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RESUMO - Direito Civil (Reais) – Prof. Kátia Rovaris - 1ºBI

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Resumo Reais – 1º Bimestre
A característica básica do direito real é o fato de o titular sempre exercê-lo diretamente sem a necessidade de socorrer-se de qualquer intermediário.
O proprietário, titular máximo do direito real, o exerce utilizando a coisa sem que precise da intervenção de qualquer intermediário. Assim, sendo dono do automóvel, não preciso de autorização de ninguém para utilizá-lo.
O direito real adere a coisa como a lepra adere ao corpo...
No direito pessoal, isso não ocorre, já que o seu titular sempre depende de outra pessoa (no caso, o devedor) para exercitar o seu direito. Exerço através de uma pessoa, só tenho um credor.
O titular do direito real tem o direito de reivindicar a coisa onde quer que ela se encontre, independente de quem seja o devedor – artigo 1.228 do CC.
Direito de sequela: é o direito que o titular do direito real tem de seguir a coisa em poder de todo e qualquer detentor ou possuidor. A inerência do direito ao seu objeto é tão substancial que o sujeito pode persegui-lo seja qual for a pessoa que o detenha.
Resumo: o Direito Real é exercido sem a interferência de terceiros, mas esse direito precisa ser observado por terceiros, de todos posso exigir uma abstenção, oponho erga omnes. A partir do momento que alguém ofende meu direito de propriedade, inegavelmente essa pessoa responde por qualquer pratica de ato ilícito, a ofensa a um direto real faz surgir um direito obrigacional – direito de sequela (o direito de reaver a coisa na mão de quem quer que a detenha ou possua – artigo 1228).
Pro direito penal coisas irrelevante – bagatela, mas no direito civil não existe isso, posso pleitear a coisa independente de valor.
Tutela Jurisdicional – sansão no patrimônio
Princípios do Direito Real
Princípio do Absolutismo: Os direitos reais se exercem erga omnes, contra todos. Fazendo surgir o direito de sequela, bem como o direito de preferência.
O direito de preferência consiste no privilégio de obter o pagamento de uma dívida com o valor do bem aplicado exclusivamente à sua satisfação. Ou seja, no caso de inadimplemento, o credor tem o direito de se satisfazer sobre o valor desse bem, afastando outros credores que tenham apenas direito pessoal contra o devedor. A coisa é dada em garantia.
Princípio da Publicidade ou da Visibilidade: 
Os direitos reais precisam necessariamente ser de conhecimento de todos, só com essa conhecimento posso imputar meu direito face aos outros.
Artigo 1.227 - Direito real sobre bem imóvel só se adquire com registro no Cartório de Registro de Imóveis (art. 1.227) [1: Art. 1.227. Os direitos reais sobre imóveis constituídos, ou transmitidos por atos entre vivos, só se adquirem com o registro no Cartório de Registro de Imóveis dos referidos títulos (arts. 1.245 a 1.247), salvo os casos expressos neste Código.]
Já a aquisição dos bens móveis se consuma pela tradição, entrega da coisa – é proprietário aquele que tem a posse da coisa. (arts. 1.226 e 1.267)[2: Art. 1.226. Os direitos reais sobre coisas móveis, quando constituídos, ou transmitidos por atos entre vivos, só se adquirem com a tradição.][3: Art. 1.267. A propriedade das coisas não se transfere pelos negócios jurídicos antes da tradição.]
Princípio da Determinabilidade da Coisa: Nos direitos reais a coisa é sempre determinada. O objeto é este. 
Validade do negócio jurídico – coisa determinada (aquilo que é presente, especificado) ou determinável (algo que é definido somente no futuro, ex.: safra de soja de 2018, sei que é 100% da safra, mas não sei necessariamente a quantidade)
*Já nos direitos pessoais, a coisa, é a prestação do devedor, que pode ser determinada ou determinável .
Principio da Taxatividade ou Numerus Clausus: São direitos reais somente aqueles previstos em lei - art. 1.225[4: Art. 1.225. São direitos reais: I - a propriedade; II - a superfície; III - as servidões; IV - o usufruto; V - o uso; VI - a habitação; VII - o direito do promitente comprador do imóvel; VIII - o penhor; IX - a hipoteca; X - a anticrese. XI - a concessão de uso especial para fins de moradia;        XII - a concessão de direito real de uso.      ]
Art. 1.225. 
São direitos reais: I - a propriedade; II - a superfície; III - as servidões; IV - o usufruto; V - o uso; VI - a habitação; VII - o direito do promitente comprador do imóvel; VIII - o penhor; IX - a hipoteca; X - a anticrese. XI - a concessão de uso especial para fins de moradia;  XII - a concessão de direito real de uso.
O fato de se defender que os direitos reais são nunerus clausus não quer dizer que só os direitos reais que estejam previstos no Código Civil são aqueles considerados válidos. Podem existir direitos reais previstos nas diversas legislações esparsas, os quais terão a mesma validade.
Contrato típico – contrato não regulamentado em lei
Contrato atípico – não tem previsão legal
O direito real não pode ser atípico, não posso simplesmente criar algo e opor face a todos os homens. Só são direitos reais aqueles previstos na lei.
Princípio da Perpetuidade: Ao contrário das relações que se extinguem com a prestação, ou seja, com o cumprimento da obrigação, o direito de propriedade não se extingue, ele prolonga no tempo. no direito real o titular tem o direito de gozo permanente porque este tende à perpetuidade, no direito pessoal o direito é eminentemente transitório, nasce para ser extinto. Nos direitos pessoais estes se extinguem quando a obrigação correlata é extinta.
Princípio do Desmembramento: Os direitos reais podem ser desmembrados, isto é, podem ser transferidos a terceiros, limitando a própria propriedade e sendo, ao mesmo tempo, por ela limitados.
Obrigações Mistas: apresenta características de Direito das Coisas (Direito Real) e de Direito das Obrigações (Direito Pessoal).
Obrigação Propter Rem: É uma obrigação hibrida – direito pessoal + direito real
Obrigação própria da coisa – responde por essa obrigação aquele que aparece como proprietário do bem, eu me atrelo a uma obrigação pela qual devo uma obrigação – ex.: condomínio, iptu. 
A obrigação propter rem nasce com a coisa, é aquela em que o devedor, por ser titular de um direito sobre uma coisa, fica sujeito a determinada prestação que, por conseguinte, não derivou da manifestação expressa ou tácita de sua vontade. O que o faz devedor é a circunstância de ser titular do direito real, e tanto isso é verdade que ele se libera da obrigação se renunciar a esse direito. A obrigação propter rem passa a existir quando o titular do direito real é obrigado, devido à sua condição, a satisfazer certa prestação. Tal obrigação só existe em razão da detenção ou da propriedade da coisa
Só e obrigação propter rem aquela que a lei diz que é, se a lei não fala, não pode ser. Água e luz não é obrigação propter rem 
Exemplo : reserva legal – direito de reestabelecer
Multa de trânsito própria da coisa – responde o proprietário do veículo
Ônus Real: São obrigações que limitam a fruição e a disposição da propriedade, obrigações e realizar periodicamente, ou reiteradamente, uma prestação, que recaem sobre um devedor, mas foram vinculadas a coisa que servirá de garantia ao seu cumprimento.
Exemplo: Constituição e Renda – artigo 803 - é um contrato, alguém se compromete a pagar uma renda por um determinado período ou ate mesmo vitalício, face a uma promessa de outrem.
 Firmo uma promessa, disponho de algo ou de um bem face a terceiro com a condições de que este terceiro satisfaça o pagamento de uma renda mensal.
Atrelo um bem a essa renda, os bens que o negocio apresenta ficam como garantia de satisfação da obrigação. O dono pode vender esse imóvel que está atrelado a tal obrigação, o atual proprietário não se torna devedor, mas o bem dele responde pela satisfação da obrigação.
Obrigação com Eficácia Real: A obrigação terá eficácia real quando, sem perder seu caráter de direito a uma prestação, se transmite e é oponível a terceiro que adquira direito sobre determinado bem. Exemplo – artigo 576CC (Se o contrato de locação estiver registrado e constar cláusula de vigência do mesmo o adquirente deverá respeitar a vigência do contrato, ficando o devedor garantido em relação à pactuação inicial).
Exemplo:
 Contrato de locação é um contrato de direito pessoal, encontro de vontades, mediante este, entabulo um contrato com outra pessoa, estamos os atrelados às obrigações existentes neste. Posso estender esta obrigação aos terceiros?? A priori só gera efeito para as partes, sendo uma obrigação pessoal pura.
Se quero alçar essa obrigação a terceiros preciso transformá-la numa obrigação mista, obrigação com eficácia real, se registro o contrato no registro de imóveis dou a publicidade necessária para que terceiros respeitem essa vontade.
Opto por vender o imóvel com o locatário ainda na casa: 
Direito de preferencia – locatário tem a preferência em igualdade de condições na aquisição caso o locador queira vender o imóvel (se a outra parte tem proposta melhor o locatário perde o direito de preferencia). Contrato de locação é direito pessoal, vincula as partes.
Se o locador vender para outro que não seja o locatário só existe o direito de preferencia se houver publicidade, se o contrato de aluguel constar na matricula do imóvel. Para se obrigação pessoal com eficácia real é preciso publicidade.
Prazo de vigência de contratos: o locatário pode devolver o bem mediante pagamento de multa. O locador pode vender o bem, sendo que o terceiro não precisa observar o contrato de locação, eis que esse é somente um contrato de direito pessoal, que vigora entre as partes.
Cessão de contrato – 90 dias, o atual dono do imóvel pode denunciar a locação do imóvel e não reconhece-la, caso não denuncie em 90 dias pode-se entender por uma cessão de contrato, e a locação passa a valer para o atual dono.
Publicidade – Certidão de ônus no registro do imóvel – clausula contendo o contrato de locação, o comprador precisa observar esse contrato, pois a publicidade faz om que o contrato torne-se uma obrigação com eficácia real. Caso não haja essa publicidade o contrato continua apenas pessoal, sendo assim, não se estende a terceiros. 
Locador: Proprietário que está cedendo o imóvel para a locação. Locatário: Pessoa que está tomando o imóvel a título de locação. Fiador: Pessoa, bem ou organização dado como garantia em nome do locatário para pagamento das despesas do contrato caso elas não sejam feitas pelo locatário.
Posse
Posse é uma questão de fato, não é um direito real, mas somente uma questão de fato que implica (faz surgir) em direitos. 
Teoria Subejtivista da Posse – Saviny 
Separa a posse em dois momentos, para posse se faz necessário preencher dois pressupostos:
1º Corpus – A apreensão física da coisa, para que eu tenha a posse preciso inicialmente ter a apreensão física da coisa.
2º Animus Dominis – intenção de ser dono.
Pela teoria do Saviny é difícil encontrar quem tem a posse.
Teoria Objetiva – Ihering 
1º Corpus – dar a devida e adequada destinação econômica a coisa, se uso a coisa dou a devida destinação econômica a coisa. Tenho a posse mesmo que a coisa não esteja comigo. 
2º Aprection Tenendi – a análise do Iering é objetiva, não importa o que o sujeito quer, mas sim como o sujeito se relaciona com a coisa, é agir como o dono age, e não necessariamente querer ser dono.
O artigo 1196 do CC – se filia a teoria objetiva do Ihering – posse para o direito civil nada mais é do que visibilidade do domínio.
Art. 1.196. Considera-se possuidor todo aquele que tem de fato o exercício, pleno ou não, de algum dos poderes inerentes à propriedade.
 Eu não preciso de apreensão física, basta que eu de destinação econômica a coisa. Desse modo agindo como dono age, usando, gozando e dispondo, e possivelmente tendo a possibilidade de reaver a coisa na mão de quem quer que esteja.
POSSE – Teoria Adotada pelo CC/2002
Art. 1.196. Considera-se possuidor todo aquele que tem de fato o exercício, pleno ou não, de algum dos poderes inerentes à propriedade.
No caso da atual legislação civil brasileira, o Código Civil de 2002 filiou-se à teoria objetiva de Ihering. Assim, a posse, em nosso direito positivo, não exige a intenção de dono e nem reclama o poder físico sobre a coisa. Posse é vista como a relação de fato entre a pessoa e a coisa, tendo em vista a utilização econômica desta. É a exteriorização da conduta de quem procede como normalmente age o dono. É a VISIBILIDADE DO DOMÍNIO. 
Assim, sempre que haja o exercício dos poderes de fato, inerentes à propriedade, existe a posse, a não ser que alguma norma diga que esse exercício configura detenção. 
Detenção nos termos do art. 1.198, é aquele estado de fato pelo qual o sujeito detém a coisa em nome de outra pessoa, conservando a coisa em nome deste e a utilizando conforme as suas instruções.
A detenção é exercida pelos chamados servidores da posse, os quais detém temporariamente a coisa em nome de outrem.
Exemplo – Os caseiros, motoristas particular que cuidam do veiculo, bibliotecários. 
O detentor distingue-se do possuidor, pois este não tem direito a utilizar-se dos interditos possessórios (ações judiciais que o possuidor deve utilizar quando se sentir ameaçado ou ofendido no exercício de seu direito. É forma de defesa indireta da posse. São três os interditos possessórios: Ação de Manutenção de Posse; Ação de Reintegração de Posse e Interdito Proibitório).
A detenção pode transforma-se em posse no caso do exercício em nome próprio de atos possessórios.
*O detentor pode, no interesse do possuidor, exercer a autodefesa do bem sob seu poder.
Atos de Mera permissão ou Tolerância 
Art. 1.208. Não induzem posse os atos de mera permissão ou tolerância assim como não autorizam a sua aquisição os atos violentos, ou clandestinos, senão depois de cessar a violência ou a clandestinidade.
Não induzem posse, também, os atos de mera permissão ou tolerância (art. 1.208): os primeiros, porque resultam de uma concessão do dominus, por isso mesmo revogável ao seu nuto; os segundos, porque representam uma condescendência ou indulgência, pelos quais nenhum direito é na realidade cedido.
Atos Violentos ou Clandestinos
Art. 1.208. Não induzem posse os atos de mera permissão ou tolerância assim como não autorizam a sua aquisição os atos violentos, ou clandestinos, senão depois de cessar a violência ou a clandestinidade.
Natureza Jurídica da Posse: Posse é fato e direito. Considerando em si mesmo é fato, mas pelos efeitos que produz é direito. Não é real pois tem rol taxativo, não é pessoal pois é oponível erga omnes. Existe como um todo unitário, é sempre um poder de fato, que corresponde ao exercício de uma das faculdades inerentes ao domínio.
Classificação da Posse
Posse Direta e Indireta: posse é a visibilidade do domínio, traduz-se numa conduta externa do individuo em relação à coisa, numa aparência de comportamento como se fosse o proprietário. 	Pode ser repassada a terceiros para que seja dela retirada o seu proveito econômico. 
A posse direta é a posse daquele que a exerce diretamente sobre a coisa, exercendo os poderes do proprietário, sem nenhum obstáculo, tendo, pois, o contato físico com a coisa. 
Já a posse indireta é a do possuidor que entrega a coisa a outrem, em virtude de uma relação jurídica existente entre eles, como no caso de contrato de locação, deposito, comodato e tutela, quando couber ao tutor guardar os bens do tutelado. Nesta, portanto, não há contato físico do possuidor com a coisa.
Artigo 1.197 - A posse direta, de pessoa que tem a coisa em seu poder, temporariamente, em virtude de direito pessoal, ou real, não anula a indireta, de quem aquela foi havida, podendo o possuidor direto defender a sua posse contra o indireto.
Posse Exclusiva: Uma única pessoa exerce a posse. Mesmo que haja desdobramento em direta e indireta, continuará sendo exclusiva.
Composse: Vários compossuidores tem sobre a mesma coisa posse direta e indireta.
Art. 1.199 - Se duas ou maispessoas possuírem coisa indivisa, poderá cada uma exercer sobre ela atos possessórios, contanto que não excluam os dos outros compossuidores.
Composse pro divisio quando os compossuidores estabelecem a divisão de fato sobre a coisa, para que o direito de cada um, seja utilizado pacificamente, ou seja, a posse é exercida numa parte definida do bem.
Composse pro indivisio haverá composse pro indiviso se todos exercerem, ao mesmo tempo e sobre toda a coisa, os poderes de fato, utilizando-a ou explorando-a.
Posse Paralela: Sobreposição de posses, divididas em direta e indireta.
Posse Justa: o proprietário tem a posse do bem, a posse se da de acordo com a lei. Exemplo: contrato de locação – posse direta com o locatário. A posse é justa, pois decorre e um contrato de locação que esta de acordo com a lei.
 Art. 1.200 - É justa a posse que não for violenta, clandestina ou precária.
Posse violenta – Se adquire por um ato de força. Ex.: roubo - subtração de um bem. 
Posse clandestina – Se adquire por via de um processo de ocultamento. Contrapõe-se a que é tomada de forma pública e aberta. Perante as demais pessoas, essa posse pode vir a produzir efeitos normais. Ex.: furto de um bem.
Posse precária – apropriação indébita, adquirida com abuso de confiança. O sujeito primeiramente tinha uma posse justa, recebe a coisa com a obrigação de restituir, ele se aproveita da situação a torna a posse injusta (ex: não devolver a coisa quando solicitado)
Posse Injusta: aquela adquirida por meio do uso da força ou ameaça (violência), ardil (clandestinidade) ou abuso da confiança (precariedade).
Esbulho a céu aberto: também terá praticado esbulho (o sujeito não usa de violência, da clandestinidade ou da precariedade, ocorre quando o sujeito entra durante o dia, quando todo mundo esta vendo e passo a fazer uso da coisa).
Cessação da violência e da Clandestinidade
Artigo 1.208 - Não induzem posse os atos de mera permissão ou tolerância assim como não autorizam a sua aquisição os atos violentos, ou clandestinos, senão depois de cessar a violência ou a clandestinidade.
Art. 1.224. Só se considera perdida a posse para quem não presenciou o esbulho, quando, tendo notícia dele, se abstém de retornar a coisa, ou, tentando recuperá-la, é violentamente repelido.
Se você não sabe que o esbulho não ocorreu, ou sabe, mas não tem como recuperar a coisa, é inegável que isso não pode te prejudicar. Ex.: roubo de carro e não sei quem roubou. Não perco a posse, pois não posso propor a demanda eis que não tenho os dados do assaltante. Nessa situação aquele que roubou tem a mera detenção. A partir do momento que sei onde esta a coisa, a posse passa de detenção a posse injusta, se não faço nada, passados 5 anos a posse se da por usucapião. 
*Detenção é a posse adquirida clandestinamente.
Só considera perdida a posse no momento que não tenho conhecimento, quando tomo conhecimento de onde esta a cosia e nada faço, o outro (que cometeu o esbulho) que antes tinha mera detenção da coisa passa a ter posse injusta.
Quando tomo ciência de que o outro se apropriou de algo meu, devo fazer algo, seja a autotutela (retomar pela própria força) ou suscitar a reintegração de posse. Caso não o faça o sujeito que roubou o bem pode com o decorrer do tempo adquiri-lo mediante usucapião.
Conversão da Posse Injusta em Justa
Uma posse injusta pode se tornar uma posse justa. Nada impede que uma posse inicialmente injusta venha a tornar-se justa, mediante a interferência de uma causa diversa, como seria o caso de quem tomou pela violência comprar do esbulhado, ou de quem possui clandestinamente herdar do desapossado (exemplo, filha que furta joia da mãe, mas a adquire por herança) – Ex.: furtei algo, com o decorrer do tempo me arrependi e fui ao proprietário solicitar que esse me vendesse a coisa, o ex-proprietário aceitou, dessa forma adquiro a propriedade da coisa e ele passa de posse injusta a posse justa.
Caráter Relativo da Posse Injusta – Os vícios da posse assumem caráter relativo, ou seja, só podem ser alegados pelo possuidor agredido em face do agressor, não produz portanto efeitos erga omnes. Desse modo, impõe-se aos terceiros o respeito à posse do esbulhador, ao qual será concedida a tutela possessória, mesmo que esta tenha sido adquirida de forma injusta.
Transmissão da Posse Viciada: Nos termos do art. 1.203 do Código Civil a posse transmite-se com todos os seus atributos positivos e negativos. Nesse sentido, salvo prova em contrário, entende-se manter a posse o mesmo caráter com que foi adquirida. Desse modo, a posse adquirida de maneira violenta, clandestina ou precária, manterá, em regra, estas mesmas características, salvo prova em contrário.
Posse de Boa e de Má Fé: 
Art. 1.201 - É de boa-fé a posse, se o possuidor ignora o vício, ou o obstáculo que impede a aquisição da coisa.
Considera-se de má-fé aquele que possui na consciência da ilegitimidade de seu direito e, de boa-fé, aquele que tem convicção de proceder na conformidade das normas. Para que alguém seja possuidor de um bem, preciso é que esteja convencido de que, possuindo-o, a ninguém prejudica. Será considerado então possuidor de má-fé aquele indivíduo que tem a consciência do obstáculo ou da existência de vício na aquisição da coisa.
Art. 1.202 - A posse de boa-fé só perde este caráter no caso e desde o momento em que as circunstâncias façam presumir que o possuidor não ignora que possui indevidamente.
Posse Com Título Justo:
Art. 1.201 - É de boa-fé a posse, se o possuidor ignora o vício, ou o obstáculo que impede a aquisição da coisa. 
Parágrafo único. O possuidor com justo título tem por si a presunção de boa-fé, salvo prova em contrário, ou quando a lei expressamente não admite esta presunção.
O justo título para a posse demanda apenas um título que aparenta ao possuidor que a causa de sua posse é legitima, como contrato de locação e cessão de direitos possessórios. Em suma, posso ter posse de boa-fé sem justo título, mas tendo justo título há uma presunção relativa de boa-fé.
Posse Nova e Posse Velha:
Posse nova é a de menos de ano e dia 
Posse velha é ano e dia ou mais
Art. 1.211 CC - Quando mais de uma pessoa se disser possuidora, manter-se-á provisoriamente a que tiver a coisa, se não estiver manifesto que a obteve de alguma das outras por modo vicioso.
CPC:
Art. 558 - Regem o procedimento de manutenção e de reintegração de posse as normas da Seção II deste Capítulo quando a ação for proposta dentro de ano e dia da turbação ou do esbulho afirmado na petição inicial. 
Parágrafo único. Passado o prazo referido no caput, será comum o procedimento, não perdendo, contudo, o caráter possessório.
Art. 562 - Estando a petição inicial devidamente instruída, o juiz deferirá, sem ouvir o réu, a expedição do mandado liminar de manutenção ou de reintegração, caso contrário, determinará que o autor justifique previamente o alegado, citando-se o réu para comparecer à audiência que for designada.
Posse Natural e Posse Civil ou Jurídica: 
Posse Natural exercício de poderes de fato sobre a coisa.
Posse Civil ou jurídica é a que se transmite ou adquire mediante título, como por exemplo, na tradição ficta.
Posse Ad Indirecta e Ad Usucapionem
Posse Ad Interdicta: Para ela existir basta que o possuidor demonstre os elementos essenciais da posse, corpus e animus, e a moléstia, mas não conduz a usucapião, como no caso do locatário.
Posse Ad Usucapionem: posse que autoriza a aquisição do bem por usucapião. Aqui será necessário o preenchimento de vários requisitos além dos elementos essenciais à posse: boa-fé; decurso do tempo suficiente à aquisição; posse mansa e pacífica; que se funde em justo título, salvo no caso de usucapião extraordinário; que seja como animus domini, tendo o possuidor a coisa como sua.
Modo de Aquisição da Posse
Art. 1.204 - Adquire-se a posse desde o momento em que se torna possível o exercício, em nome próprio, de qualquer dos poderes inerentes à propriedade. (Usar, gozar, dispor e reaver).
Aquisição Originária:estado de fato da pessoa em relação à coisa, oriundo de assenhoreamento autônomo, sem a participação de um ato de vontade de outro possuidor antecedente. Tenho um ato de apreensão, quando tomo a coisa pra mim quando esta coisa nunca teve dono ou quando a coisa teve abandono.
A posse adquire-se, originalmente, pela apreensão da coisa ou pelo exercício do direito. 
Apreensão da coisa – apropriação unilateral da coisa “sem dono”, que tiver sido abandonada (lixo), ou quando não for de ninguém (uma pedra, um peixe).
Art. 1.208 - Não induzem posse os atos de mera permissão ou tolerância assim como não autorizam a sua aquisição os atos violentos, ou clandestinos, senão depois de cessar a violência ou a clandestinidade.
Art. 1.224 - Só se considera perdida a posse para quem não presenciou o esbulho, quando, tendo notícia dele, se abstém de retornar a coisa, ou, tentando recuperá-la, é violentamente repelido.
Exercício de um Direito – pelo exercício de um direito, adquire-se a posse dos direitos reais sobre as coisas alheias, Ex.: servidão..
Art. 1.379 - O exercício incontestado e contínuo de uma servidão aparente, por dez anos, nos termos do art. 1.242, autoriza o interessado a registrá-la em seu nome no Registro de Imóveis, valendo-lhe como título a sentença que julgar consumado a usucapião.
Parágrafo único. Se o possuidor não tiver título, o prazo da usucapião será de vinte anos.
Aquisição Derivada: Quando uma pessoa recebe a posse de alguém. forma de aquisição da coisa que pressupõe a existência de uma posse anterior e, consequentemente, a transmissão desta posse ao adquirente. A validade e eficácia do direito do novo titular dependem, em regra, da validade e da eficácia do direito do precedente titular, pois ninguém transfere mais direito do que tem. 
Posse transmitida por meio da tradição, a tradição pode ser real, simbólica ou ficta.
Tradição Real consiste na efetiva entrega ou entrega material da coisa ao adquirente que a recebe e apreende.
Tradição Simbólica se diz da tradição que se não realizada pela entrega e apreensão material da coisa, porém mediante a de algo que a represente, como aquela do alienante que entrega as chaves do carro ao comprador como sinal de que o está transferindo ao mesmo.
Tradição Ficta ocorre no caso do constituto possessório (cláusula contratual mediante a qual o alienante –vendedor, transmite a posse da coisa alienada ao nome do comprador, embora continue a deter o bem, exemplo, vendo a casa a outrem mas continuo a possui-la na condição de locatário).
Sucessão na Posse 
 Art. 1.203 - Salvo prova em contrário, entende-se manter a posse o mesmo caráter com que foi adquirida.
Art. 1.206 - A posse transmite-se aos herdeiros ou legatários do possuidor com os mesmos caracteres.
Art. 1.207 (só se aplica a usucapião) - O sucessor universal continua de direito a posse do seu antecessor; e ao sucessor singular é facultado unir sua posse à do antecessor, para os efeitos legais.
- Inter vivos – opera-se em geral a título singular artigo 1203 
- Causa mortis – sucessão universal x sucessão a título singular (bem individualizado) artigo 1206
**Em ambas as situações a posse mantem as mesmas características.
Acessio Possessionis: quando a posse vai da pessoa do antecessor para a pessoa do novo possuidor. Na transmissão mortis causa, passa a posse do falecido para o herdeiro com os mesmos vícios e qualidades que anteriormente possuída . Já no caso da posse a título singular (compra e venda, doação, dação em pagamento), o adquirente, recebendo embora uma posse de outrem, começa a sua como estado de fato novo. Permite-lhe a lei, entretanto, unir à sua posse a do seu antecessor se assim o quiser. A acessio possessionis a título singular é uma faculdade e não uma obrigação.
Quem Pode Adquirir a Posse? A posse pode ser adquirida pela própria pessoa (proprietário) ou por seu representante ou procurador. Também pode por terceiro sem procuração.
Perda da Posse - Sendo a posse a visibilidade da propriedade, perde-a o possuidor que não guarda a conduta, em relação à coisa, análoga a do proprietário,
Art. 1.223 - Perde-se a posse quando cessa, embora contra a vontade do possuidor, o poder sobre o bem, ao qual se refere o art. 1.196.
As hipóteses mais usuais de perda da posse são: a) perda da própria coisa; b) destruição da coisa; c) posse da coisa por outrem; d) abandono; e) tradição; f) constituto possessório e g) a coisa ter sido posta fora do comércio.
Proteção Possessória - direito conferido ao possuidor de defender a coisa contra agressões de terceiros. 
Um dos efeitos da posso é a possibilidade de protegê-la, proteção possessória, pode se dar sobre duas modalidades, através da autotutela ou através da heterotutela. A autotutela é defender a posse por mim mesma, resguardar meus direitos com as próprias mãos.
Autotutela: Defesa da posse pelo próprio ofendido, sem a necessidade de intervenção do Estado. Verificada quando ocorre a legítima defesa ou desforço imediato.
Duas formas de autotutela – Turbação que é a legitima defesa e esbulho, que no caso trata-se do desforço imediato. Na Turbação estou prestes a perder a coisa, utilizo da legitima defesa, no caso de esbulho trata-se do desforço imediato, nesse caso já perdi a posse.
A autotulela só se aplica para situação de esbulho (tomada da posse, subtração da posse) e turbação (perturbação da posse eu não chego a subtrair mas de alguma forma passo a dificultar o exercício da posse de forma plena, eu não perdi a posse, mas alguém esta agredindo, seja no sentindo de toma-la ou de não poder usufruir). Se ele for turbado pode manter-se (não permitir que a posse seja subtraída) se for esbulhado pode restitui-se da coisa. Na turbação eu me defendo, ou seja, tenho legitima defesa. No caso de esbulho tenho desforço imediato.
O ato deve ser imediato (fazer logo), e não pode ir além do indispensável a manutenção ou restituição da posse, na turbação tenho a manutenção e no esbulho a restituição.
A autotutela da posse deve ser exercida pela parte ilegítima, ou seja pelo possuidor, posso fazer sozinho ou solicitar a alguém, no dto privado posso fazer tudo que a lei não proíbe, e não há proibição nesse caso. Pode ser exercida pelo detentor, ou um terceiro pode restabelecer minha posse e eu posteriormente ratifico o ato.
Conselho da Justiça Federal na V Jornada de Direito Civil enunciado n. 493 que assim proclama: 493 - O detentor (art. 1.198 do Código Civil) pode, no interesse do possuidor, exercer a autodefesa do bem sob seu poder.
Art. 1.210 - O possuidor tem direito a ser mantido na posse em caso de turbação, restituído no de esbulho, e segurado de violência iminente, se tiver justo receio de ser molestado. 
§ 1º. O possuidor turbado, ou esbulhado, poderá manter-se ou restituir-se por sua própria força, contanto que o faça logo; os atos de defesa, ou de desforço, não podem ir além do indispensável à manutenção, ou restituição da posse.
Requisitos para a Utilização da Autotutela - Deve agir logo, ou seja, imediatamente após a agressão.
Art. 1.224 - Só se considera perdida a posse para quem não presenciou o esbulho, quando, tendo notícia dele, se abstém de retornar a coisa, ou, tentando recuperá-la, é violentamente repelido. 
495 - No desforço possessório, a expressão “contanto que o faça logo” deve ser entendida restritivamente, apenas como a reação imediata ao fato do esbulho ou da turbação, cabendo ao possuidor recorrer à via jurisdicional nas demais hipóteses.
O segundo requisito é que a reação se dê de forma moderada, limitada, ou seja, que o possuidor utilize moderadamente dos meios necessários para repelir a injusta agressão. Ultrapassado o limite da razoabilidade o possuidor fica sujeito ao pagamento de indenização pelos danos causados.
Heterotutela: Defesa da posse por intermédio da invocação protetiva do Estado, por meio de ações possessória típicas – reintegração de posse, manutenção ou interdito proibitório, ou atípicas – imissão na posse, nunciação de obra nova e embargosde terceiros. 
Jus Possessionis e o Jus Possidendi:
 O jus possidendi, literalmente o direito de possuir, é a faculdade que tem uma pessoa de utilizar o bem por já ser titular de uma situação jurídica. É o direito deferido ao indivíduo em decorrência de um título que ampara e autoriza a utilização de um bem, afirmando-se, então, que é uma posse causal, que tem como raiz uma causa, o título. Enquadram-se nessa categoria o proprietário, o usufrutuário, o locatário.
O jus possessionis é o direito originado da situação jurídica da posse que independe da preexistência de uma relação jurídica ou de um título que autorize a utilização da coisa. A defesa da posse por meio dos interditos, são reservados única e exclusivamente para a defesa possessória decorrente do jus possessionis,
Se o requerente pretende discutir o direito à posse em decorrência do seu direito à propriedade, deverá fazê-lo por meio das ações petitórias e não por meio dos interditos possessórios.
Ações Possessórias Típicas
São ações de manutenção da posse, nas quais não se discutem a propriedade do bem e sim a defesa da posse.
Interdito Proibitório São “remédios” contra a ameaça, e dar-se-á quando existem indícios de Turbação e Esbulho ainda não consumados. Para estes casos, o possuidor não precisa esperar a concretização do esbulho ou da turbação para ingressar tal ação. Esta é uma medida judicial que tem como objeto repelir algum tipo de ameaça à posse de determinado possuidor, sendo importante destacar que para o ingresso deste tipo de demanda judicial, o possuidor precisa comprovar seu justo receio, não devendo ser pautada em mera desconfiança.
AMEAÇA = INTERDITO PROIBITÓRIO
Reintegração de Posse Decorre de esbulho, que se dá quando o possuidor perde a posse do bem por ato de terceiro que à toma de maneira forçada.
ESBULHO = AÇÃO DE REINTEGRAÇÃO DE POSSE
Manutenção da Posse Se dá por Turbação. Existe Turbação, quando por algum fato ou motivo a posse é “perturbada” por alguém, acarretando incômodo, ou seja, é todo ato que interfere no livre exercício da posse causando transtorno ao possuidor. Ex.: Quando um vizinho de uma propriedade Rural utiliza sem o consentimento do proprietário a sua passagem para remanejar o seu gado.
TURBAÇÃO = AÇÃO DE MANUTENÇÃO DA POSSE
Da Fungibilidade das Ações Possessórias
Vigora o princípio da fungibilidade. O princípio da fungibilidade possibilita que uma ação que foi proposta com um determinado intuito, seja considerada válida, pois baseando no lapso temporal o objeto pretendido em uma ação de cunho possessório pode mudar, e a fim de garantir que a busca pelo real direito pretendido, seja alcançada, podendo o magistrado deferir um pedido diferente do que foi proposto, como por exemplo; deferindo a reintegração de uma posse, quando foi pedido a manutenção da posse em momento anterior.
Art. 554 NCPC - A propositura de uma ação possessória em vez de outra não obstará a que o juiz conheça do pedido e outorgue a proteção legal correspondente àquela cujos pressupostos estejam provados.
Da Cumulação de Pedidos
Há situações em que o ordenamento jurídico possibilita que pedidos sujeitos a procedimentos especiais sejam também formulados via procedimento comum:
Art. 555 NCPC - É lícito ao autor cumular ao pedido possessório o de:
I - condenação em perdas e danos (tudo aquilo que perdi ou deixei de ganhar);
II - indenização dos frutos (uma forma de reparação pelos danos).
Parágrafo único. Pode o autor requerer, ainda, imposição de medida necessária e adequada para:
I - evitar nova turbação ou esbulho;
II - cumprir-se a tutela provisória ou final.
Do Caráter Dúplice do Pedido
Art. 556 NCPC - É lícito ao réu, na contestação, alegando que foi o ofendido em sua posse, demandar a proteção possessória e a indenização pelos prejuízos resultantes da turbação ou do esbulho cometido pelo autor.
Legitimação ativa Exige-se a condição de possuidor para a propositura dos interditos. Não estão legitimados a ajuizar os interditos o detentor e o proprietário não possuidor. O primeiro por não deter posse haja vista o seu laço de subordinação em relação ao possuidor do bem e, o segundo, por ser privado do poder de discutir os efeitos inerentes à propriedade em sede de ação possessória. Se o proprietário deseja discutir o direito a posse (jus possidendi) deverá o fazê-lo, como se disse, através da ação petitória e não da possessória. Estariam legitimados então a ajuizar os interditos os possuidores diretos e os indiretos (inclusive um contra o outro).
Art. 1.207 - O sucessor universal continua de direito a posse do seu antecessor; e ao sucessor singular é facultado unir sua posse à do antecessor, para os efeitos legais.
Art. 1.197 - A posse direta, de pessoa que tem a coisa em seu poder, temporariamente, em virtude de direito pessoal, ou real, não anula a indireta, de quem aquela foi havida, podendo o possuidor direto defender a sua posse contra o indireto.
Legitimação Passiva A legitimidade passiva nas ações possessórias é do autor da ameaça, turbação ou esbulho, assim, como do terceiro que recebeu a coisa esbulhada, sabendo que o era, isto é, do possuidor de má-fé como expressamente dispõe o art. 1.212 do Código Civil.
Art. 1.212 - O possuidor pode intentar a ação de esbulho, ou a de indenização, contra o terceiro, que recebeu a coisa esbulhada sabendo que o era.
Observação – destaque-se que contra terceiro que recebeu a coisa de boa-fé não cabe ação possessória. Nesse caso cabe ao esbulhado ajuizar ação petitória.
Art. 1.268 - Feita por quem não seja proprietário, a tradição não aliena a propriedade, exceto se a coisa, oferecida ao público, em leilão ou estabelecimento comercial, for transferida em circunstâncias tais que, ao adquirente de boa-fé, como a qualquer pessoa, o alienante se afigurar dono.
§ 1o Se o adquirente estiver de boa-fé e o alienante adquirir depois a propriedade, considera-se realizada a transferência desde o momento em que ocorreu a tradição.
§ 2o Não transfere a propriedade a tradição, quando tiver por título um negócio jurídico nulo.
- Se a turbação ou esbulho forme causados por pessoa provada de discernimento ou menor incapaz, o legitimado passivo será o encarregado de sua vigilância (pai, curador ou tutor).
- No caso de perturbação causada por ordem de outrem, a ação poderá ser proposta contra o autor do ato, contra aquele que ordenou, ou contra ambos. Cabe nomeação a autoria.
- O sucessor (herdeiro) mortis causa ou inter vivos também é legitimado passivo, pois continua de direito na posse de seu antecessor, com as mesmas características. 
Art. 1.207 - O sucessor universal continua de direito a posse do seu antecessor; e ao sucessor singular é facultado unir sua posse à do antecessor, para os efeitos legais.
- O sucessor a título singular ou inter vivo somente está legitimado a responder se recebeu a coisa esbulhada sabendo que o era, ou seja, de má-fé.
Art. 1.212 - O possuidor pode intentar a ação de esbulho, ou a de indenização, contra o terceiro, que recebeu a coisa esbulhada sabendo que o era.
A Ação de Força Nova e a Ação de Força Velha
Art. 558 NCPC - Regem o procedimento de manutenção e de reintegração de posse as normas da Seção II deste Capítulo quando a ação for proposta dentro de ano e dia da turbação ou do esbulho afirmado na petição inicial. Parágrafo único. Passado o prazo referido no caput, será comum o procedimento, não perdendo, contudo, o caráter possessório.
Art. 1.211 - Quando mais de uma pessoa se disser possuidora, manter-se-á provisoriamente a que tiver a coisa, se não estiver manifesto que a obteve de alguma das outras por modo vicioso.
Manutenção e Reintegração da Posse
O possuidor tem direito de ser mantido na posse em caso de turbação, de ser restituído. Incumbe ao autor provar a sua posse, a turbação ou o esbulho praticado pelo réu, a data da turbação ou do esbulho, bem como a continuação da posse, embora turbada, na ação de manutenção, ou a perda da posse na ação de reintegração.
A Turbação sãotodos os atos praticados pelo agente que embaracem, dificulte ou impossibilitem o livre e pleno exercício da posse.
Pode ser negativa ou positiva:
Positiva Quando resulta de atos positivos do ofensor, tal como corte de arvores, implantação de marcos em fazenda.
Negativa Quando o ofensor impede o possuidor de praticar certos atos, exemplo, impede o possuidor de utilizar a porta de entrada ou o caminho de ingresso em seu imóvel.
Direta é a comum, aquele que se exerce imediatamente sobre o bem.
Indireta praticada externamente, mas que repercute sobre a coisa possuída, exemplo, coloco meu apartamento a locação e o vizinho passa a assediar possíveis locatários, denegrindo o bem.
Turbação de fato e Turbação de Direito
A turbação de fato consistiria na agressão material cometida contra a posse. Já a turbação de direito consistiria na contestação ou ataques judiciais à posse do autor tal como na hipótese em que alguém descreve numa ação de inventário um bem do possuidor como sendo do espólio.
Na citação da ação por esbulho é possível citar apenas alguns nomes, ou seja o eventual nome dos lideres do grupo invasor.
Embargos de Retenção por Benfeitorias artigo 1.219 CC
O art. 1.219 do Código Civil autoriza ao possuidor de boa-fé o direito de retenção das benfeitorias necessárias e úteis. No entanto, para que o possuidor de boa-fé possa exercer o direito de retenção por benfeitorias em sede de ação de reintegração de posse deverá ele, então, especificá-las e quantificá-las em sede de contestação ou reconvenção sob pena de não exercer o direito de retenção.
Não arguido o direito de retenção na contestação ou em reconvenção, o réu não perderá as benfeitorias em face do autor uma vez que isso importaria o enriquecimento indevido do mesmo, mas sim, importa dizer que o mesmo deverá fazê-lo por intermédio de ação própria, nesse caso, ação de indenização.

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