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MODA DO SÉCULO XX
De 1929 a 1945
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Em 1929 houve o crash da Bolsa de Valores de Nova York, inflação e desemprego, dando origem aos regimes autoritários que influenciaram uma moda mais conservadora que na década anterior.
1929-1939
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Os confeccionistas franceses, cujos interesses são representados por sindicatos regionais decidem na véspera da crise de 1929, criar uma federação para representar os interesses de sua profissão, a Fédération du Vêtement .
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A Depressão Econômica influenciou a moda na década de 30. As roupas femininas tornaram-se mais sóbrias, e a barra desceu de novo. 
A silhueta ganhou mais curvas. 
Os chapéus ainda faziam parte do vestuário cotidiano nos anos 30.
Década de 1930
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A empresa multinacional Dunlop, tradicional em produtos de borracha, revolucionou a indústria do sutiã ao transformar o látex em um fio elástico fino e seguro, que também pôde ser utilizado na fabricação de um tecido de látex lavável. Cintas foram produzidas com látex sem a necessidade de barbatanas rígidas e somente presas com ganchos laterais e comercializadas como tendo aval científico como eficácia na constituição corporal. Em 1930, a marca Charneaux, que era comercializada pela Sears, desenvolveu um espartilho flexível de borracha com furos dispostos anatomicamente garantindo que a pele respirasse com conforto e higiene. O modelo da Charneaux se popularizou tanto, que, em 1935, a peça apareceu na mão de um vendedor no filme “Os 39 Degraus” de Alfred Hitchcock.
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A silhueta magra e elegante dos vestidos de cetim dos anos 30.
Vestidos longos para a noite. E curtos para o dia, com 25 cm acima do chão.
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Greta Garbo, Rainha Cristina, 1932.
A Era de Ouro do Cinema
A década de 30 foi marcada pelo domínio dos grandes estúdios de Hollywood. O desenvolvimento dos grandes estúdios proporcionou o surgimento do star system, o sistema de "fabricação" de estrelas que encantam as platéias.
Jean Harlow.
Rita Hayworth (antes Rita Cansino).
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As deusas do cinema americano eram sedutoras e glamourosas em seus ângulos fotogênicos. Nas telas, os cortes dos trajes eram simples, valorizando o corpo das atrizes, os materiais usados eram luxuosos, como peles, musselinas, lantejoulas etc. Os tecidos estampados eram raramente usados. O vestido de cetim branco era símbolo máximo de sex-appeal. 
Jean Harlow
Ginger Rogers
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Na década de 1930 Marlene Dietrich fez do terno seu emblema. 
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Mangas morcego, amplas no ombro e cavas quase na a linha da cintura.
Alguns vestidos foram criados para serem vistos por trás, como este, com as costas nuas.
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O tenista francês Jean René Lacoste (1904-1996) começou a vender sua própria marca de camisa polo com um logo de crocodilo bordado no tórax em homenagem a seu apelido, "Crocodilo". Como esportes aumentaram em popularidade na década de 1930, a camisa polo tornou-se moda para homens esportistas ou os que só queriam relaxar. 
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Nesta época as revistas tinham como base as ilustrações, belos desenhos muito próximos da arte vanguardista de então com linhas estilizadas, manchas de cor lisa, composições geometrizadas e imaginativas acompanhadas por uma tipografia definida. 
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A figura feminina é presença constante e exibida em poses elegantes em ambientes luxuosos ou exóticos, junto de dinâmicos automóveis e imponentes transatlânticos. Chapéus, colares, cachecóis e outros adereços rodeiam-na. É a estética triunfante do estilo Art Déco que se apodera das artes, da tipografia à arquitetura. 
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Em 1932, porém, na edição de julho da Vogue, surge um sinal de mudança: aparece a primeira fotografia totalmente colorida na capa. Clicada pelo fotógrafo Edward Steichen, retratou uma mulher sentada, de roupa de banho e touca, segurando uma bola de praia acima da cabeça. 
Os editores, ou melhor, as editoras da revista talvez não se tenham apercebido imediatamente do potencial desta expressão artística, uma vez que continuou a predominar o recurso à ilustração. Somente a partir de 1940 a utilização de fotografias se generalizou e passou a predominar. 
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O calçado da década de 1930 oferecia praticidade e estilo.
As bolsas de veludo típicas dos anos 30.
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MADAME GRÈS
	Germaine Émilie Krebs (1903-1993), conhecida como Alix Barton e mais tarde como "Madame Grès" . Em 1934, abriu sua Maison com o nome Alix Barton, e em 1942, mudou o nome para Grès (nome de seu marido Serge ao contrário). Drapejava e moldava o jérsei, seda e lã até que parecessem esculturas gregas. Buscava uma simplicidade elegante. 
	Ela produziu modelos de alta costura para uma série de mulheres elegantes, incluindo a duquesa de Windsor, Marlene Dietrich, Greta Garbo, e, mais tarde, Jacqueline Kennedy 
Madame Grès, vestido com peplo de jersey de seda, 1940.
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Madame Grès, vestido de jersey de seda, 1936.
Sua marca eram recortes em vestidos que expunham parte da pele, mas ainda mantinha uma imagem clássica e sofisticada. 
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Grès,1937.
Grès,1965.
Grès,1945.
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Madame Grès, vestido de chiffon, 1937. Ilustração de Jean Cocteau.
Madame Grès, vestido de jersey de seda, 1954. Foto de Richard Avedon.
Vestidos de Madame Grès em exposição no Musée Bourdelle, Paris, 2011. 
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Legado: Madame Grès 
Seja em Hollywood ou Cannes, há cada ano o tapete vermelho é testemunha do glamour dos drapeados.
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ELZA SCHIAPARELLI 
Famosa por introduzir o rosa-choque na paleta da moda. Ela era uma designer singular e bem- humorada. Suas criações foram influenciadas pelos artistas surrealistas, principalmente Salvador Dali. 
O paletó ao lado exibe um bordado com desenho do artista Jean Cocteau.
Conjunto de Schiaparelli, 1937
Suéter, 1927
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Tecido criado com Salvador Dali, 1938.
Vestido Lagosta, criado com Dali em 1937.
Chapéu sapato, inverno 1937/38.
Vestido Esqueleto, criado com Dali em 1938.
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Schiaparelli fotografada por Man Ray usando uma capa de penas e um vestido de seda plissado
Colar de insetos dando a sensação que o pescoço está coberto por animais. Uma criação arrojada de Schiaparelli
Monkey Fur Shoes, 1938.
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Schiaparelli, Coleção “Circo” de 1938
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Schiaparelli, 1938.
Dinner Jacket com botões inseto, 1938. 
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Publicidade do perfume Shocking, 1950. 
O frasco foi desenhado pela pintora surrealista Leonor Fini em 1937 e tinha a forma de um torso feminino, na verdade, o da atriz Mae West. 
Chapéu com luvas, 1936.
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Video: Dolce & Gabanna, inverno 2009/2010
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Pavillon de l’Élégance 1937 
O pavilhão da moda, chamado Pavillon de l’Élégance na exposição Internationale des Arts et Techiques dans la Vie Moderne de Paris em 1937 foi claramente identificado como uma experiência surrealista. 
O espaço de dois pisos rompeu com as convenções de caixas de vidro e manequins estáticos para criar uma atmosfera teatral e profundamente inquietante. 
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Elementos dramáticos foram criados pelo escultor Robert Couturier no Pavillon. A melhoria da qualidade do gesso pode ter contribuído para o desenvolvimento da estética de manequins modelados com formas alongadas e possicionados com mãos gigantes colocadas em momentos dramáticos do percurso.
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Nos Estados Unidos durante os anos trinta, período da Grande Depressão, a indústria armou uma estratégia visando atrair os consumidores, recorreu aos novos criadores e estilistas na intenção de criar uma estética voltada à industrialização. 
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A escassez de tecidos durante a Segunda Guerra Mundial reduziu a quantidade de tecido das roupas. A Grã-Bretanha montou um plano de racionamento de matéria-prima. 
1940
O náilon começou a substituir as meias de seda.
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Na França, algumas casas de Alta-costura fecharam suas portas durante a Guerra, e as que sobreviveram enfrentaram o rigor do racionamento . A escassez da indústria têxtil, com restrições ao uso da lã e da seda, provocou uma corrida às fibras artificiais, ainda em 1941, se realizou em Paris uma exposição
consagrada aos novos tecidos. Um grande espaço foi dedicado à confecção graças aos produtos de substituição, embora a qualidade ainda estivesse longe do desejado. Dessa maneira, enquanto os grandes criadores enfrentavam obstáculos, a costura no atacado se desenvolveu.
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“Vá até seu guarda-roupas: faça e conserte”, pôster britânico de campanha de racionamento na Segunda Guerra. 
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Trajes utilitários desenhados pela Incorporated Society of London Fashion Designers (Soc. Inc). Fundada em 1942 e patrocinados pelo governo britânico, esta organização foi criada para representar a indústria britânica de moda e tinha como objetivo aumentar as exportação e as receitas, vitais para o esforço de guerra. 
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Uniforme de enfermeira
Economia de tecido, casaco ajustado
Silhueta magra e alongada
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Moda de meados dos anos 40: saltos plataforma maciços, chumaços altos e penteados montados
Modelos da guerra com linhas sóbrias e retas
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O náilon foi patenteado e entrou em produção pouco antes do início da guerra. Depois de onze anos de pesquisas nos laboratórios da empresa americana Du Pont, essa fibra totalmente sintética foi usada industrialmente pela primeira vez em 1938 no fabrico de meias finas. Mas logo em seguida toda a produção teve que ser direcionada para o esforço de guerra. As amplas faixas triangulares de tecido usadas para formar paraquedas rendiam peças íntimas excelentes...paraquedas remodelados. 
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Na falta de meias, as mulheres desenharam a lápis simulação da costura em suas pernas. A maneira de obter roupas íntimas era fazê-las em casa, donas-de-casa tricotavam todo tipo de peças, inclusive calcinhas e camisolas curtas, revistas de moldes auxiliavam na confecção doméstica, tecidos eram reaproveitados de peças desfeitas. No momento do “fazer e consertar”, camisolas foram transformadas em anáguas e anáguas em calcinhas.
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“Fora da roupa de batalha... Dentro Moss Bros”, pôster britânico de loja em Covent Garden, Londres.1945.
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Sean Young como Rachel em Blade Runner, 1982. O figurino futurista foi inspirado na moda dos anos 1940.
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Salto em cortiça.
Modelo Anabela.
SALVATORE FERRAGAMO (1898-1960)
Sandália plataforma, 1938.
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Durante a Segunda Guerra Mundial a indústria de confecção nos EUA aprimorou os meios de produção. Com a França ocupada pelos nazistas de 1940 a 1944, os designers americanos ficaram independentes da influência francesa e investiram no aprimoramento do estilo sportswear, que consiste em roupas voltadas para um estilo de vida mais descontraído.
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Claire McCardell concebeu roupas cotidianas simples e confortáveis para a ocupada mulher americana. Lançou o casual look americano e foi pioneira no ready-to-wear (prêt-à-porter).
Claire McCardell (1905-1958)
Maiô-fralda, 1946.
O vestido Popover de 1942, vendeu mais de 75 mil peças.
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Claire McCardell veste o seu vestido monástico. 
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Vestido de noite, cotton piqué, 1951.
Hostess dress, 1949.
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Jeans
Década de 30 – Criado em 1853, o jeans se popularizou na década de 1930, usado pelos cowboys norte-americanos, quando apareceu em filmes que retratavam o clima western, que se tornou moda.
A crise de 1929 leva o turismo às fazendas, ajudando a popularizar a calça.
Em 1935 é publicada a primeira propaganda numa revista de moda, a Vogue.
A etiqueta é colocada pela primeira vez do lado de fora da calça em 1936.
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Década de 40 - Durante a 2ª. Guerra a calça é utilizada em uniformes da marinha americana.
Em 1945 o Jeans invade a Europa através dos excedentes americanos. No mesmo ano, nos EUA, os botões são substituídos pelo Zíper.
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Referências:
BAUDOT, François. Moda do Século. São Paulo, Cosac & Naify, 2000.
LIPOVETSKI, Gilles. O Império do Efêmero: A moda e seu destino nas sociedades modernas. São Paulo: Companhia das Letras, 1989.
REMAURY, Bruno. Dictionnaire de la mode au XXe siècle. Paris: Éditions du Regard, 1996. 
VEILLON, Dominique. Moda e Guerra: um retrato da França ocupada. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 2004. 
VINCENT-RICARD, Françoise. As espirais da Moda. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1989.
WILSON, Elizabeth. Enfeitada de Sonhos. Lisboa: Edições 70, 1985. 
YOHANNAN, Kohle. Claire McCardell: redefining modernism. New York: Harry N. Abrams, Inc., 1998. 
	
ÖRMEN, Catherine. Histoire(s) du prêt-à-porter: avec la Fédération Française du prêt-à-porter feminine 1929-2009. Paris: Fédération Française du Prêt à Porter Féminin, s/d. Disponível em: < http://www.pretaporter.com/files/documents/Histoire(s)%20du%20Pr%C3%AAt-%C3%A0-Porter%20avec%20la%20FFPAPF%20-%201929-2009.pdf> Acesso em: 23/03/2015.
Prof. Flávio Bragança
flavio.braganca@uva.br