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ARTIGO CIENTIFICO

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Prévia do material em texto

Airton Batista de Andrade 
Ana Lidia Lima Braga 
Bruno Alves De Oliveira 
Giovana Fernandes Gizzi Figueiredo 
 
 
 
 
 
 
 
 
PROPOSIÇÃO DE DEFESA SOB O AMBITO JURÍDICO BRASILEIRO 
NO CASO DOS EXPLORADORES DE CAVERNA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fortaleza – Ceará 
2021 
 
 
 
 
Airton Batista de Andrade 
Ana Lidia Lima Braga 
Bruno Alves De Oliveira 
Giovana Fernandes Gizzi Figueiredo 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
PROPOSIÇÃO DE DEFESA SOB O AMBITO JURÍDICO BRASILEIRO 
NO CASO DOS EXPLORADORES DE CAVERNA 
 
 
 
 
Artigo cientifico, apresentado a Faculdade de 
Ensino e Cultura do Ceará – FAECE, como 
parte das exigências para a obtenção de nota na 
disciplina de atividades práticas 
supervisionadas. 
 
 
 
 
 
 
Fortaleza – Ceará 
2021 
 
 
 
 
 
SUMÁRIO 
1. Resumo ............................................................................................................................... 4 
2. DOS ACONTECIMENTOS. .............................................................................................. 5 
3. DOS TRANSTORNOS PSICOLÓGICOS VIVENCIADOS, DEVIDO OS 
ACONTECIMENTOS. .............................................................................................................. 8 
4. DO CRIME ......................................................................................................................... 9 
4.1. FASES DE UM CRIME ........................................................................................ 10 
4.2. ITER CRIMINIS .................................................................................................... 11 
4.3. CLASSIFICA-SE EM DUAS FASES: A INTERNA E A EXTERNA. ............... 11 
4.4. EXCLUDENTE DE ILICITUDE. ......................................................................... 12 
4.5. ESTADO DE NECESSIDADE ............................................................................. 12 
5. CONCEITOS, TEORIAS, REQUISITOS, BEM COMO FUNDAMENTOS DO ESTADO 
DE NECESSIDADE. ............................................................................................................... 13 
5.1. Teorias: ......................................................................................................................... 13 
5.1. Requisitos: .................................................................................................................... 14 
5.2. Objetivos: ............................................................................................................... 14 
5.3. Subjetivos: .............................................................................................................. 15 
5.4. Aberratio Criminis: ................................................................................................ 15 
5.5. Estado de necessidade putative: ............................................................................. 16 
5.6. Estado de necessidade e dificuldades econômicas: ................................................ 16 
5.7. Efeitos civis do estado de necessidade: .................................................................. 16 
6. LEGÍTIMA DEFESA ....................................................................................................... 17 
CONCEITOS, REQUISITOS E ESPÉCIES DA LEGÍTIMA DEFESA. ........................... 17 
6.1. Conceito: ................................................................................................................ 17 
6.2. Requisitos: .............................................................................................................. 17 
6.3. Espécies de Legítima Defesa: ................................................................................ 18 
6.4. Legítima defesa e aberratio ictus: .......................................................................... 18 
 
 
 
 
6.5. Legítima defesa em excesso: .................................................................................. 19 
7. CONCLUSÃO .................................................................................................................. 19 
8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .............................................................................. 20 
 
4 
 
PROPOSIÇÃO DE DEFESA SOB O AMBITO JURÍDICO BRASILEIRO 
NO CASO DOS EXPLORADORES DE CAVERNA 
 
Airton Batista de Andrade1 
Ana Lidia Lima Braga2 
Bruno Alves De Oliveira3 
Giovana Fernandes Gizzi Figueiredo 4 
1. Resumo 
O Caso dos Exploradores de Cavernas é uma obra indispensável para aqueles que 
iniciam no vasto campo da Ciência do Direito. A trama abordada em seu contexto 
traz à luz vários debates sobre temas que há muito são tratados no imenso campo das 
ciências jurídicas e que desperta nos iniciantes e futuros operadores do direito uma 
característica essencial, a virtude da argumentação. O enredo, nos traz a história de 
cinco exploradores de cavernas que foram surpresos por um desmoronamento de terra, 
provocando a “prisão” dos exploradores. A dificuldade de resgate e os escassos 
suprimentos que detinham, resultou na infeliz decisão de matar e comer a carne de 
um dos companheiros para poderem sobreviver. O presente artigo trata da defesa dos 
exploradores sobreviventes sob a ótica jurídica do Brasil, abordando temas como 
Crime, Exclusão de Ilicitude e Transtorno Psicológico, com a finalidade de mostrar 
que os réus seriam absolvidos e não condenados como ocorreu no caso concreto. 
Palavras-chave: Transtornos Psicológicos, Exclusão de Ilicitude, Crime. 
 
Abstract 
The Case of Cave Explorers is an indispensable work for those who start in the vast 
field of Science of Law. The plot approached in its context brings to light several 
debates on topics that have been dealt with in the immense field of legal sciences for a 
long time and that awakens in the beginners and future operators of the law an essential 
 
1 Graduando em Direito – Pela Faculdade FAECE/FAFOR – airtonanny@gmail.com 
2 Graduando em Direito – Pela Faculdade FAECE/FAFOR – lidia.limabraga@gmail.com 
3 Graduando em Direito – Pela Faculdade FAECE/FAFOR – Brunoalves2015123@gmail.com 
4 Graduando em Direito – Pela Faculdade FAECE/FAFOR – giovanagizzifigueiredo@gmail.com 
 
5 
 
 
 
characteristic, the virtue of argumentation. The plot brings us the story of five cave 
explorers who were surprised by a landslide, causing the “prisoners” of the explorers. 
The difficulty of rescue and the scarce supplies they held, resulted in the unfortunate 
decision to kill and eat the meat of one of the companions so that they could survive. 
This article deals with the defense of surviving explorers from the legal perspective of 
Brazil, addressing themes such as Crime, Exclusion of Lawfulness and Psychological 
Disorder, with the purpose of showing that defendants would be acquitted and not 
convicted as occurred in the specific case.. 
Keywords: Psychological Disorders, Exclusion of Illegality, Crime. 
 
2. DOS ACONTECIMENTOS. 
 
No presente artigo debateremos o principal fato narrado na obra “O Caso dos Exploradores de 
Cavernas”. Entretanto, à análise do caso será feita sob a ótica da legislação brasileira, ou seja, 
partiremos hipoteticamente de que o caso concreto tenha ocorrido em território brasileiro nos 
dias atuais, aplicando as normas vigentes no país. Partiremos da hipótese de que os réus seriam 
absolvidos à luz da jurisdição brasileira, refutando o desfecho exposto no livro. 
 
“Ocorrendo, destarte, empate na decisão, foi a sentença condenatória do Tribunal de 
primeira instância confirmada. E determinou-se que a execução da sentença tivesse 
lugar às 6 horas da manhã da sexta-feira, dia 2 de abril do ano 4300, ocasião em que 
o verdugo público procederia com toda a diligência até que os acusados morressem 
na forca”. 
 
A metodologia aplicada na produção do artigo foi baseada em um levantamento bibliográfico 
de artigos científicos,livros, monografias, tratados; que após uma minuciosa leitura foi extraído 
o referencial teórico que servirá como base argumentativa para reforçar a teoria adotada. Em 
primeiro lugar será apresentado os temas divididos abordando definições, principais conceitos, 
referencial histórico, a relação com a legislação brasileira e por fim a análise em paralelo entre 
as teorias apresentadas e a tese de defesa. 
Deste modo, discorreremos respectivamente teorias como: transtornos psicológicos, crime e 
exclusão de ilicitude, deixando claro que essa abordagem será demonstrada de forma sucinta, 
 
6 
 
 
 
tendo em vista a complexidade de determinados temas tratados por essas ciências e que 
demandariam muito mais tempo para uma análise aprofundada. 
 
É de fundamental importância descrever na íntegra a narrativa dos acontecimentos, com o 
intuíto de uma proposição de defesa dos exploradores de caverna, portanto, o resumo não 
seria viável, sendo necessário para análise, um texto limpo sem máculas. 
Segue o texto na íntegra com os acontecimentos dos fatos: 
 
“Os quatro acusados são membros da Sociedade Espeleológica - uma organização 
amadorística de exploração de cavernas. Em princípios de maio do ano de 4299, 
penetraram eles, em companhia de Roger Whetmore, à época também membro da 
Sociedade, no interior de uma caverna de rocha calcária do tipo que se encontra no 
Planalto Central desta Commonwealth. Já bem distantes da entrada da caverna, 
ocorreu um desmoronamento de terra: pesados blocos de pedra foram projetados de 
maneira a bloquear completamente a sua única abertura. Quando os homens 
aperceberam-se da situação difícil em que se achavam, concentraram-se próximo à 
entrada obstruída, na esperança de que uma equipe de socorro removesse o entulho 
que os impedia de deixar a prisão subterrânea. Não voltando Whetmore e os acusados 
às suas casas, o secretário da Sociedade foi notificado pelas famílias dos acusados. Os 
exploradores haviam deixado indicações, na'sede da Sociedade, concernentes à 
localização da caverna que se propunham visitar. A equipe de socorro foi prontamente 
enviada ao focal. A tarefa revelou-se extremamente difícil. Foi necessário suplementar 
as forças de resgate originais mediante repetidos acréscimos de homens e máquinas, 
que tinham de ser transportados à remota e isolada região, o que demandava elevados 
gastos. Um enorme campo temporário de trabalhadores, engenheiros, geólogos e 
outros técnicos, foi instalado. O trabalho de desobstrução foi muitas vezes frustrado 
por novos deslizamentos de terra. Em um destes, dez operários contratados morreram. 
Os fundos da Sociedade Espeleológica exauriram-se rapidamente e a soma de 
oitocentos mil frelares, obtida em parte por subscrição popular e em parte por 
subvenção legislativa, foi gasta antes que os homens pudessem ser libertados, o que 
só se conseguiu no trigésimo segundo dia após a sua entrada na caverna. Desde que 
se soube que os exploradores tinham levado consigo apenas escassas provisões e se 
ficou também sabendo que não havia substância animal ou vegetal na caverna que 
lhes permitisse subsistir, temeu-se que eles morressem de inanição antes que o acesso 
até o ponto em que se achavam se tornasse possível. No vigésimo dia a partir da 
ocorrência da avalancha soube-se que os exploradores tinham levado consigo para a 
caverna um rádio transistorizado capaz de receber e enviar mensagens. Instalou-se 
prontamente um aparelho semelhante no acampamento, estabelecendo se deste modo 
a comunicação com os desafortunados homens no interior da montanha. Pediram estes 
 
7 
 
 
 
que lhes informassem quanto tempo seria necessário para liberá-los. Os engenheiros 
7 responsáveis pela operação de salvamento responderam que precisavam de pelo 
menos dez dias, à condição que não ocorressem novos deslizamentos. Os exploradores 
perguntaram então se havia algum médico no acampamento, tendo sido postos em 
comunicação com a comissão destes, à qual descreveram sua condição e as rações de 
que dispunham, solicitando uma opinião acerca da probabilidade de subsistirem sem 
alimento por mais dez dias. O presidente da comissão respondeu-lhes que havia 
escassa possibilidade de sobrevivência por tal lapso de tempo. O rádio dentro da 
caverna silenciou a partir daí durante oito horas. Quando a comunicação foi 
restabelecida os homens pediram para falar novamente com os médicos, o que 
conseguido, Whetmore, falando em seu próprio nome e em representação dos demais, 
indagou se eles seriam capazes de sobreviver por mais dez dias se se alimentassem da 
carne de um dentre eles. O presidente da comissão respondeu, a contragosto, em 
sentido afirmativo. Whetmore inquiriu se seria aconselhável que tirassem a sorte para 
determinar qual dentre eles deveria ser sacrificado. Nenhum dos médicos se atreveu a 
enfrentar a questão. Whetmore quis saber então se havia um juiz ou outra autoridade 
governamental que se dispusesse a responder à pergunta. Nenhuma das pessoas 
integrantes da missão de salvamento mostrou-se disposta a assumir o papel de 
conselheiro neste assunto. Whetmore insistiu se algum sacerdote poderia responder 
àquela interrogação, mas não se encontrou nenhum que quisesse faze-lo. Depois disto 
não se receberam mais mensagens de dentro da caverna, supondo-se (erroneamente 
como depois se evidenciou) que as pilhas do rádio dos exploradores tinham –se 
descarregado. Quando os homens foram finalmente libertados soube-se que, no 
trigésimo terceiro dia após sua entrada na caverna, Whetmore tinha sido morto e 
servido de alimento a seus companheiros. Das declarações dos acusados, aceitas pelo 
júri, evidencia-se que Whetmore foi o primeiro a propor que buscassem alimento na 
carne de um dentre eles, sem o que a sobrevivência seria impossível. Foi também 
Whetmore quem primeiro propôs a forma de tirar. a sorte, chamando a atenção dos 
acusados para um par de dados que casualmente trazia consigo. Os acusados 
inicialmente hesitaram adotar um comportamento tão desatinado, mas, após o diálogo 
acima relatado, concordaram com o plano proposto. E depois de muita discussão com 
respeito aos problemas matemáticos que o caso suscitava, chegaram por fim a um 
acordo sobre o método a ser empregado para a solução do problema: os dados. 
Entretanto, antes que estes fossem lançados, Whetmore declarou que desistia do 
acordo, pois havia refletido e decidido esperar outra semana antes de adotar um 
expediente tão terrível e odioso. Os outros o acusaram de violação do acordo e 
procederam ao lançamento dos dados. Quando chegou a vez de Whetmore um dos 
acusados atirou-os em seu lugar, ao mesmo tempo em que se lhe pediu para levantar 
quaisquer objeções quanto à correção do lanço. Ele declarou que não tinha objeções a 
fazer. Tendo-lhe sido adversa a sorte, foi então morto. Após o resgate dos acusados e 
 
8 
 
 
 
depois de terem permanecido algum tempo em um hospital onde foram submetidos a 
um tratamento para desnutrição e choque emocional, foram denunciados pelo 
homicídio de Roger Whetmore. No julgamento, depois de ter sido concluída a prova, 
o porta-voz dos jurados (de profissão advogado) perguntou ao juiz se os jurados 
podiam emitir um veredicto especial, deixando ao juiz dizer se, em conformidade com 
os fatos provados, havia culpabilidade ou não dos réus. Depois de alguma discussão, 
tanto o representante do Ministério Público quanto o advogado defensor dos réus, 
manifestaram sua concordância com tal procedimento, o qual foi aceito 8 pelo juiz. 
Em um longo veredicto especial o júri acolheu a prova dos fatos como acima a relatei 
e ainda que se, com fundamento nos mesmos, os acusados fossem considerados 
culpados, deveriam ser condenados. Com base neste veredicto o juiz de primeira 
instância decidiu que os réus eram culpados do assassinato de Roger Whetmore. Em 
consequência sentenciouos à forca, não lhe permitindo a lei nenhumadiscrição com 
respeito à pena a ser imposta. Dissolvido o júri, seus membros enviaram uma petição 
conjunta ao chefe do Poder Executivo pedindo que a sentença fosse comutada em 
prisão de seis meses. O juiz de primeira instância endereçou uma petição similar à 
mesma autoridade. Até o momento, porém, nada resolveu o Executivo, aparentemente 
esperando pela nossa decisão no presente recurso.” 
 
Fatos narrados no livro “O Caso dos Exploradores de Cavernas - Fuller, Lon L.- 
1993.” 
 
3. DOS TRANSTORNOS PSICOLÓGICOS VIVENCIADOS, DEVIDO 
OS ACONTECIMENTOS. 
 
A preambulação rassaltada nos momentos de terror piscológicos vivenciados pelos 
exploradores, mostra a natureza humana de ante de um risco de morte sublime. 
Situações extremas elevam níveis hormonais modificando nosso organismo, o que faz com que 
o indivíduo realize quaisquer meios necessários para garantir sua supervivência. 
Neste caso, ocorre que com a propositura da morte de um indivíduo em pró da sobrevivência 
do restante do grupo, com uma aceitação de acordo proposto, cria um círculo opositor trazendo 
uma visão competidora. 
O que nos leva a enxergar uma desconfiança generalizada, o temor de ter sua vida ceifada 
enquanto vira as costas ou até mesmo quando tenta se desconectar por algum estante ficando 
distraído, surgindo uma total desconfinça entre eles, nada os empede que seja estabelecido 
constantemente a uma nova situação de perigo iminente, que se propaga enquanto esses homens 
 
9 
 
 
 
permanecem naquele ambiente presos na caverna. 
 
“Estudos apontam que todas essas expressões humanas estão sintetizadas na 
subjetividade. A subjetividade não é inata e pode ser definida como uma “(...) síntese 
singular e individual que cada um de nós vai construindo conforme vamos nos 
desenvolvendo e vivenciando as experiências da vida social e cultural; é uma síntese 
que nos identifica, de um lado por ser única, e que nos iguala, de outro lado, na medida 
em que os elementos que a constituem são experienciados no campo comum da 
objetividade social”. A responsabilidade social depende, é claro, da adaptação social. 
Esta ocorre quando os indivíduos, no contexto da expressão de sua subjetividade, 
passam a fazer parte e a contribuir no sentido do pleno desenvolvimento da vida digna 
dos membros da coletividade que habitam. A adaptação de um agrupamento de 
indivíduos ao meio ao qual pertencem é imprescindível para que a mesma exista e se 
desenvolva”. (Pinheiro.Carla Manual de Piscologia Jurídica 4 º edição, 44p). 
 
No entanto, salienta-se uma responsabilidade subjetiva percorrida a cada indivíduo ao ponto de 
prorromper à sorte mostrando coragem propondo através do acordo quem teria sua vida 
sacrificada, obviamente em nenhum momento o pânico vivenciado e suas terríveis resultâncias 
seriam afastadas, ressalta-se que diante de risco de vida o ser humano é capaz de tudo para 
garantir sua sobrevivência, neste caso mesmo traçando uma linha subjetiva, esses homens por 
bem em uma idéia exequível analisaram e seria sucinto mesmo anteriormente ao lançamento 
dos dados, que um deles feriria a vida de outrem para servir de alimento, para que assim não 
fosse ele o designado. 
 
Outro sim, saciada a fome atravéz da carne da vítima, o verdugo ou os verdugos não agiram de 
má fé, pois, com o desígnio evidente existia uma única finalidade, salvar sua própria vida, não 
havendo a necessidade de ceifar outra vida, salvaguardando suas vidas. 
 
Situação extremamente abominável, que em sua complete compreensão é realizada apenas por 
aqueles que passaram por circustâncias equivalentes. 
 
4. DO CRIME 
Crime é um ato proibido por lei e que tem uma sanção determinada caso seja 
realizado. O crime é uma ação, que pode ser cometida por indivíduo ou por um grupo, 
 
10 
 
 
 
que infringe a lei penal e tem consequências punitivas, aplicação de uma pena. O termo 
tem origem do latim crimem que significa “ofensa, acusação”. O crime é caracterizado 
por uma atitude que causa um dano a um bem que é protegido por lei, como a vida e a 
propriedade privada, por exemplo. O bem protegido por lei é chamado de bem 
tutelado. 
A lei de Introdução ao Código Penal (lei n°3.914/41) define crime dessa 
forma: 
 
Art. 1. º - Considera-se crime a infração penal que a lei comina pena de reclusão ou 
de detenção, quer isoladamente, quer alternativa ou cumulativamente com a pena de 
multa; contravenção, a infração penal a que a lei comina, isoladamente, pena de prisão 
simples ou de multa ou ambas, alternativa ou cumulativamente. 
 
4.1. FASES DE UM CRIME 
Um crime passa por cinco etapas, desde o surgimento da ideia até o momento em que 
é praticado e consumado. As fases são chamadas de iter criminis, essa expressão em 
latim significa “caminho do crime“. Lenzi define as fases de um crime da seguinte 
forma: 
 
“Fase de preparação: nessa etapa quem pretende cometer um crime começa a tomar as 
providências necessárias para realizá-lo, são os atos preparatórios para a prática do 
crime. Em geral, os atos de preparação, antes da consumação do crime, não são motivo 
para aplicação de uma punição, a menos que também se tratem de alguma conduta que 
seja proibida pela lei. 
Fase de execução: essa é a etapa em que o crime realmente acontece. É quando o criminoso 
leva os atos preparatórios à prática. A execução do crime pode ser feita com sucesso ou 
não, isso vai determinar se o crime foi consumado ou tentado e os dois casos são puníveis 
pela lei. 
Fase de consumação: a consumação acontece quando o crime é colocado em prática e o 
resulto planejado é atingido. 
Fase de exaurimento: a última etapa é relacionada às ações do criminoso e às 
circunstâncias que podem ser consideradas para a aplicação da pena, como as condutas 
agravantes e atenuantes. As agravantes podem aumentar a quantidade de pena e as 
 
11 
 
 
 
atenuantes podem diminuir a pena.” 
 
No entanto, iter criminis são etapas que sucedem-se cronologicamente no desenvolvimento do 
delito, (delitos dolosos) diferente dos crimes culposos, pois nos crimes culposos o agente não 
tem a intenção de cometer o crime, comete por imprudência, negligencia ou imperícia, portanto 
não existe nos crimes culposos as fases do” iter criminis”. Ressalta-se que nos crimes dolosos 
a fase de exaurimento, para alguns doutrinadores seria a consequência do cometimento do 
crime, o exaurimento, mesmo que este não integre o “iter criminis”, pode ter relevância para 
a dosimetria da pena, sobretudo quanto às consequências do crime (art. 59 do Código Penal). 
Observa-se que nesta fase ocorre quando, posteriormente à consumação, pratica-se uma nova 
lesão ao mesmo bem jurídico ou a um bem jurídico diverso, o que será um resultado impunível 
(pois mero exaurimento do respectivo crime) ou poderá constituir um novo crime ou uma 
qualificadora, se houver previsão legal. 
4.2. ITER CRIMINIS 
 
“Para analisar atipicidade, tentativa e consumação, é fundamental conhecer o iter 
criminis, que corresponde às etapas percorridas pelo agente para a prática do 
crime”. 
Nesse prisma, para estruturar o crime, um caminho tem que ser percorrido e este é o 
chamado Iter Criminis. 
(MEJÍA, 1966). 
4.3. CLASSIFICA-SE EM DUAS FASES: A INTERNA E A EXTERNA. 
A fase interna consiste na cogitação. Por outro lado, a fase externa se subdivide em 
preparação, execução e consumação. Impende destacar que o exaurimento não integra o “iter 
criminis”. 
Na fase de cogitação está a idéia de cometer o delito. Considerando que não há ofensa a algum 
bem jurídico tutelado, não há crime, sendo, portanto, impunível. Nesse diapasão, ninguém é 
punido por meros pensamentos (cogitação), por mais repulsivos que possam ser se não há 
uma exteriorização desse pensamento. 
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10633383/artigo-59-do-decreto-lei-n-2848-de-07-de-dezembro-de-1940
https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/1033702/código-penal-decreto-lei-2848-4012 
 
 
 
Aliás, “às vezes acontece que a ideia é definitivamente repelida, ou pelo menos em 
princípio; mas quando reaparece e com uma força mais avassaladora, dá origem ao 
segundo estado, que é a chamada para deliberação” 
(MEJÍA, 1966). 
Portanto, na fase interna, o surgimento da ideia pode ou não ser seguido de uma deliberação 
quanto à prática do crime. Caso o desejo de praticar a conduta criminosa seja mantido e 
manifestado por ações ou omissões, tem início a fase externa. 
Na fase externa, a preparação corresponde aos atos preparatórios indispensáveis à prática do 
crime (exemplo: comprar uma arma para cometer um homicídio). Como regra, os atos 
preparatórios, por si só, também não são puníveis. Contudo, se o ato preparatório constitui 
crime autônomo, há responsabilização criminal. Além do exemplo anterior (porte de arma 
para praticar um homicídio), também há hipóteses de punição por ato preparatório na Lei 
Antiterrorismo. Em seguida, há a fase de execução (atos executórios), momento em que se 
inicia, de fato, a ofensa ao bem jurídico tutelado. Nesse momento, o crime poderá ser 
consumado (art. 14, I, do Código Penal) ou tentado (art. 14, II, do CP). Aliás, a própria 
tentativa tem um caminho, de modo que a fração de diminuição dependerá da proximidade 
em relação à consumação. Portanto, o “iter criminis” percorrido é fundamental para definir a 
fração que deve ser aplicada em relação ao crime tentado, pois, quanto mais perto da 
consumação, menor será a fração de diminuição pela tentativa, que varia de um a dois terços 
(art. 14, parágrafo único, do Código Penal). Por último, há a fase de consumação, na qual 
estão reunidos todos os elementos do tipo penal. Em suma, pode-se dizer que o “iter criminis” 
está completo. 
4.4. EXCLUDENTE DE ILICITUDE. 
O Código Penal Brasileiro, em seu artigo 23, enumera que são causas excludentes de ilicitude: 
Estado de necessidade, legítima defesa, estrito cumprimento do dever legal ou no exercício 
regular de direito. 
4.5. ESTADO DE NECESSIDADE 
 
Previsão legal do estado de necessidade no Código Penal Brasileiro: 
“Art. 23 - Não há crime quando o agente pratica o fato: I - em estado de necessidade; 
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10638135/artigo-14-do-decreto-lei-n-2848-de-07-de-dezembro-de-1940
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10638106/inciso-i-do-artigo-14-do-decreto-lei-n-2848-de-07-de-dezembro-de-1940
https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/1033702/código-penal-decreto-lei-2848-40
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10638135/artigo-14-do-decreto-lei-n-2848-de-07-de-dezembro-de-1940
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10638075/inciso-ii-do-artigo-14-do-decreto-lei-n-2848-de-07-de-dezembro-de-1940
https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/1033702/código-penal-decreto-lei-2848-40
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10638135/artigo-14-do-decreto-lei-n-2848-de-07-de-dezembro-de-1940
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10638048/parágrafo-1-artigo-14-do-decreto-lei-n-2848-de-07-de-dezembro-de-1940
https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/1033702/código-penal-decreto-lei-2848-40
https://canalcienciascriminais.com.br/?s=+tipo+penal
 
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II - em legítima defesa; III - em estrito cumprimento de dever legal ou no exercício 
regular de direito. 
Art. 24 - Considera-se em estado de necessidade quem pratica o fato para salvar de 
perigo atual, que não provocou por sua vontade, nem podia de outro modo evitar, 
direito próprio ou alheio, cujo sacrifício, nas circunstâncias, não era razoável exigir-
se.” 
§1°- Não pode alegar estado de necessidade quem tinha o dever legal de enfrentar o 
perigo 
§ 2° - Embora seja razoável exigir-se o sacrifício do direito ameaçado, a pena poderá 
ser reduzida de um a dois terços. 
 
5. CONCEITOS, TEORIAS, REQUISITOS, BEM COMO 
FUNDAMENTOS DO ESTADO DE NECESSIDADE. 
 
Conceito e fundamento: 
 
Existe estado de necessidade quando alguém, para salvar bem jurídico próprio ou de terceiro 
exposto a perigo atual, sacrifica outro bem jurídico. Todos os bens jurídicos em conflito devem 
estar protegidos pelo ordenamento jurídico, diferentemente do que ocorre na legitima defesa, 
em que o agente atua defendendo-se de uma agressão injusta. 
Esse conflito de bens amparados pelo ordenamento é que levará, em virtude da situação em que 
se encontravam, á prevalência de um sobre o outro 
 
5.1. Teorias: 
 
Teoria Unitária: 
É a adotada pelo nosso Código Penal. Todo estado de necessidade é justificante, ou seja, elimina 
a ilicitude do fato típico praticado pelo agente. Não importa se o bem jurídico protegido pelo 
agente é de valor superior ou igual aquele que está sofrendo a ofensa. Nos dois casos haverá 
exclusão de ilicitude. 
Estado de necessidade justificante: 
Bem de valor inferior ou igual é o fendido 
Teoria diferenciadora: 
É adotada pelo Código Penal Militar. Traça uma distinção entre o estado de necessidade 
 
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justificante e o estado de necessidade exculpante a partir dos bens em conflito. 
Justificante (Afasta a ilicitude) - bem defendido é de valor superior ao agredido. 
Afasta a ilicitude/Antijuridicidade. 
Ilicitude/Antijuridicidade: Todo fato típico (Conduta, Resultado, Nexo causal, Tipicidade) é 
presumidamente ilícito salvo nos casos de Legitima defesa. Estado de necessidade, Exercício 
regular do direito. 
Exculpante (Afasta a culpacidade) - bem defendido é de valor igual ou inferior ao agredido. 
Afasta a culpabilidade. 
Culpabilidade: Imputabilidade, potencial conhecimento da ilicitude da conduta, inexigibilidade 
de conduta diversa. 
5.1. Requisitos: 
Todos são necessários: 
[Salvar de perigo atual] A, [que não provocou por sua vontade] B, [nem podia de outro modo 
evitar] C, [direito próprio ou alheio] D, [cujo sacrifício, nas circunstâncias, não era razoável 
exigir-se] E. 
[Não pode alegar estado de necessidade quem tinha o dever legal de enfrentar o perigo.] F 
[Embora seja razoável exigir-se sacrifício do direito ameaçado, a pena poderá ser reduzida de 
um ou dois terços.] G 
 
5.2. Objetivos: 
 
A –A maioria dos autores entende que por perigo atual também se pode entender perigo 
iminente. Somente afastará a causa da exclusão de ilicitude o perigo passado, já ocorrido, bem 
como perigo remoto ou futuro, em que não haja uma possibilidade quase que imediata de dano 
B –Greco defende por vontade se entende o dolo ou o dolo eventual, excluindo a culpa. Ou seja, 
trata-se de não provocar dolosamente a situação de perigo. 
C –Para que se possa alegar estado de necessidade, é necessário que o agente não tenha tido a 
possibilidade de, no caso concreto, evitar os danos causados pela sua conduta. Ou seja, deve-se 
avaliar se o agente, entre duas opções danosas, escolheu a menos gravosa para a vítima. Se 
houver alguma possibilidade razoável de salvação do bem ameaçado, a inevitabilidade do dano 
causado, ou dano maior, desaparece. 
D –É possível o estado de necessidade de terceiros, desde que o bem em questão não seja 
disponível. Entretanto, se o titular do bem disponível que está em jogo aquiescer para que 
 
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terceira pessoa atue a fim de salvaguardar seu bem, haverá estado de necessidade. 
E –Necessidade de ponderação dos bens em conflito, para se concluir se o bem defendido pelo 
agente é de valor superior, igual ou mesmo inferior¹ aquele que é atacado. 
F –Deve-se aplicar o princípio da razoabilidade. Não se admite que um bombeiro, policial, 
salva-vidas defenda sua vida em detrimento da de um cidadão comum. Entretanto, quando o 
bem jurídico em questão é o patrimônio do cidadão comum versus a vida daquele que tem o 
dever legal² de enfrentar o perigo, entende-se, pelo principio da razoabilidade, que este pode 
alegar estado de necessidade ao salvar-se em vez de preservar o patrimônio de outra pessoa. 
G –Principio da ponderação dos bens - colisão de bens juridicamente protegidos. Quando o bem 
sacrificado for de valor superior ao preservado, seráinadmissívelo reconhecimento do estado 
de necessidade. No entanto, se as circunstâncias o indicarem, a inexigibilidade de conduta 
diversa poderá excluir a culpabilidade. O principio da razoabilidade impede que um bem de 
maior valor seja agredido em prol de um de menor valor. 
Nesse caso. Não se fala em estado de necessidade, mas em um fato típico, ilícito e culpável. A 
ilicitude da conduta não é afastada, mas a pena poderá ser reduzida de um a dois terços. 
Nesse caso não há estado de necessidade (Art. 24, §2°) 
Há divergências doutrinária acerca do fato de “dever legal” significar apenas aquele 
dever imposto pela lei ou abranger também o dever contratual. Rogerio Greco, 
seguindo a posicionamento de Nelson Hungria, defende que o §1° o Art. 24 não se 
refere também aos deveres contratuais. 
 
5.3. Subjetivos: 
 
Teoria finalista da ação (Hans Welzel): para ser configurado o estado de necessidade faz-se 
fundamental a presença do elemento subjetivo, ou seja, o agente deve estar consciente de que 
está agindo amparado por essa excludente legal da ilicitude. 
Estado de necessidade defensivo ou agressivo: 
Defensivo: 
A conduta do agente dirige-se diretamente ao produtor da situação de perigo. 
Agressivo: 
A conduta do necessitado sacrifica bens de um inocente não provocador da situação de perigo. 
 
5.4. Aberratio Criminis: 
 
 
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O resultado aberrante, ou seja, a lesão sofrida por outrem não poderá ser atribuída ao agente 
que se encontra em situação de perigo. 
 
5.5.Estado de necessidade putative: 
 
Descriminantes putativos: 
Art. 20 – O erro sobre o elemento constitutivo do tipo legal de crime exclui o dolo, 
mas permite a punição por crime culposo, se previsto em lei 
 §1° - É isento de pena quem, por erro plenamente justificadopelas circunstâncias, 
supõe situação de fato que, se existisse, tornaria a ação legitima. Não há isenção de 
pena quando o erro deriva de culpa e o fato punível como crime culposo. 
 
Quando a situação de perigo existe apenas na imaginação agente, gerando um erro de tipo, 
haverá duas possibilidades: 
Se o erro for invencível- haverá isenção de pena; 
Se o erro for vencível - o agente respondera por crime culposo, se previsto em lei. 
 
5.6. Estado de necessidade e dificuldades econômicas: 
 
As situações de dificuldade econômicas que tornem impossível a sobrevivência do agente pode 
justificar a alegação de estado de necessidade, desde que seja aplicado o principio da 
ponderação dos bens. (Fome – contravenção). 
 
5.7. Efeitos civis do estado de necessidade: 
 
Art. 188. Não constituem atos ilícitos: 
 I – Os praticados em legitima defesa ou no exercício regular de um direito 
reconhecido; 
II –A deterioração ou destruição da coisa alheia, ou a lesão a pessoa, a fim de remover 
perigo iminente. 
Art. 929. Se a pessoa lesada, ou o dono da coisa, no caso do incluso II do Art.188, não 
forem culpados do perigo, assistir-lhes-á direito á indenização do prejuízo que 
sofreram. 
 Art. 930. No caso do inciso II do art. 188, se o perigo ocorrer por culpa de terceiro, 
contra este terá o autor do dano ação regressiva para haver a importância que tiver 
ressarcido ao lesado. 
 
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Caso o perigo tenha sido causado por aquele que sofreu o dano, não haverá possibilidade de 
indenização. Naturalmente, se a pessoa que sofreu com a conduta do agente não tiver sido a 
causadora da situação de perigo, haverá a necessidade de indenização pelos prejuízos causados. 
 Se situação de perigo tiver sido causada por terceiro, será permitida ao agente ação regressiva 
contra aquele, para haver a importância que tiver sido ressarcida ao dono da coisa. 
 
6. LEGÍTIMA DEFESA 
 
Previsão legal da legitima defesa no Código Penal Brasileiro: 
“Art. 23 - Não há crime quando o agente pratica o fato: 
I - em estado de necessidade; 
II - em legítima defesa; 
III - em estrito cumprimento de dever legal ou no exercício regular de direito.” 
Art. 25 - Entende-se em legítima defesa quem, usando moderadamente dos 
meios necessários, repele injusta agressão, atual ou iminente, a direito seu 
ou de outrem.” 
 
CONCEITOS, REQUISITOS E ESPÉCIES DA LEGÍTIMA DEFESA. 
 
A legítima defesa é uma das causas de exclusão de ilicitude, ou seja, é uma exceção na qual o 
cidadão não é responsabilizado criminalmente por um ato. 
“Art. 25 – Entende-se em legítima defesa quem, usando moderadamente dos meios necessários, 
repele injusta agressão, atual ou iminente, a direito seu ou de outrem”. 
6.1. Conceito: 
De acordo com a definição legal e clássica, a legítima defesa ocorre, quando alguém repele 
agressão injusta, atual ou iminente, a direito próprio ou alheio, usando, sempre moderadamente, 
os meios racionais de proporção, com o elemento subjetivo, ou seja, animus defendendi. Este 
último é um requisito subjetivo; os demais são objetivos. 
A natureza jurídica se fundamenta na necessidade que os cidadãos têm, para repelir agressão 
injusta em defesa de bens jurídicos, quando não há outro meio. 
6.2. Requisitos: 
 
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Agressão atual ou iminente e injusta; Agressão contra direito próprio ou alheio; Moderação no 
emprego dos meios necessários; Jurisprudências acerca dos temas abordados. 
6.3. Espécies de Legítima Defesa: 
Legítima defesa real, própria ou autêntica: 
A legítima defesa própria é aquela exercida em seu próprio favor, ou seja, é a aquela em que a 
pessoa se defende de alguma reação ilegal que a outra pessoa tem para com si. 
Legítima defesa putaiva: 
A situação de perigo existe apenas no imaginário daquele que supõe repelir legitimamente um 
injusto. 
Legítima defesa recíproca: 
Ocorre quando há agressão de ambas as partes, ou seja, ataque e defesa. Isso faz com que 
dificulte a percepção de quem começou a agressão, fazendo com que o juiz determine legítima 
defesa recíproca. 
Legítima defesa de terceiros: 
Na legítima defesa há possibilidade da pessoa, além de defender seu direito, defender direito de 
terceiros, mesmo que esse terceiro não tenha nenhum vínculo de proximidade com o causador 
da agressão. 
Legítima defesa sucessiva: 
Acontece quando o agressor age ilicitamente perante a vítima, e ela ultrapassa os limites de 
legítima defesa com seus atos. 
Legítima defesa da honra: 
O artigo 25 do Código Penal (BRASIL, 1940), que trata da legítima defesa, não 
identifica qual bem jurídico deverá ser objeto de proteção, bastando que exista uma 
injusta agressão, e que a pessoa se utilize dos meios necessários e de forma moderada, 
visando repelir a injusta agressão. Portanto, admitia-se a legitima defesa da honra. 
6.4. Legítima defesa e aberratio ictus: 
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10637196/artigo-25-do-decreto-lei-n-2848-de-07-de-dezembro-de-1940
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/1033702/c%C3%B3digo-penal-decreto-lei-2848-40
 
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O Aberrato Ictus ocorre quando uma conduta atinge um alvo diferente do cogitado por erro na 
execução, podendo ser um acidente ou falha. 
6.5. Legítima defesa em excesso: 
 
Assim como rege o art. 23, em todas as causas excludentes de ilicitude, deve haver um limite 
legal, sem exceder o direito. Caso o agente supere os limites amparados pela lei, responderá 
pelas lesões provocadas, sejam culposas ou dolosas. 
7. CONCLUSÃO 
 
Portanto, neste acontecimento era verdadeiro que no intervalo que os exploradores 
permanceram na caverna, naqueles dias de terror, um dentre eles teria de morrer em prol dos 
outro. 
Pórem, a incerteza que esvoaçava-se sob a conciência de todos era quem seria mátire, a todo 
instante aqueles homens angustiados em algum momento poderia em um surto explicável ceifar 
a vida de outrem, ou até mesmo em um pensamento racional, unir forças contra um, mas em 
seus pensamentos estavam certos que um teria que morrer. 
Consequentemente, aspectos iminentes de uma injusta agressão ficava cada vez mais evidente 
contra um deles. A valorização da vida torna o indivíduo atentocom o risco da morte, fazendo 
com que sua vida seja seu único bem naquele instante o mais precioso. 
Diante disso a propositura do assassinado procedeu diretamente naquele que sugeriu um acordo, 
o sorteio, tornando-o alvo de suposições, ao ínves de ser vítima executor, revelando-se dentre 
aqueles homens o que possuia maior agonia em escaper. 
Portanto, fica evidente a existência do estado de necessidade como uma excludente de ilicitude, 
provando à ausência de crime, à vista que aqueles homens utilizaram-se do único meio 
disponível para salvar suas vidas, observado o ponto egocêntrico demostrado naquele que 
propôs o acordo, causando o maior ponto de tensão vivenciados. 
Haja vista, afastado a ilicitude pelo estado de necessidade existindo a inoperância do crime, 
 
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pois encontravam –se sob ameaça dos direitos próprios ou alheios, demostrados na existência 
da situação presente e invencível, não provocados por suas vontades, bem como não poderiam 
de outro modo ter evitado. 
Observado no decurso do presente artigo, fica evidente nenhuma condulta criminosa 
praticado pelos querelantes, pois a luz do ordenamento jurídico brasileiro, se faz necessário 
um conjunto de elementos para constituir o crime. 
Todavia apresentada as fases do crime bem como as excludentes de ilicitudes, indagados seus 
conceitos e requisitos, afastando do caso concreto quaisquer elementos incriminadores, 
avalia-se portanto ausência do crime. 
Como vimos, a situação era complexa. Fome, medo da morte, incerteza com relação ao resgate 
aliada a pressão psicológica gerou aos querelantes uma circustância adversa que sem dúvida 
nenhuma colocados a prova por tudo que passaram, gerou diversos ciclos de incertezas, no 
entanto, observou-se a utilização do único meio disponível naquele momento para ceifar a vida 
em prol de uma degradação de condões, para que a pluralidade de indivíduos resistisse, estando 
amplamente amparados pela lei suas condultas, dentro de uma excludente de ilicitude o que se 
entende por “ estado de necessidade” 
Ressalta- se ainda quer, o sacrifício da vítima só veio acontecer após um período de 21 dias 
totalmente sem alimentos, sendo assim, a única maneira de continuarem vivos foi comendo a 
carne de um deles. Portanto não havia outra maneira para que os exploradores podessem 
sobreviver por mais tempo não tendo eles outra alternativa, pois havia o risco de morte por 
desidratação, a única maneira foi sacrificar um de seus amigos para que sobrevivessem. 
Sendo assim, destaca-se que são sobreviventes por tudo que passaram, e por não terem cometido 
crime algum devem ser inocentados. 
8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
 
O caso dos exploradores de cavernas. Lon L. Fuller, professor “Jusrisprudence” da Harvard 
Law Sscool, ano de edição 1993. 
PINHEIRO, CARLA Manual de Piscologia Jurídica 4° EDIÇÃO 44p. 
 
21 
 
 
 
 
GOMES,MEJÍA-1966 
 
BRASIL. Código Penal (1940). Código Penal Brasileiro - DE 7 DE DEZEMBRO DE 1940). 
Brasília: Senado, 1940. 
 
BRASIL. Código Penal (1940). Lei de introdução do código Penal (Lei n° 3.914/41) DE 7 DE 
DEZEMBRO DE 1940). Brasília: Senado, 1940. 
https://ambitojuridico.com.br/cadernos/direito-penal/a-legitima-defesa-no-direito-brasileiro. 
https://ambitojuridico.com.br/cadernos/direito-penal/as-principais-especies-de-legitima-
defesa-no-codigo-penal-brasileiro/ 
 
 
 
https://ambitojuridico.com.br/cadernos/direito-penal/a-legitima-defesa-no-direito-brasileiro/#:~:text=S%C3%A3o%20os%20requisitos%20da%20leg%C3%ADtima,%3B%20e%20d)%20o%20elemento%20subjetivo
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https://ambitojuridico.com.br/cadernos/direito-penal/as-principais-especies-de-legitima-defesa-no-codigo-penal-brasileiro/

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