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1 Giovanna de Freitas Maciel – Direito do Trabalho I – Prof. Marcia Kazenoh Bruginski DIREITO DO TRABALHO I 1º BIMESTRE O TRABALHO NA HISTÓRIA PERÍODO PRÉ-INDUSTRIAL: Desde a época da Escravidão o trabalho sempre existiu, ou seja, colocar sua força produtiva e intelectual em favor de alguém, detalhe que, o escravo não era visto como um sujeito de direito e sim como objeto de direito, não existindo regras. No Feudalismo se tem trabalhadores mais simples, mas mesmo assim a mercê dos senhores feudais, assim, os servos entregaram parte da produção aos senhores feudais em troca de proteção. E após, se tem as Corporações de Oficio, constituídas por mestres, companheiros e aprendizes, os companheiros já tinham uma retribuição e já existiam algumas regras. PERÍODO REVOLUÇÃO INDUSTRIAL: Surge a máquina a vapor como fonte de energia em substituição a força humana, surge também, as grandes indústrias, deixando de trabalhar por conta e passa a ser assalariado e subordinado ao detentor de capital. Excesso de explorações, más condições de trabalho, crianças e mulheres tinham as piores condições de trabalho e ainda neste período, o Estado se mantinha inerte deixando que o capitalismo tomasse conta da situação atual da época. O trabalhador era treinado para operar em maquinas, sem levar em conta suas habilidades pessoais, eram submissos a péssimas condições de trabalho, maiores explorações de crianças e mulheres, liberdade contratual, tendo assim, ausência de limite a autonomia da vontade das partes, estruturação piramidal do poder, nascimento dos movimentos sindicais, intervenção estatal, a partir dessa situação ocorreu o surgimento do Direito do Trabalho, ramo jurídico especifico que tem como função regular as relações entre empregados e empregador. O Direito do Trabalho assim, surgiu de um grande movimento social e as primeiras normas que foram reivindicadas eram em relações ao menor e da mulher. EVOLUÇÃO DO DIREITO DO TRABALHO 1. FASE DE FORMAÇÃO (1802-1848) – Surge na Inglaterra surge a primeira legislação trabalhista tutelar, que proíbe o trabalho dos menores à noite por duração superior a 12h diárias; na França, em 1812, proibiu o trabalho de menores nas minas, em 1814, vedado o trabalho aos domingos e feriados e em 1839 foi proibido o trabalho dos menores de 9 anos. 2. FASE DE INTENSIFICAÇÃO (1829-1890) – Implantação da primeira forma de seguro social (Alemanha). 3. FASE DE CONSOLIDAÇÃO (1890-1919) – E nciclica Papal Rerum Novarum preconizando o salário justo. 4. FASE DA AUTONOMIA (1919 ATÉ DIAS ATUAIS) – Criação da Organização Internacional do Trabalho (OIT), que visa proteção da relação de empregadores e empregados. EVOLUÇÃO DO DIREITO DO TRABALHO NO BRASIL 1. Em 1888 ocorre a abolição da escravatura, eis que um grande número de trabalhadores passou a ter direitos trabalhistas (trabalhador livre). 2. Em 1891, o Decreto 1313, inaugura a fase legislativa, regularizando o trabalho e as condições dos menores empregados, traçando, dentre outros, os seguintes direitos: proibição de trabalho até 13 anos de idade, exceção do contrato de aprendizagem nas fabricas de tecido, cujo limite seria de oito anos, proibição do trabalho nos domingos e feriados e das seis da tarde às seis da manha, em qualquer dia, para menores de 15 anos, normas de higiene no local de trabalho, proibição de trabalhos de menores em locais perigosos e insalubres. 3. A Constituição de 1934, é a primeira constituição brasileira a tratar especificamente do Direito do Trabalho – garantia a liberdade sindical, isonomia salarial, salário mínimo, jornada de 8h, proteção ao trabalho do menor e da mulher, repouso semanal 2 Giovanna de Freitas Maciel – Direito do Trabalho I – Prof. Marcia Kazenoh Bruginski e férias anuais remuneradas. A designação Justiça do Trabalho foi usada pela primeira vez. 4. A Constituição de 1937, expressa uma maior intervenção do Estado, com a proibição da greve, já que visto como recurso antissocial e nocivo à economia. 5. A Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT), em 1943, institucionalizou as leis até então vigentes, passando a funcionar como um verdadeiro Código Trabalhista. 6. A Constituição de 1946 assegurou o principio da isonomia ao vedar a diferença de salário para o mesmo trabalho por motivos de idade, sexo, nacionalidade ou estado civil e restabeleceu o direito de greve e a Justiça do Trabalho passou a integrar o Poder judiciário, como órgão especializado. 7. A Constituição de 1967 assegurou o salário-família aos dependentes dos trabalhadores e reduziu a idade mínima para o trabalho para 12 anos. 8. A Constituição de 1988, embasado no art. 7º arrola aos direitos sociais dos empregados urbanos e rurais – redução de carga horária semanal para 44h, férias acrescidas de 1/3, fixa a idade mínima para o trabalho para 14 anos, ainda que na condição de aprendiz, a EC 72/2013 igualou os direitos das domesticas e aos demais trabalhadores. ORIGEM DA PALAVRA “TRABALHO”: Dor, castigo, sofrimento e tortura. Atualmente, o trabalho é toda energia física ou intelectual empregada pelo homem com finalidade produtiva. 1. CORRENTE SUBJETIVA: Prioriza os sujeitos 2. CORRENTE OBJETIVA: Prioriza o conteúdo do Direito do Trabalho 3. CORRENTE MISTA: Considera tanto os sujeitos de trabalho, quanto o conteúdo do Direito do Trabalho. O Direito do trabalho é dividido por: Direito Individual do Trabalho (empregado e empregador) e Direito coletivo de Trabalho (grupo de empregado e um grupo de empregadores representados por seu ente sindical) 4. NATUREZA JURÍDICA: Direito privado, pois decorre de um contrato entre particulares. Art. 8º - As autoridades administrativas e a Justiça do Trabalho, na falta de disposições legais ou contratuais, decidirão, conforme o caso, pela jurisprudência, por analogia, por equidade e outros princípios e normas gerais de direito, principalmente do direito do trabalho, e, ainda, de acordo com os usos e costumes, o direito comparado, mas sempre de maneira que nenhum interesse de classe ou particular prevaleça sobre o interesse público. Parágrafo único - O direito comum será fonte subsidiária do direito do trabalho, naquilo em que não for incompatível com os princípios fundamentais deste. FONTES DE INTEGRAÇÃO 1. JURISPRUDENCIA 2. ANALOGIA: processo comparativo, em que se pode estender para caso não previsto, o que foi decidido em outros casos semelhantes. 3. EQUIDADE: É um referencial para o julgamento do magistrado – dosar com humanidade, mas dentro dos limites da lei, os efeitos de uma decisão. 4. PRINCIPIOS: O aplicador do direito pode invocar um principio geral para encontrar uma solução não apresentada de modo expresso pela lei. Ex: não se pode apenar duas vezes pelo mesmo ato – justa causa. 5. USOS E COSTUMES: Ex: Art. 5ª, Lei 5889/73 (Estatuto do trabalhador rural). Art. 5º Em qualquer trabalho contínuo de duração superior a seis horas, será obrigatória a concessão de um intervalo para repouso ou alimentação observados os usos e costumes da região, não se computando este intervalo na duração do trabalho. Entre duas jornadas de trabalho haverá um período mínimo de onze horas consecutivas para descanso APLICAÇÃ DO DIREITO DO TRABALHO NO TEMPO E NO ESPAÇO APLICAÇÃO ESPACIAL: Diz respeito ao território em que vai ser aplicada a norma. 1. “PRINCIPIO DA TERRITORIALIDADE” (art. 198 – Código Bustamante). 2. APLICAÇÃO DA NORMA MAIS FAVORÁVEL – art. 3º II c/c art. 2º III, da Lei 7.062/82; empregado contratado por empresa sediada no Brasil para trabalhar a seu serviço no exterior ou transferido (período acima de 90 dias) – aplica-se a lei brasileira, quando 3 Giovanna de Freitas Maciel – Direitodo Trabalho I – Prof. Marcia Kazenoh Bruginski mais favorável. Neste caso, não prevalece o “principio da territorialidade” e sim, a legislação que mais favoreça. 3. Não admite foro de Eleição. Art. 651 - A competência das Juntas de Conciliação e Julgamento é determinada pela localidade onde o empregado, reclamante ou reclamado, prestar serviços ao empregador, ainda que tenha sido contratado noutro local ou no estrangeiro. § 2º - A competência das Juntas de Conciliação e Julgamento, estabelecida neste artigo, estende- se aos dissídios ocorridos em agência ou filial no estrangeiro, desde que o empregado seja brasileiro e não haja convenção internacional dispondo em contrário. APLICAÇÃO TEMPORAL: Significa a entrada em vigor da norma e os seus efeitos. 1. REGRA – as leis trabalhistas entram em vigor a partir da publicação tendo eficácia imediata; entrando em vigor, a lei se aplica, imediatamente, desde logo, as relações de emprego que se achem em desenvolvimento. 2. EFEITOS – atingem apenas os contratos em curso, não modificando os já extintos ou situações consumadas, ou seja, deve-se observar o “principio da irretroatividade da norma” – a inovação legislativa não atinge atos que se aperfeiçoam sob a égide da norma anterior. PRINCÍPIOS PRINCIPIOS CONSTITUCIONAIS: 1. Dignidade da pessoa humana (art. 5º, III, CF) 2. Princípio da Liberdade de Trabalho (art. 5º, XIII, CF) 3. Princípio da igualdade (art. 5º, caput) 4. Direito de indenização por danos morais, materiais ou a imagem (art. 5º, V, CF) 5. Inviolabilidade à intimidade, à vida privada, à honra e à imagem (art. 5º X, CF) PRINCIPIOS DO DIREITO DO TRABALHO: 1. PRINCIPIO PROTETOR – O motivo desta proteção é a inferioridade jurídica do empregado em face do empregador, cuja superioridade permite impor unilateralmente condições contratuais que o empregado não tem a possibilidade de discutir. 2. IN DÚBIO PRO OPERARIO – diante de uma única disposição, suscetível de interpretações diversas ensejadora de duvidas, a de se aplicar aquela que seja mais favorável ao empregado. Não é aplicado em termos processuais e sim, na interpretação material da norma, ou seja, no ônus da prova. 3. RELEVÂNCIA DA NORMA MAIS FAVORÁVEL - diante de uma pluralidade de normas com vigência simultânea, há de se preferir aquela que seja mais favorável ao trabalhador. Não tem um problema de interpretação da norma, e sim, mais de uma norma regendo daquele caso concreto e este princípio irá guiar o juiz o que o mesmo deve arguir. 4. PREVALÊNCIA DA CONDIÇÃO MAIS BENÉFICA AO TRABALHADOR – é direcionado a benefícios e direito que o empregador estipula da forma que ele bem entender. Importa na garantia de preservação, ao longo do contrato, da clausula contratual mais vantajosa ao trabalhador, que se reveste de direito adquirido e não pode ser retirado (SUMULA 51 DO TST) 5. PRIMAZIA DA REALIDADE - desconstituir documento que não corresponda com a verdade dos fatos. Esse principio determina que a realidade dos fatos prevalece sobre meras clausulas contratuais ou registros documentais ainda que em sentido contrario. O empregado ter assinado o documento não irá provar e nem dizer nada se não for verdade. 6. INTANGIBILIDADE OU IRREDUTIBILIDADE SALARIAL (art. 462, CLT e 7º VI, CF) - impossibilidade de o empregador reduzir o salário do empregado, sendo um mandamento da Constituição, porém não é absoluto, pois tem a negociação coletiva. Art. 462 - Ao empregador é vedado efetuar qualquer desconto nos salários do empregado, salvo quando este resultar de adiantamentos, de dispositivos de lei ou de contrato coletivo. 4 Giovanna de Freitas Maciel – Direito do Trabalho I – Prof. Marcia Kazenoh Bruginski § 1º - Em caso de dano causado pelo empregado, o desconto será lícito, desde de que esta possibilidade tenha sido acordada ou na ocorrência de dolo do empregado. (Art. 82 + OJ 18 da SDC do TST) § 2º - É vedado à empresa que mantiver armazém para venda de mercadorias aos empregados ou serviços destinados a proporcionar-lhes prestações in natura exercer qualquer coação ou induzimento no sentido de que os empregados se utilizem do armazém ou dos serviços. § 3º - Sempre que não for possível o acesso dos empregados a armazéns ou serviços não mantidos pela empresa, é lícito à autoridade competente determinar a adoção de medidas adequadas, visando a que as mercadorias sejam vendidas e os serviços prestados a preços razoáveis, sem intuito de lucro e sempre em benefícios dos empregados. § 4º - Observado o disposto neste Capítulo, é vedado às empresas limitar, por qualquer forma, a liberdade dos empregados de dispor do seu salário. A irredutibilidade é a garantia do trabalhador de não ver o seu salário reduzido pelo empregador. E a intangibilidade, o salário deve ser pago integralmente ao trabalhador, sem descontos provocados pelo empregador, salvo, o estipulado no art. 462. 7. PRINCIPIO DA INALTERABILIDADE CONTRATUAL LESIVA (IN PEJUS) (arts. 444 e 468, CLT) – impossibilidade de alteração contratual lesiva ao trabalhador, ou seja, pode haver alterações, porém se forem lesivas não pode. “Esse princípio veda ao empregador que proceda com alterações contratuais prejudiciais ao empregado, traçando dois pressupostos para a validade da modificação contratual: mútuo consentimento e ausência de prejuízo. 8. PRINCÍPIO DA CONTINUIDADE DA RELAÇÃO DE emprego (Sumula 212 TST) - O ônus de provar o término do contrato de trabalho, quando negados a prestação o termino do contrato de despedimento, é do empregador, pois o princípio da continuidade da relação de emprego constitui presunção favorável ao empregado. “Pela continuidade da relação de emprego, presume-se que o vinculo é por prazo indeterminado, sendo que quando for por prazo determinado, tal condição deverá ser comunicada expressamente”. 9. PRINCIPIO DA IRRENUNCIABILIDADE DOS DIREITOS TRABALHISTAS: “Ao empregado não é dado o direito de renuncia as garantias trabalhistas antes do contrato no curso ou após a extinção do contrato”. PRINCIPIOS DO DIREITO COLETIVO DO TRABALHO: Direito coletivo do trabalho é o conjunto de regras, princípios e institutos regulatórios das relações entre os seres coletivos trabalhistas: de um lado, os obreiros, representados pelas entidades sindicais, e, de outro, os seres coletivos empresariais, atuando quer isoladamente, quer através de seus sindicatos. (Mauricio Godinho Delgado). 1. LIBERDADE SINDICAL (art. 8º, I, CF): Ninguém é obrigado a se filiar a um sindicato e a partir do momento em que se participa, pode-se a qualquer momento se retirar. 2. PREPONDERÂNCIA DO INTERESSE COLETIVO SOBRE O INDIVIDUAL: Jamais o sindicato que é o representante de direito coletivo, não se importará com que um trabalhador pede, mas sim, ao coletivo. 3. AUTONOMIA COLETIVA: Da ao sindicato de criar norma, cria regras, que hierarquicamente não estão em desnível com a Constituição Federal, e às vezes até se sobrepõe a Constituição Federal, porque é a mais benéfica. Os sindicatos negociam com a finalidade de criar, ou suprimir direitos trabalhistas, vinculando as partes por ela atingidas. A negociação coletiva encontra limites nas normas de ordem publica. 4. EQUILÍBRIO SOCIAL OU DA PAZ SOCIAL: A partir do momento que os sindicatos negociam, considerando que são sindicatos negociais e de trabalho, os mesmos encontram o equilíbrio. 5. ADEQUAÇÃO: Adequar às questões econômicas, ou seja, quando a economia está boa, o reajuste salarial será automaticamente bom e vice-versa. A finalidade da negociação coletiva é a de adequar os direitos trabalhistas a cada categoria, de acordo com a região, época, situação econômica etc. 5 Giovannade Freitas Maciel – Direito do Trabalho I – Prof. Marcia Kazenoh Bruginski 6. LIMITE DA NEGOCIAÇÃO COLETIVA 7. INTERVENÇÃO OBRIGATÓRIA DOS SINDICATOS (art. 8º, III e VII CF com o art. 611, CLT) 8. EQUIVALÊNCIA ENTRE OS NEGOCIANTES: Os sindicatos representativos dos trabalhadores e dos empregadores sempre estão em equivalência. SINDICATOS: Seres legitimados para representação dos interesses de um grupo de trabalhadores ou empregadores Art. 511. É lícita a associação para fins de estudo, defesa e coordenação dos seus interesses econômicos ou profissionais de todos os que, como empregadores, empregados, agentes ou trabalhadores autônomos ou profissionais liberais exerçam, respectivamente, a mesma atividade ou profissão ou atividades ou profissões similares ou conexas. TIPOS: 1. SINDICATO DE EMPREGADOS (categoria profissional): constituído para a defesa e representação dos interesses dos trabalhadores. 2. SINDICATO PATRONAL (categoria econômica): constituído para a defesa e representação dos empregadores do mesmo ramo. NATUREZA JURÍDICA: Art. 564 - Às entidades sindicais, sendo-lhes peculiar e essencial a atribuição representativa e coordenadora das correspondentes categorias ou profissões, é vedado, direta ou indiretamente, o exercício de atividade econômica. REGISTRO: Art. 558 - São obrigadas ao registro todas as associações profissionais constituídas por atividades ou profissões idênticas, similares ou conexas, de acordo com o art. 511 e na conformidade do Quadro de Atividades e Profissões a que alude o Capítulo II deste Título. As associações profissionais registradas nos termos deste artigo poderão representar, perante as autoridades administrativas e judiciárias, os interesses individuais dos associados relativos à sua atividade ou profissão, sendo-lhes também extensivas as prerrogativas contidas na alínea "d" e no parágrafo único do art. 513. Súmula 677 (STF): “Até que lei venha a dispor a respeito, incumbe ao Ministério do Trabalho proceder ao registro das entidades sindicais e zelar pela observância do principio da unicidade”). ESTRUTURA: Art. 522. A administração do sindicato será exercida por uma diretoria constituída no máximo de sete e no mínimo de três membros e de um Conselho Fiscal composto de três membros, eleitos esses órgãos pela Assembleia Geral. § 1º A diretoria elegerá, dentre os seus membros, o presidente do sindicato. § 2º A competência do Conselho Fiscal é limitada à fiscalização da gestão financeira do sindicato. § 3º - Constituirão atribuição exclusiva da Diretoria do Sindicato e dos Delegados Sindicais, a que se refere o art. 523, a representação e a defesa dos interesses da entidade perante os poderes públicos e as empresas, salvo mandatário com poderes outorgados por procuração da Diretoria, ou associado investido em representação prevista em lei. 1. ASSEMBLEIA GERAL: principais deliberações do sindicato, pautas. 2. DIRETORIA: administração do sindicato. 3. CONSELHO FISCAL: órgão responsável pela parte financeira do sindicato, FUNÇÕES: Representação negocial e assistencial (EXEMPLO: saúde, assistência judiciária para os que não tenham condições, etc.). Art. 513. São prerrogativas dos sindicatos: a) representar, perante as autoridades administrativas e judiciárias os interesses gerais da respectiva categoria ou profissão liberal ou interesses individuais dos associados relativos á atividade ou profissão exercida; b) celebrar contratos coletivos de trabalho; c) eleger ou designar os representantes da respectiva categoria ou profissão liberal; d) colaborar com o Estado, como órgãos técnicos e consultivos, na estudo e solução dos problemas que se relacionam com a respectiva categoria ou profissão liberal; e) impor contribuições a todos aqueles que participam das categorias econômicas ou profissionais ou das profissões liberais representadas. Parágrafo Único. Os sindicatos de empregados terão, outrossim, a prerrogativa de fundar e manter agências de colocação. Art. 564 - Às entidades sindicais, sendo-lhes peculiar e essencial a atribuição representativa e coordenadora das correspondentes categorias ou profissões, é vedado, direta ou indiretamente, o exercício de atividade econômica. 6 Giovanna de Freitas Maciel – Direito do Trabalho I – Prof. Marcia Kazenoh Bruginski DEVERES: Art. 514. São deveres dos sindicatos: a) colaborar com os poderes públicos no desenvolvimento da solidariedade social; b) manter serviços de assistência judiciária para os associados; c) promover a conciliação nos dissídios de trabalho. d) sempre que possível, e de acordo com as suas possibilidades, manter no seu quadro de pessoal, em convênio com entidades assistenciais ou por conta própria, um assistente social com as atribuições específicas de promover a cooperação operacional na empresa e a integração profissional na Classe. Parágrafo único. Os sindicatos de empregados terão, outrossim, o dever de: a) promover a fundação de cooperativas de consumo e de crédito; b) fundar e manter escolas de alfabetização e pré-vocacionais. PARALELISMO SINDICAL: Dois sindicatos com interesses divergentes. UNICIDADE SINDICAL: Art. 516 - Não será reconhecido mais de um Sindicato representativo da mesma categoria econômica ou profissional, ou profissão liberal, em uma dada base territorial. Art. 517. Os sindicatos poderão ser distritais, municipais, intermunicipais, estaduais e interestaduais. Excepcionalmente, e atendendo às peculiaridades de determinadas categorias ou profissões, o ministro do Trabalho, Indústria e Comércio poderá autorizar o reconhecimento de sindicatos nacionais. § 1º O ministro do Trabalho, Indústria e Comércio, outorgará e delimitará a base territorial do sindicato. § 2º Dentro da base territorial que lhe for determinada é facultado ao sindicato instituir delegacias ou secções para melhor proteção dos associados e da categoria econômica ou profissional ou profissão liberal representada. ORGANIZAÇÃO DOS SINDICATOS: 1. CATEGORIA PROFISSIONAL - art. 511, parágrafo 2º da CLT 2. CATEGORIA ECONÔMICA – art. 511, parágrafo 1º da CLT 3. CATEGORIA DIFERENCIADA – art. 511, parágrafo 3º da CLT: o Ministério do Trabalho lista quem são os profissionais que se enquadram nessa categoria (EXEMPLO: advogado, engenheiros, professores, propagandistas, etc.) “Conjunto de trabalhadores que tem identidade de interesses em razão de sua atividade de trabalho, que possui regulamentação especifica e critérios específicos para o exercício da sua atividade e profissão”. Art. 511. É lícita a associação para fins de estudo, defesa e coordenação dos seus interesses econômicos ou profissionais de todos os que, como empregadores, empregados, agentes ou trabalhadores autônomos ou profissionais liberais exerçam, respectivamente, a mesma atividade ou profissão ou atividades ou profissões similares ou conexas. §1º A solidariedade de interesses econômicos dos que empreendem atividades idênticas, similares ou conexas, constitui o vínculo social básico que se denomina categoria econômica. §2º A similitude de condições de vida oriunda da profissão ou trabalho em comum, em situação de emprego na mesma atividade econômica ou em atividades econômicas similares ou conexas, compõe a expressão social elementar compreendida como categoria profissional. § 3º Categoria profissional diferenciada é a que se forma dos empregados que exerçam profissões ou funções diferenciadas por força de estatuto profissional especial ou em consequência de condições de vida singulares. Art. 570. Os sindicatos constituir-se-ão, normalmente, por categorias econômicas ou profissionais, específicas, na conformidade da discriminação do quadrodas atividades e profissões a que se refere o art. 577 ou segundo de subdivisões que, sob proposta da Comissão do Enquadramento Sindical, de que trata o art. 576, forem criadas pelo ministro do Trabalho, Indústria e Comércio. Parágrafo único - Quando os exercentes de quaisquer atividades ou profissões se constituírem, seja pelo número reduzido, seja pela natureza mesma dessas atividades ou profissões, seja pelas afinidades existentes entre elas, em condições tais que não se possam sindicalizar eficientemente pelo critério de especificidade de categoria, é-lhes permitido sindicalizar-se pelo critério de categorias similares ou conexas, entendendo-se como tais as que se acham compreendidas nos limites de cada grupo constante do Quadro de Atividades e Profissões. Art. 571. Qualquer das atividades ou profissões concentradas na forma do parágrafo único do artigo anterior poderá dissociar-se do sindicato principal, formando um sindicato específico, desde que o novo sindicato, a juízo da Comissão do Enquadramento Sindical, ofereça possibilidade de vida associativa regular e de ação sindical eficiente. Art. 572. Os sindicatos que se constituírem por categorias similares ou conexas, nos termos do parágrafo único do art. 570, adotarão denominação em que fiquem, tanto como possível, explicitamente mencionadas as atividades ou profissões concentradas, de conformidade com o quadro 7 Giovanna de Freitas Maciel – Direito do Trabalho I – Prof. Marcia Kazenoh Bruginski das atividades e profissões, ou se se tratar de subdivisões, de acordo com o que determinar a Comissão do Enquadramento Sindical. Parágrafo único - Ocorrendo a hipótese do artigo anterior, o Sindicato principal terá a denominação alterada, eliminando-se lhe a designação relativa à atividade ou profissão dissociada. Art. 573 - O agrupamento dos Sindicatos em Federações obedecerá às mesmas regras que as estabelecidas neste Capítulo para o agrupamento das atividades e profissões em Sindicatos. Parágrafo único - As Federações de Sindicatos de profissões liberais poderão ser organizadas independentemente do grupo básico da Confederação, sempre que as respectivas profissões se acharem submetidas, por disposições de lei, a um único regulamento. Art. 574 - Dentro da mesma base territorial, as empresas industriais do tipo artesanal poderão constituir entidades sindicais, de primeiro e segundo graus, distintas das associações sindicais das empresas congêneres, de tipo diferente. Parágrafo único. Compete à Comissão de Enquadramento Sindical definir, de modo genérico, com a aprovação do ministro do Trabalho, Indústria e Comércio, a dimensão e os demais característicos das empresas industriais de tipo artesanal. Art. 575. O quadro de atividades e profissões será revisto de dois em dois anos, por proposta da Comissão do Enquadramento Sindical, para o fim de ajustá-lo às condições da estrutura econômica e profissional do país. § 1º - Antes de proceder à revisão do Quadro, a Comissão deverá solicitar sugestões às entidades sindicais e às associações profissionais. § 2º - A proposta de revisão será submetida à aprovação do Ministro do Trabalho, Industria e Comercio. Art. 576 - A Comissão do Enquadramento Sindical será constituída pelo Diretor-Geral do Departamento Nacional do Trabalho, que a presidirá, e pelos seguintes membros: I - 2 (dois) representantes do Departamento Nacional do Trabalho; II - 1 (um) representante do Departamento Nacional de Mão-de-Obra; III - 1 (um) representante do Instituto Nacional de Tecnologia, do Ministério da Indústria e do Comércio; IV - 1 (um) representante do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária, do Ministério da Agricultura; V - 1 (um) representante do Ministério dos Transportes; VI - 2 (dois) representantes das categorias econômicas; e VII - 2 (dois) representantes das categorias profissionais. § 1º - Os membros da CES serão designados pelo Ministro do Trabalho e Previdência Social, mediante. a) indicação dos titulares das Pastas, quanto aos representantes dos outros Ministérios; b) indicação do respectivo Diretor Geral, quanto ao do DNMO; c) eleição pelas respectivas Confederações, em conjunto, quanto aos representantes das categorias econômicas e profissionais, de acordo com as instruções que forem expedidas pelo Ministro do Trabalho e Previdência Social. § 2º - Cada Membro terá um suplente designado juntamente com o titular. § 3º - Será de 3 (três) anos o mandato dos representantes das categorias econômica e profissional. § 4º - Os integrantes da Comissão perceberão a gratificação de presença que for estabelecida por decreto executivo. § 5º - Em suas faltas ou impedimentos o Diretor-Geral do DNT será substituído na presidência pelo Diretor substituto do Departamento ou pelo representante deste na Comissão, nesta ordem. § 6º - Além das atribuições fixadas no presente Capítulo e concernentes ao enquadramento sindical, individual ou coletivo, e à classificação das atividades e profissões, competirá também à CES resolver, com recurso para o Ministro do Trabalho e Previdência Social, todas as dúvidas e controvérsias concernentes à organização sindical. Art. 577 – O Quadro de Atividades e Profissões em vigor fixará o plano básico do enquadramento sindical. Súmula 374 do TST: Empregado integrante de categoria profissional diferenciada não tem o direito de haver de seu empregador vantagens previstas em instrumento coletivo no qual a empresa não foi representada por órgão de classe de sua categoria. NEGOCIAÇÃO COLETIVA 1. CONVENÇÃO 154 OIT DEFINE NEGOCIAÇÃO COLETIVA: “negociação coletiva” compreende todas as negociações que tenham lugar entre, de uma parte, um empregador, um grupo de empregadores ou uma organização ou varias organizações de empregadores, e, de outra parte, uma ou varias organizações de trabalhadores, com o fim de: 8 Giovanna de Freitas Maciel – Direito do Trabalho I – Prof. Marcia Kazenoh Bruginski a. Fixar as condições de trabalho e emprego; ou b. Regular as relações entre empregadores e trabalhadores; ou c. Regular as relações entre os empregadores ou suas organizações e uma ou várias organizações de trabalhadores, ou alcançar todos estes objetivos de uma vez só. 2. NEGOCIAÇÃO COLETIVA: Acordo coletivo ou a convenção coletiva. 3. CONVENÇÃO COLETIVA DO TRABALHO: Dois sindicatos negociando com efeito geral para a categoria. Art. 611 - Convenção Coletiva de Trabalho é o acordo de caráter normativo, pelo qual dois ou mais Sindicatos representativos de categorias econômicas e profissionais estipulam condições de trabalho aplicáveis, no âmbito das respectivas representações, às relações individuais de trabalho. 4. ACORDO COLETIVO DO TRABALHO: Sindicato e empresa negociando com efeitos restritos aos empregados daquele empregador (ex: lucro diferenciado – Bradesco). Art. 611 § 1º É facultado aos Sindicatos representativos de categorias profissionais celebrar Acordos Coletivos com uma ou mais empresas da correspondente categoria econômica, que estipulem condições de trabalho, aplicáveis no âmbito da empresa ou das acordantes respectivas relações de trabalho 5. CONDIÇÕES DE VALIDADE DAS NORMAS COLETIVAS a. Conteúdo Art. 613 - As Convenções e os Acordos deverão conter obrigatoriamente: I - Designação dos Sindicatos convenentes ou dos Sindicatos e empresas acordantes; II - Prazo de vigência; III - Categorias ou classes de trabalhadores abrangidas pelos respectivos dispositivos; IV - Condições ajustadas para reger as relações individuais de trabalho durante sua vigência; V - Normas para a conciliação das divergências surgidas entre os convenentes por motivos da aplicaçãode seus dispositivos; VI - Disposições sobre o processo de sua prorrogação e de revisão total ou parcial de seus dispositivos; VII - Direitos e deveres dos empregados e empresas; VIII - Penalidades para os Sindicatos convenentes, os empregados e as empresas em caso de violação de seus dispositivos. b. Forma Art. 613 Parágrafo único - As Convenções e os Acordos serão celebrados por escrito, sem emendas nem rasuras, em tantas vias quantos forem os Sindicatos convenentes ou as empresas acordantes, além de uma destinada a registro. c. Depósito da norma Art. 614 - Os Sindicatos convenentes ou as empresas acordantes promoverão, conjunta ou separadamente, dentro de 8 (oito) dias da assinatura da Convenção ou Acordo, o depósito de uma via do mesmo, para fins de registro e arquivo, no Departamento Nacional do Trabalho, em se tratando de instrumento de caráter nacional ou interestadual, ou nos órgãos regionais do Ministério do Trabalho nos demais casos. d. Entrada em vigor: Art. 614 § 1º - As Convenções e os Acordos entrarão em vigor 3 (três) dias após a data da entrega dos mesmos no órgão referido neste artigo. 6. DURAÇÃO: Art. 614 § 3º - Não será permitido estipular duração de Convenção ou Acordo superior a 2 (dois) anos. Orientação Jurisprudencial 322, SDI-I do TST Nos termos do art. 614, § 3º, da CLT, é de 2 anos o prazo máximo de vigência dos acordos e das convenções coletivas. Assim sendo, é inválida, naquilo que ultrapassa o prazo total de 2 anos, a cláusula de termo aditivo que prorroga a vigência do instrumento coletivo originário por prazo indeterminado. 7. INCORPORAÇÃO AO CONTRATO – Súmula 277 do TST (com efeitos suspensos pelo STF); as cláusulas normativas dos acordos coletivos ou convenções coletivas integram os contratos individuais de trabalho e somente poderão ser modificadas ou suprimidas mediante negociação coletiva de trabalho. 9 Giovanna de Freitas Maciel – Direito do Trabalho I – Prof. Marcia Kazenoh Bruginski FORMAS DE CUSTEIO DE SINDICATOS – CONTRIBUIÇÕES SINDICAIS 1. CONTRIBUIÇÃO SINDICAL COMPULSÓRIA: art. 578 e seguintes da CLT; algumas pessoas são isentas de contribuição sindical, micro e pequenas empresas, empresas sem empregado e quem não exerce atividade economia; 2. CONTRIBUIÇÃO ESTATUTÁRIA OU MENSALIDADE SINDICAL: Art. 548 - Constituem o patrimônio das associações sindicais: b) as contribuições dos associados, na forma estabelecida nos estatutos ou pelas Assembleias Gerais; 3. CONTRIBUIÇÃO CONFEDERATIVA – art. 8º, IV da CF: Deliberada em Assembleia do Sindicato, estabelece qual será o seu valor e qual o fundamento, se destina a custear a sobrevivência do sistema confederativo. O sistema confederativo será em relação: a. Confederações (art. 535): 5 ou mais federações, a nível nacional. b. Federal (art. 534 CLT): 5 ou mais sindicatos que representem o mesmo, a nível estadual. c. Sindicatos: Será a nível municipal. OBS: Não há hierarquia, mas agrupamento com o objetivo de melhor coordenarem os seus interesses. As centrais sindicais (Lei 11.648/08): Não podem declarar greve, realizar acordos e convenções coletivas e seu objetivo são representar a categoria de trabalhadores. E estão de fora do sistema confederativo. 4. Contribuição assistencial – art. 545 da CLT: Previstas em acordos e convenções coletivas, terá como objetivo os custeios das negociações coletivas. E a doutrina mencionará que será para custeios acessórios (plano odontológico, p. ex.). Porém a Contribuição Estatutária e a Contribuição Assistencial, não podem ser cobradas ao mesmo tempo, justamente por que as duas têm os custeios acessórios. Art. 545 - Os empregadores ficam obrigados a descontar na folha de pagamento dos seus empregados, desde que por eles devidamente autorizados, as contribuições devidas ao Sindicato, quando por este notificados, salvo quanto à contribuição sindical, cujo desconto independe dessas formalidades. GREVE (LEI 7.783/89) CONCEITO: Art. 2º Para os fins desta Lei, considera-se legítimo exercício do direito de greve a suspensão coletiva, temporária e pacífica, total ou parcial, de prestação pessoal de serviços a empregador. 1. O EMPREGADOR NÃO PODERÁ REALIZAR GREVE: Art. 17. Fica vedada a paralisação das atividades, por iniciativa do empregador, com o objetivo de frustrar negociação ou dificultar o atendimento de reivindicações dos respectivos empregados (lockout). 2. GARANTIA CONSTITUCIONAL (prejuízos irreparáveis): Art. 9º Durante a greve, o sindicato ou a comissão de negociação, mediante acordo com a entidade patronal ou diretamente com o empregador, manterá em atividade equipes de empregados com o propósito de assegurar os serviços cuja paralisação resultem em prejuízo irreparável, pela deterioração irreversível de bens, máquinas e equipamentos, bem como a manutenção daqueles essenciais à retomada das atividades da empresa quando da cessação do movimento. EFEITOS: Suspensão do contrato de trabalho; não há obrigatoriedade de prestação de serviços, tampouco de pagamento dos salários relativos aos dias de paralisação. Art. 7º Observadas as condições previstas nesta Lei, a participação em greve suspende o contrato de trabalho, devendo as relações obrigacionais, durante o período, ser regidas pelo acordo, convenção, laudo arbitral ou decisão da Justiça do Trabalho. ANDAMENTO SEQUENCIAL DA GREVE 1. Insatisfação 2. Provocação do sindicato 3. Convocaçao para assembleia (legitimidade art .4 da lei) 4. Deliberação sobre a pauta de reivindicações 5. Tentativa de negociação diretamente com o patrão 6. Negociação frustada 10 Giovanna de Freitas Maciel – Direito do Trabalho I – Prof. Marcia Kazenoh Bruginski 7. Nova assembleia 8. Deliberação pela greve 9. Comunicação no prazo legal ao empregador e a a comunidade, conforme o caso (art. 3 da lei) SERVIÇOS OU ATIVIDADES ESSENCIAIS: Art. 10 São considerados serviços ou atividades essenciais: I - tratamento e abastecimento de água; produção e distribuição de energia elétrica, gás e combustíveis; II - assistência médica e hospitalar; III - distribuição e comercialização de medicamentos e alimentos; IV - funerários; V - transporte coletivo; VI - captação e tratamento de esgoto e lixo; VII - telecomunicações; VIII - guarda, uso e controle de substâncias radioativas, equipamentos e materiais nucleares; IX - processamento de dados ligados a serviços essenciais; X - controle de tráfego aéreo; XI - compensação bancária. LIMITAÇÃO DIREITO DE GREVE: Art. 11. Nos serviços ou atividades essenciais, os sindicatos, os empregadores e os trabalhadores ficam obrigados, de comum acordo, a garantir, durante a greve, a prestação dos serviços indispensáveis ao atendimento das necessidades inadiáveis da comunidade. Parágrafo único. São necessidades inadiáveis, da comunidade aquelas que, não atendidas, coloquem em perigo iminente a sobrevivência, a saúde ou a segurança da população. Art. 12. No caso de inobservância do disposto no artigo anterior, o Poder Público assegurará a prestação dos serviços indispensáveis GREVE ABUSIVA: Art. 14 Constitui abuso do direito de greve a inobservância das normas contidas na presente Lei, bem como a manutenção da paralisação após a celebração de acordo, convenção ou decisão da Justiça do Trabalho. Parágrafo único. Na vigência de acordo, convenção ou sentença normativa não constitui abuso do exercício do direito de greve a paralisação que: I - Tenha por objetivo exigir o cumprimento de cláusula ou condição; II - Seja motivada pela superveniência de fatos novo ou acontecimento imprevisto que modifique substancialmente a relação de trabalho. RELAÇÃODE TRABALHO E RELAÇÃO DE EMPREGO Relação de trabalho: É todo empregador que oferece sua mão-de-obra; Relação de emprego: É uma espécie da relação do trabalho, e é tutelado pela CLT. Segundo Mauricio Delgado: “Relação de trabalho traduz o gênero a que se acomodam todas as formas de pactuação de prestação de trabalho existente no mundo jurídico atual” (autônomo, estagiário, etc.) Afirma-se então que, todo empregado é trabalhador, mas nem todo trabalhador é empregado. EMPREGADO: Art. 3º - Considera-se empregado toda pessoa física que prestar serviços de natureza não eventual a empregador, sob a dependência deste e mediante salário. 1. PESSOA FÍSICA/PESSOALIDADE – o empregado é sempre pessoa física, sendo o contrato de emprego é PESSOAL em relação ao empregado (aquela pessoa física escolhida é quem deve executar o serviço contratado). Casos em que a pessoalidade é atenuada – trabalho em domicilio / teletrabalho. 2. ONEROSIDADE – para todo trabalho deverá haver uma retribuição (salário), isso porque o trabalho tem por meta a subsistência humana. Intenção contra prestativa das partes (aspecto subjetivo). 3. NÃO EVENTUALIDADE – são duas terias que a Jurisprudência defende: a. Fins do empreendimento: a necessidade daquele tipo de serviço para o empregador é permanente ou acidental (EXEMPLO: garçom de restaurante, engenheiro para construtora etc.). i. Trabalhador eventual: circunstancias excepcionais ou transitórias. 11 Giovanna de Freitas Maciel – Direito do Trabalho I – Prof. Marcia Kazenoh Bruginski ii. A necessidade do serviço independe se o emprego trabalha continuamente ou com intermitência (EXEMPLO: garçom contratado para trabalhar somente sábados ou domingos ou em dias de maior movimento, etc.). b. Comparecimento do empregado de forma usual/frequente: Não importa que o comparecimento do trabalhador ocorra só uma ou mais vezes na semana, pois o requisito não é o comparecimento diário. c. Subordinação jurídica (art. 3): Não significa submissão pessoal ou sujeição pessoa, ou seja, não compreende a pessoa do empregado, mas tão somente a atividade laborativa, esta sim submetida de forma limitada e sob ressalvas, ao jus variandi. A subordinação significa que o empregador, dentro dos limites legais, coordena a realização dos serviços, definindo o modo de execução do contrato, podendo controlar e fiscalizar o desenvolvimento das atividades do empregado. Natureza da subordinação (teorias): i. Subordinação técnica ii. Subordinação econômica iii. Subordinação jurídica: Resultante de um contrato. É através de tal situação contratual, que o empregador aceita se sujeitar ao recebimento e cumprimento de ordens licitas, ditadas pelo empregador. 4. ALTERIDADE (não assunção dos riscos do empreendimento) – o empregador não assume os riscos da atividade desenvolvida pelo empregador, estando alheio a qualquer dificuldade financeira ou econômica deste ou do seu empreendimento. EMPREGADOR Art. 2º - Considera-se empregador a empresa, individual ou coletiva, que, assumindo os riscos da atividade econômica, admite, assalaria e dirige a prestação pessoal de serviço. 1. TEORIA DA DESPERSONALIZAÇÃO/ DESPERSONIFICAÇÃO DO EMPREGADOR – segundo Vólia Bonfim Cassar: “O contrato de trabalho leva mais em consideração a empresa (a atividade econômica organizada/ empreendimento) que a pessoa que a explora. Assim, mudança de sócio ou alteração de estrutura societária não trarão prejuízo aos empregados”. 2. EMPREGADOR POR EQUIPARAÇÃO: Art. 2º § 1º - Equiparam-se ao empregador, para os efeitos exclusivos da relação de emprego, os profissionais liberais, as instituições de beneficência, as associações recreativas ou outras instituições sem fins lucrativos, que admitirem trabalhadores como empregados. 3. GRUPO DE EMPREGADORES / GRUPO ECONÔMICO: Art. 2º § 2º - Sempre que uma ou mais empresas, tendo, embora, cada uma delas, personalidade jurídica própria, estiverem sob a direção, controle ou administração de outra, constituindo grupo industrial, comercial ou de qualquer outra atividade econômica, serão, para os efeitos da relação de emprego, solidariamente responsáveis a empresa principal e cada uma das subordinadas. 4. SÚMULA 129/TST – (Contrato de trabalho – grupo econômico): A prestação de serviços a mais de uma empresa do mesmo grupo econômico, durante a mesma jornada de trabalho, não caracteriza a coexistência de mais de um contrato de trabalho, salvo ajuste em contrário. 5. SUCESSÃO DE EMPREGADORES – Se caracteriza sempre que a pessoa do empregador é substituída na exploração do negocio, com transferência de estabelecimento (um novo dono do estabelecimento), entendido este como uma organização dos fatores de produção, e sem ruptura na continuidade da atividade empresarial. 12 Giovanna de Freitas Maciel – Direito do Trabalho I – Prof. Marcia Kazenoh Bruginski A consequência é uma sucessão de uma sociedade por outra ou a alteração de titularidade da emprega ou do estabelecimento, preservam com os novos empregadores os antigos contratos de trabalho, com todos os seus efeitos passados, presentes e futuros. Assumindo a nova empresa todas as ações trabalhistas contra a instituição transmitirão para o novo dono, ou seja, assumindo passado, presente e futuras. O sucedido só poderá responder em caso de fraude. Art. 10 - Qualquer alteração na estrutura jurídica da empresa não afetará os direitos adquiridos por seus empregados. Art. 448 - A mudança na propriedade ou na estrutura jurídica da empresa não afetará os contratos de trabalho dos respectivos empregados. 2º BIMESTRE PODER DO EMPREGADOR Art. 2º - Considera-se empregador a empresa, individual ou coletiva, que, assumindo os riscos da atividade econômica, admite, assalaria e dirige a prestação pessoal de serviço. MODELOS DE EXERCICIO DO PODER FISCALIZATORIO – NOVOS DESAFIOS 1. Revistas – Art. 373-a, VI da CLT e Lei 13.271/2016 Art. 373-A. Ressalvadas as disposições legais destinadas a corrigir as distorções que afetam o acesso da mulher ao mercado de trabalho e certas especificidades estabelecidas nos acordos trabalhistas, é vedado: VI - Proceder o empregador ou preposto a revistas íntimas nas empregadas ou funcionárias. 2. Fiscalização por instrumentos visuais – Circuito interno de tv (vídeo vigilância). 3. Controle por meio de polígrafo. 4. Controle das comunicações – e-mail/conteúdo da internet. 5. Ligações Telefônicas 6. Restrição do uso do banheiro 7. Submissão do empregado a exame para investigação de doenças infectocontagiosas. PODER DISCIPLINAR: É a possibilidade de o empregador estabelecer penalidades aos seus empregados em caso de descumprimento de ordens, todas, sempre, relacionadas ao contrato de emprego. 1. ADVERTÊNCIA: Verbal ou escrita (advém do costume) – consiste em um alerta para que não ocorra uma penalidade materialmente mais gravosa. 2. SUSPENSÃO: Limitada a 30 dias (art. 474 CLT), a sanção é pecuniária, não havendo trabalho e nem remuneração por tais dias. 3. JUSTA CAUSA: Art. 482 - Constituem justa causa para rescisão do contrato de trabalho pelo empregador: a) ato de improbidade; b) incontinência de conduta ou mau procedimento; c) negociação habitual por conta própria ou alheia sem permissão do empregador, e quando constituir ato de concorrência à empresa para a qual trabalha o empregado, ou for prejudicial ao serviço; d) condenação criminal do empregado, passada em julgado, caso não tenha havido suspensão da execução da pena; e) desídia no desempenho das respectivas funções; f) embriaguez habitual ou em serviço; g) violação de segredo da empresa; h) ato de indisciplina oude insubordinação; i) abandono de emprego; j) ato lesivo da honra ou da boa fama praticado no serviço contra qualquer pessoa, ou ofensas físicas, nas mesmas condições, salvo em caso de legítima defesa, própria ou de outrem; k) ato lesivo da honra ou da boa fama ou ofensas físicas praticadas contra o empregador e superiores hierárquicos, salvo em caso de legítima defesa, própria ou de outrem; l) prática constante de jogos de azar. 4. EXIGENCIAS PARA O EXERCICIO DO PODER DISCIPLINAR a. Adequação e proporcionalidade entre a pena e a infração praticada; b. Observância da gradação das penalidades 13 Giovanna de Freitas Maciel – Direito do Trabalho I – Prof. Marcia Kazenoh Bruginski c. Non bis in idem, ou seja, não se afigura justo que o empregado seja duplamente sancionado pelo cometimento de uma mesma pratica. CONTRATO DE TRABALHO: É o contrato, tácito ou expresso (verbal ou escrito), firmando por uma pessoa física (empregado), que se compromete a prestar serviços pessoalmente, com habitualidade, mediante remuneração, a outra pessoa física ou jurídica (empregador), a qual será responsável pela direção de seus serviços. Art. 442 - Contrato individual de trabalho é o acordo tácito ou expresso, correspondente à relação de emprego. Parágrafo único - Qualquer que seja o ramo de atividade da sociedade cooperativa, não existe vínculo empregatício entre ela e seus associados, nem entre estes e os tomadores de serviços daquela. CARACTERISTICAS: 1. CONTRATO DE DIREITO PRIVADO: Embora a norma seja de observância obrigatórias, a parte tem certa autonomia, podendo ter acordos conforme a lei. Art. 444 - As relações contratuais de trabalho podem ser objeto de livre estipulação das partes interessadas em tudo quanto não contravenha às disposições de proteção ao trabalho, aos contratos coletivos que lhes sejam aplicáveis e às decisões das autoridades competentes. 2. BILATERAL E SINALAGMÁTICO: Relação entre empregado e empregador. Há obrigações contrapostas, mas que são exigíveis mutuamente. 3. CONSENSUAL: Basta o consenso para formar o contrato. 4. ONEROSO: Tem que ter onerosidade, pois não existe caráter gratuito. 5. DE TRATO SUCESSIVO: Não se esgota em um único ato, ou seja, se estende ao longo do tempo. 6. INSTITUTITO PERSONAE: O empregado se compromete de forma pessoal a prestar aquele serviço e não outra pessoa. ELEMENTOS ESSENCIAIS DO NEGOCIO JURIDICO Art. 104. A validade do negócio jurídico requer: I - Agente capaz; II - Objeto lícito, possível, determinado ou determinável; (OJ 199 SDI-I TST) III - Forma prescrita ou não defesa em lei. Art. 402 - Considera-se menor para os efeitos desta Consolidação o trabalhador de quatorze até dezoito anos. Art. 403 - Ao menor de 12 (doze) anos é proibido o trabalho. Parágrafo único - O trabalho dos menores de 12 (doze) anos a 14 (quatorze) anos TRABALHO ILICITO X TRABALHO IRREGULAR (SITUAÇÃO ATENUADORA): Comprovação de desconhecimento pelo trabalhador do fim ilícito a que servia a sua prestação de trabalho. Nítida dissociação entre o trabalho prestado e a atividade ilícita – se os serviços prestados não estiverem entrosados diretamente com o núcleo de atividade ilícita, não são ilícitos para fins trabalhistas – EXEMPLO: servente de prostíbulo ou clinica de aborto. Nestes casos, não atua ativamente no ilícito penal e também, pode saber o que acontece, mas não faz parte das atividades ilícitas, assim poderá pedir seu reconhecimento de trabalho. 1. TRABALHO ILICITO: Compõe um tipo penal. 2. TRABALHO IRREGULAR/PROIBIDO: realiza em desrespeito a norma vedatória do trabalho em certas circunstâncias, ou seja, quando a CLT proíbe que se trabalhe em certas circunstancias (EXEMPLO: trabalho do menor à noite). CONTRATOS POR PRAZO DETERMINADO Art. 443 - O contrato individual de trabalho poderá ser acordado tácita ou expressamente, verbalmente ou por escrito e por prazo determinado ou indeterminado. 1. HIPÓTESES DE CABIMENTO Art. 443 § 1º - Considera-se como de prazo determinado o contrato de trabalho cuja vigência dependa de termo prefixado ou da execução de serviços especificados ou ainda da realização de certo acontecimento suscetível de previsão aproximada. 2. REQUISITOS DE VALIDADE Art. 443 § 2º - O contrato por prazo determinado só será válido em se tratando: 14 Giovanna de Freitas Maciel – Direito do Trabalho I – Prof. Marcia Kazenoh Bruginski a) de serviço cuja natureza ou transitoriedade justifique a predeterminação do prazo; b) de atividades empresariais de caráter transitório; c) de contrato de experiência. 3. DURAÇÃO Art. 445 - O contrato de trabalho por prazo determinado não poderá ser estipulado por mais de 2 (dois) anos, observada a regra do art. 451. 4. PRORROGAÇÃO Art. 451 - O contrato de trabalho por prazo determinado que, tácita ou expressamente, for prorrogado mais de uma vez passará a vigorar sem determinação de prazo. Sumula 188 TST - O contrato de experiência pode ser prorrogado, respeitado o limite máximo de 90 (noventa) dias. 5. SUCESSÃO DE CONTRATOS Art. 452 - Considera-se por prazo indeterminado todo contrato que suceder, dentro de 6 (seis) meses, a outro contrato por prazo determinado, salvo se a expiração deste dependeu da execução de serviços especializados ou da realização de certos acontecimentos. 6. SUSPENSÃO E INTERRUPÇÃO DO CONTRATO A TERMO a. Acidente de trabalho (Sumula 378 TST) b. Garantia gestante (Sumula 244 TST) 7. EFEITOS RESCISÓRIOS a. Extinção normal, pelo decurso de prazo – 13º salário, férias +1/3, liberação do FGTS e saldo de salário b. Extinção anormal, por dispensa antecipada do empregador - 13º salário, férias + 1/3, liberação do FGTS + 40% de saldo de salário e multa do art. 479 da CLT. Art. 479 - Nos contratos que tenham termo estipulado, o empregador que, sem justa causa, despedir o empregado será obrigado a pagar-lhe, a titulo de indenização, e por metade, a remuneração a que teria direito até o termo do contrato. c. Extinção anormal, em face de pedido de dispensa antecipada pelo empregado – 13º salário, férias +1/3 e saldo de salário – art. 480 da CLT – o empregado que por fim antecipadamente ao contrato por tempo determinado tem obrigação de indenizar a empregadora somente dos prejuízos demonstrados, sendo certo que a comprovação de tais danos e ônus da parte empregadora. Art. 480 - Havendo termo estipulado, o empregado não se poderá desligar do contrato, sem justa causa, sob pena de ser obrigado a indenizar o empregador dos prejuízos que desse fato lhe resultarem. d. Clausula assecuratória do direito recíproco de rescisão antecipada – art. 481 – opera-se a rescisão segundo as regras de contratos de duração indeterminada, incidindo aviso prévio no lugar de indenizações dos artigos 479 e 480 da CLT (SUMULA 163 TST) – 13º salário, férias +1/3, liberação do FGTS + 40% (quando pelo empregador) e saldo de salário. Art. 481 - Aos contratos por prazo determinado, que contiverem cláusula assecuratória do direito recíproco de rescisão antes de expirado o termo ajustado, aplicam-se, caso seja exercido tal direito por qualquer das partes, os princípios que regem a rescisão dos contratos por prazo indeterminado. CONTRATOS A TEMPO DETERMINADO (LEI 9.601/98): Instituído por NEGOCIAÇÃO COLETIVA, para admissão de empregados que representem ACRESCIMO DE NÚMERO DE EMPREGADOS (será, portanto, irregular a contratação que se faça sem verdadeiro incremento no numero de postos de trabalho). 1. Não aplica o art. 443 2. Não se aplica o art. 451 3. Indenização para as hipóteses de rescisão antecipada do contrato por iniciativa do empregador ou do empregado serão estabelecidos na CCT ou ACT –não se aplica o disposto nos arts. 479 e 480 da CLT 4. Traços comuns: prazo máximo de duração é de 2 anos e sucessividade aplica-se o art. 452 da CLT. CONTRATO DE APRENDIZAGEM: Art. 428 - Contrato de aprendizagem é o contrato de trabalho especial, ajustado por escrito e por prazo determinado, em que o empregador se compromete a assegurar ao maior de quatorze e menor de 15 Giovanna de Freitas Maciel – Direito do Trabalho I – Prof. Marcia Kazenoh Bruginski dezoito anos, inscrito em programa de aprendizagem, formação técnico-profissional metódica, compatível com o seu desenvolvimento físico, moral e psicológico, e o aprendiz, a executar, com zelo e diligência, as tarefas necessárias a essa formação. § 1º A validade do contrato de aprendizagem pressupõe anotação na Carteira de Trabalho e Previdência Social, matrícula e frequência do aprendiz à escola, caso não haja concluído o ensino fundamental, e inscrição em programa de aprendizagem desenvolvido sob a orientação de entidade qualificada em formação técnico-profissional metódica. § 2º Ao menor aprendiz, salvo condição mais favorável, será garantido o salário mínimo hora. § 3º O contrato de aprendizagem não poderá ser estipulado por mais de dois anos. § 4º A formação técnico-profissional a que se refere o caput deste artigo caracteriza-se por atividades teóricas e práticas, metodicamente organizadas em tarefas de complexidade progressiva desenvolvidas no ambiente de trabalho. Art. 429 - Os estabelecimentos de qualquer natureza são obrigados a empregar e matricular nos cursos dos Serviços Nacionais de Aprendizagem número de aprendizes equivalente a cinco por cento, no mínimo, e quinze por cento, no máximo, dos trabalhadores existentes em cada estabelecimento, cujas funções demandem formação profissional. Art. 430. Na hipótese de os Serviços Nacionais de Aprendizagem não oferecerem cursos ou vagas suficientes para atender à demanda dos estabelecimentos, esta poderá ser suprida por outras entidades qualificadas em formação técnico-profissional metódica, a saber; I - Escolas Técnicas de Educação; II - Entidades sem fins lucrativos, que tenham por objetivo a assistência ao adolescente e à educação profissional, registradas no Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente. Art. 432 - A duração do trabalho do aprendiz não excederá de seis horas diárias, sendo vedadas a prorrogação e a compensação de jornada. CONTRATO DE ESTÁGIO (LEI 11.788/08) 1. TIPOS Art. 2º - O estágio poderá ser obrigatório ou não-obrigatório, conforme determinação das diretrizes curriculares da etapa, modalidade e área de ensino e do projeto pedagógico do curso. 2. REQUISITOS Art. 3º - O estágio, tanto na hipótese do § 1o do art. 2o desta Lei quanto na prevista no § 2o do mesmo dispositivo, não cria vínculo empregatício de qualquer natureza, observados os seguintes requisitos: I – Matrícula e frequência regular do educando em curso de educação superior, de educação profissional, de ensino médio, da educação especial e nos anos finais do ensino fundamental, na modalidade profissional da educação de jovens e adultos e atestados pela instituição de ensino; II – Celebração de termo de compromisso entre o educando, a parte concedente do estágio e a instituição de ensino; III – Compatibilidade entre as atividades desenvolvidas no estágio e aquelas previstas no termo de compromisso. 3. OBRIGAÇÕES DA INSTITUIÇÃO DE ENSINO Art. 7º - São obrigações das instituições de ensino, em relação aos estágios de seus educandos: I – Celebrar termo de compromisso com o educando ou com seu representante ou assistente legal, quando ele for absoluto ou relativamente incapaz, e com a parte concedente, indicando as condições de adequação do estágio à proposta pedagógica do curso, à etapa e modalidade da formação escolar do estudante e ao horário e calendário escolar; II – Avaliar as instalações da parte concedente do estágio e sua adequação à formação cultural e profissional do educando; III – Indicar professor orientador, da área a ser desenvolvida no estágio, como responsável pelo acompanhamento e avaliação das atividades do estagiário; IV – Exigir do educando a apresentação periódica, em prazo não superior a 6 (seis) meses, de relatório das atividades; V – Zelar pelo cumprimento do termo de compromisso, reorientando o estagiário para outro local em caso de descumprimento de suas normas; VI – Elaborar normas complementares e instrumentos de avaliação dos estágios de seus educandos; 4. OBRIGAÇÕES DA PARTE CONCEDENTE Art. 9º - As pessoas jurídicas de direito privado e os órgãos da administração pública direta, autárquica e fundacional de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, bem como profissionais liberais de nível superior devidamente registrados em seus respectivos conselhos de fiscalização profissional, podem oferecer estágio, observadas as seguintes obrigações: I – Celebrar termo de compromisso com a instituição de ensino e o educando, zelando por seu cumprimento; II – Ofertar instalações que tenham condições de proporcionar ao educando atividades de aprendizagem social, profissional e cultural; 16 Giovanna de Freitas Maciel – Direito do Trabalho I – Prof. Marcia Kazenoh Bruginski III – Indicar funcionário de seu quadro de pessoal, com formação ou experiência profissional na área de conhecimento desenvolvida no curso do estagiário, para orientar e supervisionar até 10 (dez) estagiários simultaneamente; IV – Contratar em favor do estagiário seguro contra acidentes pessoais, cuja apólice seja compatível com valores de mercado, conforme fique estabelecido no termo de compromisso; V – Por ocasião do desligamento do estagiário, entregar termo de realização do estágio com indicação resumida das atividades desenvolvidas, dos períodos e da avaliação de desempenho; VI – Manter à disposição da fiscalização documentos que comprovem a relação de estágio; VII – Enviar à instituição de ensino, com periodicidade mínima de 6 (seis) meses, relatório de atividades, com vista obrigatória ao estagiário. 5. JORNADA DE TRABALHO Art. 10º - A jornada de atividade em estágio será definida de comum acordo entre a instituição de ensino, a parte concedente e o aluno estagiário ou seu representante legal, devendo constar de o termo de compromisso ser compatível com as atividades escolares e não ultrapassar: I – 4 (quatro) horas diárias e 20 (vinte) horas semanais, no caso de estudantes de educação especial e dos anos finais do ensino fundamental, na modalidade profissional de educação de jovens e adultos; II – 6 (seis) horas diárias e 30 (trinta) horas semanais, no caso de estudantes do ensino superior, da educação profissional de nível médio e do ensino médio regular. 6. DURAÇÃO DO ESTÁGIO Art. 11. - A duração do estágio, na mesma parte concedente, não poderá exceder 2 (dois) anos, exceto quando se tratar de estagiário portador de deficiência. 7. BOLSA-AUXÍLIO Art. 12. - O estagiário poderá receber bolsa ou outra forma de contraprestação que venha a ser acordada, sendo compulsória a sua concessão, bem como a do auxílio-transporte, na hipótese de estágio não obrigatório. 8. DIREITO A RECESSO Art. 13. - É assegurado ao estagiário, sempre que o estágio tenha duração igual ou superior a 1 (um) ano, período de recesso de 30 (trinta) dias, a ser gozado preferencialmente durante suas férias escolares. 9. DESCUMPRIMENTO DA LEI Art. 15. - A manutenção de estagiários em desconformidade com esta Lei caracteriza vínculo de emprego do educando com a parte concedente do estágio para todos os fins da legislação trabalhista e previdenciária. 10. LIMITEMÁXIMO DA CONTRATAÇÃO DE ESTAGIÁRIO Art. 17. O número máximo de estagiários em relação ao quadro de pessoal das entidades concedentes de estágio deverá atender às seguintes proporções: I – De 1 (um) a 5 (cinco) empregados: 1 (um) estagiário; II – De 6 (seis) a 10 (dez) empregados: até 2 (dois) estagiários; III – De 11 (onze) a 25 (vinte e cinco) empregados: até 5 (cinco) estagiários; IV – Acima de 25 (vinte e cinco) empregados: até 20% (vinte por cento) de estagiários. CONTRATO DE EMPREGO E AFINS: 1. REPRESENTANTE COMERCIAL (LEI 4.886/65) – O contrato de representação comercial autônoma é aquele que em uma das partes (representante) obriga-se a obter pedidos de compra dos produtos fabricados ou comercializados pela outra parte (representado). a. A remuneração é a base de comissões. b. É tênue a diferença entre o trabalho prestado pelo representante comercial autônomo e o vendedor empregado. A subordinação jurídica é diferencial determinante; c. Indícios de fraude: reporte cotidiano do trabalhador ao tomados de serviços descrevendo roteiro e tarefas desempenhados, controle cotidiano pelo tomador das atividades desenvolvidas; exigência de cumprimento de horários; existência de sanções disciplinares etc. 2. TRABALHO VOLUNTÁRIO (LEI 9.608/98) – atividade NÃO REMUNERADA prestada por pessoa física e entidade publica de qualquer natureza ou a instituição privada de fins não lucrativos que tenha objetivos cívicos, culturais, educacionais, científicos, recreativos ou de assistência à pessoa. 17 Giovanna de Freitas Maciel – Direito do Trabalho I – Prof. Marcia Kazenoh Bruginski a. O serviço voluntário será exercido mediante a celebração de termo de adesão entre a entidade pública ou priva, e o prestador do serviço voluntario, dele devendo constar o objeto e as condições de seu exercício. b. O prestador do serviço voluntario poderá ser ressarcido pelas despesas que comprovadamente realizar no desempenho das atividades voluntarias – não é onerosidade; c. Não cabe indenização e nem vinculo empregatício, apenas ressarcimento das despesas que o voluntario teve com a atividade. 3. COOPERATIVAS DE TRABALHO (LEI 12.690/12) - considera-se Cooperativa de Trabalho a sociedade constituída por trabalhadores para o exercício de suas atividades laborativas ou profissionais comuns, AUTONOMA e AUTOGESTÃO para obtenção de melhor qualificação, renda, situação socioeconômica e condições gerais de trabalho que não alcançaria sozinho, porque em conjunto é muito mais fácil de obter uma renda do que sozinho, p. ex. a. Pode prestar serviços, mas a Cooperativa não é intermediadora de mão de obra. b. Características: i. Sociedade constituída pelos trabalhadores; ii. Autonomia exercida de forma coletiva e coordenada; iii. Não há plena liberdade do sócio, pois ele exercerá suas atividades de acordo com as regras de funcionamento da cooperativa; iv. A assembleia estabelece as regras de funcionamento e execução dos trabalhos. c. Princípios e valores (art. 3) d. Tipos (art.4) e. Cooperativa não é intermediadora de mão de obra (art. 5) f. Direitos dos sócios (art. 7) g. Saúde e segurança dos trabalhadores (arts. 8 e 9) 4. TRABALHADOR AVULSO (DECRETO 3.048/99) – é aquele que, sindicalizado ou não, presta serviços de natureza urbana ou rural, sem vinculo empregatício, a diversas empresas com intermediação obrigatória do sindicato da categoria ou quando se tratar de atividade portuária do Órgão Gestor de Mão de Obra (OGMO). a. A pessoa procura um OGMO ou um sindicato e repassa a esse órgão a sua necessidade de serviço, assim o órgão terá uma lista de trabalhadores disponíveis para serem chamados. i. Trabalhador avulso não-portuário (Lei 12.023/2009) – art. 32, 33 e 41 ii. Trabalhador avulso portuário (Lei 12.815/2013) b. Relação triangular - Há três pessoas: o tomador, o sindicato ou o OGMO e o trabalhador avulso. O sindicato ou o OGMO é o que oferece os serviços a um tomador e este paga ao sindicato, e não ao trabalhador avulso e o sindicato faz o rateio entre os trabalhadores que prestam serviços. c. Ausência de subordinação – o trabalhador avulso não é subordinado nem ao tomador e nem ao sindicato, por este faz só a intermediação da mão de obra. O tomador não contrata o trabalhador pessoa física, mas o serviço em si, por isso, não importa pessoalidade. d. Ausência de pessoalidade – o avulso não presta serviços com pessoalidade, pois o trabalhador pode ser substituído outra pessoa. O que interessa é que o trabalho seja realizado, não interessando por quem. e. Direitos dos trabalhadores avulsos (art. 7, XXXIV) f. Art. 643 CLT + art. 114 da CF: Competência da Justiça do Trabalho para dirimir conflitos trabalhistas entre trabalhadores entre trabalhadores avulsos e seus tomadores de serviços. 18 Giovanna de Freitas Maciel – Direito do Trabalho I – Prof. Marcia Kazenoh Bruginski EMPREGADOS URBANO, DOMESTICO E RURAL EMPREGADO URBANO Art. 3º - Considera-se empregado toda pessoa física que prestar serviços de natureza não eventual a empregador, sob a dependência deste e mediante salário. EMPREGADO DOMÉSTICO 1. O trabalho deverá ser de forma continua (+ de dois dias na semana), subordinada, onerosa e pessoal; 2. Ausência de vantagem econômica (finalidade não lucrativa); 3. Prestação de serviços no âmbito residencial; 4. Empregador de pessoa física ou unidade familiar; 5. DOS DIREITOS DOS DOMÉSTICOS a. Jornada de 44h semanais; b. Horas extras (adicional de 50%); c. O trabalho que exceder a 44h será compensado com folgas, mas as 40h primeiras horas extras terão que ser remuneradas; d. Intervalo para almoço de uma a duas horas, mas poderá ser reduzido para 30min por acordo escrito entre empregador e empregado; e. O empregador pagará mensalmente 20% de alíquota incidente no salário pago (8% FGTS + 8% INSS + 0,8& seguro contra acidente + 3,2% relativos à rescisão contratual) – simples doméstico – Todas as contribuições serão pagar em um único boleto bancário, a ser retirado via internet. f. Horas de viagem – acrescida em 25% e o empregador não poderá descontar despesas com alimentação, transporte e hospedagem; g. Os 30 dias de férias poderão ser divididos em dois períodos ao longo do ano, sendo que um dos períodos deverá ser de no mínimo 14 dias. h. A licença-maternidade será de 120 dias e é garantida a estabilidade da gestante; i. O auxilio transporte poderá ser pago por intermédio de “vale”. 6. A multa de 40% nas demissões será custeada por alíquota mensal de 3,2% do salário, recolhida pelo empregador. Essa multa poderá ser sacada quando o empregado for demitido, mas nas demissões por justa causa ou a pedido, morte ou aposentadoria, o valor será revestido para o empregador. 7. As visitas do Auditor-Fiscal do Trabalho serão previamente agendadas, mediante entendimento entre a fiscalização e o empregador. Art. 7º - Os preceitos constantes da presente Consolidação, salvo quando for, em cada caso, expressamente determinado em contrário, não se aplicam: a) aos empregados domésticos, assim considerados, de um modo geral, os que prestam serviços de natureza não-econômica à pessoa ou à família, no âmbito residencial destas; Lei complementar 150/2015 Art. 1º - Ao empregado doméstico, assim considerado aquele que presta serviços de forma contínua, subordinada, onerosa e pessoal e de finalidade não lucrativa à pessoa ou à família, no âmbito residencial destas, por mais de 2 (dois) dias por semana, aplica-se o disposto nesta Lei. Parágrafo único. - É vedada a contratação de menor de 18 (dezoito) anos para desempenho de trabalho doméstico, de acordo com a Convençãono 182, de 1999, da Organização Internacional do Trabalho (OIT) e com o Decreto no 6.481, de 12 de junho de 2008. EMPREGADO RURAL 1. A função desenvolvida pelo empregado não é fator relevante na caracterização do empregado rural, mas sim a natureza da atividade desempenhada pelo empregador. Assim, se uma empregada trabalha em uma chácara, ela será doméstica, desde que a mesma não esteja envolvida com a plantação desta chácara etc. 2. EXPLORAÇÃO RURAL (art. 3, §1): Inclui-se na atividade econômica referida no caput deste artigo, além da exploração industrial em estabelecimento agrário não compreendido na CLT aprovado pelo Decreto-Lei 5.452/43, a exploração do turismo rural ancilar à exploração – vide Decreto 73.626/74 (art. 2, §4); 3. PECULIARIDADES DO TRABALHADOR RURAL 19 Giovanna de Freitas Maciel – Direito do Trabalho I – Prof. Marcia Kazenoh Bruginski a. Trabalho noturno (art. 7): considera-se trabalho noturno o executado entre as vinte e uma horas de um dia e as cinco horas do dia seguinte, na lavoura, e entre as vinte horas de um dia e as quatro horas do dia seguinte, na atividade pecuária. b. Descontos c. Prescrição (EC 28/2000): Unificou os prazos prescrionais do trabalhador urbano e rural: 5 anos, até o limite de 2 anos da extinção do contrato. Lei 5.889/73 Art. 2º Empregado rural é toda pessoa física que, em propriedade rural ou prédio rústico, presta serviços de natureza não eventual a empregador rural, sob a dependência deste e mediante salário. Art. 3º - Considera-se empregador, rural, para os efeitos desta Lei, a pessoa física ou jurídica, proprietário ou não, que explore atividade agro econômica, em caráter permanente ou temporário, diretamente ou através de prepostos e com auxílio de empregados. § 1º - Inclui-se na atividade econômica referida no caput deste artigo, além da exploração industrial em estabelecimento agrário não compreendido na Consolidação das Leis do Trabalho - CLT, aprovada pelo Decreto-Lei no 5.452, de 1o de maio de 1943, a exploração do turismo rural ancilar à exploração agro econômica. Art. 2º Considera-se empregador rural, para os efeitos deste Regulamento, a pessoa física ou jurídica, proprietária ou não, que explore atividade agro econômica, em caráter permanente ou temporário, diretamente ou através de prepostos e com auxílio de empregados. § 4º Consideram-se como exploração industrial em estabelecimento agrário, para os fins do parágrafo anterior, as atividades que compreendem o primeiro tratamento dos produtos agrários in natura sem transformá-los em sua natureza, tais como: I - O beneficiamento, a primeira modificação e o preparo dos produtos agropecuários e hortigranjeiros e das matérias-primas de origem animal ou vegetal para posterior venda ou industrialização; II - O aproveitamento dos subprodutos oriundos das operações de preparo e modificação dos produtos in natura, referidas no item anterior. TERCEIRIZAÇÃO TRABALHISTA 1943 (CLT): A relação do trabalho é bilateral. 1974: Surge a primeira possibilidade de terceirização de serviços (trabalho temporário). 1983: Autoriza a contratação de vigilante por parte de estabelecimento financeiro através de empresa prestadora de serviços especializados. 1986: Sumula nº 256 TST Súmula nº 256 do TST - Salvo os casos de trabalho temporário e de serviço de vigilância, previstos nas Leis n.º 6.019, de 03.01.1974, e 7.102, de 20.06.1983, é ilegal a contratação de trabalhadores por empresa interposta, formando-se o vínculo empregatício diretamente com o tomador dos serviços. 1993: Revisão da Sumula nº 256 e edição da Sumula 331. Lei 13.429/17 modificou a Lei 6.019/74. ALTERAÇÕES NOS CONTRATOS DE TRABALHO PRINCIPIO DA INALTERABILIDADE CONTRATUAL LESIVA (ART. 468): Para que uma alteração contratual seja considerada licita, ou seja, admitida pelo ordenamento jurídico, a lei exige a presença de dois requisitos: mutuo consentimento & ausência de prejuízo ao empregado. 1. AUMENTO SALARIAL: Em regra, sempre permitido porque é benéfico. 2. ALTERAÇÃO DA FORMA DE REMUNERAÇÃO: É possível desde que não o cause prejuízo. EXEMPLO: Empregado que recebia por comissão, pode vir a receber salario fixo, desde que não sofra redução salarial. 3. ALTERAÇÃO DA DATA DO PAGAMENTO DO SALARIO: OJ 159 da SDI-I TST; Diante da inexistência de previsão expressa em contrato em instrumento normativo, a alteração de data de pagamento pelo empregador não viola o art. 468, desde que observado o § único, do art. 459. ALTERAÇÃO DE JORNADA: Em princípio, o empregador não poderá aumento a jornada do empregado para mais, salvo quando a lei permitir ou lhe causa benefícios. A redução da jornada, desde que não importe em redução salarial, será sempre permitida. 20 Giovanna de Freitas Maciel – Direito do Trabalho I – Prof. Marcia Kazenoh Bruginski ALTERAÇÃO DE LOCAL DE TRABALHO: 1. PRINCÍPIO DA INAMOVIBILIDADE DO EMPREGADO (art. 469): Só é transferência quando a mudança do local de serviço acarretar a mudança do domicilio do empregado. 2. TRANSFERÊNCIA LICITA: A transferência só será licita se houver anuência do empregado. 3. Deslocamento do empregado que não importe mudança de domicilio, mas acréscimo de despesas com transporte; SUMULA 29 TST a. EXCEÇÕES: i. §1 do art. 469: Independe de anuência quem exerce cargo de confiança e quando há clausula contratual expressa desta transferência. Assim, o empregador deverá justificar em uma real necessidade do serviço do empregado para outro local. ii. SUMULA 43 TST iii. Extinção de estabelecimento em que o empregado se afasta o caráter provisório que enseja o pagamento do respectivo adicional. Neste caso: 1. Não se exige anuência do empregado, o empregador pode transferir o empregado para outra filial da empresa; 2. Não é devido o adicional da transferência. 4. ADICIONAL DE TRANSFERÊNCIA (art. 469, §3): Somente caberá para transferência provisória. Enquanto durar esta situação – o pressuposto legal apto a legitimar a percepção do adicional de transferência é a provisoriedade; O fato de o empregado exercer cargo de confiança ou a existência de previsão de transferência no contrato de trabalho não exclui o direito ao adicional. O pressuposto legal apto a legitimar a percepção do mencionado adicional do mencionado adicional é a transferência provisória. OJ 113 SDI-I TST 5. DESPESAS COM TRANSFERÊNCIA (art. 470) 6. REVERSÃO DA TRANSFERÊNCIA ABUSIVA (art. 659, IX): INTERRUPÇÃO E SUSPENSÃO DO CONTRATO DE TRABALHO: Elemento comum: cessação da prestação de serviços durante certo período de tempo, com manutenção do vinculo contratual e garantia ao empregado afastado do emprego de receber, por ocasião de sua volta, todas as vantagens que, em sua ausência, tenham sido atribuídas à categoria a que pertencia a emprega (art. 471). SUSPENSÃO: O empregado deixa de prestar serviços temporariamente ao empregador e este, por sua vez, susta o pagamento de salários ou quaisquer contraprestações ou vantagem ao trabalhador. Nos casos de auxilio maternidade, acidente de trabalho e serviço militar são devidos os recolhimentos do FGTS e também é computado o período como tempo de serviço. 1. HIPOTESES DE SUSPENSÃO: a. Afastamento previdenciário após o 16o dia; - art. 475 CLT + Súmula 282 TST b. Aposentadoria por invalidez; c. Prestação de serviço militar; - art. 472 CLT d. Greve (regra geral); - art. 7º Lei 7783/89 e. Licença não remunerada por motivos pessoais do empregado; f. Suspensão disciplinar; - art. 474 CLT g. Suspensão para inquérito judicial para a apuração de falta grave; h. Exercício do cargo de diretoria em S/A– Súmula 269 TST i. Encargo
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