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Artigo enzimologia (1)

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APLICAÇÕES TERAPÊUTICAS DOS ANTICORPOS MONOCLONAIS
SILVA, F. R; CHAGAS, J. S; BARBOSA, J. F. R; FERREIRA, V. M.
RESUMO
Os anticorpos monoclonais são conhecidos como terapias-alvo, pois eles agem atacando proteínas específicas na superfície das células, possuindo diversas aplicações em transplantes e na composição de reativos para diagnóstico, principalmente no tratamento de câncer, e em grande diversidade de doenças auto-imunes. Sendo assim a classe de biofármacos que mais cresce no mercado,em comparação com outros produtos biofarmacêuticos.Este trabalho e uma revisão sistemática de trabalhos científicos relevantes nos bancos de dados que aponta os aspectos fundamentais dos anticorpos monoclonais e seus usos como Biofármacos. A utilização desses medicamentos à base de biomoléculas recombinantes vem se tornando uma realidade na produção de anticorpos com fins terapêuticos, assim reduzindo as taxas de mortalidade da população acometida por essas doenças.
INTRODUÇÃO
	
As proteínas que são consideradas anticorpos, são também chamados de imunoglobulina, tendo uma atuação específica para um tipo de invasor. Sendo produzidos e excretados através das células e linfócitos B (podendo produzir tipos de anticorpos diferentes), interagindo diretamente com o sistema imunológico através de antígenos. 
Em 1980 a partir da descoberta dos anticorpos como um dos principais componentes da imunidade, a imunologia começou a ter um grande avanço. Uma das primeiras comprovações experimentais do seu uso foi proposta por Emil Adolf Von Behring, que evidenciou junto com ShibasaburoKitasato a utilização de imunoglobulinas para neutralizar a toxina diftérica, isto acarretou uma revolução no meio científico, recebendo assim, um Prêmio Nobel de medicina e fisiologia (Nobelpreis, 2004). Com isso, mesmo tendo a resposta imunológica de um antígeno policlonal, surgiu a ideia de criar uma substância para ligar-se especificamente para as células de interesse, como exemplo, as células cancerígenas de um paciente.
Já no início do século XX, Paul Ehrlich médico e bacteriologista alemão, propôs um modelo que explica que se o fármaco é ligado a um transportador específico mostra a autoimune e também de grande importância no tratamento do câncer. E tendo como grandes vantagens o baixo custo e o tempo de duração. 
 Atualmente o desenvolvimento dos produtos biofarmacêuticos são constituídos de aproximadamente 20% anticorpos e de seus derivados. Mesmo havendo problemas para começar a utilização de anticorpos murinos, os avanços que a biologia molecular vem trazendo possibilita resultados promissores com os produtos. (ROQUE, A.C.A, 2004) 
Sua atividade farmacológica apenas no tecido alvo. Tendo assim, um desejo indesejado nos resultados da sua ação em outros tecidos. Esse modelo ficou conhecido como “Bala mágica de Ehrlich”.
No entanto, em 1975 os médicos imunologistas Georges Jean Franz Köhler, e César Milstein fizeram uma descoberta, ao qual ganharam o prêmio Nobel de medicina de 1984. Eles descreveram o primeiro modelo de anticorpos monoclonais. Provando que, da fusão de células tumorais mesmo sendo capacitadas para sobreviver e se produzir em cultura com linfócitos, originavam-se hibridomas produtores de anticorpos monoclonais. (Véliz, 2002). 
Os anticorpos monoclonais podem-se se dividir em três classes, os murinos, quiméricos e humanizados. Os mais conhecidos são os murinos, onde são derivados dos camundongos e são observados pelo sistema imune como estranhos, sendo produzido pelo organismo humano a HAMA (anticorpos humanos de camundongos). 
Esses anticorpos podem ter inúmeras aplicações como, por exemplo, em transplantes, várias doenças 
CLASSIFICAÇÃO
Os anticorpos monoclonais podem ser classificados como murinos, quiméricos/humanizados e humanos, sendo a formação de cadeia que pode ser constituída pelo anticorpo. (Wako, 2014)
O primeiro método a ser utilizado foi o murinos, onde obteve a produção de anticorpos monoclonais a partir da fusão celular ou da hibridoma, em que se é utilizado ratos para a sua produção. O sistema imunológico detecta os murinos como corpos estranhos, fazendo a produção de HAMA (anticorpos humanos de camundongos). Logo foi utilizado como tratamento terapêutico sendo que com o seu uso prolongado foi detectado uma lesão no rins, tendo uma uma reação imunogênica causada no paciente através das células murinas. (LENZ, Guido, 2004). 
Com a utilização da engenharia genética, foi possível fazer a hibridização entre anticorpos humanos e de camundongos, para tentar amenizar os problemas causados pelos murinos. Sendo assim criado os anticorpos quiméricos/ humanizados. De acordo com Santos, 2006, os anticorpos quiméricos é a junção da região variável do anticorpo do camundongo com os anticorpos humanos. Então com o objetivo de eliminar ou minimizar ao máximo essas respostas imunológicas no hospedeiro propôs-se a humanização dos anticorpos. Roque afirma que os protocolos mais modernos de humanização indicam o transplante de CDRsmurinas para cadeias variáveis da estrutura da molécula de um anticorpo humano. E como resultado tem-se uma molécula que possui afinidade e especificidade características do original murina para o antígeno alvo, porém com uma mínima porção de murina em sua composição do anticorpo, sendo o restante composto da molécula de anticorpo humano
O anticorpo humanizado apresenta somente as regiões hipervariáveis do anticorpo de camundongo e o restante da molécula de anticorpo humano. Assim, tem-se uma molécula que apresenta as características humanas possíveis sem que haja a perca da sua atividade biológica original e de interesse.São obtidos através de uma técnica, ainda experimental, na qual se utilizam animais transgênicos que, ao transportarem genes humanos, podem produzir anticorpos humanos específicos a determinado antigênio. No entanto, a humanização pode provocar a redução da capacidade de ligação ao local alvo, implicando a necessidade de encontrar uma forma de aumentar essa afinidade. Para o efeito pode ser efectuadas alterações nos aminoácidos que constituem as regiões que determinam a complementaridade de ligação ao alvo (Presta et al., 1993).Mas mesmo com a tentativa de amenizar os problemas causados pelos anticorpos quiméricos, ainda existiam indícios de reações imunológicas em humanos. No desenvolvimento da tecnologia os avanços para eliminar os efeitos imunológicos, ocorreram depois do desenvolvimento dos anticorpos imunizados, apresentando uma quantidade relativamente pequena do anticorpo de camundongo (BIO, 2007). Com isso, permitindo a formação de anticorpos monoclonais na medida para o sítio de ligação, mesmo com as possíveis alterações no tamanho, configuração, valência, ação e função. (Lima, 2004) 
FABRICAÇÃO DE ANTICORPOS MONOCLONAIS (MABS) - GRUPO GEA
A GEA é a especialista líder no campo de equipamentos de processo para processamento e medição de líquido para as indústrias farmacêuticas e biotecnológicas, incluindo a planta de fermentação para a fabricação de produtos, como anticorpos monoclonais (mAbs) para fins diagnósticos e terapêuticos.
DA CULTURA A COLETA
O processo de cultura celular é feito em várias etapas, começando com pré-culturas de 10 L e cultivadas sucessivamente em lotes intermediários até um volume de produção final de até 20,000 L. Esses sistemas incluem o vaso, com um agitador como elemento principal e periféricos como sistemas de controle de temperatura, componentes de limpeza local (CIP), sistemas de aeração e desaeração, sistemas de entrada e sensores automatizados, atuadores e interface do operador. 
Os processos de suporte, como a preparação de meio e sistemas de coleta também são disponibilizados pela GEA. A integração do processo de separadores e filtros para a etapa de coleta também está dentro do escopo de serviço da GEA. Devido à alta sensibilidade das células e da necessidade de segurança do operador e do produto, todos os componentes do sistema da GEA são projetados de acordo com os padrões mais recentese têm um alto grau de qualidade de acabamento.
PATENTE E A ARTE
Dentre os poucos países que já dispõem de uma normativa para o registro dos produtos biológicos, o Brasil se destaca com a publicação em dezembro de 2010, da RDC 55/2010 da ANVISA tendo duas vias para o registro de produtos biológicos: a via do desenvolvimento por comparabilidade e a via de desenvolvimento individual.
Nesse contexto, surgem oportunidades para a indústria: a expiração de patentes de importantes produtos biológicos nos próximos anos; as novas normativas de registro e produção de produtos biológicos publicadas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) – RDC 55/2010 e RDC 17/2010; a nova legislação de utilização de compras públicas como indutor da atividade tecnológica no Brasil (Lei 12.349/2010).
Para efeitos de análise, os medicamentos biotecnológicos podem ser classificados em dois grandes grupos: produtos de primeira geração e produtos de segunda geração. O primeiro grupo concentra aqueles medicamentos cujas patentes principais encontram-se vencidas e sua tecnologia é mais acessível a processos de transferência de tecnologia. Nesse grupo estão produtos como insulina, fi lgrastima (G-CSF), interferons e hormônio do crescimento (HGH). O segundo grupo engloba produtos mais complexos, ainda com patentes a vencer, incluindo tanto produtos mais novos – como os anticorpos monoclonais – quanto versões melhoradas de produtos de primeira geração.
Espera-se que os medicamentos biotecnológicos passem de cinco para sete entre os 10 produtos mais vendidos. Entre eles, destacam-se os anticorpos monoclonais (Humira-adalimumabe, Avastin-bevacizumabe, Rituxan-rituximabe, Herceptin-trastuzumabe, Remicade-infliximabe), a proteína terapêutica Enbrel-etanercepte e a vacina antipneumocócica Prevnar13.
MECANISMO DE AÇÃO DE ANTICORPOS MONOCLONAIS (BIOFÁRMACOS)
Os Anticorpos monoclonais possuem diferentes mecanismos de ação e alvos celulares para garantir a especificidade e eficácia, ou seja, têm atuação específica para cada tipo de invasor, podendo ser um vírus, bactéria, ou células tumorais. Interagindo com o sistema imunológico em resposta a estímulos de antígenos no organismo, exerce uma reação de ligação antígeno-anticorpo, produz uma resposta específica para cada tipo de antígeno, dessa forma o fármaco se liga a um transportador específico, exercendo sua ação farmacológica apenas no alvo a qual possui afinidade aumentando sua eficiência e diminuição da administração da dose e os efeitos indesejáveis resultantes da sua ação em outros lugares, (1).
	Com base nas diferentes aplicações, podemos destacar o mecanismo de ação de alguns Anticorpos monoclonais (biofármacos) que são utilizados em imunoterapias.
Rituximabe (mabthera) – Antineoplásico,indicado para o tratamento de linfoma não Hodgkin. Seu mecanismo de ação consiste pela ligação específica ao antígeno transmembrana CD20 dos linfócitos B e inicia uma série de reações imunológicas, sendo assim o antígeno CD20 não é introduzido na célula, nem liberado na membrana celular para o ambiente, deixando de circular no plasma, inibindo sua ligação ao anticorpo, promovendo a lise da célula leucêmica B, por meio de citotoxicidade dependente celular (CDC), citotoxicidade celular dependente de anticorpo (ADCC) induzindo a apoptose.
Cetuximabe- Antineoplásico indicado para o tratamento de câncer colorretal metastático, também é indicado para o tratamento de carcinoma de células escamosas de cabeça e pescoço, este anticorpo monoclonal quimioterápico  possui mecanismo de ação especificamente direcionado ao receptor do fator de crescimento epidérmico (EGFR), ligando-se a este, bloqueando a ligação de ligantes endógenos do EGFR, resultando em uma inibição da função do receptor, dessa forma o medicamento envia células imunoefetoras citotóxicas na direção de células tumorais que expressam EGFR. Inibindo assim a proliferação e induz a apoptose dessas células, bem como inibe a produção de fator angiogênico por células tumorais, bloqueia a migração das células endotelial e promove a redução da revascularização tumoral e da metástase. (2)
Daclizumabe (Zenapax)- Imunossupressor indicado na profilaxia da rejeição aguda, do órgão, em pacientes submetidos a transplante renal, atua como antagonista do receptor da interleucina 2 (IL-2), ligando-se com grande especificidade, as sub-unidades alfa ou Tac do complexo receptor IL-2 com elevada afinidade (expresso nas células T ativadas, inibindo a ligação e a atividade biológica da IL-2 e os linfócitos, etapa fundamental na resposta imunitária da célula, envolvida na rejeição do transplante.(3)
  
Omalizumabe (xolair) – Gamaglobulina, humanizado, derivado de DNA recombinante, indicado para o tratamento de asma brônquica alérgica, seu mecanismo de ação se dá pela ligação do anticorpo IgG1 Kappa, que se liga seletivamente à imunoglobulina E (IgE), evitando sua ligação ao receptor FCERI de alta afinidade, reduzindo assim a quantidade de IgE livre no plasma que está disponível para desencadear a cascata alérgica. (4)
CONCLUSÃO
A expansão no desenvolvimento dos anticorpos monoclonais, e o incremento dos biofármacos, através dos processos biotecnológicos que envolve diretamente a engenharia genética, torna-se possível a produção de novas drogas que são de grande importância tanto para a indústria farmacêutica quanto para os pacientes, pôs oferece novas esperanças para o tratamento terapêutico de muitas patologias, seja de origem viral, bacteriana, inflamatória e neoplásicas, autoimune, e na medicina diagnostica possibilitando a redução de doses e menos efeitos indesejáveis, graças a habilidade desses de se ligarem a estruturas específicas, contudo para que todo esse processo, mantenha-se em constante crescimento, é necessário, respeitar todos os processos e etapas inerentes as aplicações biotecnológicas, exigindo assim extensa pesquisa clínica e investimento. 
 Dessa maneira, pode-se dizer que a presente pesquisa, nos oferece informações valiosas, ampliando o campo de visão, em relação ao sistema de desenvolvimento e produção de medicamentos, na qual conheceu-se a metodologia e recursos utilizados desde os primeiros passos até os dias atuais em relação aos anticorpos monoclonais na fabricação de biofármacos. 
REFERÊNCIAS
1-Santos NC, castanho MARB liposomes: hasthemagicbullet hit thetarget, Quim. Nova 2002
2-Reisfeld RA. Monoclonal antibodies in cancerimmunotherapy.
Clinics in Laboratory Medicine 1992;
3- Buhaescu I, Segall L. Goldsmith D. Covic A. New immunossuppressivetherapies in renal transplantation monoclonal antibodis. J.Nephrol, 2002
4-Scheinfeld N. Omalizumab: a recombinathumanized monoclonal IgE-blockingantibody. Dematol online J. 2005.
 GRUPO GEA - ANTICORPOS MONOCLONAIS - DISPONÍVELem:<https://www.gea.com/pt/applications/pharma/liquid-dosage/liquid-dosage-monoclonal-antibodies%20.jsp>. Acesso 12/11/2018.
Cordeiro MLS, Silva NLF, Vaz MRF, Nóbrega FFF. ANTICORPOS MONOCLONAIS: IMPLICAÇÕES TERAPÊUTICAS NO CÂNCER, 2004
Roehe, Paulo Michel, et al. "Diferenciação entre os vírus da rinotraqueíte infecciosa bovina (BHV-1) e herpesvírus da encefalite bovina (BHV-5) com anticorpos monoclonais." Pesq. Vet. Bras 17.1 (1997): 41-44.
DOS SANTOS¹, Rosaly V. et al. Aplicações terapêuticas dos anticorpos monoclonais. Rev. bras. alerg. imunopatol, p. 77, 2002.
MARQUES, Carlos Humberto et al. Aspectos fundamentais à implantação da tecnologia de produção de anticorpos monoclonais humanizados com potencial aplicação terapêutica. 2005. Tese de Doutorado. Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos.
DA SILVA CORDEIRO, Maria Lúcia et al. ANTICORPOS MONOCLONAIS: IMPLICAÇÕES TERAPÊUTICAS NO CÂNCER. Revista Saúde & Ciência Online, v. 3, n. 3, p. 253-265, 2014.
BARBOSA, A. P. R. A formação de competências para inovar através de processos de transferência de tecnologia: um estudo de caso. Tese (Doutorado em Processos Químicos e Bioquímicos) – UniversidadeFederal do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro, 2009.
BRASIL. Ministério da Saúde. Visão geral do Complexo Industrial da Saúde e o papel dos laboratórios públicos. Apresentação realizada na Furp, São Paulo, 2011.

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