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UNIDADE II
Fundamentos da Atividade Empresarial:
Regime Jurídico da Livre Iniciativa
Empresa
Empresário
Livros Comerciais
Estabelecimento Empresarial
Nome Empresarial
Propriedade Industrial
Reforçando aula passada:
ALIENAÇÃO DE BENS IMÓVEIS DO EMPRESÁRIO CASADO: 
Art. 978. O empresário casado pode, sem necessidade de outorga conjugal, qualquer que seja o regime de bens, alienar os imóveis que integrem o patrimônio da empresa ou gravá-los de ônus real.
O empresário individual casado NÃO PRECISA DE AUTORIZAÇÃO DO CÔNJUGE para alienar/gravar de ônus real os imóveis que integrem o patrimônio DA EMPRESA, independentemente do regime de bens.
Ex. para vender casa da praia, precisa da outorga conjugal, para vender o barracão onde é o estabelecimento não precisa da outorga.
Porém, seguindo o enunciado n. 6, da I Jornada de Direito Comercial, para dar a destinação de patrimônio empresarial a um imóvel (no registro do imóvel), o cônjuge precisa autorizar.
6. O empresário individual regularmente inscrito é o destinatário da norma do art. 978 do Código Civil, que permite alienar ou gravar de ônus real o imóvel incorporado à empresa, desde que exista, se for o caso, prévio registro de autorização conjugal no Cartório de Imóveis, devendo tais requisitos constar do instrumento de alienação ou de instituição do ônus real, com a consequente averbação do ato à margem de sua inscrição no Registro Público de Empresas Mercantis.
Em suma, o empresário individual poderá alienar livremente os bens ligados à atividade (art. 978 CC). Porém, acolhe-se a cautela prevista no Enunciado 6 I JDC, o ideal é uma autorização prévia (início da atividade) permitindo a alienação de bens imóveis (autorização no RGI).
(TJPR/2004)�: O empresário casado pode alienar os imóveis integrantes do patrimônio da empresa sem necessidade do consentimento do outro cônjuge, independente do regime do casamento.
(OAB/PB-1997): Pode a mulher casada comercializar sem autorização do marido? 
Resposta: sim, o rol taxativo do art. 1627 (que prevê as hipóteses dos atos que necessitam de outorga do cônjuge) não consta a hipótese do exercício da empresa. Ademais, o art. 978 do CC preceitua que o empresário casado pode alienar os imóveis que integram o patrimônio da empresa, qualquer que seja o regime de bens.
Prestem atenção no artigo 979: Além de no Registro Civil, serão arquivados e averbados, no Registro Público de Empresas Mercantis, os pactos e declarações antenupciais do empresário, o título de doação, herança, ou legado, de bens clausulados de incomunicabilidade ou inalienabilidade.
Se os atos não forem devidamente registrados, o empresário não poderá opô-los contra terceiros.
Por derradeiro no mesmo sentido é a norma do artigo 980: A sentença que decretar ou homologar a separação judicial do empresário e o ato de reconciliação não podem ser opostos a terceiros, antes de arquivados e averbados no Registro Público de Empresas Mercantis.
(TJMS/2004)�: A sentença que decretar ou homologar a separação judicial do empresário e o ato de reconciliação não podem ser opostos a terceiros, antes de arquivados e averbados no Registro Público de Empresas Mercantis.
A empresa individual de Responsabilidade Limitada (EIRELI): 
A Lei 12.441/2011 alterou o dispositivo do artigo 980-A, e seus parágrafos, do Código Civil, criando a figura DA EMPRESA INDIVIDUAL DE RESPONSABILIDADE LIMITADA:
Art. 980-A. A empresa individual de responsabilidade limitada será constituída por uma única pessoa titular da totalidade do capital social, devidamente integralizado, que não será inferior a 100 (cem) vezes o maior salário-mínimo vigente no País. 
 § 1º O nome empresarial deverá ser formado pela inclusão da expressão "EIRELI" após a firma ou a denominação social da empresa individual de responsabilidade limitada. 
 § 2º A pessoa natural que constituir empresa individual de responsabilidade limitada somente poderá figurar em uma única empresa dessa modalidade. 
 § 3º A empresa individual de responsabilidade limitada também poderá resultar da concentração das quotas de outra modalidade societária num único sócio, independentemente das razões que motivaram tal concentração.  
§ 4º ( VETADO).  
§ 5º Poderá ser atribuída à empresa individual de responsabilidade limitada constituída para a prestação de serviços de qualquer natureza a remuneração decorrente da cessão de direitos patrimoniais de autor ou de imagem, nome, marca ou voz de que seja detentor o titular da pessoa jurídica, vinculados à atividade profissional. 
 § 6º Aplicam-se à empresa individual de responsabilidade limitada, no que couber, as regras previstas para as sociedades limitadas. 
- PERSONALIDADE JURÍDICA.
Até esta lei tínhamos somente a sociedade empresária (pessoa jurídica) e o empresário individual (pessoa física), após a lei 12.441/2011, temos a figura do empresário individual de responsabilidade limitada – IERELI, é um empresário individual, mas que constitui personalidade jurídica (artigo 44 do Código Civil):
Art. 44. São pessoas jurídicas de direito privado:
I - as associações;
II - as sociedades;
III - as fundações.
IV - as organizações religiosas; 
 V - os partidos políticos.  
VI - as empresas individuais de responsabilidade limitada. (Incluído pela Lei nº 12.441, de 2011) (Vigência
Enunciado 3 da Jornada de Direito Empresarial: A Empresa Individual de Responsabilidade Limitada – EIRELI não é sociedade unipessoal, mas um novo ente, distinto da pessoa do empresário e da sociedade empresária. 
A EXIGÊNCIA DE CAPITAL MÍNIMO:
Esse empresário individual tem uma delimitação de capital social que não será inferior a 100 (cem) vezes o maior salário-mínimo vigente no País integralizado. Na nossa legislação não existe valores de capital social previamente fixado, no caso da EIRELI tem.
ANDRÉ LUIZ SANTA CRUZ RAMOS: “Com efeito no Brasil não existe nenhuma regra legal que exija capital mínimo para a constituição de sociedades, razão pela qual é questionável a referida exigência para a constituição de EIRELI, a qual é objeto da ADI 4.637, perante o STF.”
Enunciado 4 da Jornada de Direito Empresarial: Uma vez subscrito e efetivamente integralizado, o capital da empresa individual de responsabilidade limitada não sofrerá nenhuma influência decorrente de ulteriores alterações no salário mínimo.
DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE JURÍDICA ( o veto do §4. Do artigo 980-A):
Enquanto o empresário individual tinha um conjunto de bens que respondia tanto pelas dívidas empresariais ou pessoais; as dívidas da atividade empresarial do empresário individual de responsabilidade limitada serão respondidas pelos bens da empresa, as dívidas pessoais do empresário de reponsabilidade limitada serão respondidas pelo seu patrimônio pessoal. 
Enunciado 470 da V jornada de Direito Civil: “Art.980-A. O patrimônio da empresa individual de responsabilidade limitada responderá pelas dívidas da pessoa jurídica, não se confundindo com o patrimônio da pessoa natural que a constitui, sem prejuízo da aplicação do instituto da desconsideração da personalidade jurídica”.
A desconsideração da personalidade jurídica é possível, tanto que houve o veto do § 4 do artigo 980-A, que entendia da impossibilidade de desconsideração da personalidade jurídica do empresário individual de responsabilidade limitada.
A desconsideração da personalidade jurídica é possível nas hipóteses já existentes no artigo 50 do Código Civil, nas questões do direito ambiental, consumidor e até no Direito do Trabalho em que apenas precisa demonstrar que houve obstáculo ao pagamento.
CC, Art. 50. Em caso de abuso da personalidade jurídica, caracterizado pelo desvio de finalidade, ou pela confusão patrimonial, pode o juiz decidir, a requerimento da parte, ou do Ministério Público quando lhe couber intervir no processo, que os efeitos de certas e determinadas relações de obrigações sejam estendidos aos bensparticulares dos administradores ou sócios da pessoa jurídica.
Regularidade na Atuação Empresarial
Para que o empresário se mantenha em situação de regularidade, deve arquivar seus atos constitutivos, após a devida elaboração, com observância dos critérios legais, no órgão oficial de registro das empresas mercantis, denominado Junta Comercial. 
A junta comercial é um órgão subordinado em parte ao Estado em que situa, e em parte ao Departamento de Registro de Empresa e Integração, autarquia federal de regime especial, ligada ao Sistema Nacional de Registro de Empresa (SINREM), responsável pela regulamentação das atividades de registro no País.
Para que a atividade comercial se assegure regular, algumas obrigações são impostas. Todos os empresários estão sujeitos a obrigações comuns: tanto empresário, pessoa física (individual), como sociedade empresária.
Podemos vislumbrar três obrigações principais:
Registro e averbações: arquivar atos constitutivos na Junta Comercial (órgão do registro das empresas mercantis);
Escrituração dos livros comerciais: escriturar regularmente os livros comerciais obrigatórios, além dos facultativos que porventura optem por utilizar;
Levantamento de balanços periódicos: levantar balanço patrimonial periodicamente, entendendo-se como obrigatório o levantamento, no mínimo, anual.
O descumprimento dessas obrigações não implica na desconfiguração da figura de empresário. Como regra, ser empresário é situação de fato. Haverá imposição de outro tipo de sanção, mas dentre elas não estão a descaracterização de empresário. 
Obrigação de Inscrição do Empresário no Registro Público de Empresas Mercantis, Antes do Início de sua Atividade (Art. 967 do CC)
A teor do que dispõe o artigo 967, do Código Civil, a inscrição do empresário é obrigatória, e o requerimento para que se dê tal inscrição necessita obedecer aos requisitos previstos no artigo 968 do Código Civil.
Art. 967. É obrigatória a inscrição do empresário no Registro Público de Empresas Mercantis da respectiva sede, antes do início de sua atividade.
Art. 968. A inscrição do empresário far-se-á mediante requerimento que contenha: (...)
O registro de empresa é composto de um órgão central, que orienta a atuação de outros dois órgãos de operação:
Sistema Nacional dos Registros c/as Empresas Mercantis (SINREM): é o órgão central do registro de empresa, ligado ao Ministério da Indústria, do Comércio e do Turismo. Tem em sua composição o Departamento de Registro de Empresa e Integração (DREI), autarquia federal de regime especial e as Juntas Comerciais.
Trata-se de órgão do sistema de registro de empresas SEM função executiva, isto é, ele não realiza qualquer ato de registro de empresa. 
Compete-lhe fixar diretrizes gerais para prática de atos registrários, pelas Juntas Comerciais, acompanhado a sua aplicação e corrigindo distorções.
Departamento de Registro de Empresa e Integração (DREI)– alterado pelo Decreto 8.001/2013 ( porém ainda vem sendo utilizado por alguns doutrinadores como DNRC Departamento Nacional do Registro do Comércio: é uma autarquia federal, subordinada ao Ministério do Desenvolvimento, da Indústria e do Comércio. E o órgão máximo do sistema, cabendo-lhe, dentre outras funções, supervisionar e coordenar a execução do registro de empresa, expedindo normas às Juntas Comerciais; orientar e fiscalizar as Juntas, promover ou providenciar medidas correcionais do registro de empresa; organizar e manter atualizado o cadastro nacional das empresas mercantis; solucionar dúvidas e controvérsias oriundas do registro etc. Verifica-se que não se trata de um órgão executivo (ele não promove o registro).
Juntas Comerciais: são órgãos da Administração estadual responsável pela execução do registro da empresa, além de outras atribuições legalmente estabelecidas. 
Funções + importantes: 
a) assentamento dos usos e práticas comerciais;
b) habilitação e nomeação de tradutores públicos e intérpretes comerciais;
c) expedição da carteira de exercício profissional de empresário e demais pessoas legalmente inscritas no registro de empresa.
Resumindo: São órgãos da administração estadual, cabendo-lhes a execução do registro de empresa, além de outras atribuições legalmente estabelecidas (por exemplo, o assentamento dos usos e práticas mercantis, a habilitação e nomeação de tradutores públicos e intérpretes comerciais, a expedição de carteira de exercício profissional de comerciante etc). 
Competência: DNRC (justiça federal) e Junta Comercial (justiça estadual).
(TRF5/CESPE/2009)�: As juntas comercias são órgãos federais.
3) Demais atos de registro.
Matricula: Refere-se os agentes auxiliares do comércio. 
Assim, são matriculados nas Juntas Comerciais, sob a supervisão e conforme as normas do Departamento Nacional do Registro do Comércio os leiloeiros, tradutores públicos, administradores de armazéns-gerais, trapicheiros (responsáveis por armazéns gerais de menor porte destinados à importação e exportação), entre outros. A matrícula é uma condição para que possam exercer tais atividades para comerciais.
Arquivamento: Refere-se às sociedades empresárias e aos empresários individuais, compreendendo atos de constituição, alteração de atos constitutivos e dissolução. 
Para que o contrato social produza efeitos erga omnes, deve ser arquivado na junta comercial, assim como a saída de sócio da empresa, por exemplo. 
Todo documento, para que produza efeitos "ultra partes"', deve ser arquivado. O art. 968, § 2.° determina que os quaisquer atos modificativos da inscrição do empresário sejam averbados à margem desta (a averbação é uma espécie de arquivamento).
Art. 968, § 2." A margem da inscrição, e com as mesmas formalidades, serão averbadas quaisquer modificações nela acorrentes.
Autenticação: refere-se aos instrumentos de escrituração, ou seja, aos livros comerciais.
 A autenticação é condição de regularidade dos referidos documentos. Assim, um livro comercial, deve ser levado à Junta Comercial para autenticação, e nesse ato serão fiscalizados todos os requisitos que devem ser observados na escrituração.
Observações:
A Junta Comercial, no exercício de suas funções registrais, está adstrita aos aspectos exclusivamente formais dos documentos que lhe são dirigidos. 
Não lhe compete negar a prática do ato registral senão com fundamento em vício de forma, sempre visível. E, mesmo nesta seara, sua atuação deve orientar-se pelas prescrições legais, sendo-lhe defeso exigir o atendimento de requisito formal não estabelecido no ordenamento jurídico em vigor. 
O prejudicado por ilegalidade da Junta poderá, evidentemente, socorrer-se do Judiciário.
 A propósito caso de mandado de segurança contra ato pertinente ao registro das empresas, contra o Presidente da Junta Comercial, hipótese em que o órgão estadual age por orientação do DNRC e, por essa razão, é competência da Justiça Federal. (IMPORTANTE)
Exemplo: Recurso Extraordinário 199793 – Rio Grande do Sul : 
EMENTA: Juntas Comerciais. Órgãos administrativamente subordinados ao Estado, mas tecnicamente à autoridade federal, como elementos do sistema nacional dos Serviços de Registro do Comércio. Consequente competência da Justiça Federal para o julgamento de mandado de segurança contra ato do Presidente da Junta, compreendido em sua atividade fim.
(RE 199793, Relator(a):  Min. OCTAVIO GALLOTTI, Primeira Turma, julgado em 04/04/2000, DJ 18-08-2000 PP-00093 EMENT VOL-02000-04 PP-00954)
Nos termos do artigo 24, inciso III da Constituição Federal, União, Estados e Distrito Federal possuem competência legislativa concorrente para legislar sobre Juntas Comerciais. (Necessário lembrar que no âmbito da competência concorrente a União edita normas gerais, o que não exclui a competência suplementar dos Estados).
Art. 24. Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar concorrentemente sobre:
III - juntas comerciais;
� Afirmativa correta.
� Afirmativa correta.
� Afirmativa incorreta.

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