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ELEMENTOS ESTRUTURAIS DE NAVIOS (arranjo e nomeclatura) CONSTRUCAO NAVAL 1

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CENTRO UNIVERSITÁRIO ESTADUAL DA ZONA OESTE – UEZO 
TECNOLOGIA EM CONSTRUÇÃO NAVAL 
 
 
 
 
 
 
 
 
ELEMENTOS ESTRUTURAIS DE NAVIOS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Sâmara Pinto, 1011367282 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
RIO DE JANEIRO 
2011 
 
ELEMENTOS ESTRUTURAIS DE NAVIOS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Rio de Janeiro 
2011 
Trabalho apresentado como requisito 
parcial para a segunda avaliação 
semestral pela aluna Sâmara Pinto 
Souza, matrícula 1011367282, 4° 
período do curso de Tecnologia em 
Construção Naval, para a disciplina de 
Construção Naval 1, lecionada pelo 
professor Júlio César 
 
RESUMO 
 
A evolução das embarcações teve fundamental importância no progresso 
das civilizações e no intercâmbio cultural entre os povos. 
O projeto dessas embarcações só é possível com a análise dos elementos 
estruturais fundamentais a qualquer tipo de embarcação. Cabe à engenharia 
naval a definição da estrutura de uma embarcação, a distribuição de todos os 
componentes e o projeto, instalação e funcionamento de seus equipamentos. 
Este trabalho tem o objetivo de abordar os principais fundamentos 
relacionados com a estrutura de embarcações. Apresentando-se a nomenclatura 
dos principais sistemas que compõe a parte estrutural de um navio. 
Todo o trabalho foi desenvolvido com o propósito de apresentar o tema de 
maneira simples e de fácil interpretação. Com a intenção de destacar as principais 
estruturas comuns às embarcações, principalmente as de grande porte e destacar 
a importância da análise dessas na projeção e construção de veículos marinhos. 
No Capítulo 3 fizemos uma breve análise sobre o arranjo estrutural de uma 
embarcação dividido em arranjos primário, secundário e terciário. Essa análise é 
de fundamental importância para projetistas. 
Entretanto, no Capítulo 4 abordamos a estrutura principal dos cascos, 
complementando e ilustrando a análise realizada no capítulo anterior. 
Compreendemos todo o sistema estrutural básico de uma embarcação de grande 
porte, composta por vigas, em sentido longitudinal e transversal, por reforços 
locais e por chapeamento. 
No Capítulo 5 consideramos as principais divisões externas do casco, 
descrevendo apenas as de maior relevância. 
Já no Capítulo 6 fazemos uma ilustração mais detalhada das divisões 
descrevendo elementos importantes como os tanques, os compartimentos 
estanques, paióis e túnel de eixo, por exemplo. 
Contudo, percebemos a complexidade que envolve a projeção e a 
construção de uma embarcação. Os itens apresentados nesse trabalho 
correspondem a uma parcela mínima de definições que devem ser consideradas 
na construção naval. 
 
SUMÁRIO 
 
1. INTRODUÇÃO ..................................................................................... 3 
2. EMBARCAÇÕES, EM GERAL ............................................................. 4 
3. ARRANJO ESTRUTURAL DA EMBARCAÇÃO ................................... 7 
3.1. Estrutura Primária ................................................................................ 8 
3.2. Estrutura secundária ............................................................................ 10 
3.3. Estrutura terciária ................................................................................. 12 
4. ESTRUTURA PRINCIPAL DOS CASCOS ........................................... 13 
4.1. Vigas e chapas longitudinais ................................................................ 15 
4.2. Vigas e chapas transversais ................................................................. 16 
4.3. Reforços locais ..................................................................................... 17 
4.4. Chapeamento ....................................................................................... 18 
5. DIVISÕES DO CASCO ........................................................................ 21 
6. DIVISÃO INTERNA DO NAVIO ............................................................ 23 
7. CONCLUSÃO ....................................................................................... 27 
REFERÊNCIAS ............................................................................................ 28 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3 | P á g i n a 
 
1. INTRODUÇÃO 
 
Inicialmente, compreendemos que uma embarcação é uma construção cujo 
objetivo é navegar, tanto no mar, como em lagos, rios, etc., independentemente 
do tamanho, forma de propulsão, função ou material de construção. 
As embarcações dividem-se por vários tipos, barcos, navios, botes, etc., e 
estes ainda se subdividem em grupos, subgrupos, famílias, etc. com base em 
inúmeros critérios, que não serão apresentados nesse documento. 
A evolução das embarcações, desde a piroga (tronco escavado) e a balsa 
(amarração de troncos) até os modernos petroleiros, teve fundamental 
importância no progresso das civilizações e no intercâmbio cultural entre os 
povos. 
O projeto dessas embarcações só é possível com a análise dos elementos 
estruturais fundamentais a qualquer tipo de embarcação. Cabe à engenharia 
naval a definição da estrutura de uma embarcação, a distribuição de todos os 
componentes e o projeto, instalação e funcionamento de seus equipamentos. 
O planejamento da estrutura e dos componentes de uma embarcação 
tornou-se progressivamente mais complexo, devido à automatização dos 
controles de navegação e dos instrumentos propulsores, de refrigeração e outros. 
Assim, a engenharia naval moderna não se limita a aperfeiçoar métodos de 
construção de navios, mas se dedica ativamente ao desenvolvimento de 
aparelhos de manobras e navegação automáticas, como o piloto automático, que 
mantém o rumo e dispensa a permanência do timoneiro no controle da 
embarcação. 
Os modernos transatlânticos e petroleiros de grande tonelagem dispõem 
também de uma vasta infra-estrutura de manutenção. 
Os fundamentos da construção naval, no entanto, permanecem inalterados 
desde que se começou a empregar o metal. Entre eles se contam a forma do 
casco, a distribuição geral do volume interno do navio e a definição da seção 
transversal. 
Contudo, abordaremos de maneira simplória, uma introdução sobre a 
análise do arranjo estrutural de uma embarcação e descreveremos alguns 
elementos importantes a estrutura do navio. 
4 | P á g i n a 
 
2. EMBARCAÇÕES, EM GERAL 
 
Consideramos que embarcação (vessel) é uma construção feita de madeira, 
concreto, ferro, aço ou da combinação desses e outros materiais, que flutua e é 
destinada a transportar pela água pessoas ou coisas. Barco (boat) tem o mesmo 
significado, mas usa-se pouco. Navio (ship) designa, em geral, as embarcações 
de grande porte. Abaixo temos a Figura 1 e a Figura 2, exemplificando os 
diferentes tipos de embarcações. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Figura 1: Iate de luxo Maritimo Aegean 60 Figura 2: Veleiro Norueguês Christian Radich 
 
O casco (hull) é o corpo do navio sem mastreação (conjunto de mastros), ou 
aparelhos acessórios, ou qualquer outro arranjo. Geralmente os cascos de 
embarcações são simétricos, ou seja, possuem um plano de simetria chamado 
plano diametral, que passa pelo eixo da quilha. Entretanto, algumas embarcações 
específicas possuem cascos assimétricos, como é o caso de embarcações para 
competições de velocidade. 
A forma do casco influencia as qualidades náuticas da embarcação, como 
resistência mínima a propulsão, mobilidadee estabilidade. 
Na Figura 3, abaixo, temos a visão superior e lateral de um casco 
assimétrico de uma canoa de competição. 
 
 
 
Figura 3: Casco assimétrico 
de uma canoa SitFire 
5 | P á g i n a 
 
A proa (bow) é a parte da frente da embarcação no sentido de sua marcha 
normal. Tem formato adequado para fender, atravessar, o mar. 
A popa (stern) é parte de trás da embarcação. Tem forma adequada para 
facilitar a passagem da água que irá preencher o vazio produzido pela 
embarcação em seu movimento, a fim de tornar mais eficiente a ação do leme e 
do hélice. 
Os bordos (boards) são as duas partes em que o casco é dividido pelo plano 
diametral, ou seja, são os dois lados da embarcação. A parte da direita recebe o 
nome de boreste ou estibordo (starboard), BE, e a parte da esquerda recebe o 
nome de bombordo (port), BB. Isso supondo que o observador esteja olhando 
para a proa. 
A superestrutura (superstructure) é a construção feita sobre o convés 
principal, estendendo-se ou não de um bordo a outro e cuja cobertura, é, 
geralmente, outro convés. 
O castelo (castle) é a superestrutura na parte extrema da proa, 
acompanhada de elevação da borda. O tombadilho (poop) é a superestrutura na 
parte extrema da popa, também acompanhado de uma elevação da borda. 
AV e AR, na Figura 4, representam, respectivamente, a vante (foward) e a ré 
(aft). A vante está relacionada a proa, e a ré está relacionada a popa. 
A Figura 4 representa nomenclaturas básicas de uma embarcação. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 4: Ilustração de uma embarcação 
 
 
6 | P á g i n a 
 
Uma curiosidade interessante é sobre os termos bombordo e boreste. Como 
já vimos, ao lado direito das embarcações dá-se o nome de estibordo, este é 
assinalado com uma luz verde de navegação, que representa a esperança e o 
descobrimento E o nome bombordo, relacionado ao lado esquerdo das 
embarcações, vem do fato de os navios ao descerem o Atlântico ao logo da costa 
africana ter à sua esquerda a terra e os respectivos portos – bom bordo – 
enquanto que do lado direito só existia o mar e o desconhecido. Este lado é 
representado com uma luz vermelha, cor do coração e da saudade. 
Uma definição importante é sobre o que são obras vivas e obras mortas. 
Obras vivas (quick works), também chamadas de carena (bottom), é a parte do 
casco abaixo da linha de flutuação em plena carga, isto é, a parte que fica total ou 
quase imersa. Recebe esse nome, pois é a parte do casco onde os danos podem 
ser mais perigosos para a estabilidade da embarcação. 
Obras mortas (upper works) é a parte do casco que fica acima da linha de 
flutuação em plena carga e que está sempre emersa. 
Costado (side) é o invólucro do casco acima da linha d’água. Em arquitetura 
naval, durante a construção do navio, quando ainda não está traçada a linha 
d’água, costado é o revestimento do casco acima do bojo. 
As bochechas (bow) ou amuras são as partes curvas do costado de um e de 
outro bordo, junto à roda de proa. 
As alhetas (vanes ou quarters) são as partes curvas do costado, de um e de 
outro bordo junto à popa. 
Través (athwart) é a direção normal ao plano longitudinal do navio. 
Abaixo, na Figura 5, temos a um esquema que ilustra algumas partes do 
casco externo de uma embarcação. 
 
 
 
 
 
 
 Figura 5: Partes do costado 
 
7 | P á g i n a 
 
3. ARRANJO ESTRUTURAL DA EMBARCAÇÃO 
 
Para seguir o seu propósito, a embarcação deve ser: um objeto flutuante 
impermeável, capaz de transportar cargas e de resistir, sem sofrer falhas por 
fraturas ou por deformações permanentes, a ações do ambiente e de sua própria 
operação. 
A estrutura de uma embarcação pode ser comparada a uma viga, projetada 
para resistir ao momento fletor longitudinal, o esforço primário da embarcação. 
Logo essa estrutura deve consistir, ser composta, de material contínuo no sentido 
longitudinal, de popa a proa. O chapeamento deve ser estanque. 
A principal tarefa dos projetistas é combinar os requisitos de resistência 
longitudinal e de estanqueidade em uma única viga, buscando-se o mínimo peso 
estrutural. O projetista deve escolher a orientação (longitudinal ou transversal, ou 
seja, vertical ou horizontal) de cada tipo de reforço em cada região da estrutura, 
como o fundo, costados, conveses e anteparas. Essa escolha se baseia 
principalmente: 
1 – Na eficiência estrutural. O arranjo que resulta no mínimo peso para uma 
dada resistência é o melhor. 
2 – O custo de material e de fabricação. Considerar quanto custo adicional 
em material e fabricação é justificado em função da redução do peso da estrutura. 
3 – A continuidade estrutural. Os membros estruturais devem ser capazes 
de suportar as cargas e as transmitir ao resto da estrutura, evitando-se assim as 
concentrações de tensões. O alinhamento e a união de membros estruturais 
contínuos são de extrema importância. 
4 – A melhor utilização do espaço. 
Na Figura 6, a esquerda, 
temos um modelo tridimensional do 
bojo de uma estrutura. 
 
 
 
Figura 6: Modelo tridimensional de uma parte 
da estrutura de uma embarcação 
8 | P á g i n a 
 
3.1. ESTRUTURA PRIMÁRIA 
 
Considerando-se o navio uma viga, é fundamental saber que este é um 
corpo, que se deforma na presença dos esforços devidos a pessoas e flutuações. 
A deformação é causada pelas tensões impostas aos componentes estruturais do 
casco. 
Embora as previsões mais realistas, tensões e deformações associadas à 
flexão longitudinal do navio em serviço requeiram um tratamento estatístico por 
conta da imprevisibilidade dos carregamentos impostos pela natureza do mar não 
serem conhecidos de maneira precisa, muito se pode inferir a partir do estudo da 
teoria simples de viga. 
O peso da carga e de outros itens que o navio transporta, faz com que o 
navio, por alguns instantes, apresente a tendência de fletir para baixo, mas em 
outras, ele é forçado a fletir para cima, quando as forças de flutuação se 
rearranjam. 
Os dois sentidos de flexão da viga navio são denominados de 
alquebramento, quando a viga se arqueia para cima, e de tosamento, quando o 
arco se dá para baixo. O alquebramento e o tosamento são denominados 
solicitações primárias, quais devem ser suportadas por toda a estrutura da 
embarcação. 
Temos na Figura 7 ilustrada as solicitações primárias em uma embarcação 
no mar. 
 
 
Nível médio da 
superfície da 
água do mar 
Figura 7: Solicitações primárias – (a) Alquebramento; (b) Tosamento 
(b) 
(a) 
9 | P á g i n a 
 
O tosamento gera tensões de compressão no convés e tensões de tração no 
fundo. Já o alquebramento gera tensões de tração no convés e de compressão no 
fundo. 
Importa destacar que inevitavelmente a distribuição de pesos e a distribuição 
da flutuação ao longo do comprimento do navio raramente serão iguais uma à 
outra. Assim, a viga navio estará sujeita a forças cortantes e momentos fletores e 
as tensões e deformações oriundas destes esforços. 
Na Figura 8 temos um esquema de esforços distribuídos ao longo da 
estrutura de uma embarcação. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 8: A diferença entre as distribuições de peso e flutuação gerando a 
flexão da viga navio. 
10 | P á g i n a 
 
3.2. ESTRUTURA SECUNDÁRIA 
 
A estrutura secundária de uma embarcação consiste de um chapeamento 
reforçado por perfis leves e perfis pesados. 
O conjunto de perfis leves e pesados é o que designamos como estrutura 
secundária e como parte integrante da viga navio,contribui para a sua resistência. 
Entretanto, juntamente coma estrutura terciária, tem fundamental importância na 
resistência de cargas localizadas como cargas dispostas sobre os conveses e 
pressões hidrostáticas e hidrodinâmica. 
Para o dimensionamento secundário os perfis são divididos quanto: 
- Ao tamanho: leves e pesados; 
- À direção em que se dispõem: longitudinal e transversal. 
 
1. Perfis leves, que limitando as dimensões das unidades de chapeamento, 
e o enrijecem, tais como cavernas, vaus de conveses, longitudinais, etc. conforme 
a Figura 9. 
 
 
 
 
 
 
Figura 9: Estrutura do fundo de um navio tanque 
11 | P á g i n a 
 
2. Perfis pesados, que sempre servem de apoio aos perfis leves, recebendo 
destes a carga que lhes foi transmitida pelas unidades de chapeamento. São 
perfis pesados os anéis gigantes, as sicordas, as hastilhas, as quilhas, as 
longarinas e as escoas, ilustradas na Figura 10. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 10: Detalhe de um painel do fundo: 1 – Quilha; 2 – Chapeamento; 3 – Hastilha; 
4-Longitudinal leve; 5-Antepara transversal; 6-Antepara longitudinal 
12 | P á g i n a 
 
3.3. ESTRUTURA TERCIÁRIA 
 
A estrutura terciária tem a função dupla de contribuir para a resistência 
primária e na resistência à pressão lateral sobre o casco. Sua continuidade 
estrutural garante a estanqueidade do casco e sua área transversal contribui 
significativamente para a inércia da viga navio. 
A estrutura terciária é composta pelas anteparas, reforços no nível 
secundário, reforços transversais, reforços longitudinais e chapeamento, como é 
ilustrado na Figura 11. 
 
 
 
Figura 11: Ilustração da estrutura terciária do duplo-fundo de um navio 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
13 | P á g i n a 
 
 
4. ESTRUTURA PRINCIPAL DOS CASCOS 
 
Borda (board ou edge) é o limite superior do costado, que pode terminar na 
altura do convés, se recebe balaustrada (rail), ou elevar-se um pouco mais, 
constituindo a borda-falsa. 
A borda-falsa (bulwark) é o parapeito do navio no convés, que pode ser 
visualizada na Figura 12. É feito de chapas mais leves que as outras chapas do 
costado e tem por fim proteger o pessoal e o material que estiverem no convés, 
evitando que caiam ao mar. Na borda-falsa há sempre saídas de água 
retangulares, cujas portinholas se abrem somente de dentro para fora, a fim de 
permitir a saída das grandes massas de água que podem cair no convés. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 12: Imagem da borda falsa em construção de uma embarcação 
 
O fundo do navio (bottom) é a parte inferior do casco, desde a quilha até o 
bojo. 
O forro externo (outer plating ou outer skin) é o revestimento exterior do 
casco de um navio, no costado e na carena, constituído por chapas ou por 
tábuas. E o forro interior do fundo (inner bottom plating ou inner skin) é o 
revestimento interior do fundo donavio, constituindo o teto do duplo-fundo. 
O bojo (bilge), detalhado na Figura 13, é a parte da carena, formada pelo 
contorno de transição entre a sua parte quase horizontal, ou fundo do navio, e sua 
parte quase vertical. 
 
Borda falsa 
14 | P á g i n a 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 13: Imagem de um bloco de uma embarcação, do detalhe o bojo 
 
Na Figura 14, abaixo, temos o detalhamento de algumas estruturas 
importantes de uma embarcação. 
 
 
 
Figura 14: Estrutura dos cascos 
 
 
15 | P á g i n a 
 
A estrutura do casco do navio consta da ossada, ou esqueleto, e do forro 
exterior (chapeamento, nos navios metálicos, ou tabuado, nos navios de 
madeira). 
Podemos dizer que o esqueleto do navio é constituído por uma combinação 
de dois sistemas de vigas: as vigas longitudinais e as vigas transversais, além dos 
reforços locais. 
A continuidade das peças da estrutura, e particularmente das vigas 
longitudinais, é uma das principais considerações em qualquer projeto do navio. 
Assim, uma peça longitudinal para ser considerada uma viga da estrutura deve 
ser contínua num comprimento considerável do navio. 
 
 
4.1. VIGAS E CHAPAS LONGITUDINAIS 
 
As vigas e chapas longitudinais contribuem, juntamente com o chapeamento 
exterior do casco e o chapeamento do convés resistente, para a resistência aos 
esforços longitudinais, que se exercem quando, por exemplo, sofre com a ação de 
ondas; são as seguintes: 
Quilha (keel) – Peça disposta em todo o comprimento do casco no plano 
diametral e na parte mais baixa do navio. Constitui a “espinha dorsal” e é a parte 
mais importante do navio, qualquer que seja o seu tipo; nas docagens e nos 
encalhes, por exemplo, é a quilha que suporta os maiores esforços. 
Longarinas ou longitudinais (longitudinal frames, girder ou keelson) – Peças 
colocadas de proa a popa, na parte interna das cavernas, ligando-as entre si. 
Trincaniz (stringer plate) – Fiada de chapas mais próximas aos costados, em 
cada convés, usualmente de maior espessura que as demais, e ligando os vaus 
entre si e às cavernas. 
Sicordas (girder ou runner) – Peças colocadas de proa a popa num convés 
ou numa coberta, ligando os vaus entre si. 
 
 
 
 
16 | P á g i n a 
 
 
4.2. VIGAS E CHAPAS TRANSVERSAIS 
 
Além de darem a forma exterior do casco, resistem, juntamente com as 
anteparas estruturais, à tendência à deformação do casco por ação dos esforços 
transversais; são as seguintes: 
Cavernas (transverse frames) – Peças curvas que se fixam na quilha em 
direção perpendicular a ela e que servem para dar forma ao casco e sustentar o 
chapeamento exterior. Gigante (web frame) é uma caverna reforçada. Caverna 
mestra (midship frame ou main frame) é a caverna situada na seção mestra. 
Cavername (framing), Figura 15, é o conjunto das cavernas no casco. O intervalo 
entre duas cavernas contíguas, medido de centro a centro, chama-se 
espaçamento (frame spacing). Os braços das cavernas acima do bojo chamam-se 
balizas (stations). 
Vaus (beam) – Vigas colocadas de BE a BB em cada caverna, servindo para 
sustentar os chapeamentos dos conveses e das cobertas, e também para atracar 
entre si as balizas das cavernas; os vaus tomam o nome do pavimento que 
sustentam. 
Hastilhas (floor) – Chapas colocadas verticalmente no fundo do navio, em 
cada caverna, aumentando a altura destas na parte que se estende da quilha ao 
bojo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 15: Cavername de barco em construção nos estaleiros de Santo Amaro (ilha do Pico) 
 
 
 
17 | P á g i n a 
 
 
4.3. REFORÇOS LOCAIS 
 
Os reforços locais completam a estrutura, fazendo a ligação entre as demais 
peças ou servem de reforço a uma parte do casco. 
Roda de proa, ou simplesmente roda (stern ou stem) – Peça robusta que, 
em prolongamento da quilha, na direção vertical ou quase vertical, forma o 
extremo do navio a vante. Faz-se nela um rebaixo chamado alefriz, no qual é 
cravado o topo do chapeamento exterior. Nos navios de madeira, há também 
alefriz da quilha, para fixação das tábuas do resbordo. 
Cadaste (propeller post ou stern post) – Peça semelhante à roda de proa, 
constituindoo extremo do navio a ré; possui também alefriz. Nos navios de um só 
hélice, há cadaste exterior e cadaste interior. 
Pés-de-carneiro (stanchion) – Colunas suportando os vaus para aumentar a 
rigidez da estrutura, quando o espaço entre as anteparas estruturais é grande, ou 
para distribuir um esforço local por uma extensão maior do casco. Os pés-de-
carneiro tomam o nome da coberta em que se assentam. 
Prumos (verticalbulkhead stiffener) – Ferros perfilados dispostos 
verticalmente nas anteparas, a fim de reforçá-las. 
Travessas (horizontal bulkhead stiffener) – Ferros perfilados dispostos 
horizontalmente nas anteparas, a fim de reforçá-las. 
Borboletas ou esquadros (bracket) – Pedaços de chapa, em forma de 
esquadro, que servem para ligação de dois perfis, duas peças quaisquer, ou duas 
superfícies que fazem ângulo entre si, a fim de manter invariável este ângulo. As 
borboletas tomam o nome do local que ocupam. 
 
 
 
 
 
 
 
 
18 | P á g i n a 
 
 
4.4. CHAPEAMENTO 
 
O chapeamento (plating) é o conjunto de chapas que compõem um 
revestimento ou uma subdivisão qualquer do casco dos navios metálicos. As 
chapas dispostas na mesma fileira de chapeamento constituem uma fiada de 
chapas. 
Chapeamento exterior do casco – Constitui um revestimento externo 
impermeável à água, mas é também uma parte importante da estrutura, 
contribuindo para a resistência do casco aos esforços longitudinais. As fiadas 
mais importantes do chapeamento exterior são: a da cinta (sheer strake), a do 
bojo (bilge strake) e a do resbordo (garboard strake). 
O resbordo é a primeira fiada de chapas (ou de tábuas, nos navios de 
madeira) do forro exterior do fundo, de um e de outro lado da quilha. 
O chapeamento exterior possui basicamente duas funções: 
(1) estanqueidade – O chapeamento exterior constitui, com o convés 
estanque superior, o invólucro impermeável do navio; e 
(2) resistência estrutural – O chapeamento exterior é uma das peças mais 
importantes da estrutura, constituindo uma viga longitudinal contínua em toda a 
extensão do casco. O fundo do casco forma a aba inferior da viga do navio. 
O chapeamento dos costados é sujeito aos esforços de tensão ou 
descompressão, devido à tendência de flexão longitudinal a que é submetido o 
navio no mar. Além disto, as chapas abaixo da linha d’água suportam o esforço 
da pressão da água. A espessura das chapas e as ligações delas são calculadas 
para resistir a esses esforços, dando-se uma margem para a deterioração pela 
corrosão. 
Chapeamento do convés e das cobertas – Dividem o espaço interior do 
casco em certo número de pavimentos, permitindo a utilização adequada desses 
espaços. Além disto, eles também contribuem para a estrutura resistente do navio 
no sentido longitudinal; o pavimento resistente é o mais importante pavimento sob 
este aspecto, se bem que as cobertas também contribuam, em menor extensão, 
para a resistência longitudinal do casco. 
19 | P á g i n a 
 
Chapeamento interior do fundo – Constitui o teto do duplo fundo e, além de 
ser um revestimento estanque, contribui, com as demais peças de estrutura do 
duplo-fundo, para a resistência longitudinal. 
Anteparas (bulkhead) – São as separações verticais que subdividem em 
compartimentos o espaço interno do casco, em cada pavimento. As anteparas 
concorrem também para manter a forma e aumentar a resistência do casco. Nos 
navios de aço, as anteparas, particularmente as transversais, constituem um meio 
eficiente de proteção em caso de veio d’água; para isto elas recebem reforços, 
são tornadas impermeáveis à água, e chamam-se anteparas estanques (tight 
bulkhead). Sob o ponto de vista da estrutura resistente do casco, as que fazem 
parte do sistema encouraçado de proteção são chamadas anteparas protegidas, 
ou anteparas encouraçadas. Conforme a sua posição, as anteparas podem tomar 
os seguintes nomes: 
(a) antepara de colisão AV ou, somente, antepara de colisão (collision 
bulkhead) – É a primeira antepara transversal estanque, a contar de vante; é 
destinada a limitar a entrada de água em caso de abalroamento de proa, que é o 
acidente mais provável. Por analogia, a primeira antepara transversal estanque a 
partir de ré é chamada antepara de colisão AR; 
(b) antepara transversal (transversal bulkhead) – Antepara contida num 
plano transversal do casco, estendendo-se ou não de um a outro bordo. As 
anteparas transversais principais são anteparas estruturais, estanques, e são 
contínuas de um bordo a outro e desde o fundo do casco até o convés de 
compartimentagem. A primeira função das anteparas transversais principais é 
dividir o navio em uma série de compartimentos estanques, de modo que a 
ruptura do casco não cause a perda imediata do navio; 
(c) antepara frontal (front bulkhead) – Antepara transversal que limita a parte 
de ré do castelo, a parte de vante do tombadilho, ou a parte extrema de uma 
superestrutura; 
 (d) antepara longitudinal, ou antepara lateral (longitudinal bulkhead) – 
Antepara dirigida num plano vertical longitudinal que não seja o plano diametral; 
 (e) antepara da bucha (sleeve bulkhead) – Antepara AR onde fica situada a 
bucha interna do eixo do hélice. 
 
20 | P á g i n a 
 
Na Figura 16, abaixo, temos um esquema para ilustrar a localização de 
algumas anteparas importantes ao sistema estrutural do navio. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 16: Esquema de anteparas de uma embarcação 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Tanque de 
colisão AR 
Antepara de 
colisão AR 
Duplo-fundo 
Antepara do 
porão 
Antepara AR 
da casa de 
máquinas 
Antepara AV 
da casa de 
máquinas 
Anteparas 
do porão 
Duplo-fundo 
Antepara de 
colisão AV 
Tanque de 
colisão AV 
21 | P á g i n a 
 
5. DIVISÕES DO CASCO 
 
No sentido da altura, o casco de um navio é dividido em certo número de 
pavimentos, denominados conveses, como pode ser visto na Figura 17. 
O convés principal (main deck ou deck) é o primeiro pavimento contínuo de 
proa a popa, contando de cima para baixo, que é descoberto totalmente ou 
parcialmente. A palavra convés, sem outra referência, é utilizada para designar, 
de modo geral, o convés principal. 
Abaixo do convés principal, que é considerado o primeiro, os conveses são 
numerados: segundo convés, terceiro convés, etc., a contar de cima para baixo, e 
também podem ser chamados de cobertas (tween decks). 
É importante saber que quando um convés não é contínuo de proa a popa 
este é considerado um convés parcial (platform deck ou partial deck). Quando 
contínuo, é denominado convés corrido (flush deck). 
Temos também o convés resistente (strength deck) que é o convés mais alto 
que faz parte integral da estrutura do casco do navio e que se estende, no 
mínimo, por meio comprimento da embarcação, a meia nau; é usualmente o 
convés principal. 
O convés de castelo (forecastle deck), na proa, e de tombadilho (poop deck), 
na popa, e convés superior (bridge deck ou upper deck), na meia nau, são 
conveses parciais. 
Um convés parcial, acima do convés superior, do castelo ou do tombadilho, 
será chamado convés da superestrutura (superestructure deck). 
O convés do poço (well deck) é o espaço entre o castelo (forward well deck), 
ou o tombadilho (after well deck), e a superestrutura central, num navio mercante; 
este espaço é limitado inferiormente pelo convés principal e, lateralmente, pelas 
amuradas e pelas anteparas frontais do castelo, ou do tombadilho, e as da 
superestrutura central. 
 
 
 
 
 
22 | P á g i n a 
 
 
 
 
 
Figura 17: Conveses expostos 
 
Chamamos de porão (bilge ou hold) o espaço entre o convés mais baixo e o 
teto do duplo-fundo, ou entre o convés mais baixo e o fundo, se o navio não tem 
duplo-fundo. Num navio mercante, porão é também o compartimento estanque 
onde se acondiciona a carga, também chamado de porão de carga (cargo hold); 
estes porões são numerados seguidamente de vante para ré, e são forradospor 
tábuas que se chamam sarretas (batten), nos lados, e cobros (botton ceiling), no 
fundo. 
Como já vimos anteriormente a superestrutura é a construção sobre o 
convés do navio onde se encontram os postos de navegação. O pavimento mais 
elevado toma o nome tijupá (compass bridge). O pavimento imediatamente abaixo 
deste, dispondo de uma ponte na direção de BB a BE, de onde o comandante 
dirige a manobra, chama-se passadiço (bridge ou pilot house) e nele ficam 
usualmente a casa do leme, os camarins de navegação e de rádio e a plataforma 
de sinais. 
 O pavimento mais elevado de qualquer outra superestrutura, e de modo 
geral qualquer pavimento parcial elevado e descoberto, chama-se plataforma 
(platform). As plataformas tomam diversos nomes conforme sua utilização, e 
assim temos: plataforma dos holofotes, plataforma de sinais, plataforma do 
canhão, etc. 
Ponte (bridge) é qualquer construção ligeira, acima do convés principal, 
servindo apenas de passagem entre o convés do castelo ou o do tombadilho e 
uma superestrutura, ou entre duas superestruturas. Quando esta passagem fica 
situada junto à borda, toma o nome de talabardão (rough-treerail). 
Convés do 
castelo 
Convés 
principal 
Poço AV 
Convés 
superior Superestrutura 
Convés 
do tombadilho 
Poço AR 
Convés 
principal 
23 | P á g i n a 
 
6. DIVISÃO INTERNA DO NAVIO 
 
São considerados compartimentos as subdivisões internas de um navio. As 
principais divisões serão apresentadas a seguir. 
Os compartimentos estanques (tight compartment) são limitados por um 
chapeamento impermeável a certo tipo de fluido. Geralmente, esses 
compartimentos são impermeáveis a água, entretanto podem ser estanques de 
gases ou óleo, dependendo da utilização desse compartimento. Nesse trabalho, a 
palavra estanque, sem outra referência, indica impermeabilidade à água somente. 
O duplo fundo (double bottom) é a estrutura do fundo de alguns navios de 
aço, constituída pelo forro exterior do fundo e por um segundo forro (forro interior 
do fundo), colocado sobre a parte interna das cavernas. 
O duplo-fundo é subdividido em compartimentos estanques que podem ser 
utilizados para tanques de lastro, de água potável, de água de alimentação de 
reservadas caldeiras ou de óleo. 
Um duplo-fundo que não ocupa todo o comprimento do fundo da carena 
chama-seduplo-fundo parcial. 
O tanque (tank) é o compartimento reservado para certo fluido, água, gás, 
óleo por exemplo. Pode ser constituído por uma subdivisão da estrutura do casco, 
como os tanques do duplo-fundo, tanques de lastro etc., ou ser independente da 
estrutura e instalado em suportes especiais. 
A parte superior dos tanques principal de um navio-tanque não se estende 
de um bordo a outro, constituindo um túnel de expansão (expansion trunk), isto é, 
um prolongamento do tanque no qual o líquido pode se expandir ao aumentar a 
temperatura. 
Desse modo evita-se o movimento de uma grande superfície líquida livre na 
parte superior do tanque, o que ocasionaria esforço demasiado nas anteparas e 
no convés, e perda de estabilidade do navio. 
Os tanques de óleo (oil tank) são ligados à atmosfera por meio de tubos 
chamados suspiros (air scape pipe), que partem do teto. Esses tubos permitem a 
saída de gases quando os tanques estão sendo cheios, e por eles entra o ar 
quando os tanques estão se esvaziando. Geralmente os tanques de óleo são 
denominados de acordo com o uso, como por exemplo: 
24 | P á g i n a 
 
(a) os tanques de combustível (fuel tank) são destinados ao transporte de 
combustível para uso do navio. Em um navio cargueiro são chamados de tanques 
permanentes (permanent tank). 
(b) os tanques reservas (reserve tank) são espaços de um navio cargueiro 
para o transporte de combustível ou de uma carga líquida. 
(c) os tanques de verão (summer tank), em um navio-tanque, são os tanques 
quais se podem transportar óleo adicional nas zonas tropicais, onde os 
regulamentos da borda-livre permitem maior calado ao navio, ou quando a carga 
é um óleo leve. São tanques laterais (de um lado e de outro do túnel de 
expansão) situados imediatamente acima dos tanques principais. Podem ser 
utilizados para o transporte de óleo diesel para uso do navio. 
Os tanques fundos (deep tank) são tanques que se estendem, nos navios 
cargueiros, de um bordo a outro, do fundo do casco ou do teto do duplo-fundo, até 
o convés mais baixo. O objetivo é permitir um lastro líquido adicional sem abaixar 
muito o centro de gravidade do navio, em alguns cargueiros cuja forma não 
permite acondicionar nos duplo-fundos a quantidade necessária de água de 
lastro. No teto há uma escotilha especial de modo que, eventualmente, o tanque 
pode receber carga seca. 
Cóferdã ou coferdam (cofferdam), Figura 18, também chamado de espaço 
de segurança, espaço vazio ou espaço de ar é o espaço entre duas anteparas 
transversais próximas uma da outra, que tem por fim servir como isolante entre 
um tanque de óleo e um tanque de água, um compartimento de máquinas ou de 
caldeiras etc. 
 
( 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 (a) (b) 
Figura 18: (a) Entrada para o coferdam; (b) coferdam com acesso ao tanque 
25 | P á g i n a 
 
Os tanques de colisão (peak tanks) são compartimentos extremos AV e AR, 
limitados pelas anteparas de colisão. São compartimentos estanques e devem ser 
conservados vazios. 
O túnel do eixo (shaft alley), Figura 19, é o conduto de chapa que aloja as 
seções do eixo propulsor desde a praça de máquinas até a bucha do eixo. O túnel 
do eixo é também um compartimento estanque. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
O paiol de amarra (chain locker) é o compartimento na proa para a 
colocação, por gravidade, das amarras das âncoras. 
Os paióis (locker, store ou storeroom) são compartimentos situados 
geralmente nos porões, onde são guardados mantimentos, munição, armamento, 
ou material de consumo. O paiol onde são guardados o poleame (cargo block) e o 
massame (cordage) do navio tem o nome de paiol do mestre. Em um navio de 
guerra, o paiol destinado ao armamento portátil denomina-se escoteria. 
Poleame é o conjunto de peças que servem para fixar ou dar retorno aos 
cabos do aparelho do navio. Já o massame é o conjunto de todos os cabos 
existentes a bordo. 
As praças são alguns dos principais compartimentos em que o navio é 
subdividido. Temos a praça d’armas (ward room) que é o refeitório dos oficiais 
num navio de guerra; a praça de máquinas (engine room ou machinery room) que 
é o compartimento onde ficam situadas as máquinas principais e auxiliares; e a 
Mancal 
Jazente do mancal 
Eixo do hélice 
Anteparas do 
túnel 
Figura 19: Imagem do túnel do eixo de uma embarcação 
26 | P á g i n a 
 
praça de caldeiras (boiler room ou fire room), onde ficam situadas as frentes das 
caldeiras e onde permanece habitualmente o pessoal que nelas trabalha. 
Os camarotes (cabin ou bed room) são os compartimentos destinados a 
alojar de um a quatro tripulantes ou passageiros. E os alojamentos (quarter) são 
compartimentos destinados a alojar mais de quatro tripulantes ou passageiros. 
A câmara (chamber) é o compartimento destinado ao comandante de um 
navio ou deuma força naval. 
O camarim (room) é o compartimento onde trabalha o pessoal de um 
departamento do navio. O camarim de navegação (chart room), onde se acham 
instalados os instrumentos de navegação, é situado no passadiço ou numa 
superestrutura. O camarim do leme, onde se encontra a roda do leme, é 
usualmente chamado de casa do leme. Camarim de rádio,onde está instalada a 
estação de rádio do navio, é também, em geral, situado numa superestrutura. O 
camarim da máquina é, usualmente, aquele em que trabalha o oficial de serviço 
na máquina. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
27 | P á g i n a 
 
7. CONCLUSÃO 
 
Diante do que foi apresentado nesse trabalho podemos concluir que 
embarcações são construções destinadas à navegação e ao transporte de 
pessoas ou cargas. 
O casco é tido um item fundamental a ser considerado pelo projetista. A ele 
é concedida, em grande parte, a função de manter o equilíbrio, além de atribuir a 
embarcação as suas características de navegação. 
Foram apresentados termos importantes a ciência náutica, como o nome 
dos bordos e das extremidades do navio. 
Foi abordado também o arranjo estrutural comum a todas as embarcações 
de casco metálico (estas por possuírem arranjos complicados) considerando a 
divisão da estrutura em primária, secundária e terciária, consideração importante 
na arquitetura naval. 
Para detalhar as principais estruturas que compõem uma embarcação, 
estasforam divididas em seções para facilitar a compreensão do trabalho. Foi 
descrita a estrutura principal do casco, composta por vigas longitudinais e 
transversais, que formam a ossada da embarcação, pelos reforços locais e pelo 
chapeamento. 
Entretanto, foram apresentadas também as principais divisões da 
embarcação, analisando-se o casco e a parte interna da embarcação. 
Contudo, percebemos a complexidade que envolve a projeção e a 
construção de uma embarcação. Os itens apresentados nesse trabalho 
correspondem a uma parcela mínima de definições que devem ser consideradas 
na construção naval. 
 
 
 
 
 
 
 
 
28 | P á g i n a 
 
REFERÊNCIAS 
 
Fonseca, M. M., “Arte Naval”, Vol.1, 7° edição, Rio de Janeiro, Serviço de 
Documentação da Marinha, 2005 (livro) 
 
Fujarra, A. C., “Arquitetura Naval”, Apostila do Curso de Especialização em 
Engenharia Naval, Volume 1, USP e UFPE, São Paulo, 2001 
 
Augusto, O. B., “Análise Estrutural de Navios”, Apostila do Curso de 
Especialização em Engenharia Naval, Volume 4, USP e UFPE, São Paulo, 2001 
 
Eyres, D. J., “Ship Construction”, 5° edição, Londres, Editora Butterworth 
Heinemann, 2000 
 
Dokkum, K., “Ship Knowledge a Modern Encyclopedia”, 7° edição, Editora 
Dokmar, 2003 
 
Disponível em: 
<http://www.hpcanoes.com/articles/equipment/hulldesign.html> Acessado em: 
Outubro 2011 
 
Disponível em: <http://www.canoekayak.com/gear/boat-book-placid-
boatworks/> Acessado em: Outubro 2011 
 
Disponível em: <http://www.globalsecurity.org/military/systems/ship/hull.htm> 
Acessado em: Novembro 2011 
 
Disponível em: <http://forshipbuilding.com/ship-types/cargo-ship/> Acessado 
em: Novembro 2011 
 
Disponível em: <http://www.marineengineering.org.uk/> Acessado em: 
Novembro 2011

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