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UNIVERSIDADE FEDERAL DO SUL E SUDESTE DO PARÁ INSTITUTO DE GEOCIÊNCIAS E ENGENHARIAS FACULDADE DE ENGENHARIA DE MATERIAIS CURSO DE ENGENHARIA DE MATERIAIS NOELE MALAQUIAS MARINHO SEDIMENTAÇÃO MARABÁ/PA 2017 NOELE MALAQUIAS MARINHO SEDIMENTAÇÃO Pesquisa apresentada à Faculdade de Engenharia de Materiais da Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará, como forma de obtenção de nota parcial na disciplina de Processamento de Cerâmicas. MARABÁ-PA 2017 LISTA DE ILUSTRAÇÕES Figura 1 – Curva de sedimentação da argila gorda ................................................................... 9 Figura 2 – Curva de sedimentação da argila magra, com defloculante ................................... 10 LISTA DE TABELAS Tabela 1 – Resultados do ensaio de sedimentação para argila gorda ........................................ 8 Tabela 2 – Resultados do ensaio de sedimentação para argila magra ....................................... 8 SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO ............................................................................................... 5 2. OBJETIVOS .................................................................................................... 6 3. MATERIAIS .................................................................................................... 6 4. PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL ....................................................... 7 5. RESULTADOS E DISCUSSÕES .................................................................. 7 6. CONSIDERAÇÕES FINAIS ....................................................................... 10 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................ 11 5 1. INTRODUÇÃO O ensaio de granulometria é utilizado para determinar a distribuição granulométrica do solo, ou em outras palavras, a percentagem em peso que cada faixa especificada de tamanho de grãos representa na massa seca total utilizada para o ensaio. O ensaio de granulometria é dividido em duas partes distintas, utilizáveis de acordo com o tipo de solo e as finalidades do ensaio para cada caso particular. São elas: análise granulométrica por peneiramento e análise granulométrica por sedimentação. Os solos grossos (areias e pedregulhos), possuindo pouca ou nenhuma quantidade de finos, podem ter a sua curva granulométrica inteiramente determinada utilizando-se somente o peneiramento. Em solos possuindo quantidades de finos significativas, deve-se proceder ao ensaio de granulometria conjunta, que engloba as fases de peneiramento e sedimentação. Através dos resultados obtidos desse ensaio, é possível a construção da curva de distribuição granulométrica, que possui fundamental importância na caracterização do solo, principalmente no caso dos solos grossos (MEDEIROS, 2010). A determinação da granulometria do solo, no ensaio de sedimentação, é baseada na Lei de Stokes. Essa lei relaciona o tamanho da partícula com a velocidade com que ela sedimenta em um meio líquido. Dessa forma, quanto maior a partícula, mais rapidamente ela irá se depositar no fundo da proveta de ensaio. A separação de uma suspensão pela deposição dos sólidos por gravidade até a obtenção de um fluido límpido e uma lama com maior teor de sólidos é denominada de sedimentação. Quando há interesse na fase com alta concentração de partículas, utiliza- se um sedimentador chamado de espessador, quando o interesse é na fase com baixa concentração de partículas, utiliza-se um clarificador. O ensaio de sedimentação é usado para a determinação da granulometria dos solos que possuem materiais finos, como no caso das argilas. Neste ensaio, a determinação da granulometria é baseada na lei de Stokes, a qual relaciona o tamanho da partícula com a sua velocidade de sedimentação em meio líquido, logo, quanto maior for a partícula, o seu depósito se torna mais rápido durante o ensaio. Baseando-se na lei de Stokes, pode-se dizer que as partículas sedimentam com diferentes velocidades, de acordo com o seu diâmetro, o qual é ensaiado através de três métodos: método da centrífuga, método do densímetro e método da pipeta de Andreasen, em que o diâmetro máximo é dado pela equação que segue abaixo. 6 d = √ 1800 𝜂 𝛿 – 𝛿𝑑 𝑥 𝑎 𝑡 Eq.:1 Onde: d – Diâmetro máximo das partículas, mm; η – Coeficiente de viscosidade do meio dispersor, à temperatura de ensaio, g.s/cm²; 𝑎 – Altura de queda das partículas, com resolução de 0,1, cm; t – Tempo de sedimentação, s; 𝛿 – Densidade específica dos grãos do solo, g/cm³; 𝛿𝑑 – Densidade específica do meio dispersor, à temperatura de ensaio, g/cm³. 2. OBJETIVOS Observar a sedimentação de partículas em suspensão com e sem ação de defloculantes e calcular o diâmetro médio equivalente. 3. MATERIAIS 70 g de Argila Gorda (Itapuã); 70 g de Argila Magra; Defloculante de Hexametafosfato de Sódio; Concentração de 45,7g do sal por 1.000 cm³ de solução; Balança analítica; Peneira de malha 1,18 mm; Termômetro; Béquer; Dispersor; Água destilada; Proveta; Bastão de vidro. 7 4. PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL Foram pesadas em balança analítica com precisão de 0,01 g, 70 g de argila gorda e magra, posteriormente foram passadas na peneira de malha 1,18 mm, este material foi transferido para um béquer, com auxilio de uma proveta foram adicionados hexametafosfato de sódio como defloculante, em uma concentração de 45,7 g do sal dissolvidos em 1000 cm 3 de solução. O bécher foi agitado até que todo material ficasse emergido, e este ficou em repouso durante 12 horas. Em seguida foi adicionado água até que se atingisse um nível de 5 cm abaixo da borda. Depois dessa etapa adicionaram-se toda água destilada até atingir um traço de 1000 cm 3 , em seguida a proveta foi colocada em um banho com temperatura constante, assim, quando a proveta atingiu sua temperatura constante, sua boca foi fechada e movimentou-se energeticamente para cima e para baixo constantemente durante cerca um minuto. Logo após marcar-se 1 minuto, a proveta foi posta sobre uma mesa de observação e foram anotados valores de medidas de sedimentação gravitacional e de temperatura do banho durante uma determinada faixa de tempo de 4, 8, 15 e 30 minutos, 1, 2, 4, 8 e 24 horas. Esse procedimento foi efetuado para as duas argilas. 5. RESULTADOS E DISCUSSÕES Após o ensaio de sedimentação foi possível obter os valores, de acordo com tempo (em segundos), da altura de queda das partículas, o diâmetro máximo das partículas. As tabelas abaixo apresentam esses valores. Para ambas as argilas foi utilizada a equação 1 para obter os resultados de diâmetro máximo das partículas.. Com os valores obtidos no ensaio foi calculado o diâmetro médio a partir da equação 1, e obtido os valores: 8 Tabela 1: Resultados do ensaio de sedimentação para argila gorda. Tempo (s) Altura (cm) d (mm) 240 0 0,00000 480 0 0,00000 900 0,1 0,01024 1800 0,2 0,01024 3600 0,3 0,00887 7200 0,5 0,00810 14400 0,9 0,00077 28800 1,2 0,00627 86400 1,3 0,00377 Média 0,00613 Fonte: Autor.Tabela 2: Resultados do ensaio de sedimentação para argila magra. Tempo (s) Altura (cm) d (mm) 240 0,1 0,01941 480 0,1 0,01373 900 0,1 0,01003 1800 0,2 0,01003 3600 0,5 0,01121 7200 0,8 0,01003 14400 1 0,00793 28800 1,1 0,00588 86400 1,3 0,00369 Média 0,01021 Fonte: Autor. Para o cálculo da área superficial específica, tanto da argila gorda como da argila magra, utilizou-se a equação 2, cujo 𝛿 é o valor da densidade real do solo a 28 ºC, encontrado no relatório de densidade real dos solos, e foi igual a 2,6252 g/cm³ para a argila gorda, e 2,6953 g/cm³ para a argila magra, e d é o diâmetro, sendo a média dos diâmetros máximos calculados para cada argila. 9 A área superficial específica da argila gorda foi igual a 3729,121 m 2 /g e da argila magra foi equivalente a 2179,554 m 2 /g, este resultado comprova que quanto maior o tamanho das partículas, menor é a área superficial específica do mesmo. 𝐴 = 6 𝛿 𝑥 𝑑 Eq.: 2 Onde: A – área superficial da partícula, m2/g; δ – densidade específica real do solo, g/cm3; d – diâmetro da partícula, mm. Argila Gorda: 𝐴 = 6 𝛿 𝑥 𝑑 𝐴 = 3729,121 m2/g. Argila Magra: 𝐴 = 6 𝛿 𝑥 𝑑 A = 2179,554 m 2 /g. De posse das tabelas foi possível plotador gráficos que relacionam estes valores, e revelaram as curva de sedimentação (figuras 1e 2). Figura 1: Curva de sedimentação da argila gorda. Fonte: Autor. 10 Figura 2: Curva de sedimentação da argila magra, com defloculante. Fonte: Autor. As curvas de sedimentações apresentaram resultados similares ao decorrer do ensaio, visto que o defloculante utilizado auxiliou nesta sedimentação das partículas. Assim, fazendo uma análise gráfica comparativa entre as curvas é possível verificar que os resultados não diferem muito, no entanto, a sedimentação é mais lenta para argila magra, tendo em vista que nesta foi usado o defloculante, apresentou também uma melhor homogeneidade quando comparado com a argila gorda. 6. CONSIDERAÇÕES FINAIS A análise granulométrica de qualquer material particulado constitui em uma das fases de sua caracterização. A escolha do método de análise de tamanho destes baseia-se na faixa de tamanho das partículas ali presentes. Das inúmeras técnicas utilizadas destacam-se aquelas que se baseiam na velocidade terminal de sedimentação, como é o caso do béquer de sedimentação, pipeta de Andreasen e, mais recentemente, o sedigraph, que aplicam a lei de Stokes, que é válida somente para número de Reynolds menor que 0,2. Deve ser levado em consideração que essas técnicas devem ser aplicadas para materiais que possuem somente um constituinte, pois, no cálculo do tamanho das partículas, utiliza-se a densidade do material. De posse dos dados acima é possível afirmar que quanto menor o tamanho das partículas maior será sua área superficial. Portanto, no efeito de defloculante na sedimentação de partículas é possível observar que o defloculante teve uma influência 11 significativa no experimento. Mas ao comparar com o ensaio sem o uso de defloculante observa-se que há uma maior velocidade de queda das partículas quando o defloculante não é utilizado, o uso de defloculante deixa a partícula mais tempo em suspensão, mais homogênea, porém o tempo de sedimentação da partícula é menor quando comparado ao ensaio sem defloculante. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS [1] MEDEIROS, Adriano. Roteiro de análise granulométrica. Universidade do Estado de Santa Catarina. Santa Catarina, 2010. [2] LIMA, R. M. F.; LUZ, J. M.; Análise granulométrica por técnicas que se baseiam na sedimentação gravitacional: Lei de Stokes. CETEM/MCT. Rio de Janeiro, 2013. [3] DIAS, J. A. A Análise Sedimentar e Conhecimentos dos Sistemas Marinhos. Versão preliminar, 2004. [4] ALBUQUERQUE, P. J. R.; HAJNAL, V. J.; Avaliação de um solo laterítico coluvionar de campinas/sp, por diferentes procedimentos de determinação de índices físicos. Campinas/SP: UNICAMP, 198p. [5] SOUZA, A, M, S., ANDRADE, A. S. V., SANTOS, M. G. O. B., TRINDADE, M. E. J. Sedimentação. IFBA – Instituto federal da Bahia. Salvador, Bahia, 2013.