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Modelo de Proposta de Exposição. Exposição Materialidade Tupinamba

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Os termos Tupi e Tupinambá referem-se os grupos Ameríndios, do início da era 
moderna, que habitavam a costa brasileira e pertenciam familia linguística Tupi-
guarani e partilhavam afinidades culturais. 
 
UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO RIO DE JANEIRO 
INSTITUTO DE CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS 
DEPARTAMENTO DE ARTES 
ARTE NO BASIL I 
DOCENTE: ARTHUR VALLE 
DISCENTE: JOÃO SALDANHA / 201535514 - 4 
 
Proposta de Exposição 
 
Título: MATERIALIDADE Arte Plumária Tupinambá. 
 
Conceito 
A proposta da exposição pretende pôr em questão a materialidade da arte 
de culturas nativas brasileiras e até quanto os fundamentos formais dão conta 
de fazer a leitura de obras como a arte plumária tupinambá, abordando questões 
fundamentais da forma usando a materialidade, para sugerir uma contemplação 
atenta aos detalhes visíveis. A arte plumaria é uma das formas de arte colonial 
brasileira que representam a heterogeneidade do patrimônio cultural do Brasil. 
Conhecer e refletir sobre as relações e contribuições das culturas nativas 
grandemente plurais e complexas, como as suas influências no vocabulário, na 
culinária, nos conhecimentos de construção artesanal, botânico, dentre outros é 
muito importante. Ademais pode contribuir muito para entender mais do período 
colonial, da materialidade e sua influência na formação da vida política, cultural 
e social. 
Amy Buono em suas meditações sobre a materialidade e temporalidade 
como questões metodológicas para a história da arte e como gêneros de arte 
podem ser abordados coerentemente numa histórica narrativa cultural, visual e 
material brasileira, reflete sobre como a categoria de belas artes, o 
desenvolvimento histórico e institucional da disciplina, tem encorajado a 
concentração de pesquisadores em escolas em definidas fronteiras, estilos, 
movimentos. Ainda sugere que essas tendências podem ser percebidas no 
ensino da arte colonial brasileira. Na valorização de pinturas e esculturas, em 
especial, e de outras obras próximas dos formatos mais frequentemente 
escolhidos como objetos. No conjunto de artes brasileiras existem obras que 
ultrapassam as categorias plásticas mais frequentemente utilizadas, portanto é 
necessário um maior esforço e olhar atento para tentativas de análise e 
interpretação. 
Os mantos, também chamados de assojaba ou guara-abucu em Tupi 
antigo, eram utilizados em performances religiosas realizadas nas comunidades 
costeiras e posteriormente em missões e comércio segundo relatos das missões 
jesuítas. Algumas das penas eram produzidas a partir de um método chamado 
de tapirage, que consiste em depenar o pássaro e introduzir substâncias 
específicas para “tingir” as penas que serão produzidas. A feitura, acredita-se, 
foi realizada entre 1500-1700. Vários objetos, como os mantos tupinambás, não 
reconhecidos como objetos de arte por olhares mais normativos, foram 
comercializados, guardados e colecionados. Há onze mantos de penas e 
atualmente os mantos fazem parte das coleções de museus europeus de 
reconhecimento e fama internacionais. A proposta da exposição pretende atuar 
também como uma atitude de resgate das peças, mesmo que apenas pelo tempo 
limitado da exposição. 
 
Obras 
 
Ficha Técnica Fig. 1. 
Nome de Autor: - 
Nome da obra: Manto Tupinambá. 
Data estimada de execução: século XVI-XVII. 
Técnica de execução: Tapirage, penas de 
Guará (íbis-escarlate). 
Dimensões: --. 
Localização atual: Copenhagen, 
Nationalmuseet Etnografisk Samling. 
 
Análise/Descrição: Após o período colonial, a 
arte plumária produzida conserva-se nos 
espaços museais. O que foi possível pela 
dinâmica comercial que os tornaram 
mercadorias e objetos de coleção posteriormente. Os mantos Tupis, utilizados 
na costa brasileira em rituais, e práticas sociais entre os nativos sul-americanos 
e os colonizadores, foram objetos de 
uma apropriação pelos europeus e utilizados 
em cerimônias e rituais da nobreza; como também objetos no contexto 
pedagógico e ritual de cidades e universidades europeias. O que além de incluir 
outros espaços na contextualização de uma discussão sobre identidade desses 
objetos, torna mais amplo e complexo o debate sobre o pertencimento deles. 
Mais ainda por ainda serem reivindicados como objetos de ligação com a 
ascendência indígena para brasileiros atualmente. 
Figura 1. 
Ficha Técnica Fig. 2 
Nome do Autor: -- 
Nome da obra: Manto Tupinambá. 
Data estimada de execução: século 
XVI-XVII. 
Técnica de execução: Tapirage 
Dimensões: --. 
Localização atual: Milão, 
Pinacoteca Ambrosiana, 
Collezione Setalla (n. inv. 2605) 
 
 
Análise/Descrição: Os majestosos azuis, vermelhos e amarelos das diversas 
espécies de araras, os vermelhões vivos dos guarás, as rosas como pétalas de 
flores das colhedeiras, os brancos alvíssimos dos urubutingas, os amarelos 
salpicados aos vermelhos dos tucanos”. Talvez os relatos feitos na crônica 
Tesouro Descoberto no Máximo Rio Amazonas pelo jesuíta português João 
Daniel, podem se aproximar dos primeiros olhares do público à primeira 
contemplação dos mantos tupinambás. De certo a especificidade desses objetos 
de arte surpreende pela minuciosa construção artesanal que esse tipo de 
objetivo exige. O colorido das penas recolhidas justapostas e a intensidade que 
o contraste cujas cores relacionadas produzem, certamente possui um colorido 
específico e característico a se apreciado. 
 
 
Ficha Técnica Fig. 3. 
Nome de Autor: - 
Nome da obra: Manto Tupinambá. 
Data estimada de execução: século XVI-XVII. 
Técnica de execução: -- 
Dimensões: --. 
Localização atual: Copenhagen, 
Nationalmuseet Etnografisk Samling. 
 
Descrição: Pelo fato da cultura Tupinambá ter 
sido majoritariamente efêmera (no sentido de 
produzirem objetos de descarte rápido ou 
durabilidade reduzida), centrada em 
cerimônias tradicionais que eram constituídas pelo conjunto: dança, som, 
movimentos e adornos, os objetos remanescentes dessas culturas são poucos, 
dada a sua centralização no que é chamado hoje de patrimônio imaterial. Nos 
textos de João Daniel, feitos durante o período de 1741 a 1757, no qual relata 
Figura 2. 
Figura 3. 
ter vivido no antigo Estado do Maranhão e Grão-Pará – criado a partir de 1621, 
e que corresponde, aproximadamente, ao território da atualmente chamada 
Amazônia Legal. Pode ser usado como uma referência territorial Brasileira para 
considerar por quais espaços nativos os mantos circularam, como também 
podem ter sido produzidos. 
 
 
Ficha Técnica Fig. 4. 
Nome de Autor: - 
Nome da obra: Boné de penas Tupinambá. 
Data estimada de execução: século XVI-XVII. 
Técnica de execução: Tapiraje, Penas de 
papagaio. 
Dimensões: altura: 29 cm. 
Localização atual: Copenhagen, National 
museet Etnografisk Samling. 
 
Descrição: 
A arte plumária Tupi empregava técnicas 
sofisticadas para imitar a aparência de aves 
em determinadas fases de suas vidas, como 
em um boné que capta a aparência macia e 
fofa de um pássaro recém-nascido. 
Envolvendo estreitamente a cabeça como um capuz e produzido a partir de 
penugem de papagaios, o boné evoca a aparência de uma ave recém-nascida, 
já que aves muito jovens carecem de penas com contorno firme. (BUONO, 
2007). A análise de Buono, conduz para uma leitura crítica a respeito de uma 
questão relativa à materialidade das artes plumárias Tupis. Segundo a mesma é 
possível relacionar a rigidez ou macieis do contorno assumido pelas penas 
utilizadas com a intensão plástica pensada na fabricação das peças. Neste caso 
especificamente, as penas recolhidas para construção foram pensadas para 
produzir umasensação visual e tátil de suavidade no objeto de arte. 
 
Figura 4. 
 Ficha Técnica Fig. 5. 
Nome de Autor: - 
Nome da obra: Manto de penas ameríndio. 
Data estimada de execução: século XV 
Técnica de execução: Tapirage, Penas de 
papagaio. 
Dimensões: altura: 29 cm. 
Localização atual: Royal Museum of Art and 
History of Belgium, Brussels. 
 
Descrição: Este manto em especial, 
atualmente como parte da coleção do Museus 
Real de Arte e História da Bélgica. De acordo 
com o instituto no qual se localiza, teve sua 
posse atribuída à Montezuma, uma das figuras 
comparada a um imperador em questões 
sociais hierárquicas de poder da cultura asteca anteriormente. Mesmo apesar da 
relativa distância territorial entre as culturas, uma localizada na América Central 
e as outras na América do Sul. Pode, esse equívoco ser considerado como outra 
afirmação da aparência intercultural dos mantos e da sua amplitude territorial de 
uso? Entretanto pode também revelar parte do contexto de quando estas peças 
artísticas eram objetos de estudos no contexto acadêmico e práticas 
pedagógicas europeias, quanto estas, refletiam sobre as plurais culturas nativas 
sul-americanas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 5. 
Bibliografia 
 
ALMEIDA MARTINS, Renata Maria de; “Uma cartela multicolor: objetos, práticas 
artísticas dos indígenas e intercâmbios culturais nas Missões jesuíticas da 
Amazônia colonial”. En caiana. Revista de Historia del Arte y Cultura Visual del 
Centro Argentino de Investigadores de Arte (CAIA). No 8 | Primeiro semestre 
2016, pp. 70-84. Disponível em: <http://www.dezenovevinte.net/ufrrj/abi.htm>. 
Acesso em: 16 Maio 2018. 
 
BUONO, Amy J. Historicidade, acronicidade e materialidade nas artes do Brasil 
Colonial. Getty Research Journal, No. 7 (2015), pp.19-34. Disponível em: 
<http://www.dezenovevinte.net/ufrrj/abi.htm>. Acesso em: 16 Maio 2018. 
 
BUONO, Amy J. Their Treasures are the Feathers of Birds: Tupinambá 
Featherwork and the Image of America,” in Images take Flight: Feather Art in 
Mexico and Europe (1400-1700). Eds. Alessandra Russo, Gerhard Wolf, and 
Diana Fane, 179-189. München: Hirmer Verlag, 2015. ISBN: 9783777420639. 
Disponível em: <https://ucsb.academia.edu/AmyBuono/Articles>. Acesso em: 19 
Maio 2018. 
 
BUONO, Amy J. Crafts of Color: Tupi Tapirage in Early Colonial Brazil, in the 
Materiality of Color: The Production, Circulation, and Application of Dyes and 
Pigments 1400-1800. Eds. Andrea Feeser, Maureen Daly Goggin and Beth 
Fowkes, Aldershot: Ashgate Press, 2012, 18-40. ISBN: 9781409429159. 
Disponível em: <https://ucsb.academia.edu/AmyBuono/Articles>. Acesso em: 19 
Maio 2018. 
 
2018 Google Arts & Culture. American-Indian feather coat. Disponível 
em:<https://artsandculture.google.com/asset/american-indian-feather-
coat/4AHVtktqNbaOaw>. Acesso em: 19 Maio 2018.

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