73416ResumoProcesso do TrabalhoAula 33

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DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO 
O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula 
ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros 
doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais. 
 
 
 
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Sumário 
 
1. DOS PROCEDIMENTOS ESPECIAIS ......................................................................................... 2 
1.1 Mandado de segurança ................................................................................................. 2 
1.1.1 Cabimento ............................................................................................................. 2 
1.1.2 Ato ilegal ou abuso de poder ................................................................................ 3 
1.1.3 Direito líquido e certo ........................................................................................... 3 
1.1.4 Prazo para impetração – decadencial ................................................................... 3 
1.1.5 Prazo para pedido de reconsideração ................................................................... 3 
1.1.6 Requisitos para o mandado de segurança ............................................................ 4 
1.1.7 Recurso da decisão que denega o MS ................................................................... 4 
1.2. Ação Rescisória ................................................................................................................... 5 
1.2.1 Definição ...................................................................................................................... 5 
1.2.2 Fundamento legal ......................................................................................................... 6 
1.2.3 Competência ................................................................................................................ 6 
1.2.4 Legitimidade ................................................................................................................. 7 
1.2.5 Pressupostos ................................................................................................................ 8 
1.2.6 Prazo para ajuizamento ................................................................................................ 8 
1.2.7 Hipótese de admissibilidade ........................................................................................ 8 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO 
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1. DOS PROCEDIMENTOS ESPECIAIS 
 
1.1 Mandado de segurança 
 
1.1.1 Cabimento 
 
Vamos continuar o estudo dos procedimentos especiais, analisando o 
mandado de segurança e o seu cabimento. 
Não caberá mandado de segurança: 
 
Súmula 266, STF: Não cabe mandado de segurança contra lei em 
tese. 
 
Súmula 267, STF: Não cabe mandado de segurança contra ato judicial 
passível de recurso ou correição. 
 
Súmula 33, TST: Não cabe mandado de segurança de decisão judicial 
transitada em julgado. 
 
Se esgotadas as vias recursais existentes – OJ 99 da SDI-II do TST cabe Mandado 
de Segurança, mas se não forem esgotadas, não cabe. 
 
Orientação Jurisprudencial 99/TST-SDI-II - 26/10/2016. Mandado de 
segurança. Coisa julgada. Esgotamento de todas as vias processuais 
disponíveis. Trânsito em julgado formal. Descabimento do CPC, art. 
467. Lei 1.533/51, art. 1º. 
Esgotadas as vias recursais existentes, não cabe mandado de 
segurança. 
Súmula mantida pelo Pleno do TST (Res. 137, de 04/08/2005 - DJ 22, 
23 e 24/08/2005). 
Inserido em 27/09/2002. 
MANDADO DE SEGURANÇA. EXISTÊNCIA DE RECURSO 
PRÓPRIO (inserida em 27.05.2002) 
Não cabe mandado de segurança contra decisão judicial passível de 
reforma mediante recurso próprio, ainda que com efeito diferido. 
 
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Também não caberá MS em se tratando de antecipação da tutela 
concedida na sentença por ser impugnável mediante recurso ordinário. A 
ação cautelar é o meio próprio para se obter efeito suspensivo ao recurso. 
(Súmula 414, I, do TST). 
 
Não caberá também para impugnar despacho que acolheu ou indeferiu 
liminar em outro MS (OJ 140 SDI – II, TST). 
 
Quando ajuizados embargos de terceiro nos termos do art. 674, CPC para 
pleitear a desconstituição de mandado de penhora, e o mandado de 
segurança tiver a mesma finalidade (OJ 54, SDI –II, TST). 
 
Contra sentença homologatória de adjudicação, uma vez que existe meio 
próprio para impugnar o ato judicial, consistente nos embargos à 
adjudicação (OJ 66 SDI- II, do TST). 
 
 
1.1.2 Ato ilegal ou abuso de poder 
 
a) Excesso de poder (vício de competência) 
b) Desvio de poder na realização do ato capaz de ameaçar ou lesar direito 
subjetivo do impetrante. 
 
1.1.3 Direito líquido e certo 
 
Não tem necessidade de dilação probatória (fatos comprovados de plano). Ou 
seja, ele é vinculado à própria ilegalidade ou abusividade do ato praticado. 
 
1.1.4 Prazo para impetração – decadencial 
 
Lei 12.016/09: 
Art. 23. O direito de requerer mandado de segurança extinguir-se-á 
decorridos 120 (cento e vinte) dias, contados da ciência, pelo 
interessado, do ato impugnado. 
 
 
1.1.5 Prazo para pedido de reconsideração 
Consoante a Súmula 430, do STF, o pedido de reconsideração na via 
administrativa não interrompe o prazo para o mandado de segurança. 
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1.1.6 Requisitos para o mandado de segurança 
 
Na petição inicial, será necessário seguir os requisitos do artigo 319, do CPC. 
 
Além disso, a autoridade coautora precisa prestar as informações no prazo de 10 
dias. 
E caso o Ministério Público participe do MS deverá emitir o parecer em um prazo 
de 10 dias. Por sua vez, a decisão do mandado de segurança deverá observar o prazo de 30 
dias, conforme art. 12, da Lei 12.016/09. 
 
Considerando que o processo do trabalho permite o iuspostulandi, questiona-se 
acerca da possibilidade para impetrar MS. Entretanto, a resposta é negativa; ou seja, não será 
permitido. 
Lembrar que os honorários de advogado também não se aplicam neste caso. O 
que o advogado pode fazer é cobrar, de forma particular, para impetrar o MS. 
 
Poderá haver litigância de má-fé? Sim, pode ser aplicada para qualquer uma das 
partes. 
 
1.1.7 Recurso da decisão que denega o MS 
 
 Recurso ordinário para o TRT, se for sentença proferida na Vara do 
Trabalho. 
 
 Recurso ordinário para o TST, se for acordão proferido pelo TRT. 
(Súmula 201, TST). 
 
 Agravo Regimental para Turma ou Seção do Tribunal – decisão 
proferida monocraticamente pelo relator. 
 
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www.cursoenfase.com.br Recurso ordinário para o STF, se for denegado acordão de 
competência originária do TST. 
 
 Recurso extraordinário para o STF, quando o acórdão de 
competência originária do TST que concede a segurança. 
 
Questão de concurso. Ano: 2010. Banca: FCC. TRT – 22ª Região. Analista. 
 
O mandado de segurança 
a) não pode ser indeferido de plano tendo em vista a obrigatoriedade do recebimento das 
informações da autoridade coatora. 
(art. 10, Lei 12.016/09) 
b) é cabível em face de decisão judicial passível de correição. 
(art. 5º, Lei 12.016/09) 
c) não é cabível em face de decisão judicial transitada em julgado. 
(art. 5º, Lei 12.016/09) 
d) não é cabível em face da tutela antecipada concedida antes da sentença, 
independentemente do objeto da ação. 
(Súmula 414, II) 
e) não é cabível somente em face da tutela antecipada concedida antes da sentença que defere 
reintegração no emprego. 
(OJ 63, SDI –II). 
 
1.2. Ação Rescisória 
 
1.2.1 Definição 
 
Ação destinada a desconstituir decisões judiciais. 
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Pergunta-se: É qualquer tipo de decisão judicial? Não, é aquela que tenha 
gerado, como regra, coisa julgada material. Ou seja, tem natureza jurídica de ação 
constitutiva e também negativa. 
 
1.2.2 Fundamento legal 
Art. 836 CLT. É vedado aos órgãos da Justiça do Trabalho conhecer de 
questões já decididas, excetuados os casos expressamente previstos 
neste Título e a ação rescisória, que será admitida na forma do 
disposto no Capítulo IV do Título IX da Lei no 5.869, de 11 de janeiro 
de 1973 – Código de Processo Civil, sujeita ao depósito prévio de 20% 
(vinte por cento) do valor da causa, salvo prova de miserabilidade 
jurídica do autor. 
 
No atual CPC, a matéria está regulada nos artigos 966 a 975. 
 
 
1.2.3 Competência 
 
A competência da ação rescisória será sempre do Tribunal, pois se trata de 
competência funcional, ou seja, em razão da função. Dessa forma, jamais será ajuizada 
na Vara do Trabalho. 
Lembrar que a competência é funcional e a natureza é absoluta. 
 
TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO (TRT) TRIBUNAL SUPERIOR DO TRABALHO 
(TST) 
COMPETÊNCIA PARA RESCINDIR SEUS 
PRÓPRIOS JULGAMENTOS 
COMPETÊNCIA PARA RESCINDIR SEUS 
PRÓPRIOS JULGAMENTOS 
COMPETÊNCIA PARA RESCINDIR AS 
DECISÕES PROFERIDAS PELAS VARAS 
DO TRABALHO A ELE VINCULADAS 
 
 
Súmula nº 192 do TST 
AÇÃO RESCISÓRIA. COMPETÊNCIA (atualizada em decorrência do 
CPC de 2015) - Res. 212/2016, DEJT divulgado em 20, 21 e 
22.09.2016 
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I - Se não houver o conhecimento de recurso de revista ou de 
embargos, a competência para julgar ação que vise a rescindir a 
decisão de mérito é do Tribunal Regional do Trabalho, ressalvado o 
disposto no item II. 
II - Acórdão rescindendo do Tribunal Superior do Trabalho que não 
conhece de recurso de embargos ou de revista, analisando arguição 
de violação de dispositivo de lei material ou decidindo em 
consonância com súmula de direito material ou com iterativa, notória 
e atual jurisprudência de direito material da Seção de Dissídios 
Individuais (Súmula nº 333), examina o mérito da causa, cabendo 
ação rescisória da competência do Tribunal Superior do Trabalho. (ex-
Súmula nº 192 – alterada pela Res. 121/2003, DJ 21.11.2003) 
III – Sob a égide do art. 512 do CPC de 1973, é juridicamente 
impossível o pedido explícito de desconstituição de sentença quando 
substituída por acórdão do Tribunal Regional ou superveniente 
sentença homologatória de acordo que puser fim ao litígio. 
IV – Na vigência do CPC de 1973, é manifesta a impossibilidade 
jurídica do pedido de rescisão de julgado proferido em agravo de 
instrumento que, limitando-se a aferir o eventual desacerto do juízo 
negativo de admissibilidade do recurso de revista, não substitui o 
acórdão regional, na forma do art. 512 do CPC. (ex-OJ nº 105 da SBDI-
2 - DJ 29.04.2003) 
V- A decisão proferida pela SBDI, em agravo regimental, calcada na 
Súmula nº 333, substitui acórdão de Turma do TST, porque emite 
juízo de mérito, comportando, em tese, o corte rescisório. (ex-OJ nº 
133 da SBDI-2 - DJ 04.05.2004). 
 
Resumo da súmula 192, do TST: o TST entende que se deve buscar a decisão de mérito 
para delimitar a competência da ação rescisória, pois essa competência está sujeita à 
rescindibilidade. 
 
 
1.2.4 Legitimidade 
 
Art. 967. Têm legitimidade para propor a ação rescisória: 
I - quem foi parte no processo ou o seu sucessor a título 
universal ou singular; 
II - o terceiro juridicamente interessado; 
III - o Ministério Público: 
a) se não foi ouvido no processo em que lhe era obrigatória a 
intervenção; 
b) quando a decisão rescindenda é o efeito de simulação ou de 
colusão das partes, a fim de fraudar a lei; 
c) em outros casos em que se imponha sua atuação; 
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IV - aquele que não foi ouvido no processo em que lhe era 
obrigatória a intervenção. Parágrafo único. Nas hipóteses do 
art. 178, o Ministério Público será intimado para intervir como 
fiscal da ordem jurídica quando não for parte. 
 
Polo ativo: facultativo. 
 Facultativo porque a aglutinação dos autores se faz por 
conveniência e não pela natureza. Não se pode condicionar o 
exercício do direito individual de um dos litigantes à anuência dos 
demais para ajuizar a ação. 
 
Polo passivo: necessário. 
 Supõe uma comunidade de direitos e obrigações e, nesse caso, o 
litisconsórcio é necessário ante a indivisibilidade do objeto. 
 
 
1.2.5 Pressupostos 
- Trânsito em julgado 
 A ocorrência do trânsito em julgado pode advir de uma decisão que 
pode ser de mérito ou destituída de mérito, desde que impeça nova 
propositura de demanda ou a admissibilidade do recurso 
correspondente. 
 
1.2.6 Prazo para ajuizamento 
 
Segundo o art. 975, do CPC, o prazo é de dois anos do trânsito em julgado da 
última decisão proferida no processo. 
 
 
1.2.7 Hipótese de admissibilidade 
 
A ação rescisória será admitida nas hipóteses elencadas no art. 966, do CPC: 
 
Art. 966 CPC. A decisão de mérito, transitada em julgado, pode 
ser rescindida quando: 
I - se verificar que foi proferida por força de prevaricação, 
concussão ou corrupção do juiz; 
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II - for proferida por juiz impedido ou por juízo absolutamente 
incompetente; 
III - resultar de dolo ou coação da parte vencedora em 
detrimento da parte vencida ou, ainda, de simulação ou colusão 
entre as partes, a fim de fraudar a lei; 
IV - ofender a coisa julgada; 
V - violar manifestamente norma jurídica; 
VI - for fundada em prova cuja falsidade tenha sido apurada em 
processo criminal ou venhaa ser demonstrada na própria ação 
rescisória; 
VII - obtiver o autor, posteriormente ao trânsito em julgado, 
prova nova cuja existência ignorava ou de que não pôde fazer 
uso, capaz, por si só, de lhe assegurar pronunciamento 
favorável; 
VIII - for fundada em erro de fato verificável do exame dos 
autos. 
 
Art. 975 CPC. O direito à rescisão se extingue em 2 (dois) anos 
contados do trânsito em julgado da última decisão proferida no 
processo. 
§ 1o Prorroga-se até o primeiro dia útil imediatamente 
subsequente o prazo a que se refere o caput, quando expirar 
durante férias forenses, recesso, feriados ou em dia em que não 
houver expediente forense. 
§ 2o Se fundada a ação no inciso VII do art. 966, o termo inicial 
do prazo será a data de descoberta da prova nova, observado o 
prazo máximo de 5 (cinco) anos, contado do trânsito em 
julgado da última decisão proferida no processo. 
§ 3o Nas hipóteses de simulação ou de colusão das partes, o 
prazo começa a contar, para o terceiro prejudicado e para o 
Ministério Público, que não interveio no processo, a partir do 
momento em que têm ciência da simulação ou da colusão. 
 
Questão de concurso. 2015 FCC: TRT - 23ª REGIÃO (MT). Prova: Juiz do 
Trabalho Substituto. 
 
A ação rescisória na Justiça do Trabalho, 
a) é cabível para invalidar a confissão real ou ficta, resultante de erro, dolo 
ou coação, na qual se baseou a sentença. 
(S. 404, do TST) 
 
b) na qual o Sindicato atuou como substituto processual e autor da 
reclamação trabalhista, não possui legitimidade para figurar como réu, 
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sendo cabível a exigência de citação de todos os empregados substituídos, 
já que o litisconsórcio passivo é necessário. 
(S. 406, II, do TST) 
 
c) é incabível para impugnar decisão homologatória de adjudicação, 
arrematação ou cálculos. 
(S. 399, TST) 
 
d) não é procedente quando calcada em ofensa à coisa julgada perpetrada 
por decisão proferida em ação de cumprimento, em face de a sentença 
normativa, na qual se louvava, ter sido modificada em grau de recurso, 
porque em dissídio coletivo somente se consubstancia coisa julgada 
material. 
(S. 397, TST) 
 
e) ataca a sentença, que é ato oficial do Estado, acobertado pelo manto 
da coisa julgada, e, por este motivo, como a coisa julgada envolve 
questão de ordem pública, a revelia não produz confissão. 
(S. 398, TST)