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1 ENTREVISTAS – DEFINIÇÕES E TIPOS Definição de Entrevista Consiste em uma técnica de interação verbal entre o entrevistador e o entrevistado. Em situação de face a face, por intermédio do telefone ou Skype. Tavares (2002) ressalta que as técnicas de entrevistas favorecem a manifestação das particularidades do sujeito, permitindo assim ao profissional: Acesso amplo e profundo ao outro, a seu modo de estruturar e de se relacionar, mais do que qualquer outro método de coleta de informações. Por exemplo, a entrevista é a técnica de avaliação que pode mais facilmente se adaptar às variações individuais e de contexto, para atender as necessidade colocadas por uma grande diversidade de situações clínicas e para tornar explícitas particularidades que escapam a outros procedimentos. Por meio dela, podem-se testar limites, confrontar, contrapor e buscar esclarecimentos, exemplos e contextos para as respostas do sujeito. Esta adaptabilidade coloca a entrevista clínica em um lugar de destaque inigualável entre as técnicas de avaliação (p. 75). Segundo Bleger (1998) que a entrevista pode ser de dois tipos fundamentais: aberta e fechada. Na fechada as perguntas já estão previstas, assim como a ordem e a maneira de formulá-las, e o entrevistador não pode alterar nenhuma destas disposições. Na entrevista aberta, pelo contrário, o entrevistador tem ampla liberdade para as perguntas ou para suas intervenções, permitindo-se toda a flexibilidade necessária em cada caso particular. A entrevista fechada é, na realidade, um questionário que passa a ter uma relação estreita com a entrevista, na medida em que uma manipulação de certos princípios e regras facilita e possibilita a aplicação do questionário (p. 3). Em geral, distingue-se entre entrevistas estruturadas, não estruturadas e semi-estruturadas, em função das características do dispositivo montado para registrar a informação fornecida pelo entrevistado. Entrevistas Estruturadas Cada entrevistado responde a uma série de perguntas pré-estabelecidas dentro de um conjunto limitado de categorias de respostas. As respostas são registradas de acordo com um esquema de codificação, também pré- estabelecido. O entrevistador controla o ritmo da entrevista utilizando o guião como um script teatral que deve ser seguido de forma padronizada e sem desvios. Utiliza-se em desenhos e investigação onde se pretende obter informação quantificável de um número elevado de entrevistados, com o objetivo de estabelecer freqüências que permitam um tratamento estatístico posterior. Assim, é indispensável garantir que o contexto da entrevista e o teor das questões se mantenham inalterados em relação a todos os entrevistados. Entrevistas Não Estruturadas Perguntas abertas. A interação verbal entre entrevistador e entrevistado desenvolve-se à volta de temas ou grandes questões organizadora do discurso, sem perguntas específicas e respostas codificadas. Pode-se pretender que a informação a recolher tenha um caráter extensivo. Abrangendo um amplo leque de temas, num registro exploratório, ou, pelo contrário, desenvolver-se em profundidade, explorando de modo exaustivo uma questão ou problema específico. Regras: 1. Estabelecer e garantir uma boa relação de confiança, empatia e segurança com o entrevistado; 2. Explicar claramente o objetivo da entrevista. 3. Explicar as regras do anonimato e da confidencialidade em relação à identidade, grupo ou organização e à informação recolhida. 4. É necessário saber ouvir, isto é, não interromper a linha de pensamento do entrevistado, aceitar as pausas, e, em geral, aceitar tudo o eu é dito numa atitude de neutralidade atenta e simpática. Entrevistas Semi- Estruturadas Obedecem a um formato intermediário entre os dois anteriores. O modelo global é o da entrevista não estruturada, mas os temas tendem a ser mais específicos. Em geral, são conduzidas a partir de um guião que constitui o instrumento de gestão da entrevista semi-estruturada. A entrevista é organizada por objetivos, questões e itens ou tópicos. Cada objetivo corresponde a uma ou mais questões. Cada questão corresponde a vários itens ou tópicos que serão utilizados na gestão do discurso do entrevistado em relação a cada pergunta. 2 Tavares (2002) ainda nos sugere que o entrevistador deva ser capaz de: 1) Estar presente, no sentido de estar inteiramente disponível para o outro naquele momento, e poder ouvi-lo sem a interferência de questões pessoais; 2) Ajudar o entrevistado a se sentir à vontade e a desenvolver uma aliança de trabalho; 3) Facilitar a expressão dos motivos que levaram a pessoa a ser encaminhada ou a buscar ajuda; 4) Buscar esclarecimentos para colocações vagas ou incompletas; 5) Gentilmente, confrontar esquivas e contradições; 6) Tolerar a ansiedade relacionada aos temas evocados na entrevista; 7) Reconhecer defesas e modos de estruturação do sujeito, especialmente quando elas atuam diretamente na relação com o entrevistador (transferência); 8) Compreender seus processos contra-transferenciais; 9) Assumir a iniciativa em momentos de impasse; 10) Dominar as técnicas que utiliza. OBJETIVOS DAS ENTREVISTAS: Diagnóstica - Visa estabelecer o diagnóstico e o prognóstico do paciente, bem como as indicações terapêuticas adequadas. Faz-se necessário uma coleta de dados sobre a história do paciente e sua motivação para o tratamento. Quase sempre, a entrevista diagnóstica é parte de um processo mais amplo de avaliação clinica que inclui testagem psicológica. Psicoterápico – procura colocar em prática estratégia de intervenção psicológica nas diversas abordagens, para acompanhar o paciente, esclarecer suas dificuldades, tentando auxiliá-lo a solucionar seus problemas; De Encaminhamento – logo no início da entrevista, deve ficar claro para o entrevistado, que a mesma tem como objetivo indicar seu tratamento, e que este não será conduzido pelo entrevistador. Devem-se obter informações suficientes para se fazer uma indicação e, ao mesmo tempo, evitar que o entrevistado desenvolva um vinculo forte, uma vez que pode dificultar o processo de encaminhar; De Seleção – o entrevistador deve ter um conhecimento prévio do currículo do entrevistado, do perfil do cargo, deve fazer uma sondagem sobre as informações que o candidato tem a respeito da empresa, e destacar os aspectos mais significativos do examinando em relação à vaga pleiteada, dentre outros. De Desligamento – identifica os benefícios do tratamento por ocasião da alta do paciente, examina junto com ele os planos da pós-alta ou a necessidade de trabalhar algum problema ainda pendente. Também é utilizada com o funcionário que está deixando a empresa, e tem como o objetivo de obter um feedback sobre o ambiente de trabalho, para providenciais intervenções do psicólogo em caso, por exemplo, de alta rotatividade de demissão num determinado setor. De Pesquisa – investiga temas em áreas das mais diversas ciências, somente se realiza a partir da assinatura do entrevistado ou paciente, do documento: Termo de Consentimento Livre e Esclarecimento (TCLE) (Resolução CNS nº 196/96), no qual estará explicita a garantia ao sigilo das suas informações e identificação, e liberdade de continuar ou não o processo.
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