Condições do livramento condicional e causas da revogação - Resumo

1 Direito Penal II - Resumo CONDIÇÕES DO LIVRAMENTO CONDICIONAL E CAUSAS DE REVOGAÇÃO Condições do livramento condicional Condições de imposição obrigatória \uf0b7 LEP, Art. 132. § 1º. Serão sempre impostas ao liberado condicional as obrigações seguintes: a) obter ocupação lícita, dentro de prazo razoável se for apto para o trabalho; b) comunicar periodicamente ao Juiz sua ocupação; c) não mudar do território da comarca do Juízo da execução, sem pr évia autorização deste. \uf0b7 A primeira delas é obter ocupação lícita, dentro de prazo razoável, que a gente mencionou quando falou de um dos requisitos subjetivos, a \u201captidão para prover a própria subsistência com trabalho honesto\u201d. A LEP se preocupou em fazer a ressalva das hipóteses de o liberado não ser apto para o t rabalho, coisa que o CP não fez. De qualqu er m aneira, as normas não são colidentes e vale a previsão da LEP. Isso quer dizer que a se eventualmente o apenado for portador de alguma deficiência física que o torne inapto para o trabalho, isso por si só não vai impedir que ele obtenha o livramento condicional. \uf0b7 A segunda condição de imposição obrigatória é comunicar ao juiz periodicamente a sua ocupação, que complementa o que a gente acabou de ver. O livramento condicional na verdade é uma espécie de liberdade vigiada. Além da vigilância e da proteção cautelar das entidades próprias, é necessário o acompanhamento do juiz das execuções so bre o exercício regular da ocupação que o liberado obt eve e as eventuais dificuldades que ele encontrar. O juiz deve fixar o prazo máximo possív el de intervalo para essas comuni cações periódicas, de modo a n ão prejudi car a relação e mpregatícia do apenado, cf. art. 26, II, LEP, e ao mesmo tempo poder fazer o acompanhamento efetivo da sua evolução. \uf0b7 A terceira e última condição de imposição obrigatória é não mudar do territóri o da comarca, sem prévia autorização judicial. O objetivo é limitar o espaço territorial do liberado, facilit ando seu acompanhamento. O que se proíbe é só a 2 transferência de residên cia, sem prévia autorização do juiz da execução da pena. Isso quer dizer que nada impe de que nos dias de folga o liberado possa ir para outras co marcas. Isso também não impede q ue ele busque me lhores condições de vida em outros lugares. Condições de imposição facultativa \uf0b7 LEP, art. 132, §2º . Poderão ainda ser impostas ao liberado condicional, entre outras obrigações, as seguintes: a) não mudar de residência sem comunicação ao Juiz e à autoridade incumbida da observação cautelar e de proteção; b) recolher-se à habitação em hora fixada; c) não frequentar determinados lugares. \uf0b7 A primeira condição é não mudar de residência sem comuni car ao juiz e às autoridades incumbidas da observação e proteção cautelar. Ela é diferente da última condição obrigatória que a gente viu. Essa aqui trata da mudança de residência dentro da própria comarca e não depen de de prévia autorização judicial. É suficiente que o liberado informe o seu novo domicílio ao juiz e aos órgãos assistenciais. \uf0b7 A segunda é recolher-se à habitação em hora fixada, que só deve ser imposta como complemento de garantia de determinados sentenciados e em relação a certos delitos. A finalidade é evitar que certos egressos fre quentem ambientes ou que e stejam em companhia de pessoas que possam f acilitar a reincidência. Essa finalidade traz para gente a terceira condição que seria a de n ão frequent ar determinados lugares. Causas de revogação do livramento condicional Causas de revogação obrigatória \uf0b7 Art. 86 - Revoga-se o livramento, se o liberado vem a ser condenado a pena privativa de liberdade, em sentença irrecorrível : \uf0b7 I - por crime cometido durante a vigência do benefício; \uf0b7 II - por crime anterior, observado o disposto no art. 84 deste Có digo. \uf0b7 A primeira delas é a conden ação irrecorrível por crime cometido durante a vigência do livramento condicional. Isso significa que não ba sta a prática de um delito, nem ainda a instauração de processo, mas sim a decisão condenatória irrecorrível. Além disso, vale destacar que é necessária a condenação à pena privativa de liberdade, ou seja, reclusão ou detenção, não valendo para as penas de multa ou restritivas de direitos. A lei não faz distinção entre crime doloso ou culposo, então isso é indiferente. \uf0b7 A segunda é a cond enação por crime cometido antes da v igência do livramento condicional. É possível que a ação penal de um crime praticado anteriormente só atinja a decisão fin al irrecorrível quando o autor já estiver em liberdade 3 condicional por outra condenação. A causa da condenação é anterior ao benefício e por isso o legislador pegou mais leve com essa hipótese, admitindo a soma de penas da nova condenação com a anterior. A soma das penas deve ser da totalidade das penas aplicadas. Causas de revogação facultativa \uf0b7 Além das causas de revogação obrigatória, o legi slador prevê hipóteses de revogação facultativa. Ocorrendo uma delas, o juiz pode, em vez de revogar, advertir o liberado ou agravar as condições do livramento. A gravidade da causa, a situação penal do liberado e as consequências do seu comportamento vão orientar o juiz em relação a decisão a tomar. \uf0b7 A primeira causa de revogação facultativa ocorre se o liberado deixar de cumpri r qualquer das obrigações constantes da sentença, ou seja, as condiç ões obrigatórias do art. 132, §1º, LEP e as facultat ivas, previstas no art. 132, §2º, LEP. \uf0b7 A segunda causa de revogação facultativa se ref ere à condenação por crime ou contravenção, a pena que não seja privativa de liberdade. Nesse caso, é indiferente que a prática do crime ou da contravenção, que deu origem à no va condenação, tenha ocorrido antes ou durante a vigência do livramento. A condenação por crime ou contravenção punidos co m pena de multa ou restritiva de direitos é causa fa cultativa de revogação, porque se presu me que se trata d e conduta de menor censurabilidade e de consequências e repercussões também menores.

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