSICOLOGIA NAS ORGANIZAÇÕES PERSONALIDADE / TEORIA DE TRAÇOS Com o desenvolvimento da Psicologia moderna, os sistemas de classificação de traços de personalidade foram evoluindo. Pode-se dizer que, na atualidade, a perspectiva dos traços de personalidade se baseia em desenvolvimentos teóricos, em novos métodos de observação do comportamento humano e, em modernas técnicas de análise estatística de dados. Veja os principais teóricos da teoria de traços: Jung - propõe em sua teoria os traços de Introversão X Extroversão, admitindo que um deles é o dominante. A alternância desses dois aspectos depende do estado emocional e do meio no qual a pessoa está inserida. AULA 1 PSICOLOGIA NAS ORGANIZAÇÕES Allport - defende a ideia de que fazemos inferências pessoais a partir da observação da aparência física das pessoas. Estabelecemos traços comuns às mesmas como preditores de comportamento (estereótipos). Exemplos: Pessoas com testa larga ou que usam óculos são mais inteligentes; Pessoas de cabelo claro têm qualidades positivas; Mulheres mais velhas são maternais; Representantes de raça e regiões específicas também tendem a ser rotuladas conforme a cultura local. AULA 1 PSICOLOGIA NAS ORGANIZAÇÕES A TEORIA PSICANALÍTICA DE FREUD A partir de 1895, Freud apresentou conceitos que causaram bastante agito à comunidade científica, estando entre eles: Freud enfatizou ainda a influência do inconsciente sobre a personalidade. A forma como as pessoas se comportam seria determinada em última instância pelo inconsciente. Para Freud, a conduta humana seria, em última instância, governada por fatores inconscientes. Como não teríamos acesso ao nosso inconsciente, não seríamos completamente senhores de nossas ações. Nossas experiências durante a infância irão moldar nossa personalidade na vida adulta. AULA 1 PSICOLOGIA NAS ORGANIZAÇÕES Freud distinguiu três níveis de consciência, em sua inicial divisão topográfica da mente: Consciente: diz respeito à capacidade de ter percepção dos sentimentos, pensamentos, lembranças e fantasias do momento; Pré-consciente: relaciona-se aos conteúdos que podem facilmente chegar à consciência; Inconsciente: refere-se ao material não disponível à consciência ou ao exame do indivíduo. AULA 1 PSICOLOGIA NAS ORGANIZAÇÕES Para Freud a personalidade seria constituída de três componentes: o Id, o Ego e o Superego que funcionam em diferentes níveis de consciência. ID: O Id se apresenta na forma de instintos que impulsionam o organismo, estando relacionado a todos os impulsos não civilizados, de tipo animal. O Id não tolera tensão, se a tensão atinge certo nível o Id age no sentido de descarregá-la. O Id é regido pelo princípio do prazer, ou seja, sua função é procurar o prazer e evitar o sofrimento. Localiza-se na zona inconsciente da mente, por isso não conhece a realidade objetiva, a “lei” ética e social, que nos prende perante a determinadas situações devido às pressões do mundo externo. Entre os impulsos biológicos contidos no Id poderíamos citar: beber, comer, dormir, defecar e fazer sexo. AULA 1 PSICOLOGIA NAS ORGANIZAÇÕES EGO: O Ego é o responsável pelo contato do psiquismo com a realidade, o mundo externo ao indivíduo. O Ego atua de acordo com o princípio da realidade, estabelecendo o equilíbrio entre as reivindicações do Id (inconsciente) e as exigências do superego com relação ao mundo externo. O Ego é o componente psicológico da personalidade, cujas funções básicas são a percepção, a memória, os sentimentos e os pensamentos. Localiza-se, portanto, na zona consciente da mente. AULA 1 PSICOLOGIA NAS ORGANIZAÇÕES SUPEREGO: É o representante interno das normas e valores sociais que foram transmitidos pelos pais através do sistema de castigos e recompensas impostos à criança. São nossos conceitos do que é certo e do que é errado. O Superego nos controla e nos pune (através do remorso, do sentimento de culpa) quando fazemos algo errado, e também nos recompensa (sentimos satisfação, orgulho) quando fazemos algo meritório. O Superego procura inibir os impulsos do Id, uma vez que este não conhece a moralidade. O Superego é, portanto, o componente moral e social da personalidade. As principais funções do Superego são inibir os impulsos do Id. (principalmente os de natureza agressiva e sexual) e lutar pela perfeição. AULA 1 PSICOLOGIA NAS ORGANIZAÇÕES Perspectiva Humanista da Personalidade: Diferente da Perspectiva Psicanalítica, a Perspectiva Humanista defende a ideia de que, em condições normais, nossa personalidade de fato busca a saúde e a felicidade. Ao invés de estudar pessoas acometidas de transtornos psicológicos, os humanistas tenderam a analisar a personalidade de pessoas saudáveis e felizes. Vamos explorar aqui a contribuição de dois importantes psicólogos humanistas Abraham Maslow (1908 – 1970) e Carl Rogers (1902 – 1987). Abraham Maslow e a busca da autorrealização: De acordo com Abraham Maslow nós somos motivados por uma hierarquia de necessidades. A hierarquia de necessidades apresenta cinco níveis e funcionaria basicamente da seguinte maneira. AULA 1 PSICOLOGIA NAS ORGANIZAÇÕES AULA 1 PSICOLOGIA NAS ORGANIZAÇÕES Necessidades fisiológicas: alimentação, sono, sexo, excreção; 2. Necessidades de segurança: sensação de segurança física (estar seguro dentro de casa) ou psicológica (meu grupo social me apoia e protege, meu emprego é estável, posso contar com meu sistema de saúde); Necessidades sociais: necessidade de amor, amizade, intimidade sexual e filiação social, sentir-se aceito ou parte de um grupo social; 4. Necessidades de autoestima: autoconfiança, sentir-se merecedor de respeito dos outros e ao mesmo tempo respeitar ou outros; 5. Necessidades de autorealização: as pessoas buscam realização, elas buscam tornarem-se aquilo que elas desejam ser. "Os músicos devem fazer música, pintores devem pintar, poetas devem escrever, para que possam estar, em última instância, em paz com eles mesmos. O que os humanos podem ser, eles devem ser. Eles devem ser fiéis à sua própria natureza." AULA 1 PSICOLOGIA NAS ORGANIZAÇÕES Assim que satisfazemos nossas necessidades fisiológicas (Nível 1 na hierarquia) nós começamos a buscar segurança (Nível 2 na hierarquia). Assim que satisfazemos nossas necessidades de segurança, nós começamos a buscar amor (Nível 3 na hierarquia), e assim por diante. Quando alcançamos uma autoestima, passamos a buscar o que ele chamou de autoatualização (cumprir o nosso potencial) e autotranscendência (relacionada ao significado e propósito da vida). Para Abraham Maslow, as pessoas nascem com um motivo básico, a autorrealização: uma tendência para buscar desenvolver todas as possibilidades de crescimento. Enquanto não estamos realizados sentiríamos descontentamento e inquietação. AULA 1 PSICOLOGIA NAS ORGANIZAÇÕES Carl Rogers e a perspectiva centrada na pessoa: Carl Rogers concordava com as ideias de Abraham Maslow. Para ele, as pessoas seriam basicamente boas e, em condições adequadas, tenderiam a buscar a realização de todas as suas potencialidades. Quais seriam as condições adequadas para um crescimento saudável? Carl Rogers ressalta três elementos essenciais para a promoção do crescimento individual: AUTENTICIDADE é importante que as pessoas possam ser genuínas, isso permite que elas estejam abertas para o mundo e para seus sentimentos. EMPATIA ser empático significa compartilhar e espelhar sentimentos com os outros e refletir sobre seus significados. AULA 1 PSICOLOGIA NAS ORGANIZAÇÕES ACEITAÇÃO: as pessoas devem desenvolver uma atitude positiva de aceitação incondicional (o que não significa aprovação) que nos valoriza, mesmo conhecendo nossas limitações. É extremamente positivo descobrir que ainda somos aceitos, mesmo quando somos autênticos e confessamos nossos piores sentimentos. Em bons casamentos, com nossos amigos próximos, em família devemos ter liberdade para sermos espontâneos, sem temer perda da estima dos outros. Rogers foi um grande crítico de instituições de ensino, admitindo que estas formam comportamentos nos indivíduos, pela via do condicionamento, que não são genuínos. Influenciou métodos de ensino, psicoterapias e empresas (nos treinamentos e na administração de pessoas). AULA 1 PSICOLOGIA NAS ORGANIZAÇÕES Os três pilares de sua teoria são: A consideração positiva incondicional (amor pelas pessoas, independente de como são); A empatia (conseguir se colocar no lugar do outro) e A congruência (relacionada à figura do terapeuta que deve possuir o perfil empático e de amor incondicional, de modo a lidar com os pacientes com naturalidade). AULA 1 A EMOÇÃO NO CONTEXTO ORGANIZACIONAL Sabe-se que as emoções podem nos propiciar inúmeras informações sobre as outras pessoas, nós mesmos e tantas outras situações. Podemos imaginar uma situação na qual um colaborador “explode” de raiva com um gestor? Os desejos e frustrações vivenciados em situações de trabalho são manifestados de alguma maneira, podendo desencadear inúmeras situações constrangedoras. Diferença entre emoções, humor e sentimentos A diferença entre estes três conceitos reside no tempo. A emoção é mais rápida. Sentimos alegria com uma notícia que estávamos esperando e tristeza se, logo em seguida, lembramos de uma experiência de perda. As emoções podem durar de alguns segundos a alguns minutos. O humor é mais duradouro. Uma pessoa animada ou com humor deprimido sente por mais do que alguns segundos ou minutos. Um humor talvez dure dias ou semanas. Em psicologia anormal, psicólogos apontam várias doenças que estão ligadas a estados de espírito. Eles destacam que pessoas que têm dificuldade em regular seus humores podem sofrer de depressão maior, transtorno bipolar e depressão pós-parto também. E, por sua vez, um sentimento é como uma emoção ainda mais constante e consistente. Posso sentir amor por muitos anos por uma pessoa. E essa direção é também uma característica do sentimento nessa definição. O sentimento é direcionado e claramente direcionado para algo ou alguém. Peter é gerente de vendas e tem sempre um sentimento de perseguição, de ausência de fidelidade dos seus parceiros e de amizade, isto tem o afastado dos seus subordinados. De acordo com o que você aprendeu sobre as hierarquias das necessidades definidas por Maslow, qual necessidade de Peter não está sendo satisfeita e por que você chegou a esta conclusão. Dentro de uma empresa uma pessoa acaba de ser demitida e com o espírito de vingança ela deixa um vírus no computador que em poucos dias apagará todos os dados. De acordo com o que você aprendeu nesta aula assinale a alternativa que apresenta uma melhor explicação para o caso. A personalidade dessa pessoa é de maldade e por isso for demitida; A personalidade dessa pessoa foi influenciada pela conduta dos outros colegas; As emoções determinaram a conduta do individuo no trabalho e por isso ele teve esse ato infrator; d) As emoções fazem parte da personalidade e não podem ser modificadas, por isso essa reação já era esperada. Atividade extra-classe para a próxima aula: Filme: FORMIGUINHA Z (disponível em www.adorocinema.com)