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resumo construção do eu

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A construção do Eu na modernidade:
Partes significativas:
- Apenas no final do século XIX surgiu a necessidade da criação de uma ciência da mente, nos moldes que conhecemos hoje.
- A tese básica propõe que houveram duas pré-condições para o surgimento da psicologia como ciência. A primeira é uma noção clara de uma subjetividade privada e a segunda é que essa concepção de sujeito teria entrado em crise, criando assim um sujeito em crise de identidade e em busca de um profissional que o ajudasse a reencontrar a estabilidade.
- No final do século XIX surgiram os primeiros projetos de psicologia, Wundt cria um projeto para a psicologia experimental enquanto Freud cria a Psicanálise.
- No renascimento surge o Humanismo moderno.
- Para Platão, a razão é a percepção de uma ordem absoluta. 
- A condição pra eu poder me referir a mim como um ser único, é a diferença entre o meu pensar e sentir com o pensar e o sentir do meu próximo.
- Na idade média, organizava-se o mundo em trono de um centro. Haveria uma ordem absoluta, representada por Deus e seus legítimos representantes na terra: a bíblia e a igreja. Em ultima instância, cada ser formaria parte de uma grande engrenagem que seria a criação divina.
- A crença na liberdade humana é muito restrita, já que tudo faz parte de um plano maior, de um todo perfeito criado por Deus. A noção de justiça na idade média se referia a cada ser no lugar que lhe é próprio. Não havia tampouco, lugar para a privacidade, na medida que a onipresença e a onisciência de Deus e nada poderia ser mantido em segredo; pecar em pensamento já é pecar.
Música: O canto Gregoriano
- O canto gregoriano pode ser considerado uma ótima opção para entender o espírito medieval. Na Grécia antiga, era atribuído a Dionísio, o deus do vinho, da embriaguez e do teatro. Quando incorporado pela igreja, o que se deve ao papa gregório no século VI D.C, a música foi filtrada tirando dela o máximo de elementos rítmicos possíveis, deixando apenas o som da voz, com uma nota que se sustenta idêntica e linear, além da letra ser um texto sagrado e já conhecido pelos ouvintes.
- Em um texto anexo, compara-se o corpo com a comunidade, a alma com o clero, A cabeça o príncipe, o coração o senado, as mãos os soldados, os comerciantes e oficiais financeiros o estômago e intestino e os camponeses aos pés. “A saúde da comunidade só será plena e florescente quando os membros superiores protegerem os inferiores, e estes responderem sem hesitação e fiel e plenamente aos superiores, de modo que esses membros operassem como um todo e com uma certa reciprocidade, e cada um considerasse que seu próprio bem era mais bem atendido se correspondesse ao interesse geral.
Questões para discussão:
1 – Qual é a diferença entre a experiência de meditação de um monge medieval e a experiência da solidão de um homem no século XX:
R: O monge em sua meditação, procurava alcançar a Deus, ou chegar mais próximo dele e de seus conhecimentos possível. Já o homem em solidão, procura se aproximar de si mesmo, e busca alcançar algo em que se agarrar, ou seja, referências de si mesmo em sua própria concepção.
2 – Procure entender uma forma atual de entender o mundo que seria impensável na idade média.
R: A própria democracia que hoje é vivida na maioria dos países do ocidente seria impensável na idade média, pois a concepção de individual, ou a concepção de que qualquer pessoa que tenha o mínimo de estudo consiga escolher devidamente para si seu próprio representante no governo, e que esse representante não teria nada de diversificado em relação aos demais, ou que qualquer pessoa seja ela pobre ou rica, loira ou morena, homem ou mulher, tenha a capacidade de governar sobre os demais.
3 – Hoje ainda existe a idéia de “corpo social”
R: Sim porém de certa forma, ela é diferente da concepção medieval. Alguém que hoje é considerado “coração” do corpo social, amanhã pode ser considerado pé, e vice-versa. Isso nos mostra 	que a concepção do “eu” atual é muito mutável e depende apenas do indivíduo a sua mudança.
O Humanismo no Renascimento
- Houve uma mudança bastante significativa na concepção do homem para o mundo. Há agora uma grande valorização do mesmo, e a idéia de uma formação deve se constituir enquanto humano. Se o homem não nasce predestinado, ele deve educar, formar-se. Ai surge a ideia de cuidar de si.
- Podemos afirmar que o poder absoluto sobre o homem o tira a liberdade o que é terrível, porém facilita a visão de mundo, por haver referências claras e objetivas sobre o que é certo e o que é errado. Já num mundo aberto, perdem-se essas referências, criando idéias claras de liberdade mas ao mesmo tempo de solidão e de responsabilidade. Não se pode mais contar com ideias claras e absolutas dadas por uma autoridade, então deve-se buscar as próprias respostas. Este é um dos principais elementos do humanismo.
No renascimento a idéia de que Deus é o centro do mundo desaparece, deixando representações claras que Deus paira sobre o mundo, e o centro dele agora é o homem. É ai também que surgem as assinaturas dos artistas, que passam a deixar de lado a idéia de que trabalham por um “dom” divino e acreditam em seus próprios talentos e confiam no seu próprio esforço.
Nesta época surgem os nomes mais reconhecidos do renascimento, Leonardo DaVinci e Michelângelo, que além de artistas são gênios de inúmeros talentos.
Em texto anexo, mostra como foi a criação do homem por Deus. Este, deixando a criação humana por ultimo, já havia delimitado lugar e posse do mundo inteiro para cada animal, sendo assim, não havia o que delimitar e oferecer ao homem. Ofereceu-lhe então, tudo. Deixou a cargo dele a posse ou não das coisas e de lugares, segundo o livre arbítrio que lhe fora entregue ao ser criado. Assim, o homem não perdeu a fé em Deus, apenas mudou a visão, para deus estar antes do mundo como criador, e depois do mundo como juiz, deixando o homem agir por liberdade própria em sua própria vida, porém não ignorando as consequências que isso viesse lhe causar.
“O homem é livre para tornar-se e possuir o que quiser, mas não é e nem possui propriamente algo.”
Questões para discussão
1 – Como foi possível conciliar a crença em um Deus onipotente e na liberdade do homem?
R: Acreditando que este Deus embora onipotente não interferiria na atuação humana, tendo criado o mundo e todas as coisas para que ele pudesse usufruir delas.
2 – Como a valorização do homem contribuiu para o conhecimento sobre a natureza?
R: Com a valorização do homem e a idéia de livre-arbítrio, o homem se libertou de antigos preconceitos sobre o que era seu e o que não era, sobre no que poderia interferir e no que não poderia, sobre qual era sua posição no mundo, assumindo-se como dono dele, quase como Deus, o homem pode usufruir da natureza e estuda-la, alterando, utilizando e fazendo o que bem entendia com ela, gerando assim um conhecimento de nível melhorado sobre a mesma.
3 – Entre o mundo medieval e o mundo renascentista, qual parece gerar mais angústia no homem? Porque?
R: O renascentista, pois antes do renascimento o homem não possuía a ideia de “eu” então este eu não poderia sofrer, haviam referências claras de como agir, o que era certo e o que era errado, porém quando o renascimento surge, este indivíduo perde as referências e se torna solitário, percebendo que com a liberdade que tinha adquirido ganhou também responsabilidades, o que trouxe uma angústia muito grande ao saber que qualquer mal produzido por ele era sua própria culpa, o que não acontecia na era medieval.
O encontro com a multiplicidade
A multiplicidade é uma característica do renascimento. 
A feira de rua trouxe uma abertura à idade média indescritível, assim como a busca por novos valores e entendimento de outras culturas, povos, línguas e etc.
Duas atitude básicas eram tomadas pelo homem ao se confrontar com diferentes religiões e costumes:
1 – mais convencional e reassegura as certezas sobre si: considerar a diferença um erro. Se o outro pensa de forma diferente da minhaele está errado. Cabe a mim catequizá-lo, conduzi-lo a verdade. 
2 – parece ser mais auto-crítica e ter tomado lugar muito significativo no renascimento: Ao confrontar-se com uma outra verdade, julgar a sua própria, não para torna-la inválida diante da outra e sim para tomar as duas como possíveis verdades; ou as duas estão certas, ou as duas estão erradas.
Um autor chamado Todorov exemplifica esse choque de culturas com o encontro entre europeus e americanos. Diz que os europeus levaram vantagem nesse encontro por sua maior facilidade de entender o modo de pensar do outro, ou seja, ser capaz de dissimular e mentir.
Nesta habilidade comunicativa, nesse auto distanciamento e nesse uso puramente funcional da linguagem se tem origem a modernidade.
Bosch é um pintor que embora tenha nascido quase no mesmo ano que DaVinci, tinha visões medievais do mundo, e pintava-o agora no renascimento em tom apocalíptico, como desordenado e destrutivo.
Outro pintor considerado da época, que mostrava também essa desordem da multiplicidade da época é Arcimboldo, que talvez por ter nascido quase 80 anos depois de Bosch não tinha esse tom apocalíptico que o outro descrevia.
Música: Polifonia
Assim como o canto gregoniano expressava bem a idade média, a polifonia está de acordo com o renascimento. O termo significa muitas vozes, que gritam muitas vezes desordenadamente, porém conversam entre si. A música expressa o mundo de exageros vivido no renascimento.
Questões para discussão
1 – Qual a importância da feira de rua no universo do renascimento?
R: As feiras de rua fizeram o homem confrontar-se com diversas culturas, idiomas, pessoas e religiões, trazendo à tona a diversidade do mundo e o seu imenso tamanho, o que abriu campo neste momento, ao homem, de confrontar as verdades que vinha vivendo e de conhecer novos horizontes. Mas ao mesmo tempo, trouxe a ele uma imensa angústia e duvida, sobre o que era o certo e o que era errado, o que valia mais e o que valia menos, e além disso, trouxe a ele a dúvida de saber se o SEU era o certo, o quanto o SEU valia.
2 – Que tipo de reação foi gerada com o confronto de culturas?
R: dos mais diversos. Os mais comuns foram a dúvida entre o certo e o errado, a busca por referências claras de mundo e de eu, e a busca por valores tanto materiais como espirituais.
3 – Porque no renascimento o homem perdeu suas certezas?
R: Porque a certeza do homem antes do renascimento era imposta pela instituição que ali governava. A partir do momento que o homem quis deixar de depender dela, precisou buscar as próprias respostas e as próprias certezas, indo de acordo apenas com a sua subjetividade e a sua individualidade.
Os procedimentos de contenção do EU
A valorização do homem em diversos aspectos levou a necessidade de se formar mecanismos para a contenção do eu, que estava cada vez mais fragmentado e disperso. É na formação desses mecanismos que se dará origem à psicologia.
A formação do psicológico moderno se deve tanto à circuncisão dos aspectos medievais como a tentativa de cobrir os espaços deixados por ela.
Pensamento de Santo Inácio de Loyola: O homem é livre para ser o que é e parece estar perdido. Portanto, ele não só pode, como deve, dirigir sua livre vontade ao caminho certo e se encontrar. Ele cria portanto, uma manual de instruções sobre como dirigir sua ação. Em Os exercícios espirituais Santo Inácio descreve uma série de procedimentos com a duração de 28 dias, cujo cumprimento rigoroso deve levar praticamente à iluminação.
Esses exercícios mostram às pessoas como devem prosseguir, que devem abrir mão de sua própria liberdade em prol da igreja, para que assim a humanidade caminhe certo. Se ao final dos 28 dias, a iluminação não vier, não é culpa do método, e sim da falta de vontade da pessoa. É visível aqui, a origem do gênero literário “psicologia de auto-ajuda” onde a única determinação reconhecida para o nosso ser é a nossa vontade, todas as determinações históricas, sociais e genéticas são negadas.
Música: Uma polifonia mais comportada.
Mais uma vez podemos estabelecer um paralelo entre a musica da época e o momento vivido nela. Não é possível voltar a ter a estabilidade do canto gregoriano, porém agora a musica se torna mais contida e mais próxima disso do que estava, assim como propunha santo Inácio de Loyola. Ela deu origem à musica sacra mais para frente.
Em O príncipe de Maquiavel podemos perceber de forma mais naturalista e cruel a construção do EU. Na obra Maquiavel dá dicas de como segurar-se no trono, ainda que utilizando os meios mais obscuros, podendo até, tirar do caminho quem estivesse atrapalhando o reinado. Nele ele propõe uma questão : É melhor ser amado ou ser temido? Diz Maquiavel que deveria se reunir os dois, mas como é difícil combiná-los, é mais seguro ser temido, pois o homem em geral é ingrato, volúvel e temente do perigo, e quando você serve a eles, eles te dão o sangue, porém quando se vai contra o que é de sua opinião, revoltam-se.
Há uma semelhança entre santo Inácio e Maquiavel, pois os dois percebem a necessidade de afirmação do sujeito. Porém, santo Inácio e suas obras são acessíveis a todos, enquanto Maquiavel prioriza a afirmação de um EU apenas em detrimento dos demais.
Questões para discussão
1 – Como se relaciona a crença na liberdade do homem e a tentativa de submetê-la a uma ordem disciplinar rígida no século XVI? 
A liberdade do homem o deixou disperso e sem referências, de certo e errado, de como agir em relação ao próximo e à Deus, portanto era necessário disciplinar essa liberdade para se criar referências claras de como se portar diante da sociedade e de Deus.
2 – Quais são as semelhanças entre Santo Inácio e Maquiavel?
Os dois acreditavam que era necessário conter este eu, cada vez mais disperso, para que ele não se perdesse, de uma maneira rígida e objetiva. Maquiavel de uma forma em prol de um único ser em detrimento dos demais, e santo Inácio de uma forma acessível a todos.
3 – Quais poderiam ser as relações entre os “exercícios espirituais” e as atuais terapias de “Auto ajuda”
Tanto os exercícios espirituais quanto as terapias de auto ajuda, fornecem métodos para o cumprimento de objetivos pela própria pessoa, sem a necessidade de buscar uma ajuda fora de si, todas as respostas se encontram dentro do ser humano, e podem ser alcançadas apenas pela sua própria vontade, nada de fora influencia na obtenção do que se busca.

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