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Processo do Trabalho Aula 49 O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais. 1 www.cursoenfase.com.br Olá, seja bem-vindo ao Curso Ênfase. Estamos aqui para oferecer ensino com qualidade e excelência. Lembre que não é permitida a divulgação, reprodução, cópia, distribuição, comercialização, rateio ou compartilhamento, oneroso ou gratuito, de aulas e materiais, ficando a pessoa sujeita às sanções cíveis e penais. Confiamos em Você!!! Processo do Trabalho Aula 49 O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais. 2 www.cursoenfase.com.br Sumário 1. Recurso de Revista (continuação) ....................................................................... 3 1.1. Hipóteses de Cabimento (continuação) ........................................................ 3 1.2. Prazo e Preparo ........................................................................................... 4 1.3. Apresentação .............................................................................................. 6 1.4. Transcendência ........................................................................................... 6 Processo do Trabalho Aula 49 O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais. 3 www.cursoenfase.com.br 1. Recurso de Revista (continuação) 1.1. Hipóteses de Cabimento (continuação) Na aula passada, falava-se sobre os personagens da divergência para fins de cabimento do Recurso de Revista. Essa divergência pode ser no âmbito dos tribunais (TRT e TRT), tribunal com SDI (Seção de Dissídios Individuais) ou com OJ (Orientação Jurisprudencial), tribunal com Súmula do TST e – esta última é novidade trazida pela Lei 13.015/2014 – tribunal com Súmula Vinculante. Na aula anterior, tratava-se da primeira hipótese de divergência, prevista na alínea “a” do art. 896 da CLT. Art. 896, CLT - Cabe Recurso de Revista para Turma do Tribunal Superior do Trabalho das decisões proferidas em grau de recurso ordinário, em dissídio individual, pelos Tribunais Regionais do Trabalho, quando: a) derem ao mesmo dispositivo de lei federal interpretação diversa da que lhe houver dado outro Tribunal Regional do Trabalho, no seu Pleno ou Turma, ou a Seção de Dissídios Individuais do Tribunal Superior do Trabalho, ou contrariarem súmula de jurisprudência uniforme dessa Corte ou súmula vinculante do Supremo Tribunal Federal; Então, quando os personagens citados acima entrarem em divergência na análise de lei federal, cabe recurso de revista. A divergência entre esses mesmos personagens, quanto à interpretação de outras normas, também dará razão ao cabimento do recurso de revista, conforme prevê a alínea “b” do mesmo artigo. b) derem ao mesmo dispositivo de lei estadual, Convenção Coletiva de Trabalho, Acordo Coletivo, sentença normativa ou regulamento empresarial de observância obrigatória em área territorial que exceda a jurisdição do Tribunal Regional prolator da decisão recorrida, interpretação divergente, na forma da alínea a; Na alínea “b”, a interpretação distinta é dada a lei estadual, Convenção Coletiva de Trabalho, Acordo Coletivo, sentença normativa1 ou regulamento empresarial, desde que sejam de observância obrigatória em área territorial que exceda a jurisdição do Tribunal Regional prolator da decisão recorrida. 1 A sentença normativa é proferida em Dissídio Coletivo e, às vezes, esse dissídio é sobre uma categoria que abrange vários estados. Processo do Trabalho Aula 49 O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais. 4 www.cursoenfase.com.br Exemplo: lei estadual de SP está sendo interpretada pelo TRT da 2ª região de forma X, e pelo TRT da 15ª Região de forma Y. Esse exemplo de divergência de interpretação quanto à lei estadual, inclusive, só serve com SP porque este é o único estado que possui dois TRTs. Exemplo 2: Categoria de padeiros abrange os estados de MG, SP e ES. Suponha que uma convenção coletiva dessa categoria esteja sendo interpretada de forma X em MG e de forma Y no ES. Então, leva-se ao TST para resolver. Exemplo 3: O Banco Itaú possui um regulamento empresarial, no qual, há uma série de regras. Essa empresa está no país inteiro. O tribunal do Piauí disse X sobre o regulamento, e o tribunal de São Paulo, analisando a mesma passagem, disse algo diferente. Então, leva-se ao TST para resolver. Além dessas duas hipóteses de divergência para o cabimento do Recurso de Revista, o art. 896 da CLT ainda prevê uma terceira hipótese, qual seja a de ilegalidade, prevista na alínea “c”. c) proferidas com violação literal de disposição de lei federal ou afronta direta e literal à Constituição Federal. Essa ilegalidade ocorrerá quando houver uma lesão direta e literal à lei federal ou à Constituição Federal. Exemplo: O art. 469 da CLT prevê um adicional de transferência no valor de 25% do salário, e o TRT de SP determina que em SP aplica-se 17,5%. Repare que, aqui, não há divergência sobre a lei federal, mas sim uma violação por parte do tribunal. Então, leva-se ao TST para resolver essa ilegalidade. 1.2. Prazo e Preparo O prazo é de 8 dias. Todavia, se for Fazenda Pública, Ministério Público do Trabalho ou Defensoria Pública da União, o prazo será em dobro, conforme o CPC e o Decreto 779/69. Art. 1º, Decreto779/69. Nos processos perante a Justiça do Trabalho, constituem privilégio da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Municípios e das autarquias ou fundações de direito público federais, estaduais ou municipais que não explorem atividade econômica: (...) III - o prazo em dôbro para recurso; O Recurso de Revista é um recurso que necessita de preparo – custas ou depósito recursal, a depender do caso. Processo do Trabalho Aula 49 O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais. 5 www.cursoenfase.com.br Ex.: A vara do Trabalho condenou a empresa em R$10.000,00 e a pagar custas de 2% para recorrer. A empresa entrou com um RO, pagando R$200,00. No TRT, houve mudança da condenação (porque o reclamante também recorreu) para R$20.000,00. Agora, além dos R$200,00 que a empresa havia recolhido inicialmente, para entrar com o Recurso de Revista, deve recolher mais R$200,00 porque houve uma majoração das custas. Ex2: O mesmo caso acima, mas quando chegou ao TRT, não houve modificação no valor da condenação. Para entrar com o Recurso de Revista, então, não precisará recolher custas, ou seja, hánecessidade de custas no Recurso de Revista se houver majoração de custas. O depósito recursal é o dobro do primeiro depósito. O valor teto do RO está de aproximadamente R$9.000,00; então, para o Recurso de Revista, o teto do depósito recursal seria de R$18.000,00. Se a execução ainda não estiver garantida, tem que fazer depósito recursal para o Recurso de Revista. Ex.: A condenação foi de R$5.000,00. Para entrar com o RO tem que depositar R$5.000,00. Para entrar com o Recurso de Revista precisa depositar alguma coisa? Não, pois a execução já está garantida com o depósito do RO. EX2: a condenação foi de R$15.000,00. O teto do RO é de R$9.000,00, sendo esse o valor a ser depositado em caso de RO. Precisando entrar com o Recurso de Revista, é preciso pagar mais R$6.000,00, pois é o valor que falta para garantir a execução. Ou seja, quando a execução não estiver garantida, há necessidade de depósito recursal no valor do complemento da garantia. Súmula nº 128 do TST DEPÓSITO RECURSAL (incorporadas as Orientações Jurisprudenciais nºs 139, 189 e 190 da SBDI-1) - Res. 129/2005, DJ 20, 22 e 25.04.2005 I - É ônus da parte recorrente efetuar o depósito legal, integralmente, em relação a cada novo recurso interposto, sob pena de deserção. Atingido o valor da condenação, nenhum depósito mais é exigido para qualquer recurso. (ex-Súmula nº 128 - alterada pela Res. 121/2003, DJ 21.11.03, que incorporou a OJ nº 139 da SBDI-1 - inserida em 27.11.1998) II - Garantido o juízo, na fase executória, a exigência de depósito para recorrer de qualquer decisão viola os incisos II e LV do art. 5º da CF/1988. Havendo, porém, elevação do valor do débito, exige-se a complementação da garantia do juízo. (ex-OJ nº 189 da SBDI-1 - inserida em 08.11.2000) III - Havendo condenação solidária de duas ou mais empresas, o depósito recursal efetuado por uma delas aproveita as demais, quando a empresa que efetuou o depósito não pleiteia sua exclusão da lide. (ex-OJ nº 190 da SBDI-1 - inserida em 08.11.2000) Processo do Trabalho Aula 49 O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais. 6 www.cursoenfase.com.br A Súmula 128 do TST é para o depósito recursal e diz que é preciso fazê-lo a cada novo recurso até atingir o valor da condenação. 1.3. Apresentação É apresentado no TRT que deu a decisão (juízo de origem) e enviado para o TST (juízo de destino). Envia-se para o presidente do TST, que distribui para uma das turmas por sorteio. Então, é o TRT (o juízo de origem) que leva o Recurso de Revista para frente (para o TST). Haverá dois juízos de admissibilidade, isto é, os pressupostos recursais de admissibilidade serão apreciados duas vezes: primeiro juízo de admissibilidade (ad quo – TRT) e segundo juízo de admissibilidade (ad quem – TST). 1.4. Transcendência O Recurso de Revista possui dois requisitos específicos: a transcendência e o prequestionamento. O prequestionamento já foi tratado quando falamos sobre os embargos de declaração. Súmula nº 297 do TST PREQUESTIONAMENTO. OPORTUNIDADE. CONFIGURAÇÃO (nova redação) - Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003 I. Diz-se prequestionada a matéria ou questão quando na decisão impugnada haja sido adotada, explicitamente, tese a respeito. II. Incumbe à parte interessada, desde que a matéria haja sido invocada no recurso principal, opor embargos declaratórios objetivando o pronunciamento sobre o tema, sob pena de preclusão. III. Considera-se prequestionada a questão jurídica invocada no recurso principal sobre a qual se omite o Tribunal de pronunciar tese, não obstante opostos embargos de declaração. Esse ponto da transcendência só serve para cair em prova, pois na prática, não tem operação. Transcendência no Recurso de Revista equivale àquela história de repercussão geral do Recurso Extraordinário. Embora o TST seja também uma Corte Superior, essa transcendência como requisito não foi regulamentada ainda. Desde 2001 está na CLT, no art. 896-A, dependendo de regulamentação. Processo do Trabalho Aula 49 O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais. 7 www.cursoenfase.com.br Art.896-A, CLT - O Tribunal Superior do Trabalho, no recurso de revista, examinará previamente se a causa oferece transcendência com relação aos reflexos gerais de natureza econômica, política, social ou jurídica. A Lei nº 13.015/2014 reafirmou que o Recurso de Revista precisa do requisito da transcendência, que significa que o tema precisa ser relevante para subir para o TST. Transcendência significa que a causa transcende ao interesse das partes, ultrapassa-o, sendo importante não somente para as partes, mas também em um contexto mais amplo (econômico, político, social ou jurídico).
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