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Aspectos Comuns que E xistem Entre os Objetivo s da Lei Maria 
da Penha, Convenç ão para Eliminar To das as Formas de 
Discriminação co ntra a Mulher e Convenção I nteramericana 
para Prevenir, Punir e E rradicar a Vio lência contra a Mulher. 
Muitas são as leis que beneficiam o gênero feminino no Brasil, e contemplam as 
mais diversas áreas do direito. Essas conquistas se deram através de uma luta 
gradativa e histórica, ao longo de mais de um século, por meio de acordos 
internacionais, leis, decretos, portarias e outros. No final do século XIX e ao longo do século XX com a ascensão da mulher no mercado de trabalho, que ocorreu 
principalmente como consequência da Revolução Industrial, o sexo feminino passou a ocupar espaço na sociedade e suas questões foram discutidas pela população. Deve -se isso, ao esforço de movimentos individuais e sociais que travaram uma batalha a fim de elevar a posição da mulher na sociedade. 
Os acordos internacionais serviram como estímulos para a discussão da cau sa 
feminina no Brasil, por meio destes, houve muitos avanços, inclusive na legislação 
brasileira. Sabe-se, porém, que embora a mulher tenha conquistado alguns direitos, ainda convivemos com um problema social que persiste, apesar dos esforços em escala mundial, a saber, a violência contra a mulher. 
É possível observar que ao longo da história a violência doméstica e familiar 
progrediu, surgiu assim, a necessidade de se criar normas específicas para coibir e 
prevenir essa forma de violência. Algumas ações sociais com aspectos comuns entre seus objetivos contribuíram positivamente para a elaboração de tais normas; uma dessas ações foi a Convenção sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra a Mulher. 
Aprovada pela Assembleia Geral das Nações Unidas, no dia 18 de dezembro de 1979 através da resolução nº 34/180, sendo adotada no âmbito do sistema global, essa convenção trata de um a ampla gama de tema s relacionados ao reco nhecimento da igualdade de direitos entre ho mens e mulh eres nas esferas politic a, econômica, social e familia r. 
Percebe-se, porém, que a Convenção para Eliminar Tod as as Formas de 
Discriminação contra a Mulher, nã o enfatizou a viol ência, embora, ente nda -se 
que essa violência conf igure grave discri minação. No en tanto, no ano de 1993 
foi adotada a Declar ação sobre a Eliminação da Violê ncia contr a a Mulher ; este 
foi o primeiro docume nto internacion al de direitos humano s que foco u exclusivamente nesse tipo de violência, conc eituando -a como uma violação dos 
direitos humanos em seus aspectos fundame ntais de liberdade . 
Um ano mais tarde, no âmbito nacional , à exemplo da Conferen cia Mundial 
dos Direitos Humanos, surge a Convenção Int eramericana para Prevenir, Punir, 
e Erradicar a Violênci a contra a Mulher, ficou co nhecid a popularmente como 
Convenção de Belém d o Pará, pois foi adotad a na cidade de me smo nome no 
dia 9 de junho de 1994 . 
Esta Convenção utili za o mesmo conc eito da primeira e contrap õe -se às 
transgressões aos direi tos humanos, estabele ce ainda deve res aos Estados 
subscritos, a fim de criar con junturas reais de ruptu ra com o ciclo de agre ssão 
contra a mulher, exigin do para tanto, um compromisso efetivo co m o intui to de 
desarraigar tal agressão, cria ndo leis de proteçã o, modificando os pa drões 
socioculturais e criando serviç os específicos d e atendimento àquelas que 
tiveram seus direitos viola dos. 
Contudo, apesar da Convenção para Eliminar Todas as Formas de 
Discriminação Contra a Mulher, bem como a C onvenção de Belém d o Pará, o 
Brasil ainda não possuí a uma lei efetiva de combate à violência do mestica e 
familiar. Foi somente a pós anos de incansável luta por justiça e contr a a 
impunidade que a Sra. Maria da Penha Maia, que ficou parapl égica depois de 
sofrer uma tentativa de homicídio por pa rte do seu cônjuge, con seguiu levar seu 
caso a conhecimento da Comissão Interamerica na de Direitos Humano s, o que 
resultou numa conden ação ao Brasil por negli gência e omissão. 
A vítima não soment e conseguiu a prisão do seu agres sor, embora que por 
um curto período de d ois anos, mas, como co nsequência da sua luta por justiça 
e combate à impunida de, foi sancionada a Lei n° 11.340/2 006, que recebe u o 
nome de Lei Maria da Penha, em sua homen agem. Essa lei é reconh ecida pela 
ONU como uma das três melhores legislações do mundo no que diz respei to ao 
combate à violência co ntra as mulheres. 
Observa-se, portan to, que as c onquistas d o gênero feminino for am resultad o 
de lutas históricas e constan tes; lograram êxito atrav és de esfo rç os coletivos 
que deram origem à s Convenç ões já citadas e a Lei Maria da Penh a, que 
comumente objetivam eliminar a discriminaç ão e assegurar a igu aldade de 
gênero. Da mesma forma, bu scam instrumentos para coibir, prevenir e erradi car 
a violência doméstica e famili ar contra a mul her, gara ntindo sua int egridade 
física, sexual, psíquica, moral e patrimonial.
Pesquisar a história da criação da Lei Maria da Penha e redigir um resumo de 40
linhas.
Maria da Penha tornou-se símbolo da luta contra violência doméstica em todo Brasil. [...] O caso tomou tanta repercussão que chegou ao conhecimento da Comissão Interamericana de direitos humanos, órgão da Organização dos Estados Americanos (OEA), sediada em Washington, Estados Unidos, que acatou pela primeira vez, a denúncia de um crime de violência doméstica27
Maria da Penha Maia Fernandes é uma farmacêutica vitima de violência doméstica que sofreu repetidas agressões durante anos em seu lar, mas não reagiu nem tomou qualquer atitude, temendo que seu ex-marido fizesse algo mais grave contra as filhas e até mesmo contra ela. Em maio de 1983, ficou paraplégica em razão de um tiro desferido por seu ex-companheiro, enquanto casados. Logo após este tiro quase fatal, Maria da Penha sofreu um novo atentado: uma descarga elétrica enquanto estava no banho.
Foi a partir daí que esta farmacêutica resolveu procurar apoio na justiça para que cessasse a violência. Resolveu fazer uma denúncia pública de suas agressões, porém nenhuma providência foi tomada. Mesmo assim não silenciou. Escreveu um livro intitulado “Sobrevivi, posso contar” 28 com o intuito de manifestar publicamente sua indignação e reunir as vítimas em um movimento feminino no intuito de acabar com esse tipo de violência.
Em 1991, o ex-marido de Maria da Penha foi condenado a oito anos de prisão, recorreu em liberdade e, em 1992, teve seu julgamento anulado. Retornou a novo julgamento em 1996, foi condenado a dez anos e seis meses de prisão, novamente recorreu em liberdade e, somente em 2002 foi preso, ficando “atrás das grades” até o ano de 2004.
A luta de Maria da Penha repercutiu internacionalmente a ponto da formalização de uma denúncia na Comissão Interamericana de Direitos Humanos da Organização dos Estados Americanos, que solicitou, por quatro vezes, respostas ao governo brasileiro que não respondeu.
A OEA emitiu em seu relatório nº 54, além de medidas para o governo brasileiro, a imposição de um pagamento de indenização à Maria da Penha Maia Fernandes no valor de vinte mil dólares sendo paga somente em julho de 2008, juntamente com um pedido de desculpas pelo Estado do Ceará.
O projeto, que teve início em 2002, foi elaborado por um consórcio de cinco organizações não governamentais – ONGs que trabalharam com a violência doméstica. O Grupo de Trabalho Interministerial, criado pelo Decreto 5.030/04, sob a coordenação da Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres, elaborou o projeto que, em novembro de 2004, foi enviado ao Congresso Nacional29
A deputada Jandira Feghali, relatora do Projeto de Lei 4.559/2004, realizou audiências publicas em vários Estados e apresentou um substitutivo. A Lei 11.340 (que recebeu o nome de Lei Maria da Penha) foi sancionada pelo Presidente da República em 07 de agosto de 2006, entrando em vigor a partir de 22 de setembro
de 2006, trazendo a criação de:
Mecanismos para coibir a violência doméstica e familiar contra a mulher, nos termos do § 8o do art. 226 da Constituição Federal, da Convenção sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra as Mulheres e da Convenção Interamericana para Prevenir, Punir e Erradicar a Violência contra a Mulher; dispõe sobre a criação dos Juizados de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher; altera o Código de Processo Penal, o Código Penal e a Lei de Execução Penal; e dá outras providências. 30
Pesquisar a participação da Organização das Nações Unidas no caso de
violência contra a Sra. Maria da Penha e redigir um resumo de 40 linhas.
A violência contra a mulher é tema debatido pelo CNJ desde 2007, por meio da Jornada Lei Maria da Penha. Além disso, a Comissão de Acesso à Justiça e Cidadania tem coordenado movimento permanente de combate à violência doméstica e familiar contra a mulher. Neste sentido, recentemente, foi criado grupo de trabalho (Portaria n. 54/2016), presidido pela conselheira Daldice Maria de Almeida, para realizar estudos que visem à criação de Coordenadorias Estaduais das Mulheres em Situação de Violência Doméstica e Familiar no âmbito dos Tribunais de Justiça dos estados e do Distrito Federal, conforme disposto na Resolução n. 128/20016.
Em setembro de 2018, o CNJ atualizou o Manual de Rotinas e Estruturação dos Juizados de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher, objeto de recomendação na Carta da X Jornada Lei Maria da Penha, realizada em 11 de agosto de 2016, reiterada na Carta da XI Jornada, no ano de 2017. A ideia é que o Manual torne-se um instrumento vivo de aprimoramento da qualidade e da eficiência na prestação de um serviço importante.
Em 2017, no Dia Internacional da Mulher (8 de março), o CNJ editou a Portaria n. 15 que instituiu a Política Judiciária Nacional de Enfrentamento à Violência contra as Mulheres. O instrumento normativo consolida a campanha Justiça pela Paz em Casa, lançada pela presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) e do CNJ, ministra Cármen Lúcia. A campanha tem por objetivo discutir estratégias para promover a cultura da paz e prevenir violência contra a mulher.
Violência contra a mulher - A Convenção de Belém do Pará (Convenção Interamericana para Prevenir, Punir e Erradicar a Violência Contra a Mulher, adotada pela OEA em 1994) estabelece que a violência contra a mulher é “qualquer ato ou conduta baseada no gênero, que cause morte, dano ou sofrimento físico, sexual ou psicológico à mulher, tanto na esfera pública como na esfera privada”.
“A violência contra as mulheres é uma manifestação de relações de poder historicamente desiguais entre homens e mulheres que conduziram à dominação e à discriminação contra as mulheres pelos homens e impedem o pleno avanço das mulheres...” (Declaração sobre a Eliminação da Violência contra as Mulheres, Resolução da Assembleia Geral das Nações Unidas, dezembro de 1993).
A Conferência das Nações Unidas sobre Direitos Humanos (Viena, 1993) reconheceu formalmente a violência contra as mulheres como uma violação aos direitos humanos. Desde então, os governos dos países-membros da ONU e as organizações da sociedade civil têm trabalhado para a eliminação desse tipo de violência, que já é reconhecido também como um grave problema de saúde pública.
Uma vez ao ano, desde 2007, o CNJ realiza a Jornada de Trabalhos sobre a Lei Maria da Penha. Durante as edições do evento, a Jornada auxiliou na implantação das varas especializadas nos Estados da Federação; realizou, juntamente com os órgãos parceiros, cursos de capacitação para juízes e servidores; possibilitou a criação do Fórum Permanente de Juízes de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher (Fonavid), de modo a conduzir permanente e profundo debate da magistratura a respeito do tema, bem como incentivou a uniformização de procedimentos das varas especializadas em violência doméstica e familiar contra a mulher. E mais recentemente, a jornada recomendou aos Tribunais de Justiça dos Estados e do Distrito Federal a implementação de práticas de Justiça Restaurativa como forma de pacificação, nos casos cabíveis.
Ao final de cada edição é produzida uma Carta onde são apresentadas as propostas de ação para subsidiar a implementação da Política Judiciária Nacional de enfrentamento à violência contra as mulheres:
- Carta da I Jornada da Lei Maria da Penha
- Carta da II Jornada da Lei Maria da Penha
- Carta da VIII Jornada da Lei Maria da Penha
- Carta da IX Jornada da Lei Maria da Penha
- Carta da X Jornada da Lei Maria da Penha
- Carta da XI Jornada da Lei Maria da Penha
- Carta da XII Jornada da Lei Maria da Penha

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