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AVALIAÇÃO DA APTIDÃO FÍSICA EM IDOSOS PRATICANTES E NÃO PRATICANTES DE EXERCÍCIO FÍSICO Autor: José Augusto Silva de Lima Prof. Orientador: Alderlane Campos de Oliveira Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI Educação Física para Licenciado em Educação Física (EFL0048/1) – Trabalho de Graduação 07/12/2018 RESUMO A população de idosos no Brasil vem aumentando significativamente com o decorrer dos anos, ocasionando também um aumento com os cuidados em relação a esses indivíduos, que buscam obter qualidade de vida, saúde e maior autonomia (LOPES, 2015). O envelhecimento consiste em uma série de alterações que resultam no desequilíbrio, maior dependência de terceiros, alterações fisiológicas e psicológicas e que mexem diretamente com a autoestima dos mesmos, buscando maior consumo de medicamentos e também o isolamento, por isso, com o intuito de amenizar os efeitos do envelhecimento, pessoas da terceira idade estão buscando cada vez mais a prática do treinamento de força. O presente trabalho buscou mostrar os efeitos da musculação na vida dos idosos e fazer um comparativo entre idosos que praticam exercícios físicos com idosos que não praticam nenhum tipo de exercício físico. Palavras-Chave: Idosos, Musculação, Qualidade de vida. 1. INTRODUÇÃO O envelhecimento é um fenômeno complexo e variável, caracterizado por diversas alterações orgânicas que fazem com que a pessoa tenha uma perda significativa da massa muscular (sarcopenia) e consequentemente da força muscular, da redução do equilíbrio e da mobilidade. Com essa redução da força muscular e do equilíbrio, há um aumento de acidentes por quedas, algo que poderia ser evitado através do fortalecimento dos músculos (FARINATTI; LOPES, 2004; GOZZONI et al. 2002). Durante o processo de envelhecimento, também são afetadas as capacidades fisiológicas e principalmente psicológicas e sociais, que muitas vezes vem acompanhada com o uso excessivo de medicamentos e da depressão (Pedro, 2008). No Brasil, o número de idosos vem crescendo cada vez mais (Figura 1) e até 2025 passará a ocupar a sexta posição mundial em relação ao número de idosos e a primeira posição da América Latina. Sendo assim, é importante destacar a necessidade de uma boa qualidade de vida para os mesmos, evitando assim que os idosos percam seu papel na sociedade e continuem ativos (Almeida & Pavan, 2010). Figura 1. Crescimento da população brasileira até 2030. Fonte:Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada). A busca pela prática de atividades físicas por pessoas acima de 60 anos está cada vez maior,o que não era tão frequente devido ao grande preconceito que essas pessoas sofrem pela sociedade (Almeida & Pavan, 2010). Os exercícios que envolvem força são os mais indicados para pessoas da terceira idade para melhorar a qualidade de vida, e o motivo está na melhoria funcional que esse exercício fornece, ajudando a desenvolver com mais facilidade as atividades do cotidiano (HUNTER et al., 1990 apud DIAS et al., 2006; ARAUJO; BAPTISTA, 1999). Vários autores mostram a relevância dos exercícios físicos nessa fase. Okuma (1998), por exemplo, afirma que idosos passam a lidar melhor com situações de estresse, sentindo-se mais fortes e dispostos para enfrentar as dificuldades do dia. Capodaglio (2006) e Matsudo (2004) dizem que a prática regular de exercícios físicos reduz a degeneração que o envelhecimento gera nos domínios psicológicos, sociais e físicos. Guimaràes et al. (2005) citam que pode haver um menor risco de quedas com a prática de exercícios físicos e também um fator importante para que tenha uma saúde melhor. Para Rodrigues et al. (2002), uma melhor qualidade de vida está diretamente ligada com uma boa mobilidade e força, que dependem da prática de atividades que geram isso e também a independência funcional. Desta forma, este trabalho tem como objetivo principal, mostrar os benefícios e a importância que essa atividade pode trazer à vida social e a autoestima de idosos, melhorando a força muscular, equilíbrio e independência funcional. Também foi feita uma comparação através do IMC, testes de equilíbrio e de força entre idosos que praticam exercícios com idosos que não praticam nenhum tipo de exercício com o objetivo de comprovar que o envelhecimento é feito com mais qualidade se acompanhado dessa pratica. 1.1 Justificativa Ainda não tem nenhum método que possa parar o processo de envelhecimento, e nem mesmo com muita atividade física será possível parar o mesmo, mas existem estudos que comprovam os benefícios e melhorias na saúde de quem pratica alguma atividade, em especial as que envolvem força, e isso inclui melhor aptidão física e independência dos idosos, melhora a função e estrutura muscular, articular e óssea. 2. OBJETIVOS 2.1 GERAL Mostrar a importância da musculação para a terceira idade e fazer uma comparação através de testes de equilíbrio, força e IMC entre idosos praticantes de exercícios físicos com idosos não praticantes de nenhum tipo de exercício. 2.2 ESPECÍFICOS Mostrar os benefícios que os exercícios físicos podem proporcionar na vida dos idosos Destacar a importância da prática de exercícios físicos para se obter uma melhor qualidade de vida na terceira idade. Aferir medidas de circunferência de braço e coxa, a altura e o peso. Teste de equilíbrio de Tinetti (1986) Teste de equilíbrio de Berg e Norman (1996) Análise da força muscular pelo 1-RM 3. CORPO DO TRABALHO 3.1 Envelhecimento Um indivíduo é considerado idoso a partir dos 60 anos (nos países em desenvolvimento), ou a partir dos 65 anos (nos países desenvolvidos). Este processo é caracterizado pelo declínio das funções humanas, principalmente a parte física da pessoa, onde são afetados os aspectos cognitivos, psicológicos, sociais e espirituais, e a tendência é que com o avançar da idade, mais problemas apareçam devido a deterioração estrutural e funcional da maioria dos sistemas fisiológicos, e isto inclui: tecidos, órgãos, sistemas e as funções do dia a dia (PEREIRA, 2012). De acordo com Hughes (2002), as primeiras alterações são no sistema neuromuscular que causam danos à mobilidade e capacidade do idoso. Outra alteração muito perceptível a partir dos cinquenta anos é a perda da massa muscular que é de 1 à 2% por ano devido a diminuição do número e tamanho das fibras musculares que consequentemente gera a perda da força muscular. Essa perda da força muscular faz com que o idoso fique mais dependente de terceiros, aumenta o risco de acidentes por quedas, restringe a mobilidade da pessoa, depressão e isolamento social. 3.2 Sarcopenia e sua relação com as quedas A sarcopenia é uma síndrome que condiciona a pessoa a uma perda de massa muscular e da força física e que está diretamente relacionada a idade da mesma. Vários autores afirmam ainda através de estudos que esta síndrome afeta 100 % dos idosos e que fica mais grave em idosos obesos (Pedro, 2008). De acordo com Pereira (2018), existem várias causas que levam a sarcopenia, dentre elas podem ser citadas: a baixa ingestão alimentar, algo muito freqüente em idosos devido aos casos depressivos e também da doença de Alzheimer. Com o avançar da idade, o anabolismo é reduzido e isso gera também a sarcopenia O descaso pela própria saúde, deixando de praticar exercícios físicos. Também há um aumento de citocinas pró-inflamatórias. Para prevenir, é necessário que idosos mantenham-se ativos, e isso implica a pratica de exercícios físicos, respeitando sempre suas limitações co acompanhamento médico e um profissional de educaçãofísica. Uma dieta balanceada também é fundamental, mantendo sempre os níveis de vitamina D adequados (com exposição ao sol pela manhã). Cigarros e bebida devem ser evitados e sempre ter uma boa noite de sono (PEREIRA, 2018). 3.3 Os aspectos físicos do envelhecimento A conciliação do treinamento físico e de um organismo em boa situação metabólica é indispensável para o aumento da massa muscular (SILVEIRA JÚNIOR, 2001). Sendo assim, repouso e boa alimentação são fundamentais durante esse processo, e isso inclui aumento de ingestão calórica, ingestão adequada de proteínas, redução de gorduras (principalmente as saturadas) e ingestão equilibrada de carboidrato, um dos principais combustíveis energéticos do sistema nervoso central (Almeida & Pavan, 2010). Almeida & Pavan (2010) afirmam que com a prática de exercícios físicos, há uma melhora geral das condições humanas e que aumentam de acordo com a intensidade em que são realizadas, sendo importante respeitar as individualidades biológicas para não ocasionar o desgaste físico. Os autores citados também ressaltam a melhora na mobilidade articular, emocional e aumento do convívio do idoso com a sociedade. 3.4 Os aspectos sociais do envelhecimento Por ainda ser um tema carregado de preconceitos gerados pela sociedade, o envelhecimento é algo complexo e leva desconforto ao ser humano. Durante esse processo, o idoso passa a nutrir um sentimento de inutilidade e de negação do seu próprio envelhecimento, buscando o isolamento social e algumas vezes se fazem de vítima (Lorda & Sanchez, 2001). Outra questão do não aceitamento do envelhecimento é devido à grande dificuldade de encontrar um papel na sociedade, que muitas vezes torna o idoso um incapaz e improdutivo. Até mesmo quem possui uma boa saúde sente dificuldade para voltar a desempenhar funções, passando a sentir angustia decepção e sofrimento (Almeida & Pavan, 2010). A aposentadoria também possui influência direta no isolamento do idoso, já que o mesmo perde o contato com o grupo social do trabalho somado com o abandono dos filhos gera uma sensação de vazio (Geis, 2003). Por isso a prática de exercícios físicos é tão importante para a prevenção e manutenção da saúde psicossocial dos idosos, levando a dissipação ou minimização das limitações da idade, gerando integração social, desenvolvimento do espírito de equipe, independência e autonomia, inclusão e maior habilidade no dia adia (Almeida & Pavan, 2010). 3.5 Exercício físico Exercício físico e atividade física possuem conceitos diferentes, o primeiro consiste em um movimento corporal planejado, estruturado e repetitivo que é executado com o objetivo de melhorar ou manter um ou mais componentes da boa forma física. Já a atividade física é caracterizada pelo consumo de energias que é produzida pelos músculos esqueléticos (OGDEN, 2004). A classificação dos exercícios físicos, segundo Caracciolo (2012), é feita da seguinte forma: exercícios aeróbicos: é feito um esforço moderado com uso de oxigênio para fornecer a energia exigida às contrações musculares (natação, marcha, andar de bicicleta, etc) Exercícios anaeróbicos: é feito um esforço intenso e curta duração, onde entra então a musculação, trabalhando a força e a potência muscular. Existem várias definições que são citadas por diferentes autores sobre musculação, por exemplo, pinto et al.(2008) define musculação como um treinamento com pesos, e que não é caracterizada como modalidade esportiva, mas sim como uma forma de treinamento. Outra definição para musculação é que a mesma desenvolve as qualidades físicas que são relacionadas com as estruturas musculares, sendo também um conjunto de processos que busca aperfeiçoar a força muscular que pode estar associada ou não a outra qualidade física (Viana, 2012). Em relação ao contexto histórico da musculação, não se sabe com exatidão o surgimento de suas primeiras manifestações, sendo esta uma prática muito antiga. A história traz alguns relatos, como por exemplo, em Olímpia, onde foram encontrados entalhes para as mãos em pedras, sugerindo assim que as mesmas eram utilizadas para treinamentos com pesos e que havia um atleta chamado Bybon que conseguiu levantar uma pedra de 143,5 Kg acima de sua cabeça com uma mão, e isto estava descrito na pedra que o mesmo levantou (Figura 1). Também é possível encontrar registros de gravuras em paredes de capelas sobre jogos de arremessos de pedras (Zatt, 2010). Mas é na Grécia antiga que foram encontrados registros mais detalhados sobre musculação, mais precisamente sobre um atleta olímpico chamado Milon de Croton, que começou a levantar bezerros e a medida que os bezerros cresciam, seu organismo se adaptava para receber e sustentar a nova carga, conhecido como o princípio de sobrecarga (Rocha, 2013). Figura 2.A inscrição declara que o atleta Bybon levantou esta pedra (143,5 Kg) acima de sua cabeça com uma mão. Encontrada em uma escavação em Olympia a pedra é datada do ano 600 a.C. Fonte: (Zatt, 2010) 3.5.1 Avaliação da força muscular Consiste na força máxima que um músculo ou grupo muscular pode gerar. Ao realizar esta avaliação, deve-se prestar atenção na especificidade, devendo ser semelhante ao esporte praticado. Deve-se também identificar os grupos musculares envolvidos, estabelecer o padrão de movimento e o tipo de contração e a velocidade do movimento. Um teste muito utilizado na determinação da força máxima é o 1-RM (repetição máxima ou maior peso) que pode ser levantada ou vencida. Nesse teste, é importante padronizar a posição de início e a amplitude do movimento, reduzindo variabilidade no resultados. O protocolo para a realização desse teste é o seguinte: Deve-se fazer um aquecimento de 5 a 10 repetições com peso leve (40% a 60% da estimativa de 1 RM), seguido de um minuto de intervalo com leve alongamento. Aquecimento de 3 a 5 repetições com peso moderado (60% a 80% da estimativa de 1RM), seguido de dois minutos de intervalo Então é estimado um peso próximo do máximo, onde o praticante deve completar de 2 a 3 repetições, adicionando para membros superiores de 4Kg a 9Kg (5% a 10%), e 14Kg a 18Kg (10% a 20%) para membros inferiores. A Tabela 1 foi adaptada de Baechle e Earle (2000), que mostra o numero de repetições para a porcentagem de 1-RM. Tabela 1. Porcentagem de repetição máxima para cada repetição. 1-RM % Número de repetições 100 1 95 2 93 3 90 4 87 5 85 6 83 7 80 8 77 9 75 10 70 11 67 12 65 15 Fonte: (SIMÃO, 2006) 3.6 Efeitos da musculação para idosos Segundo Matsudo (2012), os principais efeitos são: morfológicos, metabólicos, cognitivos e psicossociais. Nos efeitos morfológicos, há uma diminuição da gordura corporal, manutenção ou incremento de massa muscular, fortalecimento do tecido conetivo e melhora da flexibilidade. Em relação aos efeitos metabólicos, é possível notar um aumento da eficiência do metabolismo, do volume de sangue, da ventilação pulmonar e da potência aeróbia, também há uma diminuição da frequência cardíaca e da pressão arterial, melhora nos níveis de HDL e diminuição dos níveis de triglicerídeos, colesterol total e LDL. Nos efeitos cognitivos e psicossociais, há uma melhora de autoconceito, autoestima, imagem corporal, humor, tensão muscular, insônia, retardo do declínio das funções cognitivas, diminuição do risco de depressão, estresse, ansiedade, consumo de medicamentos e aumento da socialização. Também é notável um aumento da força e potência muscular, diminuição dos riscos de quedas e lesões, melhora do tempo de reação, velocidade de andar, mobilidade e flexibilidade, melhora na qualidade de vida,independência e autonomia. 4. MATERIAL E MÉTODOS A metodologia utilizada no presente trabalho foi baseada no trabalho desenvolvido por Pedro (2008), onde são descritos os procedimentos para realizar uma pesquisa comparativa entre idosos praticantes e não praticantes de exercício físico. Para a realização da pesquisa, foram formados dois grupos contendo cinco idosos em cada, com no mínimo 60 anos e máximo 65 anos. No primeiro grupo estavam os idosos que praticam musculação há pelo menos três meses, independentemente do número de vezes por semana. O segundo grupo foi composto por idosos que não praticam nenhum tipo de exercício físico. O primeiro passo foi realizar uma análise da composição corporal dos envolvidos, isto é: medidas de circunferência de braço e coxa, a altura e o peso. O segundo passo, seguindo as mesmas metodologias utilizadas no trabalho desenvolvido por Pedro (2008), foi feito o teste de equilíbrio de Tinetti (1986), onde são avaliadas as passadas do indivíduo e seu equilíbrio durante a execução de tarefas. Para saber o rendimento da pessoa, é feita uma escala de pontuação de 0 – 2 pontos, obtendo no máximo de 48 pontos, sendo que aquele com menor pontuação é o mais dependente. Também foi realizado o teste de equilíbrio de Berg e Norman (1996) que consiste em avaliar o equilíbrio estático e dinâmico do idoso, onde o rendimento também é avaliado por uma escala de pontuação, sendo está de pontuação máxima de 56 pontos, pontuados de 0 – 4 de acordo com a execução das atividades propostas e quanto menor a pontuação, mais dependente é o idoso. Foi utilizado o 1-RM (repetição máxima) para realizar a análise da força muscular. Por serem os exercícios mais indicados devido à facilidade de execução e segurança (PEDRO, 2008), foi utilizado para membros inferiores o leg press horizontal e para superiores o supino reto articulado. Por fim, foi feita uma média de todos os dados obtidos e que ao final foram transferidos para o Excel. 5. RESULTADOS E DISCUSSÃO Após todos os procedimentos de avaliação de medidas, equilíbrio e força, foi feita uma média dos dados obtidos durante os testes e que foram transferidos para a Tabela 2. Tabela 2. Média dos dados obtidos. Variáveis Idosos que treinam Idosos que não treinam IMC (Kg/m2) 25,7 24,9 Circunferência do braço (cm) 33,8 29,2 Circunferência da coxa (cm) 55,1 46,7 Escala de Tinetti (pontos) 38 16 Escala de Berg (pontos) 54 29 Leg press 50 18 Supino Articulado 24 8 Segundo Pedro (2008), um dos motivos para as frequentes quedas de pessoas idosas, deve-se a perda de equilíbrio por não conseguir reagir aos distúrbios posturais, sendo com maior frequência naquelas pessoas que sofrem alterações de mobilidade, equilíbrio e controle postural. A ocorrência de quedas também está diretamente ligada a independência funcional, presente apenas em pessoas com equilíbrio, mobilidade articular e força. Outro ponto importante para se ter independência funcional é a força muscular, responsável pela mobilidade e capacidade funcional, mas para que isso aconteça, a força muscular deve estar bem desenvolvida. Com a fraqueza dos membros superiores, há uma certa dependência funcional, já nos membros inferiores há uma diminuição do andar. Ambos levam ao risco de incapacidade física, sendo evitados por exercícios que fortalecem a musculatura (MATSUDO, 2003). A autonomia do idoso está muito ligada com a sua função muscular, já que para realizar suas atividades cotidianas, é necessário muita força muscular para desenvolvê-las (GONCALVES, 2003). Há quem diga que por causa da idade, não pode mais fazer exercícios físicos por causa das dores e por não tem forças para isso, porém, segundo Mazzeo et al. (1998), idosos podem sim apresentar ganhos musculares similares ou até mesmo superiores aos jovens, reduzindo a perda de massa e consequentemente força muscular, melhora também a densidade óssea e na estabilidade postural. O teste realizado com os idosos praticantes e não praticantes de exercício físico comprova todas essas teorias citadas por vários autores. Como exposto na Tabela 2, os idosos praticantes de exercício físico possuem maior massa e fizeram assim uma pontuação maior em relação aos idosos que não praticam nenhum tipo de exercício físico e que possuem menos massa, tanto nos testes de equilíbrio quanto nas repetições no leg press e no supino articulado, comprovando assim que exercícios que envolvem força ajudam as pessoas a ganhar massa e força muscular que ajudam diretamente no equilíbrio e resistência. E é esse ganho de massa e força que ajudam as pessoas da terceira idade na execução das tarefas do dia a dia, obtendo independência de terceiros, melhora a autoestima da pessoa que passa a não se isolar, também ameniza o uso de remédios e consequentemente na prevenção da depressão. 6. CONCLUSÃO Existem vários motivos que levam ao envelhecimento não saudável, por exemplo, a dificuldade de encontrar um papel dentro da sociedade devido ao grande preconceito que ainda há em relação à este assunto. Também há a estagnação que muitas pessoas entram após a aposentadoria, tornam-se sedentárias e não buscam a pratica de nenhum exercício. Como comprovado por vários autores e neste trabalho, para se ter um envelhecimento sem prejuízos, é fundamental que essas pessoas busquem algum tipo de exercício físico que lhe dê maior resistência para que não aconteça a estagnação, o isolamento, o aparecimento de doenças graves, risco de quedas, dependência, entre outros problemas que surgem com o avançar da idade. E claro, é fundamental que durante a prática de exercícios, tenha-se um profissional de educação física qualificado para que seja dado o devido suporte ao idoso, pois cada um deve ter um treino específico que atenda às suas condições física e biológicas. Assim como também a busca por um médico para fazer uma bateria de exames. 7. REFERÊNCIAS Almeida, M. A. B. de, & Pavan, B. (2010). Os benefícios da musculação para a vida social e para o aumento da auto-estima na terceira idade. 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