Prévia do material em texto
Aluno: Edson Depolito Bazam 6º Período Noturno Professora: Sabrina Santana Figueiredo Pinto Alberto Matéria: Direito Civil TRABALHO DE 2º BIMESTRE CONTRATOS DE: CORRETAGEM, AGÊNCIA E DISTRIBUIÇÃO, CONSTITUIÇÃO DE RENDA INTRODUÇÃO O presente trabalho consta da disciplina de Direito Civil, ministrado pela professora Sabrina Santana Figueiredo Pinto Alberto, será parte da nota do segundo bimestre da referida disciplina e tem por finalidade explanar, de modo sucinto, três contratos do ordenamento jurídico brasileiro, praticados na sociedade e previstos na legislação vigente, quais sejam: o Contrato de Corretagem, Agência e Distribuição e ainda Constituição de Renda, abordando principalmente seu conceito, características e algumas questões importantes sobre estes contratos, como referência foi utilizada a obra Novo curso de direito civil dos autores Gagliano e Pamplona Filho. CONTRATOS CORRETAGEM Contrato de corretagem esteve presente no código comercial de 1850, já previa a profissão de corretor, no entanto teve revogados artigos referentes a esse tema, sendo omitido no código de 1916, e atualmente, pelo código de 2002, voltou a figurar no ordenamento especifico, esta disciplinado nos artigos 722 a 729. Não somente neste código, mas também na legislação especial, baseia se no livre comercio, e aproximação das partes. O contrato de corretagem envolve duas ou mais pessoas e objetiva um determinado fim, nesse caso a formação de um negócio jurídico, pela aproximação das pessoas interessadas onde, estabelece entre elas um acordo de vontades. O conceito esta explicito na própria lei, artigo 722, no qual “o contrato de corretagem é o negocio jurídico por meio do qual uma pessoa, não vinculada a outra em decorrência de mandato de prestação de serviços ou por qualquer outra relação de dependência, se obriga a obter para a segunda um ou mais negócios, conforme as instruções recebidas. ” Como características principais, nas palavras de Galgiano e Pamplona Filho temos que “o contrato de corretagem se diferencia do de mandato e de prestação de serviço pelas peculiaridades e obrigações pois o corretor tem para com a parte uma relação de resultado efetivo, sem a qual tal contrato não se perfaz, não é simples mandato pois o corretor não tem poder decisório, não é simples prestação de serviço mesmo que o corretor preste serviços para a parte, somente a prestação de serviço não é o suficiente para concluir o contrato, sendo o corretor a pessoa que faz a mediação entre as partes, não agindo em nome próprio e tampouco concretiza o negócio jurídico, não é simples comissão pois o corretor está obrigado a encaminhar o contrato ao principal interessado no contrato, o qual não fica em seu próprio nome, ainda não se confunde com o contrato de emprego pois não há subordinação jurídica, e caso não haja o atingimento do principal, ou seja a aproximação das partes e efetivação do negócio, não importa o trabalho do corretor, e também não haverá paga para tal esforço”. (p.446, 447) A atuação do corretor é aproximar pessoas com a finalidade de realizar um determinado negócio. O corretor, caso tal negociação venha a se concretizar, terá direito a um pagamento por sua atuação. Normalmente esse pagamento é determinado por um percentual do valor total do negócio. Os corretores estão divididos em dois tipos: o corretor livre e corretor oficial. O corretor livre, é aquele que exerce a atividade intermediando negócios entre os particulares. A exemplo Maria Helena Diniz, op cit, elenca corretores de automóveis, eventos, moveis, conferencistas e outros, os corretores oficiais são aqueles nomeados pelo poder público que exercem sua função através de delegação, estão disciplinados pela lei 6530/1978, fazem parte desse grupo os corretores de valores públicos, de mercadorias de navio, de câmbio entre outros. Tem como característica ser um contrato bilateral, oneroso, consensual, aleatório ou comutativo, acessório. O contrato de corretagem é bilateral pelo fato de as pessoas envolvidas terem obrigações uma com a outra. O corretor está obrigado a fazer a aproximação com terceiros a fim de realizar um negócio. Já, por sua vez, a pessoa que contratou tem o dever de pagar a comissão que corresponde aquele negócio É um contrato de onerosidade por sua vez porque, o resultado para ambas as partes, ou seja, trata se de benefício patrimonial, pois o produto que é útil para uma das partes deve ser pago e a comissão do intermediário também. A obrigação das partes consiste em que aquele que contrata os serviços do corretor deverá pagar a porcentagem quando o negócio for concluído, e o corretor tem a obrigação de resultado, pois somente receberá na conclusão do negócio, porém devemos ressaltar uma questão importante sobre este contrato, se o negócio foi desfeito por arrependimento futuro de uma das partes, o corretor terá direito a porcentagem estipulada durante a negociação, Código Civil artigo 725. Ainda tem como característica ser aleatório, pois “a obrigação do comitente somente poderá ser exigida em função da concretização do negócio”. (p.447) É consensual; pelo fato de o contrato se formar da mera declaração de vontade entre as partes, independente da forma ou solenidade, escrita ou verbal, sendo possível até por aceitação tácita. Vale dizer que trata se de contrato personalíssimo, pois é celebrado em função da pessoa do contratante, pois interessa com relação ao mesmo a habilidade experiência, técnica, etc... É acessório pois é dependente da celebração do negócio jurídico principal, qual seja a efetivação do contrato, sendo de importância inclusive financeira, uma vez que se tal negócio principal não vier a se perfazer o corretor não receberá sua remuneração. As partes deste contrato são denominadas corretor e comitente, O corretor tem como atividade precipuamente, aproximar as partes, demonstrar as vantagens em determinado negócio, informar clara e objetivamente aos interessados os detalhes e ainda preparar as partes para celebrarem tal contrato O artigo 723 traz explicitas as obrigações do corretor, baseadas no princípio da boa-fé objetiva, e seu parágrafo único o responsabiliza caso sua conduta possa influenciar negativamente na conclusão do negócio principal, em se tratando da obrigações pertinentes a corretagem, vale dizer que o corretor deve fazer o possível esforço para que o negócio se realize. A menção à diligência e prudência se refere justamente a esta assunção de riscos, o que orienta toda a interpretação do mencionado dispositivo, valendo destacar que o dever de prestar informações é, sem a menor sombra pálida de dúvida, uma consequência direta do princípio maior da boa-fé́ objetiva10, que não precisava sequer ser positivado no caso concreto (o que não impede de aplaudirmos esta referência constante em norma específica) (p.450) A referencia acima faz menção a obrigação do corretor, vejamos na sequencia o que resta para o comitente. A obrigação básica do comitente surgirá se o negócio jurídico pretendido for celebrado, hipótese em que deverá arcar com a remuneração do corretor, o que analisaremos no próximo tópico, não devendo atribuir isso a quem não foi parte no contrato de corretagem, como, por exemplo, a outra parte no contrato principal Recai sobre o comitente a obrigação de pagar a remuneração do corretorquando da conclusão do contrato principal. Tal remuneração pode ainda ser “denominada comissão, preço, ou corretagem somente é devida após a conclusão do negócio, o que se decorre na sua característica peculiar de estabelecimento de obrigação de resultado” (p 450) Mesmo que não haja estipulação especifica em contrato tal remuneração deve ser justa, tal situação esta legalizada no artigo 724 do CC/2002. Uma questão importante sobre este contrato é que mesmo que o contrato de corretagem se desfaça e ainda que posteriormente haja fruto do trabalho do corretor, tal comissão deve ser paga, vez que o negocio só se perfez por mão do corretor. Outra questão importante sobre este contrato está no artigo 726 em que: quando houver clausula de exclusividade no contrato, mesmo que não tenha sido por mão do corretor, a celebração do negócio, cabe remuneração ao corretor, o comitente somente será liberado de tal obrigação se comprovar que o corretor se manteve inerte. Há que se observar o artigo 728, que diz respeito a celebração de contrato realizada por mais de um corretor, na qual o pagamento deve ser feito igualmente a todos os participantes, e caso haja estipulação em contrário, por entendimento doutrinário, deve ser feita proporcionalmente ao trabalho realizado por cada um dos corretores. Sendo uma regra que ainda não está solidificada na jurisprudência. Com relação a extinção do contrato, se da principalmente por meio do alcance objetivado por seu fim, qual seja, as partes celebrarem o contrato principal, de outro modo pode também se encerrar o contrato quando o mesmo tiver termo determinado e em ser concluído tal termo, não tenha sido alcançado o fim pretendido, resguardando se os direitos do corretor nos artigos 727 e 728. Vale dizer que tal tema vem trazer à luz o conhecimento sobre o contrato de corretagem através de suas peculiaridades e em suas aplicações. AGÊNCIA E DISTRIBUIÇÃO Os Contratos de agência e distribuição estão elencados no Código Civil de 2002, no artigo 710 do código civil, sendo que, a partir de então, considerados contratos típicos, vale ressaltar que ambos são tratados conjuntamente pelo código. Os contratos de agência e distribuição são tratados no mesmo capitulo, no entanto, não se trata do mesmo contrato, conforme legislação, no entanto doutrinariamente há divergência sobre esses contratos, pode se dizer que são dois institutos diversos, com muitas características parecidas. Nos contratos de agência e de distribuição, os conceitos são diversos aos institutos, sendo que, a principal diferença esta em ter à disposição a coisa negociada e podem ser conceituados da seguinte maneira, conforme Pamplona e Gagliano: O contrato de agência “... como o negócio jurídico em que uma pessoa, física ou jurídica, assume, em caráter não eventual e sem vínculos de dependência, a obrigação de promover, à conta de outra, mediante retribuição, a realização de certos negócios, em zona determinada.” E o contrato de distribuição sendo “negócio jurídico em que uma pessoa, física ou jurídica, assume, em caráter não eventual e sem vínculos de dependência, a obrigação de promover, à conta de outra, mediante retribuição, a realização de certos negócios, em zona determinada, tendo, desde já́, em sua detenção, a coisa objeto do negócio. Coaduna diretamente com o artigo 710 que fala sobre a atividade no contrato de agência e distribuição, sendo o que segue: Art. 710. Pelo contrato de agência, uma pessoa assume, em caráter não eventual e sem vínculos de dependência, a obrigação de promover, à conta de outra, mediante retribuição, a realização de certos negócios, em zona determinada, caracterizando-se a distribuição quando o agente tiver à sua disposição a coisa a ser negociada. O parágrafo único do mesmo artigo diz sobre a autonomia do agente: Parágrafo único. O proponente pode conferir poderes ao agente para que este o represente na conclusão dos contratos. Denominado o agente como representante comercial, vez que não tem o objeto do negócio em sua posse, precisa pedir que outro distribua o objeto, ou seja, o agente é representante autônomo, que independente organiza suas atividades, não recebe as interferências dos tomadores de serviço, não precisa comprar as unidades de produtos que representa, vale dizer que tal contrato é distinto do tratado pela Lei 4886/65, tendo em vista que é de ação empresarial. Já a distribuição trata se de um desdobramento do contrato de agência, a diferença esta em que o agente detém os objetos da negociação, neste caso o agente fica conhecido como o próprio distribuidor. De igual modo refletem Pamplona e Gagliano: Além disso, no contrato de agência, o agente promove a celebração do negócio entre o proponente/agenciado e o adquirente (em geral consumidor), ao passo que, na distribuição, é o próprio distribuidor quem vende o produto (que já́ se encontrava em sua posse). E assim o é especialmente por considerarmos que este contrato tem raiz na concessão mercantil. Ainda no mesmo sentido: “De fato, o contrato de agência é, tradicionalmente, visto como uma modalidade de contrato de colaboração empresarial, tais como a comissão mercantil, a representação comercial, a concessão comercial, a franquia, a corretagem, a concessão do uso de marca etc.” Tais contratos têm características muito peculiares e idênticas em sua maioria. Podemos classificar quanto às partes, à hierarquia, à duração, e quanto a remuneração, vejamos na sequência: Quanto às partes: podem ser pessoas físicas ou jurídicas, não necessariamente só jurídicas. b) Quanto à hierarquia: inexiste hierarquia, entre representante e representado, mas deve se assegurar que haja diligencia e acatamento as instruções do proponente. c) Quanto à duração: deve ser permanente d) Quanto à remuneração: estabelece o artigo 714 que haja pagamento mesmo que o agente nos casos em que a atividade tenha sido exercida, e ainda mesmo que o agente não tenha interferido na negociação. Quanto à área de atuação: o artigo 711, fala sobre a limitação de zona na qual ocorre a prestação de serviço, e deve deter a exclusividade o representante comercial. É de relevante importância citar o que Gagliano e Pamplona Filho dizem, com relação as diferenças entre os contratos de representação comercial, agencia e distribuição, segue: “agência, distribuição e representação comercial. Todavia, o contrato de agência (e, consequentemente, a sua disciplina jurídica) deve ser considerado apenas o tronco comum de onde, pela especificação (com o aumento de atribuições), se emprestam as regras básicas a disciplinar o contrato de distribuição — quando o agente tiver à sua disposição a coisa a ser negociada — e o contrato de representação comercial — quando se tratar de uma relação empresarial, em que o representante desempenhe, em caráter não eventual por conta de uma ou mais pessoas, a mediação para a realização de negócios mercantis, agenciando propostas ou pedidos, para transmiti-los aos representados, praticando ou não atos relacionados com a execução dos negócios”. Ou seja, pode se inferir que o contrato de agencia da base comum aos demais. Um das obrigações do contrato, de agencia é agir com diligencia, como está descrito na própria lei nos artigos 712 e 713 do CC/2002, vejamos como Gagliano e Pamplona Filho resumem as obrigações dos contratos: A principal obrigação do contrato é imposta ao agente (ou distribuidor), que se obriga a atuar como empreendedor, promotor de negócios, em favor do proponente, devendo agir, no desempenho do que lhe foi cometido, com toda diligência, atendo-seàs instruções recebidas (art. 712), ficando ao seu cargo, ainda, ressalvada estipulação em contrário, todas as despesas decorrentes do contrato (art. 713). Fica claro, pois, aqui, o princípio da boa-fé objetiva, com toda a sua magnitude. (p. 434) Uma situação importante é que em especifico sobre o contrato de agencia, há vedação com relação a clausula “del credere” no artigo 43 da LRC Uma questão importante sobre este contrato é que conforme o Art. 715. O agente ou distribuidor tem direito à indenização se o proponente, sem justa causa, cessar o atendimento das propostas ou reduzi-lo tanto que se torna antieconômica a continuação do contrato, ou seja, se for por responsabilidade do proponente vale indenização, ainda o artigo Art. 716. “A remuneração será devida ao agente também quando o negócio deixar de ser realizado por fato imputável ao proponente.” No mesmo entendimento. No entendimento de Melo, em sua obra “Lições de direito civil: dos contratos e dos atos unilaterais: para concursos, exame da Ordem e graduação em direito”, traz os direitos do agente em vários casos: Quando do encerramento do contrato de trabalho mesmo que por justa causa, é de direito do agente a sua remuneração, conforme artigo 717. “Ainda que dispensado por justa causa, terá o agente direito a ser remunerado pelos serviços úteis prestados ao proponente, sem embargo de haver este perdas e danos pelos prejuízos sofridos.”; Também se verifica quando a dispensa for sem justa causa, nos termos do 718 do CC, ainda em caso de morte ficam os herdeiros com o direito a receber a remuneração sobre o trabalho do agente, ou se em caso fortuito ou de força maior. Do mesmo modo, à inteligência do Art. 719. Se o agente não puder continuar o trabalho por motivo de força maior, terá direito à remuneração correspondente aos serviços realizados, cabendo esse direito aos herdeiros no caso de morte. Dando continuação ao tema, na visão de Pamplona Filho e Gagliano a extinção do contrato pode ser de três tipos, resilição, resolução, ou ainda a rescisão. [...por resilição, por resolução, e por rescisão. Seja pela recusa — justificada ou não — do devedor, seja por fatos alheios à sua vontade, como, por exemplo, no caso fortuito ou de força maior, sempre será́ possível ao interessado (parte lesada pelo descumprimento) pedir a resolução do contrato, extinguindo-se o vínculo contratual. A resolução, pois, traduz desfazimento do contrato por inadimplemento. Quanto à rescisão, podemos extrair duas acepções jurídicas da palavra. A primeira é justamente a no sentido genérico de extinção do contrato, como utilizada no cotidiano civil e trabalhista, vale dizer, traduz descumprimento do contrato por inadimplemento, no mesmo sentido da resolução. O outro sentido, mais próximo do gramatical, é o que corresponde à ruptura do contrato em face de uma nulidade (lesão ou estado de perigo) ... Finalmente, a resilição consiste no desfazimento do contrato por simples manifestação de vontade, independentemente do seu cumprimento. Traduz, pois, o simples exercício de um direito potestativo. Admite-se, além da resilição bilateral, o denominado distrato, também a resilição unilateral, que se dá quando uma das partes, após comunicar à outra (aviso prévio ou pré-aviso), denuncia o contrato, desfazendo-o. Nessa linha, admite-se, portanto, a resilição unilateral somente com autorização legal expressa ou implícita (pela natureza da avença) e, sempre, com a prévia comunicação à outra parte .] Em especifico segue a linha dos demais contratos não tendo causa especifica de encerramento, mas requer aviso prévio de 90 dias quando o contrato for por tempo indeterminado, sob pena de indenização a outra parte, uma coisa importante a se observar é o vulto do investimento feito para o referido contrato, tendo que ser prazo compatível para tal, caso não haja concordância do prazo, por ser aberto, caberá ao juiz decidir o razoável. Deste contrato pode se concluir, portanto que, o mais importante é a diferenciação dos contratos de agencia e distribuição fazendo com que não haja confusão nos conceitos entre um e outro, fica bem claro as obrigações entre as partes, e as regras para a dissolução do mesmo. CONTRATO DE CONSTITUIÇÃO DE RENDA O contrato de constituição de renda que tem guarida os artigos 803 e seguintes, ´trata se de contrato solene, ou seja, requer escritura publica, podendo ser gratuito ou oneroso, unilateral ou bilateral, pode ser reduzida por tempo determinado, quem se obriga se chama devedor, ou rendeiro ou censuário, o que recebe o credito é conhecido como credor, rentista ou censuísta. Conceito deste contrato esta em que uma pessoa fica obrigada a pagar à outra por prazo determinado, ou indeterminado a depender do contrato, uma certa prestação periódica a título gratuito, quando não há nenhuma contrapartida do credor, conforme artigo 803 do CC ou ainda a título oneroso, em sua maioria, conforme 804. Tem como características principais ser contrato típico, na maioria das vezes oneroso, passando algumas da pessoa que o instituiu, sendo reconhecido como plurilateral, tendo envolvida no contrato terceira pessoa chamada beneficiário. Pode ser comutativo ou aleatório, se for fixado prazo determinado será comutativo, ao contrário se por tempo da vida de qualquer uma das partes, é aleatório, conforme artigo 806 do CC É considerado pela maioria da doutrina como contrato real, se perfaz com a tradição do bem e com a solenidade da forma, alguns autores entendem diversamente pois vai se aperfeiçoando pelo encontro das vontades. Tal contrato pode ser considerado de duração, e não instantâneo, tendo em vista que vai ocorrendo no decorrer do prazo estipulado pelo rendeiro. No entendimento do artigo 806, pode ser temporário ou vitalício. É contrato pessoal estipulado entre pessoas determinadas, mas tem suas especificidades quando da morte de uma das partes da relação processual como bem explicam PAMPLONA FILHO E GAGLIANO O mesmo não se dá com a morte do credor, pois o direito que titulariza é personalíssimo, não podendo transmiti-lo a terceiro. Assim, p. ex., se Leonardo Inácio (devedor/rendeiro) morre, o bem que recebeu (vinculado à renda) é transmitido ao seu filho Manoel Carlos, que continuará́ a pagar a renda ao credor (até o seu termo final ou a morte do referido rentista). Por outro lado, se morre o credor da renda, o contrato é imediatamente extinto. Por isso mesmo, no que diz respeito à importância da pessoa do contratante para a celebração e produção de efeitos do contrato, a constituição de renda é personalíssima em relação ao credor (rentista ou censuísta), e impessoal, quanto ao devedor (rendeiro ou censuário). (p. 597) Percebe se, portanto, a especificidade da questão pessoal neste contrato. Uma questão importante é com relação à forma, por se tratar de solenidade, em escritura pública, sendo requisito de validade para tal contrato, sendo exceção à regra geral dos contratos, juntamente com o testamento, caso não seja observada tal forma, é considerado nulo, conforme artigo 166,II do CC. Referente ao direito das partes, há necessidade de separar os contratos unilaterais e bilaterais, no contrato unilateral, resta obrigação somente para o devedor, já no caso de contrato bilateral e oneroso, temos que “ ..., porém, há um direito óbvio do rendeiro ou censuário, qual seja, receber os bens móveis ou imóveis objeto do contrato, para que possa pagar a prestação pactuada. Caso as prestações não sejam pagas, há possibilidade de pleitear judicialmente junto ao credor, além de pedir exigência de garantia, para pagamento do credor, quando houver inadimplemento anterior. Cabedizer que o artigo 808 do CC, trata de nulidades do contrato quando em favor de pessoa falecida, ou que venha a falecer nos 30 dias posteriores à celebração se tal morreu de moléstia grave que já sofria. Por vezes a renda pode ter mais de um rentista, se não houver estipulação de percentuais diversa para os credores, no entanto no caso de um dos credores vier a faltar, em caso de falecimento, em regra de não acrescer aos demais é válida na inteligência do artigo 812, no entanto pode o devedor decidir em contrário, ou estipular tal clausula no início, além disso fica resguardado o direito quando os credores fores casados entre si, neste caso a cota parte de um deles aproveita ao outro, tendo como base o contrato de doação, (551§único CC), quando a título gratuito. A extinção contratual, se da por resilição, resolução, ou ainda rescisão, conforme o 806 do CC, valem causas anteriores ou ainda supervenientes, que ensejam a rescisão contratual. Referências Bibliográficas: Gagliano, Pablo Stolze Novo curso de direito civil, volume 4 : tomo II : contratos em espécie / Pablo Stolze Gagliano, Rodolfo Pamplona Filho. – 10. ed. – São Paulo : Saraiva, 2017. 1. Contratos (Direito civil) 2. Direito civil - Legislação – Bra- sil I. Pamplona Filho, Rodolfo. II. Título https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788547217242/cfi/434!/4/4@0.00:0.00 Acessado em: 02/12/2018 Melo, Nehemias Domingos de Lições de direito civil: dos contratos e dos atos unilaterais: para concursos, exame da Ordem e graduação em direito : volume 3 / Nehemias Domingos de Melo. – São Paulo: Atlas, 2014. https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788522489312/cfi/4!/4/4@0.00:0.00 Acessado em: 02/12/2018