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TRANSTORNOS MENTAIS E IMPLICAÇÕES FORENSES1 SUMÁRIO 1. TRANSTORNOS DO HUMOR 1.1 Depressão e episódio depressivo 1.2 Transtorno bipolar e episódio maníaco 1.3 Implicações forenses e aspectos periciais 2. TRANSTORNOS PSICÓTICOS 2.1 Esquizofrenia 2.2 Implicações forenses e aspectos periciais 3. TRANSTORNOS DA PERSONALIDADE 3.1 Transtorno da personalidade antissocial 3.2 Implicações forenses e aspectos periciais 4. PARAFILIAS 4.1 Pedofilia 4.2 Implicações forenses e aspectos periciais 5. TRANSTORNOS DO CONTROLE DE IMPULSOS 5.1 Cleptomania 5.2 Transtorno explosivo intermitente 5.3 Implicações forenses e aspectos periciais 6. SIMULAÇÃO E QUADROS RELACIONADOS 6.1 Transtornos mentais que não podem ser confundidos com simulação 1 Texto elaborado a partir de: TABORDA, J. G. V.; CHALUB, M.; ABDALLA-FILHO, E. Psiquiatria Forense de Taborda. 3. ed. Porto Alegre: Artmed, 2016. BALLONE, G. J. PsiqWeb. Disponível em <http://www.psiqweb.med.br/> 2013. Acesso em: 02 maio 2014. 1 TRANSTORNOS DO HUMOR Nos transtornos do humor a alteração do humor é o critério mais importante. Os transtornos do humor que têm maior interação com a psiquiatria forense são a depressão maior e o transtorno bipolar. O DSM-V parte da definição inicial do que seja um episódio maníaco e um episódio depressivo para então classificar os transtornos do humor. 1.1 Depressão e episódio depressivo A depressão caracteriza-se pela ocorrência de episódios depressivos. O diagnóstico de depressão é feito com base no exame clínico. Neste momento, é fundamental a exclusão de algumas doenças que podem se confundir com quadros depressivos. Os principais sintomas do episódio depressivo são: Humor triste Perda do interesse e do prazer Sofrimento significativo ou prejuízo no funcionamento social A esses sintomas somam-se outros, em número e intensidade variáveis como: Perda de energia (cansaço) Alterações do apetite, do peso e do sono Diminuição da libido Sintomas físicos como dores, sensação de desconforto, vertigens Agitação ou retardo psicomotor Baixa autoestima e culpa Dificuldade de concentração Irritabilidade Ideação suicida 1.2 Transtorno bipolar e episódio maníaco O transtorno bipolar caracteriza-se pela ocorrência de episódios de mania, comumente alternados com períodos de depressão e de normalidade. Os principais sintomas do episódio maníaco são: Humor elevado Prejuízo acentuado no funcionamento social A esses sintomas somam-se outros, em número e intensidade variáveis como: Auto-estima inflada Necessidade de sono diminuída Fala abundante e acelerada (logorréia e taquilalia) Fuga de ideias ou experiência subjetiva de que os pensamentos estão correndo A atenção é desviada com excessiva facilidade para estímulos externos insignificantes ou irrelevantes Aumento da atividade social (na comunidade, no trabalho ou na escola) ou aumento da atividade sexual Agitação psicomotora Envolvimento em atividades com potencial danoso (por ex., compras em excesso, doações, indiscrições sexuais ou investimentos financeiros tolos) 1.3 Implicações forenses e aspectos periciais** Perícias criminais: Os estados de mania acompanhados por sintomas psicóticos, muitas vezes de feitio paranoide, acompanhados de agitação psicomotora, podem propiciar a realização de atos violentos. Nesse caso, em geral, levam à inimputabilidade. Na depressão psicótica, o indivíduo, por considerar de forma delirante que ele e algum familiar “vão sofrer para sempre ou serão condenados”, pode planejar homicídio do familiar, seguido da tentativa de suicídio. Frequentemente encontramos casos em que apenas o homicídio foi cometido, tendo o indivíduo apenas se ferido, após ser impedido por outros de dar continuidade a seus atos. Esses casos também podem se enquadrar na inimputabilidade. Perícias cíveis: Na fase maníaca, o indivíduo pode comprar em excesso, doar ou vender seus bens ou envolver-se em apostas ou jogos de forma patológica. Doações e testamentos também podem ser feitos em uma fase depressiva grave, com sintomas psicóticos. Neste caso, podem se enquadrar no Art. 4º, inciso IV, que cita o caso dos pródigos do CC (incapacidade relativa). Testamentos e doações podem ser anulados pela autoridade judicial. Ressalta- se que, de acordo com o Estatuto da Pessoa com Deficiência, transtornos mentais não limitam as capacidades civis, portanto não mais se fala em interdição. Observações: Não confundir mania (caracterizada pela elevação de humor, típica do episódio maníaco) com maneirismo (hábito). Não confundir transtorno bipolar, que é um transtorno do humor, com transtorno dissociativo de identidade, originalmente denominado transtorno de múltiplas personalidades. Não confundir o termo maníaco (relativo a elevação do humor) com psicopata (relacionado ao transtorno da personalidade antissocial. 2. TRANSTORNOS PSICÓTICOS Transtornos psicóticos são distúrbios psiquiátricos graves que levam à perda do contato com a realidade. Os transtornos psicóticos correspondem à maioria das condições psicopatológicas que o legislador define como doença mental, tal como descrito no caput do artigo 26 do Código Penal brasileiro. 2.1 Esquizofrenia Entre as patologias psicóticas, a esquizofrenia é a mais impactante, tanto no que se refere às manifestações clínicas quanto às consequências no campo da psiquiatria forense, sobretudo na área penal, sendo ainda hoje o diagnóstico encontrado com mais frequência em internos de hospitais forenses. A esquizofrenia inclui manifestações como: Delírios (distúrbios do conteúdo do pensamento) Alucinações (distúrbios da sensopercepção) Comportamento desorganizado (como catatonia e agitação) Discurso desorganizado Pobreza de pensamento e apatia e desorganização na área dos relacionamentos interpessoais (isolamento, expressões inadequadas de agressão e sexualidade, falta de consciência das necessidades dos outros, solicitações excessivas e incapacidade de fazer contatos significativos com outras pessoas). A esquizofrenia paranoide é um dos subtipos mais comuns. As manifestações mais encontradas são: Delírios de perseguição, referência, missão especial, mudanças corporais ou ciúmes Alucinações, sendo as mais comuns as alucinações auditivas de comando ou outras alucinações auditivas sem conteúdo verbal. Implicações forenses e aspectos periciais** Perícias criminais: Quando pessoas em surto psicótico cometem delitos que possuem nexo causal com a doença, estes geralmente são de lesão corporal ou homicídio. As vítimas, em geral, são conhecidas do criminoso. Após a prática delituosa, o paciente permanece na cena do crime ou se entrega à autoridade policial. A agressividade de pessoas em estado psicótico costuma ocorrer praticamente na mesma proporção da violência na população em geral. Aliás, podemos dizer, de maneira geral, que quem mais agride é a sociedade ao louco do que o contrário. É a sociedade das pessoas normais que prende, agride, amarra, interna sem consentimento, seda, dopa, exclui e estigmatiza. Perícias cíveis: No que diz respeito à avaliação da capacidade civil, podem se enquadrar na incapacidade relativa. A capacidade para a prática de atos específicos por parte de uma pessoa com transtorno psicótico pode ser questionada, como por exemplo, a lavratura de testamento. Observações: Não confundir transtorno psicótico ou transtorno esquizofrênico (caracterizados por distúrbios dojuízo crítico – delírio) com comportamento violento ou psicopático. Psicopata (relacionado a transtorno da personalidade antissocial) não pode ser confundido com psicótico. 3. TRANSTORNOS DA PERSONALIDADE Transtorno da personalidade é definido pela CID-10 como uma perturbação grave da constituição caracterológica e das tendências comportamentais do indivíduo, não diretamente causada por uma doença, lesão ou outra afecção cerebral ou a outro transtorno psiquiátrico, sendo associado a ruptura pessoal ou social. É necessário que haja inflexibilidade no padrão dos traços de personalidade que levem a um comprometimento do funcionamento do indivíduo na sociedade. 3.1 Transtorno da personalidade antissocial Para a psiquiatria forense, o transtorno da personalidade mais importante é o transtorno da personalidade antissocial (DSM-V) também denominado transtorno da personalidade dissocial (CID-10). As características que devem estar necessariamente presentes no diagnóstico do transtorno da personalidade antissocial (TPAS) são: Desrespeito e violação dos direitos dos outros, com início aos 15 anos de idade. O indivíduo tem no mínimo 18 anos de idade. Existem evidências de Transtorno da Conduta com início antes dos 15 anos de idade. Deve-se excluir doenças e outras condições que possam se confundir com o diagnóstico de TPAS (esquizofrenia e episódio maníaco) Entre as demais características do TPAS estão: Fracasso em conformar-se às normas sociais com relação a comportamentos legais, indicado pela execução repetida de atos que constituem motivo de detenção. Propensão para enganar, indicada por mentir repetidamente, usar nomes falsos ou ludibriar os outros para obter vantagens pessoais ou prazer. Impulsividade ou fracasso em fazer planos para o futuro. Irritabilidade e agressividade, indicadas por repetidas lutas corporais ou agressões físicas. Desrespeito irresponsável pela segurança própria ou alheia. Irresponsabilidade consistente, indicada por um repetido fracasso em manter um comportamento laboral consistente ou honrar obrigações financeiras. Ausência de remorso, indicada por indiferença ou racionalização por ter ferido, maltratado ou roubado outra pessoa. 3.2 Implicações forenses e aspectos periciais** Perícias criminais: Os indivíduos com TPAS são considerados, como regra, detentores de plena capacidade de entendimento em relação à prática de determinado ato. A maior questão na esfera criminal recai sobre a avaliação da capacidade de determinação em relação ao ato praticado. O baixo limiar para descarga de agressão podem ser exemplos paradigmáticos de interferência da esfera emocional na capacidade de determinação, apesar da preservação da capacidade de entendimento. Indivíduos com TPAS podem ser enquadrados na imputabilidade ou semi-imputabilidade, na dependência de terem ou não algum prejuízo na capacidade de determinação para o delito analisado. A inimputabilidade não se aplica a esse caso ou, quando ocorre, é resultado de alguma comorbidade psiquiátrica (em especial uso ou abuso de substância psicoativa). A semi- imputabilidade dá margem a uma discussão calorosa sobre suas possíveis consequências. É possível que um indivíduo nessas condições tenha sua pena diminuída em um ou dois terços. Isso significa colocar em liberdade em um menor prazo alguém que pode ter um potencial para cometer delitos em grau maior que a população em geral. Outro ponto relevante é a pressão social e judicial para converter uma pena de criminosos com TPAS em medida de segurança para que na prática, fiquem mais tempo reclusos em hospitais do que ficariam no presídio. Perícias cíveis: No plano cível, é mais comum que surjam solicitações de perícias no decorrer de processos perante as varas de família em que se discute a capacidade para o exercício da guarda dos filhos. 4. PARAFILIAS O termo parafilia representa qualquer interesse sexual intenso, preferencial e persistente, que não é voltado a estimulação genital ou carícias preliminares com parceiros humanos ou que consentem e apresentam fenótipo normal e maturidade física. Um transtorno parafílico é uma parafilia que está causando sofrimento ou prejuízo ao indivíduo ou cuja satisfação implica dano ou risco pessoal a outros. Há de se ressaltar que crimes sexuais não implicam em diagnóstico psiquiátrico, sendo errôneo atribuir automaticamente a seus autores redução ou anulação da imputabilidade. Nem todo aquele que abusa de crianças é pedófilo, nem todo estuprador é sádico e nem todo ultraje público provém de um exibicionista. São criminosos sexuais sem transtorno psiquiátrico. Além disso, há de se considerar os criminosos sexuais com transtorno psiquiátrico diverso da parafilia. É o caso de indivíduos com retardo mental (andar despidos em público, masturbar-se em público), de pessoas em surto psicótico (por exemplo, o indivíduo assedia a mãe e as irmãs na vigência da psicose), na vigência de mania (em que é comum a exacerbação da sexualidade) além de outras condições: epilepsia, estados demenciais e rebaixamento da consciência. Os vários quadros parafílicos representam grande importância para a psiquiatria forense: exibicionismo, voyeurismo, frotteurismo, sadismo sexual, necrofilia etc. No presente texto, será destacada a pedofilia. 4.1 Pedofilia O foco da pedofilia envolve atividade sexual com criança pré-púbere, em geral com 13 anos ou menos. O indivíduo com pedofilia deve ter 16 anos ou mais e ser pelo menos cinco anos mais velho que a criança. Para pedofílicos no fim da adolescência, a diferença na faixa etária pode não ser precisa, sendo necessário exercer julgamento clínico a cada caso, levando em consideração tanto a maturidade da criança quanto a diferença de idade. 4.2 Implicações forenses e aspectos periciais** Do ponto de vista psiquiátrico forense está bem estabelecido que as parafilias – grupo em que está incluída da pedofilia – não causam prejuízo à compreensão da ilicitude da conduta, a não ser em casos de comorbidade. A discussão, quando ocorre, se dá em torno da capacidade do agente de controlar o impulso (ou seja, de a capacidade de determinar-se a não se conduzir de forma que sabe ser ilegal). Para elucidar a difícil questão da possibilidade de autocontrole, o perito investiga, entre outros: (1) Ausência de premeditação. (2) Presença de inteligência limítrofe. (3) Presença de luta interna entre os impulsos e os escrúpulos. (4) Tentativas prévias de tratamento do impulso ou providências para evitar seu surgimento. (5) Existência de arrependimento. (6) Ato de caráter isolado ou infrequente. Observação: A maior parte dos crimes sexuais contra crianças é realizada por pessoas que não são consideradas clinicamente pedófilas, pois não têm atração sexual primária por crianças. Pedofilia, como desejo, não é crime. Nem todos aqueles que são diagnosticados com pedofilia passam ao ato. Portanto, pedofilia não é sinônimo de crime sexual contra criança. 5. TRANSTORNOS DO CONTROLE DE IMPULSOS A característica essencial dos transtornos do controle de impulsos é o fracasso em resistir a um impulso ou tentação de executar um ato perigoso para a própria pessoa ou para outros. Na maioria dos transtornos descritos nesta seção, o indivíduo sente uma crescente tensão ou excitação antes de cometer o ato. Após cometê-lo, pode ou não haver arrependimento, auto-recriminação ou culpa. Entre os transtornos do controle de impulsos importantes para a psiquiatria forense destacam-se a cleptomania e o transtorno explosivo intermitente. 5.1 CleptomaniaAs principais características são: Fracasso recorrente em resistir aos impulsos de furtar objetos que não são necessários para o uso pessoal ou por seu valor monetário. Sentimento aumentado de tensão imediatamente antes da realização do furto. Prazer, satisfação ou alívio no momento de cometer o furto. 5.2 Transtorno explosivo intermitente A característica essencial do transtorno explosivo intermitente é a ocorrência de episódios definidos de fracasso em resistir a impulsos agressivos, acarretando sérios atos agressivos ou a destruição de propriedades. Outros critérios diagnósticos são: O grau de agressividade expressada durante um episódio é desproporcional a qualquer 2 **Perícias psicológicas e psiquiátricas sempre avaliarão a singularidade de cada caso. Os comentários sobre aspectos provocação ou estressor psicossocial desencadeante. O indivíduo descreve os episódios agressivos como "surtos" ou "ataques" nos quais a explosão é precedida por tensão ou excitação, seguido por alívio. Posteriormente, o indivíduo pode sentir remorso, arrependimento ou embaraço pelo próprio comportamento. 5.3 Implicações forenses e aspectos periciais**2 A cleptomania é um transtorno mais comum em mulheres. Em homens, a idade de início do transtorno é, em geral, na adolescência. Entre mulheres, o pico de início é bimodal: da puberdade ao início da idade adulta e próximo da menopausa. Os objetos mais furtados são: roupas, alimentos, joias, cosméticos, dinheiro e utensílios de higiene pessoal. Já o transtorno explosivo intermitente é mais comum entre homens. Geralmente surge em idade precoce (infância ou puberdade) e em indivíduos que têm casos na família. Os tipos de crimes mais cometidos por pessoas com este transtorno são: danos materiais importantes, lesões corporais graves e homicídio. Como não há comprometimento da capacidade de entendimento nos casos de transtornos do controle de impulsos, na perícia leva-se em conta, entre outros aspectos, se houve planejamento prévio e arrependimento. 6. SIMULAÇÃO E QUADROS RELACIONADOS Simulação não é, em si, transtorno mental, mas está incluída no DSM e na CID como um quadro de importância clínica. Na avaliação de simulação deve ser considerada sua magnitude. Para que seja confirmada, deve ocorrer uma fabricação ou um exagero grosseiro de sinais e sintomas e um esforço consciente do periciado para enganar. A forenses de cada transtorno referem-se a achados periciais mais comuns e não a uma regra. presença de pequenos exageros ou sintomas isolados não configura quadro de simulação. A necessidade de incentivos externos, por sua vez, não exclui a co- ocorrência de motivações internas. Assim, a simulação é a “arte do engano”. O indivíduo que a executa frauda sintomas e não pode ser considerado como um genuíno paciente que procura auxílio médico. Pode-se classificar simulação em supersimulação, metassimulação e dissimulação. Supersimulação – exagero de sinais e sintomas por parte de um indivíduo realmente doente ou criação de novos não decorrentes da doença. Metassimulação – persistência, de forma intencional, da apresentação de sinais e sintomas após a cessação do transtorno real. É uma simulação como outra qualquer, com a diferença de que o indivíduo teria aprendido com a própria experiência o que deseja. Dissimulação (simulação negativa ou defensividade) – tentativa de ocultação ou minimização de sintomas ou transtornos existentes. No contexto da psiquiatria forense, os transtornos as condições psiquiátricas mais simuladas são psicose, transtorno de estresse pós-traumático, déficits cognitivos e amnésia. 6.1 Transtornos mentais que não podem ser confundidos com simulação O transtorno factício e o transtorno dissociativo compartilham elementos com a simulação, tal como aparece no quadro seguinte: Diagnóstico Produção dos sintomas Motivação Simulação Consciente Consciente Transtorno factício Consciente Inconsciente Transtorno dissociativo Inconsciente Inconsciente Tanto na simulação quanto no transtorno factício há uma produção intencional de sinais e sintomas, porém no transtorno factício, a motivação consiste num desejo inconsciente de assumir o papel de doente, para obter ganhos psicológicos. A síndrome de Münchausen é a variante mais grave do transtorno factício. O paciente pode autoinfligir cortes, abrasões, injetar substâncias tóxicas, dispor de uma longa história médica sem diagnóstico estabelecido. A síndrome de Münchausen por procuração pode ocorrer no caso em que a mãe produz sintomas de doenças em seu filho, o que se configura como uma forma de abuso infantil. O diagnóstico de transtorno factício deve ser excluído se qualquer incentivo externo for identificado, o que em alguns casos pode ser problemático, pois normalmente a doença ocorre concomitante a modificações de responsabilidade no trabalho e na família. No caso do transtorno dissociativo, o paciente desconhece as motivações e todo o processo de produção dos sintomas é inconsciente. Esses transtornos foram previamente classificados como “histeria de conversão”.
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