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ALTERAÇÕES DEGENERATIVAS Prof Geraldo Camilo Alberton UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ COORDENAÇÃO DO CURSO DE MEDICINA VETERINÁRIA DISCIPLINA DE PATOLOGIA GERAL Lesão Celular CAUSAS Mecanismos Consequências DEGENERAÇÃO • Primeiro sinal de lesão celular, • A degeneração é caracterizada pelo acúmulo intracelular de várias substâncias, • A degeneração é uma alteração reversível, • A evolução da degeneração é a MORTE celular (necrose), Lembrete: • Degeneração e morte celular (necrose) são eventos constantes na maioria dos tecidos; • Novas células são formadas na mesma proporção que as células morrem, mantendo a massa tecidual; Acúmulos Intracelulares • Constituintes celulares normais acumulados em excesso: H2O Lipídios Proteínas Carboidratos Acúmulos Intracelulares • Uma substância anormal EXOGENA – Mineral (Chumbo), produtos de agentes infecciosos (toxinas), ENDOGENA – produto da síntese do metabolismo anormal, • PRÍON– Doença da vaca louca • Proteína TAU - Doença de Alzheimer • Pigmentos Melanina Hemossiderina Bilirrubina Lipofucsina Pigmento de Carvão Acúmulos Intracelulares 1 - Acúmulo de Lipídios Degeneração Gordurosa Esteatose Lipidose Degeneração Gordurosa • É o acúmulo de Triglicerídeos e outros metabolitos lipídicos (gordura neutras e colesterol) dentro das células parenquimatosas, • Músculo cardíaco, músculo esquelético, rins e principalmente no fígado CAPTAÇÃO C ATA B O LIS M O SECREÇÃO Ác. Graxos Livres Ác. Graxos Acetato Triglicerídeos Lipoproteínas Apoproteína Acúmulo de Lipídios Tecido Adiposo Oxidação de corpos cetônicos CO2 Fosfolipideos Esteres de Colesterol Causas de Degeneração Gordurosa 1. Metabolismo excessivo de lipídeos - Lipólise Excessiva - Aumento da demanda energética - Inanição - Diabete 2. Lesão tóxica que afeta as vias do metabolismo lipídico 3. Hipoxia crônica – suprime as enzimas envolvidas no metabolismo lipídico Causas de Degeneração Gordurosa 1. Lipólise Excessiva - Liberação Excessiva de Ácidos Graxos livres provenientes do tecido ou do tecido adiposo Causa mais frequente de Degeneração Gordurosa nos animais domésticos CAPTAÇÃO C ATA B O LIS M O SECREÇÃO Ác. Graxos Livres Ác. Graxos Acetato Triglicerídeos Lipoproteínas Apoproteína Acúmulo de Lipídios Tecido Adiposo Oxidação de corpos cetônicos CO2 Fosfolipideos Esteres de Colesterol Exemplos de lipólise excessiva por demanda súbita de energia Toxemia da Prenhez (Ovinos) Cetose (Vacas leiteiras) TOXEMIA DA PRENHEZ Déficit energético Aumento da Mobilização de energia do Tecido Adiposo Degeneração Gordurosa Cetose Bovina • Inicio da Lactação • Alta produção (%gordura) • Mobilização de Lipídios • Degeneração Gordurosa Desequilíbrios Nutricionais • Ingestão excessiva de gordura – Dietas desbalanceadas – obesidade – Ingestão forçada de alimento – Foie Gras • Inanição – Mobilização excessiva das reservas de gordura Obesidade Alimentação Forçada foie gras (Em francês = Fígado gordo) INANIÇÃO Diabetes (Mellitus/Adquirida) • Deficiência de Insulina, • Inibe a captação de glicose, • Metabolização de Gordura do tecido adiposo, Causas de Degeneração Gordurosa 2. Lesão tóxica que afeta as vias do metabolismo lipídico Alteração na síntese ou no transporte de triglicerídeos Tetracloreto de Carbono (pesticida) Fósforo Amarelo (Veneno para baratas, rodenticida, fogos de artiício) • Alteram a síntese de apoproteína - aflatoxina CAPTAÇÃO C ATA B O LIS M O SECREÇÃO Ác. Graxos Livres Ác. Graxos Acetato Triglicerídeos Lipoproteínas Apoproteína Acúmulo de Lipídios Tecido Adiposo Oxidação de corpos cetônicos CO2 Fosfolipideos Ésteres de Colesterol CAPTAÇÃO C ATA B O LIS M O SECREÇÃO Ác. Graxos Livres Ác. Graxos Acetato Triglicerídeos Lipoproteínas Apoproteína Acúmulo de Lipídios Tecido Adiposo Oxidação de corpos cetônicos CO2 Fosfolipideos Esteres de Colesterol AFLATOXICOSE • Aspergillus flavus • Suínos – Bovinos – Cães - Equinos • Milho/ração/amendoim mal acondicionado • Toxina (B1) • Intox. Aguda e Crônica Intox. Aguda Intox. Crônica Causas de Degeneração Gordurosa 3 – Supressão da oxidação de ácidos graxos - Hipóxia Insuficiência cardíaca congestiva crônica Provoca esteatoses nas zonas centrolobulares do fígado Macroscopia da esteatose hepática • Quando leve imperceptível, • Casos Graves o fígado fica: Aumentado Amarelado Macio Bordos arredondados e largos Friavel Textura Untuosa ao corte Fíg. Flutuar no formol O que se fragmenta facilmente MICROSCOPIA • Citoplasma das células é vacuolizado, • Variados tamanhos (coalescem), • Núcleo deslocado para periferia da célula (semelhante a adipocito – Cél Anel de sinete) Fígado normal Fígado com esteatose MICROSCOPIA • Coloração especial SUDAM III OIL RED O • Corte de Congelação, • Xilol e Álcool – Não usar Degeneração Hidrópica Degeneração Balonosa Tumefação Celular 2 - Acúmulo de Água Degeneração Hidrópica • É a lesão celular mais comum e fundamental, • Manifesta-se como um aumento de tamanho e volume celular a partir de uma sobrecarga de H2O intracelular, Causas de Degeneração Hidrópica • Falência da célula em manter a homeostasia e regular a entrada e saída de água, ATP BOMBA DE SÓDIO E POTÁSSIO Mecanismo Dependente de Energia e integridade da membrana Causas de Degeneração Hidrópica • Lesão de Membrana Celular - Lesões mecânicas, vírus, toxinas bacterianas, processos imunomediados • Insuficiente produção de Energia - Hipoxia • Lesão das proteínas que regulam os canais iônicos das membranas -‐ Radicais livres Causas de Degeneração Hidrópica • Lesão de Membrana Celular Complexo de Ataque a Membrana - PERFORINAS Replicação Viral Vesículas A lesão clássica da degeneração hidrópica! FEBRE AFTOSA Causas de Degeneração Hidrópica • Insuficiente produção de Energia Complexo de Ataque a Membrana - PERFORINAS Lesão Hipóxia ↓ Prod. ATP Entra Na e H2O sai K ↑ Pressão osmótica + H2O entra na cél. Distensão do RE, ruptura de organelas e formação de vacúolos Degeneração Hidrópica Causas de Degeneração Hidrópica • Lesão das enzimas, proteínas e lipídios que regulam os canais iônicos das membranas, ACÃO DOS RADICAIS LIVRES MetabolismoNormal subst. químicas com 1 e- não-emparelhado derivadas do Oxigênio ...libera energia... a sua configuração instável... ...que danifica proteínas, lipídeos, enzimas, carboidratos... O que são Radicais Livres? Componentes estruturais da Membrana celular! Lesão de Canal Na e K Degeneração Hidrópica!!! Radicais livres • Superóxido -‐ (O2-‐.) • Peróxido de hidrogênio -‐ (H2O2) • Radical hidroxila -‐ (OH .) • Radical hidroperoxila -‐ (HO2.) Também quando temos excesso de radicais livres (cigarro, inflamação, idade, radiação etc...) Metabolismo Normal O2- OH – H2O2 – SOD/Catalase Glutation Peroxidase Tocoferol Detoxificação H2O Aumenta o acúmulo de água pela detoxificação natural, o que acentua a degeneração hidrópica Aspecto Macroscópico • Aumento de volume do órgão, • Órgão mais pesado com perda de brilho, • Palidez dos tecidos, • Órgãos sólidos podem apresentar leve protrusão do parênquima, Aspecto Microscópico • Inicialmente a célula tem um aspecto pálido e delicadamente vacuolizado, • O citoplasma das células afetadas contêm vacúolos translúcidos e múltiplos, • Núcleo tem posição central, Se o estimulo persistir..... Tumefação das mitocôndrias e da rede cavitária ( RER – REL – Complexo de Golgi – Membrana nuclear externa) Desprendimento dos ribossomos – Condensação da cromatina nuclear – Perda de Microvilos – Vesiculação do reticulo endoplasmático – Formação de espirais de membrana (“Figuras de Mielina”) RUPTURA DA MEMBRANA DAS ORGANELAS Influxo de Ca para o interior das mitocôndrias e do citoplasma ↑Ca+2 APOPTOSE MORTE CELULAR 3 - Acúmulo de Glicogênio Degeneração por Glicogênio Degeneração por Glicogênio • Quantidades excessivas de gl icogênio presentes no citoplasma celular, • Quantidades variáveis de glicogênio são normalmente armazenadas nos hepatócitos e miócitos. Depende do horário da última refeição, • Muito g l icogênio também é observado em animais jovens bem nutridos e em crescimento, CUIDADO!! Causas da degeneração por Glicogênio • Metabolismo de glicose e glicogênio anormais Doenças Hiperglicemiantes (Diabetes) Metabolismo de Glicose anormal (glicogenoses) Corticoterapia Prolongada Glicogenoses • Doenças raras, • Bovinos da raça Shorthorn e Brahman (RS - 2005), • Degradação deficiente do glicogênio, • Glicogênio se acumula nos lisossomos, • Sem lesão macroscópica, Doenças hiperglicemiantes Diabetes Hiperadrenocorticismo (Cushing) • Eliminação de glicose pela urina, • Absorção de glicose aumentada pelas células dos túbulos contorcidos proximais, Alteração Macroscópica • Não são visualizadas, • Casos graves de hepatopatia o fígado pode ficar aumentado e pálido, Alterações Microscópicas • Melhor visualização: - Fixador alcoólico - Formol 10% a 4°C • Coloração de PAS (Ác. periódico de Schift) • Espaços claros, irregulares com contornos pouco definidos, • O núcleo permanece no centro da célula, 4 - Acumulo de Proteínas Amilóide (Amiloidose) Inclusões Proteícas Amilóide • Grego Amylon = Amido • Material amorfo eosinofilico que se acumula no espaço extracelular (membr. basal), • É uma substância protéica (glicoproteína) de natureza anormal (Não se degrada), • Acumulo de amilóide = AMILOIDOSE (doença) Amilóide • A presença da proteína do amilóide está relacionada a distúrbios da resposta imunitária, Formas de Amilóide • AMILOIDOSE PRIMÁRIA • AMILOIDOSE SECUNDÁRIA Amiloidose Primária • Ocorre nas discrasias plasmocitárias por produção de imunoglobulinas anormais pelos plasmócitos, • Há hiperglobulinemia, • D e p o s i t o d a s c a d e i a s l e v e s d e Imunoglobulinas, Amiloidose Secundária • É a forma mais comum em animais domésticos • Indivíduos com infecções crônicas, • Tuberculose, osteomielite crônica, piometra, • DOENÇA DO SORO Produção de soro Hiperimune Tipos de Amilóide • Amyloid light chain – AL – cadeia leve de Amilóide – AMILOIDOSE PRIMÁRIA Deposito da cadeia leve de Imunoglobulina • Amyloid assocciated – AA – associado ao amilóide – AMILOIDOSE SECUNDÁRIA Proteína sérica amilóide (AAS) proteína da fase aguda da inflamação é degradada pelos macrófagos em A Macroscopia • Órgãos ficam grandes e pálidos, • Aspecto “encerrado”, BAÇO RIM (Glomérulos) FÍGADO TRATAMENTO COM LUGOL Aspecto Microscópico • Substância rósea, translúcida e homogênea depositada extracelularmente, • Ao microscópio eletrônico ele aparece como estruturas fibrilares (7-10 nm de diâmetro), • Cora-se pela coloração de vermelho congo e PAS, Inclusões Protéicas Inclusões Protéicas • Os mecanismos de inclusão protéica compreendem os seguintes quadros: - Infecção viral, - Lesão tóxica, - Absorção de proteínas externas, - Estase secretória, Inclusões Protéicas • Os corpúsculos de inclusão desorganizam a células, • Deprimem as fontes de Energia (mitocôndrias), • ↓ pH intracelular, Conseqüente degeneração e morte celular Infecção Viral • CORPUSCULOS DE INCLUSÃO, • A maior parte são resquícios de produtos virais, Proteínas estruturais de Vírus Membranas lipoproteicas em Excesso Partículas virais em maturidade variável • Intranucleares ou Intracitoplasmáticas – depende do vírus CORPUSCULO DE NEGRI - RAIVA BHV-5 CORPUSCULO DE LENZ - CINOMOSE Lesão Tóxica • Intoxicação por chumbo, • Acumulo de chumbo e proteínas no núcleo das células dos túbulos renais, • CI é álcool ácido resistente – Cora-se por Ziel Nielsen, Absorção de Proteínas externas • Ocorre nos casos de proteinuria, • Absorção de proteínas pelas células dos túbulos proximais, • Gotículas hialinas (Eosinofilicas), • Causa – LESÃO GLOMERULAR Estase Secretória • Os grânulos de excreção citoplasmaticos se acumulam no citoplasma, • Causas: Excesso de produção Proteínas anormalmente dobradas (defeituosas) Estase Secretória • Deficiência de α1 - tripsina Depósitos de Uratos e Ácido Úrico Gota (Extracelular) Deposito de Uratos e Ác. Urico • O ác. úrico é derivado do metabolismo das PURINAS (ác. Nucléicos), • Excreção do ác. úrico – Urina, • GOTA – defeito na via metabólica tanto na fase de produção quanto na de excreção, (lesão renal- Desidratação – dieta desbalanceada), • Aves, repteis e humanos Deposito de Uratos e Ác. Urico • Deposita-se nas membranas serosas e nas articulações, • Deposito semelhante a pó de giz, • Causa reações inflamatórias crônicas, GOTA VISCERAL GOTA ARTICULAR Gota visceral Aves