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caso clínico

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IBMR- Instituto Brasileiro de Medicina de Reabilitação
Gabriella Santiago Vieira 2016102706
Paciente, sexo feminino, 37 anos, procurou consultório para a perda de peso e melhora da sensibilidade à insulina. Apresenta função intestinal irregular, distensão abdominal e flatulência. Há 10 anos tenta perder peso sem sucesso e há 7 anos realizou colocação de balão intragástrico, perdendo inicialmente 8kg em um ano, porém o peso foi recuperado no ano seguinte. Tem dificuldade de seguir as dietas, principalmente por gostar de doces e salgadinhos. Come fora todos os dias e bebe mais de 3 vezes ao dia refrigerantes e sucos industrializados.
Peso atual: 92kg
Altura: 1,65m
CC: 109 cm CQ: 112 cm
Glicemia jejum: 110 mg/dL (70 a 99)
Hemoglobina glicada: 7,5% (2,2 a 5,9)
Curva de cortisol crescente ao longo do dia
HDL-colesterol: 36 mg/dL (risco <50) LDL-colesterol: 208 mg/dl (excesso \u2265 190)
Restante dentro da normalidade.
IMC = PA/A2 = 92/1,652 = 92/2,7225 = 33,8 kg/m2 \u2192 Obesidade Grau I
IMC ideal = 24,9 kg/m2
Segundo a avaliação antropométrica, a paciente apresenta risco nutricional moderado (obesidade grau I e risco para DCV).
 A paciente consume com frequência carboidratos simples, gorduras saturadas, alimentos industrializados e aditivos químicos. Os maus hábitos alimentares são causadores de disbiose, o que leva a uma má absorção intestinal e como consequência, uma função intestinal irregular, flatos e distensão abdominal.
Adicionalmente a paciente realizou uma cirurgia bariátrica, que também está sujeita à desequilíbrio intestinal, e isso se manifesta com os sintomas digestivos, principalmente muitos gases, e reganho de peso após alguns anos da cirurgia. Assim como déficit de nutrientes. Todos os sinais e sintomas da paciente podem ser revertidos através nutrição, sendo assim classificados como leves.
Avaliação Bioquímica:
A paciente apresenta hiperglicemia devido à obesidade e alimentação rica em carboidratos simples. O excesso de glicose no sangue aumenta o estado inflamatório e há um aumento na produção de colesterol. O LDL retira o colesterol do fígado e leva para a corrente sanguínea, o que explica o alto valor de LDL. Por sua vez, o HDL faz o transporte reverso, isto é, retira o colesterol do sangue e leva para o fígado para ser excretado. Porém, a paciente tem uma alimentação rica em carboidratos simples e gorduras saturadas, isto leva a níveis baixos de HDL. Os valores altos GLICOSE E INSULINA leva ao risco , bem como deficiência de minerais importantes levando risco DCV. Apresenta curva crescente de cortisol ao longo do dia. Isso provavelmente deve-se à obesidade onde o grau inflamatório é alto e consequentemente ocorre o aumento dos níveis de cortisol. O cortisol ativa o NPY (hormônio orexígeno) que aumenta a fome gerando o aumento rápido do peso com acúmulo de gordura na região abdominal e afetando os níveis de glicose no sangue. A bioquímica da paciente está alterada e quando os exames estão alterados significa que o tecido não está conseguindo equilibrar todo o processo, e já estão ocorrendo alterações funcionais, consequentemente o impacto é grave. 
Risco e diagnóstico nutricional: obesidade grau 1 com risco grave.
Conduta Nutricional
Promover reeducação alimentar através da redução do consumo de Carboidratos de rápida absorção, melhorar a ingestão de gordura saturada e polinsaturadas. Melhorar a qualidade do carboidrato de longa metabolização. Excluir alimentos ultra processados. Organizar a frequência e fracionamento das refeições. Adicionar 3 vezes na semana a pratica do Jejum Intermitente para regulação imediata das taxas sanguíneas alteradas. Melhorar a função intestinal através do aumento da ingestão de fibras e ingestão hídrica, uso de suplementação a base de pré e probióticos e melhorar o consumo de alimentos fermentáveis. Regular o perfil bioquímico e diminuir a inflamação através da melhora da qualidade de carboidratos e lipídeos consumidos. Promover perda de peso. Orientar a pratica de exercícios físicos. Repetir o perfil lipídico e glicídico, solicitar LDL-oxidado. O LDL sofre oxidação por meio de ataque de radicais livres e o sistema imunológico não o reconhece, induzindo a formação de agregados moleculares.
Cálculo das necessidades nutricionais (VET e macronutrientes). Usando o peso atual, pois a paciente, ingere calorias superiores às suas necessidades energética.
TMB = 8,7 x P + 829 = 8,7 x 92 + 829 = 800,4 + 829 = 1629,4 kcal
VET = TMB x FA = 1629,4 x 1,56 = 2541,9 kcal
Com objetivo de manter a massa magra, a dieta vai ser ligeiramente hiperproteíca (1 a 1,3g/kg de PTN)
PTN = 1,1g/kg x 92 kg = 101,2g x 4 = 404,8 kcal
VET ________ 100%
PTN ________ x
2541,9 kcal_________ 100%
404,8 kcal_________ x
2541,9 x = 404,8 x 100 = 40480/2541,9 = 15,9%

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