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* TUBERCULOSE Profª: Jane Santos TUBERCULOSE * * * Tuberculose ▪ Agente etiológico: Mycobacterium tuberculosis. Uma das doenças mais antigas e conhecidas que acometem os seres humanos. Doença infecciosa grave, com alta taxa de mortalidade, se não tratada adequadamente. Notificação obrigatória. Em geral afeta os pulmões, mas pode acometer outros órgãos em até um terço dos casos. ▪ Estima-se que um terço da população mundial infectada pelo bacilo da tuberculose (5% doença ativa). * Países Desenvolvidos: Infectados ---------> 382.000.000 (21%) Casos novos ------> 470.000 / ano (5%) Incidência ----------> 23 / 100.000 / ano Mortalidade --------> 2 / 100.000 / ano Óbitos ---------------> 40.000 / ano (1,3%) Países em Desenvolvimento: Infectados -------> 1.328.000.000 (79%) Casos novos -------> 7.530.000 / ano (95%) Incidência -------> 171 / 100.000 / ano Mortalidade --------> 60 / 100.000 / ano Óbitos ----------------> 2.960.000 / ano (98,7%) Tuberculose: um grande problema social * O Brasil ocupa a 19ª posição em registros de casos de tuberculose. Considerada a quarta causa de morte por doenças infecciosas e a primeira em pacientes com AIDS no Brasil. Estima-se que 40% dos indivíduos infectados por HIV são coinfectados por M. tuberculosis. No Rio de Janeiro, a incidência de casos de tuberculose é de 70,8/100.000 e a taxa de mortalidade é duas vezes maior que a nacional. Tuberculose * Fatores associados à Tuberculose * Aumento da pobreza Fatores de re-emergência da TB * * Reservatório Principal: homem, porém pode acometer bovino, outros mamíferos, aves. * A transmissão da TB: aerógena * Transmissão Pessoa a pessoa – pelo ar: gotículas pela fala, espirro, tosse. Partículas mais pesadas se depositam rapidamente no solo. Somente núcleos secos das gotículas (Núcleo Wells) com diâmetro de até 5 micra com 1 a 2 bacilos chegam aos bronquíolos e alvéolos. Depende da intensidade o contato: proximidade, continuidade, ambiente desfavorável. Bacilífero Fonte de infecção 10 a 15 pessoas em média durante 1 ano * Período de Transmissibilidade Plena enquanto o doente estiver eliminando bacilos, sem tratamento. Com tratamento, é reduzida gradativamente, até a terceira semana após o início. Crianças, com TB pulmonar, geralmente não são infectantes. * Período de Incubação Após a infecção, em média 4 a 12 semanas para detecção das lesões primárias pulmonares. A maioria dos casos novos pulmonares ocorrem em torno de 12 meses após a infecção inicial. * Suscetibilidade Infecção no Brasil ocorre em qualquer idade, geralmente na infância. Nem todos os expostos se tornam infectados. Infecção tuberculosa sem doença = bacilos presentes com sistema imune mantendo-os sob controle. Nos infectados maior probabilidade de adoecer: HIV+, desnutrição, diabetes, usuários de drogas, doenças imunossupressoras * Período de Infecção 1 a 2 bacilos 15 dias: + de 105 2 a 3 semanas: o organismo normal reconhece a invasão e a luta começa. Distribuição linfohematogênica: “benigna”: bacilos latentes ou destruídos. No pulmão: no local da inoculação, foco pequeno, 1 a 2 mm, esbranquiçado – pode ser visto no RX. * Elementos para o diagnóstico da tuberculose pulmonar História Clínica - Contato com pessoa com tuberculose - Sintomas e sinais sugestivos: Tosse e escarro por mais de 4 semanas Emagrecimento Febre vespertina e sudorese noturna * Quadro clínico Quando a doença atinge os pulmões: pode apresentar dor torácica tosse produtiva, com escarro com ou sem sangue Tosse com mais de 3 semanas = Sintomático Respiratório. * Sintomático Respiratório 1 % da população = Sintomático Respiratório 2 amostras de escarro pesquisa de BAAR 1.ª no momento da suspeita 2.ª dia seguinte em jejum 4% dos Sintomáticos Respiratórios: BK+ 1ml escarro = 5000 bacilos 98,4 % BK+: 15 anos e mais 1,6 % BK+: menores de 15 anos * História Clínica - História de tratamento anterior para tuberculose - Presença de fatores de risco para o desenvolvimento de TB Diabetes Mellitus Infecção pelo HIV Neoplasias Etilismo Elementos para o diagnóstico da tuberculose pulmonar * Radiografia de Tórax * Prova Tuberculínica (PPD) ▪Teste intradérmico utilizado para a avaliação do status imunológico do hospedeiro contra o M. tuberculosis ▪ Se positivo, pode indicar infecção prévia, não sendo capaz de distinguir o indivíduo infectado do doente Indicações: Avaliação de resposta à vacinação por BCG Triagem de contactantes com TB pulmonar ativa ▪ Resultados falso - negativos Infecções e vacinações com vírus vivos Alterações metabólicas e uso de drogas Estresse Idade * Prova Tuberculínica (PPD) Resultados - 0 – 4 mm: Não reator - 5 – 9 mm: Reator fraco - ≥ 10 mm: Reator forte Infectados e BCG recente Não infectados e anérgicos Infectados por BK, atípicas, BCG ▪ Pacientes HIV+, inicialmente não reatores, deverão ter sua prova tuberculínica repetida, após melhora clínica com o uso de anti - retrovirais * Baciloscopia ▪ É a pesquisa de bacilos álcool-ácido resistentes (BAAR) em esfregaços de amostras Escarro Lavados brônquico e bronco – alveolar Urina e outros líquidos Secreções ganglionares ▪ Identifica a maioria dos casos bacilíferos ▪ Permite avaliar sucesso ou falência do tratamento ▪ Execução rápida, fácil e de baixo custo Lavado gástrico Indução de escarro por nebulização A baciloscopia é OBRIGATÓRIA na tuberculose pulmonar porque identifica a maioria dos casos bacilíferos, que são as fontes mais importantes de transmissão da doença. * Cultura ▪ Método bacteriológico mais sensível para o diagnóstico de TB pulmonar e extrapulmonar ▪ Permite identificação da espécie e realização de testes de sensibilidade (20-28 dias) ▪ Indicações: Casos pulmonares suspeitos, negativos à baciloscopia Formas paucibacilares extrapulmonares Espécime de paciente soropositivo para o HIV/AIDS Todos os casos de retratamento após falência ao esquema RHZ, ou recidiva ou reinício após abandono Suspeita de resistência às drogas Suspeita de micobacteriose não tuberculosa * Cultura ▪ Meio de cultura: Lowestein– jensen Crescimento: M. tuberculosis, em torno do 28º dia de incubação ▪ Indicações dos testes de sensibilidade: Falência de tratamento Retratamento Suspeita de resistência primária Contato com paciente resistente * A quimioterapia reduz a mortalidade, o período de transmissibilidade e pode ser usada para prevenir que pessoas infectadas evoluam até a doença. Existem três regras básicas em relação ao tratamento: Associar pelo menos três medicamentos; Tempo prolongado de tratamento; Regularidade na tomada da medicação. Tratamento * Tratamento Antes da Antibioticoterapia A partir de 1880: reconhecimento que a doença era contagiosa Pessoas eram encaminhadas para sanatórios (isolamento) 75% morriam em 5 anos (dados de 1908) 1946: estreptomicina Vítimas famosas: Álvares de Azevedo, Manuel Bandeira, Noel Rosa, Castro Alves, José de Alencar, D. Pedro I, etc. * Princípios gerais do tratamento da Tuberculose 1 - 2 - 3 - * ESQUEMA I (Básico) – 2RHZ / 4RH Indicado nos Casos Novos de Todas as Formas de Tuberculose Pulmonar e Extrapulmonar Peso do paciente Rifampicina = R – Isoniazida = H – Pirazinamida = Z – Etambutol = E Estreptomicina = S – Etionamida = Et * ESQUEMA II – 2RHZ / 7RH Indicado para a Forma Meningoencefálica da Tuberculose Peso do pacienteRifampicina = R – Isoniazida = H – Pirazinamida = Z – Etambutol = E Estreptomicina = S – Etionamida = Et * ESQUEMA I REFORÇADO (Esquema – IR) – 2RHZE / 4RHE Indicado nos Casos de Recidiva Após Cura ou Retorno Após Abandono do E-I Peso do paciente Rifampicina = R – Isoniazida = H – Pirazinamida = Z – Etambutol = E Estreptomicina = S – Etionamida = Et * ESQUEMA III – 3SZEEt / 9EEt Indicado nos Casos de Falência de Tratamento dos Esquemas I e IR Peso do paciente Rifampicina = R – Isoniazida = H – Pirazinamida = Z – Etambutol = E Estreptomicina = S – Etionamida = Et * Multirresistência Resistência à R + H Resistência à R + H + outra droga usual Relacionada ao abandono do tratamento O contato prévio com drogas antituberculose é a variável clínica mais associada à TB multirresistente na maior parte dos estudos * Profilaxia - Tuberculose ▪ Vacina BCG – Bacilo de Calmette e Guerin Cepas atenuadas de M. bovis, utilizada pela 1ª vez em 1921. Dose única: recém – nascidos acima de 2 Kg * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * *
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