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ANESTESIA PEDIÁTRICA

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Glaslay Leal – Anestesia Pediátrica 
ANESTESIA 
PEDIÁTRICA 
Animais com até 6 semanas são 
considerados neonatos e apresentam grande 
imaturidade dos sistemas respiratório e 
cardiovascular. Entre 6 e 12 semanas são 
considerados pediátricos e apresentam 
melhores condições de serem submetidos a 
procedimentos anestésicos. 
CONSIDERAÇÕES FISIOLÓGICAS 
Para melhor desenvolvimento do ato 
anestésico nos animais jovens, é imprescindível 
o reconhecimento e o entendimento das 
diferenças fisiológicas que existem em relação 
aos adultos. 
SISTEMA RESPIRATÓRIO 
 Taxa de consumo é 2 a 3 vezes maior 
que nos adultos. FR igualmente 
elevada. 
 Agentes anestésicos deprimem a 
ventilação – Deve-se manter a FR 
elevada. 
 Apresentam maior risco de obstrução 
de via aérea superior e intubação 
traqueal é mais difícil (sonda sem cuff). 
 Possuem menos alvéolos 
 Os quimiorreceptores são menos 
sensíveis, de modo que apresentam 
redução na resposta aos níveis 
elevados de PaCO2 e aos níveis 
reduzidos de PaO2. 
SISTEMA CARDIOVASCULAR 
 Musculatura cardíaca menos contrátil. 
 Complacência ventricular menor e os 
barorreceptores não estão 
desenvolvidos adequadamente. 
 Inervação simpática pouco 
desenvolvida – Coração não é capaz de 
aumentar a força de contração e o DC. 
 Não são capazes de compensar grandes 
perdas de sangue – Administração de 
fluidos. 
FUNÇÕES HEPÁTICA E RENAL 
 Imaturidade hepática e renal 
contribuem para alterações na 
biotransformação e excreção. 
 Possuem um estoque mínimo de 
glicogênio hepático. 
 Não concentram urina adequadamente 
e não toleram desidratação. 
 Apresentam excreção renal de 
fármacos inadequados. 
TERMORREGULAÇÃO 
 Superfície corporal extensa. 
 Incapacidade de produzir tremores. 
 Isolamento térmico deficiente. 
 Capacidade limitada para 
vasoconstrição. 
 Imaturidade do sistema de 
termorregulação. 
 Hipotermia pode resultar em 
bradicardia e hipotensão (Prolongam a 
eliminação de fármacos). 
 Uso de soluções antissépticas, 
principalmente soluções 
alcoólicas, podem colaborar 
com a redução da 
temperatura. – Dar 
preferência por Iodo povidine. 
PROCEDIMENTO ANESTÉSICO 
CONSIDERAÇÕES ANESTÉ SICAS 
 Exames pré-anestésicos – diferenciar 
espécie e idade. 
 Jejum alimentar de 6h e hídrico de 2h. 
 Fluidoterapia recomendada é aquela 
constituída de glicose a 2,5% e solução 
salina a 0,4%, ou frutose em felinos. 
 Canulação venosa ou intraóssea. 
 
 
 Glaslay Leal – Anestesia Pediátrica 
CUIDADOS TRANS-ANESTÉSICOS 
 Não utilizar colchão térmico. 
 Colocar o equipo em banho maria. 
 Lubrificar os olhos com lágrimas 
artificiais. 
MEDICAÇÃO PRÉ-ANESTÉSICA 
 Anticolinérgicos não são eficientes em 
animais com menos de 14 dias. 
 Acima de 14 dias o DC depende da FC – 
anticolinérgicos devem ser 
considerados. 
 Normalmente não é necessário o uso 
de tranquilizantes e sedativos. 
 Fenotiazínicos podem promover 
vasodilatação, hipotensão e 
hipotermia. 
 Os opiodes não deprimem a 
contratilidade miocárdica, porém 
alguns fármacos desse grupo (fentanila 
e seus congêneres) podem 
desencadear bradicardia intensa e 
depressão respiratória. – Naloxona 
para reverter a depressão respiratória. 
 Os benzodiazepínicos são amplamente 
empregados. Quando associados ao 
Tiopental, Propofol, etomidato ou com 
cetamina os efeitos indesejáveis são 
diminuídos. – Flumazenil é o 
antagonista. 
ANESTÉSICOS INJETÁVEIS 
 Seus efeitos podem ser mais intensos 
devido a maior porcentagem de água e 
menos quantidade de proteínas. 
 Tiopental deve ser utilizado diluído. 
 Propofol – recuperação mais rápida. 
 Cetamina – não promove depressão 
respiratória significativa mas, pode 
ocorrer apneia quando administrado 
rapidamente por via IV. 
 Etomidato – pode ser utilizado na 
indução. Utilizado principalmente para 
pacientes cardiopatas. 
 A anestesia dissociativa pode ser 
empregado na contenção química, 
indução e na manutenção. 
ANESTÉSICOS INALATÓRIOS 
 Sondas de tamanho apropriado. 
 Cuidado com a intubação seletiva – 
intubação de apenas um brônquio. 
 Importante a perda completa do 
reflexo laringotraqueal. 
 Utilizar concentrações menores – 
imaturidade do SNC e efeitos residuais 
de endorfinas e progesterona materna. 
 O Sevoflurano é o mais utilizado, 
embora o Isoflurano cause menor 
depressão miocárdica e o halotano não 
é irritante para as vias aéreas quando 
utilizado por meio de máscaras. 
 Ate 7Kg circuito sem reinalação, 2 a 3 
vezes o volume-minuto (baraca). 
 Pesos maiores o circuito pode ser com 
reinalação. (Traqueias com diâmetro 
menor). 
MONITORAÇÃO 
 Continua 
 Avaliação da profundidade respiratória 
 Uso de eletrocardiograma, oximetria 
de pulso e da mensuração da PA – O 
manguito utilizado na avaliação da PA 
deve ser ao redor de 40% da 
circunferência do membro. 
CUIDADOS PERIANESTÉSICOS 
 A analgesia perioperatória em cães e 
gatos pediátricos deve ser instituída 
com critério e manejo da dose, via e 
intervalo de aplicação adequados. – Os 
opioides são agentes interessantes na 
analgesia. 
CUIDADOS PÓS-ANESTÉSICO 
 Cuidado para não desenvolver 
hipotermia. 
 Procedimentos cirúrgicos devem ser 
rápidos. 
 Deve-se oferecer alimento o mais 
rápido possível.

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