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Propulsão e Mistura dos Alimentos no Trato Alimentar

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PROPULSÃO E MISTURA DOS ALIMENTOS NO TRATO ALIMENTAR
. Tempo em que os alimentos permanecem no trato gastrointestinal 
. Mistura apropriada
. Mecanismos de feedback automáticos nervosos e hormonais controlam a duração de cada um dos múltiplos processamentos
Ingestão de alimentos
. Reguladores automáticos para manutenção nutricional do corpo:
Fome: desejo responsável pela quantidade de alimento que uma pessoa ingere
Apetite: preferências alimentares 
Mastigação
. Dentes: responsáveis pela mastigação
incisivos (anteriores) → cortar o alimento → força 25 kg
molares (posteriores) → triturar o alimento → força 91 kg
. Estimulações nervosas para a mastigação:
Ramo motor do 5 º nervo craniano → músculos da mastigação
núcleos no tronco encefálico (processo da mastigação em si)
Centros do paladar do tronco cerebral → movimentos mastigatórios rítmicos
Hipotálamo + amígdala + córtex cerebral (área sensorial do paladar e olfato) → mastigação
. Reflexo de mastigação → presença de um bolo de alimento na boca → inibição reflexa dos músculos da mastigação → abaixamento da mandíbula inferior → reflexo de estiramento dos músculos mandibulares → contração reflexa (levantamento da mandíbula = cerramento dos dentes + compressão do bolo alimentar) → …
. Importâncias:
para a digestão alimentar (principalmente frutas e vegetais crus*)
enzimas digestivas só agem nas superfícies das partículas de alimentos = taxa de digestão depende da área superficial exposta às secreções digestivas
trituração dos alimentos = facilitação do transporte + prevenção de escoriações
Deglutição
. Dividida em:
estágio voluntário: início do processo digestivo
alimento “voluntariamente” comprimido e empurrado pela pressão da língua
estágio faríngeo: passagem do alimento faringe / esôfago (involuntário)con
bolo alimentar → áreas receptoras epiteliais da deglutição (pilares tonsilares da faringe) → tronco encefálico → contrações musculares faríngeas automáticas
palato mole empurrado para cima → fechamento da cavidade nasal
pregas palatofaríngeas empurradas medialmente → empurram o alimento para a faringe
aproximação das cordas vocais → laringe puxada para cima → epiglote se “move” para trás → dilatação da abertura esofágica → relaxamento do esfíncter esofágico superior → transição do bolo da faringe para o esôfago → contração da parte superior da faringe dando início ao peristaltismo e empurrando o bolo para baixo
estágio esofágico: passagem do alimento esôfago / estômago (involuntário)
. Iniciação nervosa do estágio faríngeo da deglutição (ato reflexo iniciado pelo movimento voluntário do alimento para a parte posterior da boca que, por sua vez, excita os receptores sensoriais faríngeos para iniciar a parte involuntária do processo de deglutição): anel ao redor da abertura da faringe → impulsos transmitidos (porções sensoriais dos nervos trigêmeos e glossofaríngeo) → medula oblonga (trato solitário) → áreas neuronais da substância reticular da medula e porções inferiores da ponte (deglutição ou centro da deglutição) → processo de deglutição desencadeado → 5 º , 9 º , 10 º e 12 º e nervos cervicais superiores
. Efeito do estágio faríngeo da deglutição sobre a respiração: centro da deglutição inibe especificamente o centro respiratório durante seis segundos em qualquer ponto do ciclo
. Estágio esofágico da deglutição:
. Possui dois tipos de movimentos:
peristalse primária: continuação da onda que começa na faringe (8 a 10 ou 5 a 8 segundos devido ao efeito gravitacional)
peristalse secundária: resultantes da distensão do esôfago pelo alimento retido\
deflagradas por circuitos neurais intrínsecos do sistema nervoso mioentérico e por reflexos que iniciam na faringe e são transmitidos por fibras vagais aferentes para a medula, retornando ao esôfago através de fibras nervosas eferentes vagais e glossofaríngeas
. Musculatura 1/3 superior do esôfago e da faringe → estriado esquelético (fibras nervosas motoras nervos glossofaríngeo e vago)
. Musculatura 2/3 inferiores → liso (nervos vagos em conexão com o sistema nervoso mioentérico esofágico)
. Plexo nervoso mientérico pode tornar-se excitável produzindo ondas peristálticas secundárias fortes, sem o suporte dos reflexos vagais
. relaxamento receptivo do estômago → neurônios inibidores mioentéricos 
. função do esfíncter esofágico posterior → ondas peristálticas → relaxamento do esfíncter → propulsão do alimento para o estômago → esfíncter novamente se contrai → evita o refluxo significativo de conteúdos estomacais para o esôfago
. prevenção adicional do refluxo esofágico pelo mecanismo semelhante à válvula de porção distal do esôfago: aumento da pressão intra-abdominal projeta o esôfago para dentro do estômago neste ponto → evita que a elevação na pressão intra-abdominal force os conteúdos estomacais de volta.
Funções motoras do estômago
Funções:
armazenamento de grandes quantidades de alimento até que ele possa ser processado no estômago, duodeno e demais partes do intestino delgado
misturar alimento + secreções gástricas = semilíquido / quimo
esvaziar lentamente e compativelmente com a digestão e absorção adequadas do intestino delgado
. Divisões:
corpo
antro
	ou
porção oral (primeiros 2/3 do corpo)
caudal (o restante + antro)
A função de armazenagem
. alimento entra → distensão estomacal → reflexo “vagovagal” → tronco encefálico → estômago → redução de tônus (0,8 à 1,5 l quando totalmente relaxado)
Mistura e propulsão do alimento no estômago – o ritmo elétrico básico da parede gástrica
. Glândulas gástricas (inexistentes apenas na faixa estreita na curvatura inferior do órgão) → secreção de suco digestivo → alimento 
. Ondas de mistura iniciam-se nas porções média e superior movendo-se na direção do antro no intervalo de 15 a 20 segundos → aumento de intensidade → anéis constritivos forçam o conteúdo antral em direção ao piloro → contração pilórica → conteúdo antral em grande parte ejetado de volta → anel constritivo peristáltico + retropulsão pilórica = mistura do alimento
 Quimo → semilíquido à pastoso
Contrações de fome → peristaltismo rítmico existente no corpo do estômago existente quando o mesmo fica vazio por um maior período de tempo
mais fortes em jovens com tônsu gastrointestinal elevado
pessoas com níveis de açúcar sanguíneo abaixo do normal
 dor branda epigástrica (pontadas de fome)
Esvaziamento do estômago
Provocados por contrações peristálticas intensas no antro
Reduzido por graus variados de resistência à passagem do quimo pelo piloro
Contrações peristálticas antrais intensas durante o esvaziamento estomacal - “bomba pilórica”
. Iniciam-se na porção média do órgão progredindo no sentido caudal como constrições peristálticas fortes 
. Iniciam-se cada vez, mais proximalmente ao corpo gástrico → provocando maior mistura do alimento ao quimo no antro
. Originam pressões de 50 a 70 cm (seis vezes maiores que a onda peristáltica de mistura)
O papel do piloro no controle de esvaziamento estomacal
. Abertura distal do estômago
. Musculatura circular maior (50 a 100%)
. Ligeira contração tônica quase todo tempo
. Esfíncter pilórico: músculo circular pilórico
. Abre-se o suficiente para a passagem de líquidos estômago / duodeno
. Evita a passagem de alimentos até que estes estejam transformados em quimo
. Grau de constrição aumenta ou diminui → reflexos nervoso e humorais (estômago e duodeno)
Regulação do esvaziamento estomacal
. Feita tanto pelo estômago quanto pelo duodeno (mais potentes )
Fatores gástricos que promovem o esvaziamento
. efeito do volume alimentar gástrico na taxa de esvaziamento: volume de maior diâmetro promove maior esvaziamento estomacal. A dilatação da parede estomacal desencadeia reflexos mioentéricos locais que acentuam a atividade da bomba pilórica e inibem o piloro
. efeitodo hormônio gastrina sobre o esvaziamento estomacal: gastrina é liberada pela distensão da parede estomacal e presença de determinados tios de alimentos (produtos da digestão da carne por exemplo). 
. A gastrina:
é potente na secreção do suco gástrico
estimula efeitos de brandos a moderados nas funções motoras do estômago
intensifica a atividade da bomba pilórica
Fatores duodenais poderosos na inibição do esvaziamento estomacal
. efeito inibitório de reflexos nervosos enterogástricos de origem duodenal: reflexos nervosos ocorrem quando o quimo entra no duodeno em quantidades excessivas para a absorção.
duodeno / estômago → sistema nervoso entérico da parede intestinal
nervos extrínsecos que entram em contato com os gânglios simpáticos pre-vertebrais → fibras simpáticas inibidoras que voltam inervando o estômago
nervos vagos: tronco encefálico → inibem os sinais excitatórios transmitidos ao estômago por ramos eferentes dos vagos
. Efeitos dos reflexos inibitórios:
inibem as contrações propulsivas da “bomba pilórica”
aumento o tônus do esfíncter pilórico
. Fatores que provocam os reflexos inibidores:
distensão do duodeno
irritação da mucosa duodenal em graus variáveis
ativados em tempos inferiores a 30 segundos
grau de acidez do quimo duodenal
grau de osmolalidade do quimo 
presença de determinados produtos de degradação química das proteínas, e talvez, em menor escala, das gorduras
diminuindo-se a taxa de esvaziamento gástrico aumenta-se a digestão das proteínas no intestino delgado
líquidos hipotônicos e hipertônicos) → reflexos inibitórios → prevenção de mudanças rápidas nas conetração de eletrólitos no LEC durante a absorção intestinal
O feedback hormonal do duodeno inibe o esvaziamento gástrico – o papel das gorduras e do hormônio colecistocinina 
. entrada de gorduras no duodeno → ligação a receptores nas céls. epiteliais do duodeno → liberação de hormônios* → estômago → inibição do esvaziamento (bomba pilórica inibida + aumento da força de contração do esfíncter pilórico)
. digestão de gorduras é mais lenta se comparada a digestão de outros alimentos
*provavelmente a colecistocinina (CCK) em resposta a presença de substâncias gordurosas no quimo (duodeno)
ou secretina em resposta ao ácido gástrico (duodeno) 
ou peptídeo inibidor gástrico (GIP) (intestino delgado superior)
efeito mais fraco de diminuição da mobilidade gastrointestinal
em resposta à gordura no quimo e em menor escala aos carboidratos 
estimula a secreção de insulina pelo pâncreas
Resumo do controle de esvaziamento estomacal
. gastrina sobre a peristalse estomacal
. feedback inibitório duodenal
. feedback estomacal (CCK)
→ retardam a taxa de esvaziamento quando:
. muito quimo no intestino delgado
. quimo é excessivamente:
	. ácido
	. muita proteína 
	. gordura processada
	. hipotônico ou isotônico
	. irritativo
Movimentos do intestino delgado
Podem ser:
contrações de mistura
contrações propulsivas
Contrações de mistura (contrações de segmentação
Quimo distende porção do intestino delgado → contrações concêntricas e localizadas → contrações cíclicas (quando uma se relaxa outra se inicia) → quimo dividido de 2 a 3 vezes por minuto = mistura com as secreções do intestino delgado
. Frequência máxima → 12 contrações por minuto
. Tornam-se fracas perante a presença de atropina
. São efetivas somente perante a excitação do fundo do plexo nervoso mientérico
Movimentos propulsivos
Peristalse no intestino delgado: 
velocidade média de 0,5 a 2 cm/s na direção do ânus, ou 1 cm/min
mais rápidas no intestino proximal e mais lentas no intestino terminal
são muito fracas e cessam depois de percorrer 3 a 5 cm, o movimento adiante do quimo é muito lento
Controle da peristalse por sinais nervosos e hormonais
entrada do quimo no duodeno (distensão da parede duodenal)
reflexo gastroentérico (distensão do estômago → parede do estômago até o intestino)
hormônios: gastrina, CCK, insulina, motilina, serotonina → intensificam a motilidade intestinal
* secretina e glucagon inibem a motilidade do intestino delgado
. Distribuir o quimo ao longo da mucosa intestinal
 muitas vezes o quimo fica retico na vávlula ileocecal até que seja enfiado um novo reflexo gastroileal 
Efeito propulsivo dos movimentos de segmentação
Exacerbação peristáltica 
. diarréia infecciosa → exacerbação peristáltica → reflexos SNA + tronco cerebral + reflexos no plexo mientérico da parede do trato intestinal → intensidade nas contrações 
Movimentos causados pela mucosa e por fibras musculares (reflexos nervosos locais em resposta à presença de quimo)
. pregas curtas na mucosa intestinal provocadas pela muscular da mucosa
. fibras individuais da muscular da mucosa estendem-se às vilosidades intestinais e provocam a contração delas intermitentemente → aumento na absorção + linfa flui para sist. linfático 
Função da vlvula ileocecal
. Evitar o refluxo de conteúdos fecais do cólon para o intestino delgado
. É fechada quando a pressão aumentada no intestino grosso empurra os conteúdos contra a abertura da válvula
. Esfincter ileocecal só libera o esvaziamento de conteúdos ileais no ceco após uma refeição que por sua vez libera um reflexo gastroileal 
Controle por feedback no esfíncter íleocecal 
Ceco distendido → contração do esfíncter ileocecal se intensifica → peristalse ileal é inibida → retardo no esvaziamento do quimo
* qualquer irritação cecal produz os mesmos efeitos acima descritos
. Reflexos ceco / esfíncter ileocecal / íleo → mediados:
plexo mientérico na parede do trato intestinal
nervos autônomos extrínsecos (principalmente gânglios simpáticos pré-vertebrais)
Movimentos do cólon
. Funções:
absorção de água e eletrólitos do quimo para formar fezes sólidas
armazenamento de material fecal até que este possa ser expelido
. Divisões:
metade proximal: absorção
metade distal: armazenamento
. Movimentos lentos e divididos em movimentos de mistura e propulsivos.
Movimentos de mistura – haustrações
. Cada constrição → 2,5 cm de músculo circular contra-se contrigindo o lúmen do cólon até quase a oclusão + músculo longitudinal contrai-se → originam-se haustrações
. Atinge a intensidade máxima de 30 segundos e desaparece nos próximos 60 segundos
. Material fecal no intestino grosso é lentamente revolvido e gradualmente exposto à superfície mucosa para que líquidos e substâncias dissolvidas sejam progressivamente absorvidas.
Movimentos propulsivos – movimentos de massa
. Quimo torna-se fecal à variar de semilíquido para semisólido.
. Anel constritivo ocorre me resposta à distensãi em um ponto no cólon (geralmente no cólon transversal) → 20 cm à frente do anel constritivo as haustrações desaparecem e o segmento passa a contrair-se como uma unidade → impulsão do material fecal em massa → leva 30 segundos e o relaxamento é de 2 a 3 min (cíclico entre 10 a 30 min) → cessam durante meio dia → massa de fezes atingindo o reto → vontade de defecar
Iniciação de movimentos de masa por reflexos gastrocólicos e duodenocólicos
Refeição → distensão estômago / duodeno → movimentos de massa 
. Também podem ocorrer por irritação (colite ulcerativa)
Defecação
. Presença de esfíncter fraco à 20 cm do ânus entre o sigmóide e o reto (vazio durante a maior parte do tempo)
. Movimentos de massa → contração reflexa do reto + relaxamento dos esfíncteres anais → vontade de defecar
A passagem fecal é evitada por:
esfíncter anal interno → músculo liso espesso com vários centímetros de comprimento na região do ânus
esfíncter anal externo → músculo voluntário estriado que circunda o esfíncter interno e estende-se distalmente a ele
controlado pelo ;nervo pudendo (SNS)
Reflexos de defecação
Intrínseco → mediado pelo sistema nervoso entérico local (parede do reto). Fezes entram no reto → distensão da parede retal → sinais aferentes para plexo mientérico → ondas peristálticas descendentes no cólon descendente, sigmóide e reto → esfíncter anal interno relaxa (sinais inibidores do plexo mientérico) → se esfíncter anal externo também relaxado → defecação
. Reflexo de defecação parassimpático → estímulo no reto → sinais transmitidos para a medula espinhal → fibras nervosas parassimpáticas dos nervos pélvicos → cólon descendente, sigmóide, reto e ânus → intensificação do peristaltismo → relaxamento do esfíncter anal interno → reflexo mientérico intrínseco fraco em intenso → sinais de defecação para a medula espinhal → respiração profunda → fechar a glote + contrair músculos da parede abdominal = forçar conteúdo fecal do cólon para baixo e ao mesmo tempo faxzer o assoalho pélvico se relaxar → projetá-lo para baixo → anel anal projetado para baixo → eliminação das fezes
Reflexos de defecação ativados por: respiração profunda + movimento do diafragma para baixo + contração dos músculos abdominais para aumentar a pressão no abdome → conteúdo anal vai para o reto → novos reflexos (cíclicos)
Outros reflexos autônomos que afetam a atividade intestinal
. Reflexo peritoneointestinal → irrigação do peritônio + forte inibição aos nervos entéricos excitatórios = paralisia intestinal (peritonite)
. Reflexos renointestinal e vesicointestinal → inibem a atividade intestinal em virtude de uma irritação intestinal ou vesical

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