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Resumo AV1 - Hist�ria do direito

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Semana 1
As raízes romano-germânicas do direito luso-brasileiro
Daremos início ao nosso curso buscando as raízes mais profundas do direito que você estudará nos próximos cinco anos, conhecendo o porquê de sermos vinculados a uma tradição denominada romano-germânica e o que isso representa. Neste tópico é importante observar como se estrutura o sistema jurídico português a partir dessa perspectiva romano-germânica (civil law), tendo por referência as Ordenações portuguesas (Afonsinas, Manuelinas e Filipinas).
O contexto histórico que circunstancia o fenômeno das grandes navegações
Para o estudo da história do Brasil é necessário entender que o Brasil foi "descoberto" no contexto da chamada "Era das Navegações e Descobrimentos Marítimos", já que a América e a Oceania eram totalmente desconhecidas pelos europeus da época. Foram interesses econômicos (a necessidade de acessar as mercadorias orientais, dificultada em larga escala após a tomada de Constantinopla pelos turcos-otomanos), políticos (o interesse dos reis em ampliar seus domínios), e religiosos (a busca da Igreja por novos fiéis) que estimularam as explorações marítimas nos oceanos Atlântico, Pacífico e Índico, no decorrer dos séculos XV e XVI, dando gênese ao fenômeno acima identificado como Era das Navegações e Descobrimentos.
Nessa linha há de se ressaltar o pioneirismo português enfatizando as condições políticas e técnicas que levaram aquele pequeno Reino a obter tanto êxito, projetando-se como potência europeia no decorrer dos Séculos XV (principalmente) e XVI, ao alargar seus domínios por vários continentes. 
Tordesilhas e a divisão do mundo entre Portugal e Espanha
É importante analisar o contexto histórico no qual o Tratado de Tordesilhas (que substituiu os termos da Bula Papal Inter Coetera de 1493) ao dividir o mundo entre Espanha e Portugal (o que é fortemente contestado pelas outras nações europeias), acabou por demarcar os primeiros limites da América portuguesa, ou seja, estabeleceu o território inicial do que mais adiante seria denominado Brasil.
Semana 2
A chegada dos portugueses
Neste ponto ressaltaremos o pouco interesse inicialmente despertado pelas terras brasileiras, atrelando este fato ao lucrativo comércio de Portugal com o Oriente. É de se observar que atividade extrativista foi a única explorada neste período, principalmente no que se refere ao pau-brasil, cuja madeira era tida como mercadoria valiosa em razão da tinta dela extraível. Neste período foi utilizado o sistema de escambo com os indígenas autóctones, no qual os mesmos carregavam os navios com pau-brasil e recebiam em troca mercadorias sem valor para os padrões europeus do período. 
Administração Colonial
Capitanias Hereditárias: A criação do Governo Geral
Neste ponto, teremos a oportunidade de analisar os métodos utilizados por Portugal para administrar a terras descobertas, primeiramente por intermédio do sistema de Capitanias Hereditárias. Nessa linha, é importante que entender o que é uma Capitania Hereditária, bem como os motivos que levaram à sua ineficácia. Posteriormente, indo um pouco mais adiante, é necessário que enfrentemos a temática relacionada à forma como se deu a reorganização administrativa por meio da criação do chamado ‘governo-geral’, que tinha por propósito coordenar a defesa da Colônia, explorar o sertão e auxiliar as Capitanias, que permaneciam estruturadas.
A escravidão e a economia colonial
Neste momento, teremos a oportunidade de constatar que o trabalho escravo forneceu as bases para a construção da economia colonial. Deveremos observar, no entanto, que embora tenham sido os escravos negros os pés e as mãos da produção da riqueza no Brasil Colônia, a eles não foi concedida qualquer possibilidade de participação no resultado econômico, bem como qualquer voz no plano político. Como consequência restou-lhes o exercício de papel social de subalternidade associado à pobreza material e ao analfabetismo, em um contexto em que foram tidos como propriedade e não como pessoas. Este tema voltará a ser abordado de forma complementar na Aula 6, quando analisarmos as leis abolicionistas e suas circunstâncias históricas.  
Carta de doação, Forais e Sesmarias
Analisaremos alguns institutos jurídicos portugueses que tiveram elevada importância na implantação do sistema de Capitanias Hereditárias e no próprio processo de organização político-jurídico da Colônia: a Carta de Doação (como documento da Coroa Portuguesa pelo qual fazia a concessão de uma capitania a um capitão donatário), a Carta Foral (que fixava os direitos e deveres do capitão donatário e formava a base do estabelecimento das vilas e das cidades) e a Sesmaria (que normatizava a distribuição de terras destinadas à produção, já que o Estado, recém-formado e sem capacidade para organizar a produção de alimentos, decidia legar a particulares, ou seja, ao capitão donatário, essa função). 
a) O que foi e o que representou o fenômeno das Grandes Navegações? É possível relacionar o descobrimento do Brasil com este fenômeno?
As Grandes Navegações representaram a integração do comércio naquela época. O Estado que tinha a tecnologia da navegação poderia comprar produtos de países longínquos, revendê-los e, claro, vender os seus produtos em novos mercados. O descobrimento do Brasil ocorreu neste contexto de abertura de novos mercados. Portugal tentava descobrir um novo caminho para as Índias, para baratear seus custos e descobrir novas terras. E como o Estado português, que era a maior potência da época, mapeara os caminhos possíveis, conclui-se que o Brasil não foi descoberto por acaso, mas era tanto uma nova fonte de matéria prima a ser explorada, quanto um possível mercado para Portugal.
O patrimonialismo é a característica de um Estado que não possui distinções entre os limites do público e os limites do privado. Foi comum em praticamente todos os absolutismos. No Brasil, o patrimonialismo fora implantado pelo Estado colonial português, quando o processo de concessão de títulos, de terras e poderes quase absolutos aos senhores de terra legou à posteridade uma prática político-administrativa em que o público e o privado não se distingue perante as autoridades.
Semana 3
Mineração: a "Era do ouro".
Embora a descoberta de ouro desde sempre tivesse sido um objetivo de Portugal, a Chamada Era do Ouro acabou por ser uma consequência indireta da crise vivenciada pela economia açucareira brasileira. A prosperidade dos engenhos açucareiros nas colônias holandesas, francesas e inglesas da América Central levaram à crise do sistema açucareiro brasileiro e, isso alterou bastante o panorama do processo colonizador e, por consequência do panorama sócio-econômico da colônia, conforme será analisado no decorrer da aula. Porém, já adiantamos algumas dessas mudanças: 
o enorme crescimento demográfico do país, principalmente nas regiões auríferas;
o estabelecimento de um comércio/mercado interno, uma vez que os produtos produzidos na colônia não eram mais apenas para exportação como ocorria com o açúcar e o tabaco do nordeste, mas também para suprir as necessidades dos novos habitantes;
o desenvolvimento de uma classe média composta por artesãos, artistas, poetas e intelectuais que contribuíram para o grande desenvolvimento cultural do Brasil naquela época.
A questão dos impostos (abusivos) cobrados pela Metrópole no âmbito da produção aurífera que, se por um lado equilibra as combalidas finanças portuguesas, por outro lado, propiciará inúmeros conflitos entre metrópole e colônia.
Os movimentos de rebelião
Alguns movimentos evidenciaram a existência de fissuras na relação colônia/metrópole, principalmente a partir do final do Século XVII. Essas rebeliões eram geralmente motivadas por questões de ordem econômica, mas expressavam um descontentamento da população da colônia em razão do excessivo controle da metrópole sobre as províncias coloniais.
Nessa linha, encontram-se a Revolta de Beckman (1684) no Maranhão, a Guerra dos Emboabas (1708) em Pernambuco; Guerrados Mascates (1707) em Pernambuco, Revolta de Felipe dos Santos (1720) em Vila Rica, mas principalmente, e com maior destaque, pela importância que tiveram, a Conjuração Mineira de 1789 e a Conjuração Baiana de 1798 (também conhecida como Conjuração dos Alfaiates).
Em todos esses movimentos explicita-se a crise na relação entre colônia e metrópole e um crescente sentimento de identificação e pertencimento dos habitantes com seus núcleos coloniais.
A transferência da corte portuguesa para as Américas, ou o início do processo de “interiorização da metrópole”?
A chegada da Corte portuguesa ao Brasil, no contexto de disputa pela hegemonia europeia entre a França napoleônica e a Inglaterra, gerou consequências incontornáveis no status da colônia. A instalação da Corte no Rio de Janeiro teve por consequência imediata a abertura dos portos às nações amigas, o que significou a quebra do pacto colonial, que sobrevivera por mais de 300 anos. Além disso, as muitas realizações promovidas por D. João (criação do Banco do Brasil, Jardim Botânico, Teatro Real, Imprensa Régia, Escola Médica, etc.) foram configurando um novo perfil à antiga cidade colonial, que buscava, assim, o status de cidade imperial.
Semana 4
De Reino Unido a Império do Brasil 
Em 1815, com a chegada da Corte ao país, a importância do Brasil é reforçada com sua elevação à condição de Reino Unido de Portugal e Algarves. Este ato tornava clara a intenção da monarquia portuguesa, por razões econômicas e políticas, de dar continuidade ao projeto de permanência da Corte no Brasil, apesar de superada a crise em Portugal, com a expulsão dos franceses dos domínios territoriais metropolitanos.
A Revolução constitucionalista-liberal do Porto e sua repercussão no Brasil 
Vale destacar como o movimento liberal-constitucionalista que atinge a Europa, tem influência direta no processo histórico brasileiro, principalmente a partir da Revolução constitucionalista do Porto. Deve-se entender o fenômeno não apenas a partir da questão ideológica (que, certamente, nos atingiu), mas também o efeito fático que se refere à pressão dos revolucionários para que se desse o retorno da Corte a Portugal, o que desencadeou o processo de rompimento dos laços políticos entre Portugal e a futura ex-colônia. 
A Independência e o processo constituinte
A separação política era uma possibilidade levada em consideração pela dinastia Bragança como forma de não perder o controle sobre o Brasil. Com a concretização do processo de independência, em plena era da emergência do paradigma constitucionalista, fez-se necessária a elaboração de uma constituição, que expressasse as condições de modernidade almejada pelas elites brasileiras.
Nestas circunstâncias devem ser ressaltados dois pontos importantes:
a relação entre a dissolução da Assembleia Nacional Constituinte e as pretensões absolutistas de D. Pedro I; e
o pouco apreço por parte elites políticas brasileiras por um verdadeiro projeto liberal, já que a Assembleia Nacional Constituinte previra no anteprojeto (conhecido como ‘Constituição da Mandioca’) não só o voto censitário por renda, mas também a manutenção da escravidão. 
A Constituição de 1824 e suas repercussões 
As principais características que identificam a Constituição brasileira de 1824 são:
adoção de um regime político monárquico;
divisão em quatro poderes: executivo, legislativo, judiciário e moderador, sendo este último determinante para a instauração de um regime semiabsolutista;
voto censitário baseado na renda, o que auxiliava na manutenção dos interesses da aristocracia; 
estabelecimento do Catolicismo como religião oficial do Brasil, sendo a Igreja subordinada ao Estado
instituição de um rol de garantias e direitos individuais que, do ponto de vista textual, adequava-se à modernidade propagada pelas elites europeias. 
O Código Penal de 1830 e O Código de Processo Criminal de 1832
As características presentes nas regras do Código Criminal de 1830, que representaram um grande avanço em relação às violentas e extemporâneas regras estabelecidas pelas Ordenações Filipinas.
Nesta linha, importa ressaltar:
a ideia de proporcionalidade entre o crime e a pena;
a impossibilidade da pena ultrapassar a pessoa do infrator;
a humanização da pena de morte, sem a tortura;
a proibição das penas cruéis, sem enforcamentos e decapitações, embora ainda tenham persistido algumas penas previstas pelas Ordenações Filipinas. 
Já no que se refere ao primeiro Código Processual Penal brasileiro de 1832, foi  o mesmo, seguindo a linha do Código Penal, considerado liberal para a época, oferecendo muitas garantias de defesa aos acusados e valorizando o juiz, conferindo-lhe funções importantes.
a) É possível se falar em independência dos poderes na Carta de 1824?  Por quê?
Não, pois os juízes eram escolhidos pelo imperador. Logo, as decisões do judiciário não são completamente independentes. Além disso, o Poder Moderador estava acima de todos os outros.
b) Como dispositivos constitucionais da Carta de 1824 acabaram por referendar aspectos de um continuísmo absolutista típico do período pré-constitucional?
Através da consagração do modelo de monarquia unitarista, na qual o imperador nomeia os presidentes da província, além de um sistema eleitoral indireto e censitário, que excluía uma grande parcela da população do direito a voto e a divisão dos poderes, onde o Poder Moderador estaria acima dos três poderes.
c) No âmbito penal, é possível afirmar que os Códigos Penal de 1830 e Processual Penal de 1832 encontram bases na Constituição de 1824? Explique.
A Constituição de 1824 deu nova feição à Justiça Brasileira, elevando-a a um dos Poderes do Estado. Com a promulgação do Código Criminal, de 1830, foi instituído, para o julgamento dos crimes em geral, o Conselho do Júri (ou Juízo de Jurados), inspirado no modelo inglês. 
Semana 5
A Crise do Primeiro Reinado e a abdicação de D. Pedro I
Neste ponto, cabe apresentar os motivos pelos quais o Primeiro Reinado foi, paulatinamente, se enfraquecendo até o momento da abdicação de Pedro I, enfatizando três motivos principais: 
o autoritarismo de que era acusado o monarca;
o suposto privilégio que o mesmo estaria concedendo aos interesses portugueses em detrimento do interesses  "brasileiros"; 
a crise econômica por que passava o país, em razão dos gastos com guerras (especialmente, Cisplatina e a repressão à Confederação do Equador). 
O Governo Regencial e a crise do período
Em um primeiro momento, nos termos do art. 123 da Constituição de 1824 (regulada pela Lei de 14 de junho de 1831), foi estabelecida uma regência trina para governar o país. De toda sorte, a crise se instalou em razão das diversas direções tomadas pelas elites políticas em razão da crise gerada pela abdicação de D. Pedro I. Três facções se destacam:
os Restauradores, que defendiam a volta de D. Pedro I ao poder;
os Moderados (Chimangos), que desejavam manter o processo eletivo pela via do voto censitário e continuação da Monarquia; e
os Exaltados (Farroupilhas), que almejavam reformas para melhorar a vida dos mais necessitados e voto universal. 
Uma consequência direta da abdicação foi a descentralização do poder, antes fortemente concentrado nas mãos do monarca (por força do poder Moderador), inclusive com a criação da chamada Guarda Nacional, instituição que daria origem a um fenômeno posteriormente denominado ?coronelismo? e que, a partir de então, teria profunda importância no processo sócio-político brasileiro.
 
O Ato Adicional de 1834 e a alteração no Texto Constitucional 
A única reforma formal da Constituição de 1824 foi aquela promovida pelo Ato Adicional de 1834 que institucionalizou, de forma mais aprofundada, o processo de descentralização do Poder, havendo quem considerasse que o Estado unitário do Império somente não teria se transformado em uma forma de Estado plenamente federal pelo fato dos presidentes de províncias terem continuado a ser indicados pelo Poder central. De qualquer forma, este éum dos marcos jurídicos fundamentais do período.
As revoltas do período regencial 
Houve um surto de revoltas como consequência do baixo reconhecimento de autoridade dos governos regenciais. Assim, cabe analisar os motivos que levaram a uma série de rebeliões localizadas, como a Cabanagem, no Grão-Pará, a Balaiada no Maranhão, a Malês e a  Sabinada na Bahia e a Guerra dos Farrapos, no Rio Grande do Sul que mostravam descontentamento com a forma de governo do poder central (deixando de reconhecer sua legitimidade), mas também causadas pelas tensões sociais latentes da nação recém-independente, gerando a necessidade de se construir um arranjo político que garantisse aos grupos a preservação de seus interesses.
a) Partindo-se de uma premissa que você já deve ter percebido, ou seja, de que o exercício do poder é sempre mais suave quando aquele que o exerce transmite autoridade aos que a ele devem se submeter, que soluções são colocadas em prática pelos governos regenciais com vistas a viabilizar o exercício do governo sem a presença de um "imperador"? 
Descentralização do Poder, garantindo maior autonomia às regiões, criação da Guarda Nacional, a qual dava aos latifundiários o título de Coronel e assim detinham o poder coercitivo sobre suas terras e escravos.
b) O Ato Adicional de 1834 permitiu maior autonomia às províncias? Pode-se dizer que, com o este Ato Adicional o Brasil teve uma experiência Federativa no Império?
Não é possível afirmar a experiência Federativa no Império, porém, o Ato Adicional trouxe, sim, maior autonomia às províncias.
c) Como é possível relacionar o surgimento da chamada "Guarda Nacional" com o contexto histórico deste período regencial?
Em um contexto de muitas revoltas em todo o território nacional, foi preciso distribuir o Poder de polícia aos latifundiários e donos de escravo, o que, de certa forma, controlou as revoltas. Porém, como o poder político também estava descentralizado, o Poder Central perdeu boa parte do controle, o que levou o retorno do poder centralizado.
Semana 6
A maioridade de D. Pedro II e a estabilização do processo político
Neste ponto será analisado o processo de declaração da maioridade de Pedro II (o chamado "Golpe da Maioridade") como decorrência da necessidade política de se restaurar a confiança e a legitimidade do  poder, procurando dar fim às disputas políticas que abalavam o Brasil (principalmente em razão das revoltas pelo país) mediante sua autoridade e carisma.  No plano político, o Segundo Reinado se caracterizou pelo compartilhamento do poder entre liberais e conservadores, sendo que o Imperador, blindado pelos direitos a ele concedidos pelo Poder Moderador, surgia como "intermediário imparcial" destas disputas políticas, gerando um clima de estabilidade, antes desconhecido. 
O Código Comercial e a Lei de Terras: em busca da modernização 
Esses dois diplomas normativos, de grande importância no período, passaram a ter vigência no ano de 1850, no contexto de busca por uma modernização do quadro jurídico-econômico e jurídico social brasileiro. No que se refere ao Código Comercial de 1850, a sua longevidade foi grande e mesmo tendo grande parte de suas regras revogadas pelo Código Civil de 2002, ainda hoje se mantém vigente no que se refere a matérias concernentes ao direito marítimo. Já no que se refere à Lei de Terras, foi a primeira iniciativa no sentido de organizar a propriedade privada no Brasil. Até então, não havia nenhum documento que regulamentasse a posse de terras e com as modificações sociais e econômicas pelas quais passava o país (chegada de imigrantes e temor da extinção da escravatura) os grandes proprietários pressionaram pela sua elaboração de forma a manter a estrutura latifundiária vigente.
O Escravagismo e as Leis Abolicionistas 
Ao longo do Século XIX a legislação escravista no Brasil sofreu inúmeras mudanças como consequência das pressões internacionais e dos movimentos sociais abolicionistas. A primeira alteração relevante na legislação ocorreu em 1850, quando foi decretada a Lei Eusébio de Queirós, que diferentemente daquela de 1831 (tratada na Aula 5), realmente visava a extinção do tráfico negreiro no país, como resposta às constantes pressões e ameaças da Inglaterra, nação que estava determinada a acabar com o tráfico negreiro. 
Em 1871, foi decretada a Lei Visconde do Rio Branco, conhecida também como a Lei do Ventre Livre. Estabelecia esta, que a partir de 1871 todos os filhos de escravos seriam considerados livres. Também outra Lei bastante importante no período seria a ?Lei dos Sexagenários?, de 1885, a qual concedia liberdade aos escravos com idade igual ou superior a 65 anos. Porém, mecanismos presentes nestas duas leis demonstravam que os escravocratas manobravam de forma eficiente no sentido de  adiar ao máximo a abolição. Por isso, foi necessário um documento autônomo, específico (Lei Áurea de 1888) que pusesse fim ao violento e desumano sistema escravocrata.
A crise e o fim do Império do Brasil (1870-1889)
A crise do Império, no Brasil, foi marcada por um conjunto de crises parciais e localizadas, que acabaram por favorecer a Proclamação da República. Em geral, podemos considerar as seguintes: a propagação das ideias republicanas; a crise entre Igreja e Estado (Questão Religiosa), que determinou o não engajamento da primeira na defesa do Império no momento em que se deu o movimento republicano; a abolição da escravidão, que tirou o apoio dos senhores de escravos ao regime imperial, principalmente por não terem recebido as indenizações do governo, a que achavam fazer jus; a chamada Questão Militar, que representou uma série de conflitos entre oficiais do Exército Brasileiro e a monarquia, no período 1884 e 1887 e que acarretou no fortalecimento da campanha republicana entre os militares. 
b) Há quem afirme que a Lei do Ventre Livre e a Lei dos Sexagenários  foram concebidas  de forma estratégicas para a manutenção da escravidão. Explique essa afirmação, fundamentando-se em dispositivos das próprias Leis.   
Ambas as leis traziam requisitos aos quais os escravos dificilmente conseguiriam obter. Por exemplo, na Lei do Ventre Livre, o escravo deveria trabalhar até os 21 anos e depois pagar ao seu senhor uma indenização. Já na lei dos sexagenários, o negro seria libertado após os 65 anos. Em um contexto em que a expectativa de vida era de 45 anos, era quase impossível o escravo chegar até a idade de libertação.
c) É possível correlacionar a abolição da escravatura com a crise vivenciada pelo Segundo Reinado que levou a queda da Monarquia no Brasil? Justifique sua resposta.
Sim, os donos de escravos, insatisfeitos com a falta de indenizações pela perda de seu “produto”, já não estavam satisfeitos com o regime monárquico. Com isso, foram articuladores, juntamente com a elite brasileira, da mudança do regime político para a República.
Semana 7
A República da Espada: do Governo Provisório ao governo do Marechal Floriano 
A República da Espada, ocorrida entre os anos de 1889 a 1894, foi por muitos considerado o primeiro período ditatorial ocorrido no Brasil. Durante este período, o Brasil foi governado pelos Marechais Deodoro da Fonseca e Floriano Peixoto. Os levantes populares e a repressão a focos de resistência à República, composto por simpatizantes do Imperador Dom Pedro II, foram reprimidos, consolidando a República proclamada em 1889. O período consagra a concepção de um regime republicano centralizador, o que delineava um quadro contrário à vontade das  oligarquias rurais e dos grandes cafeicultores paulistas, que pregavam a implantação de um regime republicano descentralizado. 
O Código Penal de 1890
Com a abolição da escravidão em 1888, tornou-se incontestável para as elites do período, a necessidade de adaptação das leis vigentes. Isso fica claro com, por exemplo, a proibição da prática de capoeira em espaços públicos pelo Código Penal de 1890, o segundo Código Penal no Brasil, o primeiro da República, que viria a substituir o de 1830. O novotexto, elaborado às pressas, com pouca discussão e reflexão, foi criticado por sua por sua falta de técnica, tendo, por isso sofrido interferência de inúmeras leis modificativas, até sua efetiva derrocada, em 14 de dezembro de 1932 (embora só fossemos ter um novo Código em 1940).
A primeira Constituição Republicana de 1891 
Analisemos a Constituição de 1891 - inspirada na Constituição norte-americana de 1787 - e as consequências geradas pela mesma, a partir de seus principais traços, tais como:
adoção da forma republicana de governo (República Federativa, sob a denominação de República dos Estados Unidos do Brasil);
previsão da existência de três poderes independentes e harmônicos entre si (com supressão do Poder Moderador, típico traço do Império);
eleição para escolha do Presidente da República e dos membros do poder Legislativo por meio do sufrágio direto, universal masculino (mas com voto aberto, propiciador do voto de cabresto)  e proibição de voto aos analfabetos, menores de 21 anos, mulheres, monges regulares, praças das Forças Armadas e mendigos;
Igreja separada do estado, extinguindo-se o Padroado;
amplíssima autonomia para os estados (federalismo forte);
previsão de controle da constitucionalidade dos atos normativos pelo Poder Judiciário.
a) Analisando algumas características da Constituição de 1891, tais como: Unidade Federativa, Sistema Presidencialista, divisão de poderes, separação entre Estado/Igreja Católica e casamento civil, é possível correlacionar estas posições assumidas pelo Estado brasileiro com o modelo de organização política adotado pelos Estados Unidos?
Sim, a maior parte da Constituição brasileira foi inspirada na norte-americana. Entre as diferenças, pode-se destacar a competência legislativa exclusiva da União para legislar determinados assuntos, como Direito Penal e Processual, suprimindo-se dos Estados tais competências, como é nos Estados Unidos.
b) O regime do Padroado foi mantido pela Constituição de 1891? Justifique.
Não, o Brasil viveu sob o regime do padroado até a Proclamação da República, que tornou o país oficialmente laico. 
c) Que razões teriam levado o governo republicano a produzir o Código Penal  mesmo antes de organizar o Estado republicano por meio de uma constituição?
O controle social dos pobres e dos negros, que haviam saído da escravidão dois anos antes da publicação do Novo Código Penal.

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