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Substratos Energéticos Para 
Exercício Físico 
INTRODUÇÃO 
•  A especificidade metabólica do exercício 
(e do treino) é baseada na compreensão 
da produção de energia (e da sua 
utilização) pelos sistemas energéticos 
•  Programas de treino eficientes devem ser 
desenhados a partir do conhecimento do 
processo de produção de energia para 
tipos específicos de exercício 
TERMINOLOGIA 
•  ENERGIA: 
–  Habilidade ou capacidade de produzir trabalho 
–  Energia mecânica, eletromagnética, calor, energia nuclear, solar 
–  A transformação de uma forma de energia em outra é 
fundamental em quase todas as atividades 
–  Nos sistemas biológicos, a transformação de energia química 
em energia mecânica é crucial para a concretização do 
movimento corporal 
TERMINOLOGIA 
•  BIOENERGÉTICA: 
•  É o fluxo de energia no sistema biológico 
•  Se relaciona primeiramente com a transformação 
dos alimentos (moléculas grandes de hidratos de 
carbono, proteínas e lípidos) em energia 
biologicamente utilizável 
•  A quebra das ligações químicas destas moléculas 
libertam a energia necessária para a realização do 
trabalho (por exemplo, a atividade muscular) 
 
TERMINOLOGIA 
•  CATABOLISMO: 
•  É a quebra de moléculas grandes em moléculas 
menores, com libertação de energia 
–  Exemplo: quebra proteica em aminoácidos 
•  ANABOLISMO: 
•  É a síntese de moléculas maiores a partir de 
moléculas menores. Ocorre com consumo de 
energia 
–  Exemplo: formação proteica a partir de aminoácidos 
TERMINOLOGIA 
•  REAÇÕES EXOTÉRMICAS: 
–  Se relacionam com reações que libertam 
energia (normalmente são catabólicas) 
•  REAÇÕES ENDOTÉRMICAS: 
–  Se relacionam com reações que consomem 
energia (normalmente são anabólicas) 
TERMINOLOGIA 
•  METABOLISMO 
–  É o resultado total do catabolismo (reações 
exotérmicas) e do anabolismo (reações 
endotérmicas) 
–  A energia derivada das reações catabólicas 
(exotérmicas) é utilizada para promover a 
anabolismo (endotérmicas) através de uma 
molécula intermediária, o ATP 
TERMINOLOGIA 
•  ADENOSINA TRIFOSFATO: 
•  Molécula que permite a transferência de energia de 
uma reação exotérmica para a realização da 
contração 
•  Sem fornecimento adequando de ATP, a atividade e 
crescimento muscular podem ficar comprometidos 
•  É composto por: 
–  1 molécula de Adenosina (base de nitrogénio ligada a um 
açúcar- ribose) 
–  3 fosfatos 
•  A remoção (por hidrólise) de um grupo 
fosfato origina o ADP (adenosina di-
fosfato) 
•  A hidrólise do grupo fosfato restante dá 
origem a AMP (adenosina monofosfato) 
ATP 
•  Fornece energia para a contração muscular e para o 
movimento humano 
•  Molécula de grande energia 
–  Porque armazena grandes quantidades de energia química nas ligações 
entre a adenosina e os fosfatos 
•  Os músculos têm uma capacidade de armazenamento limitada 
de ATP (80 a 100g, suficientes para um srint de 50m) 
–  A atividade (contração muscular) requer um fornecimento constante de 
ATP de forma a garantir a continuidade da contração. 
•  Processos de produção de ATP ocorrem dentro da célula muscular 
ATP ADP+ Pi+Energia 
•  Miosina ATPase: enzima que quebra a 
ligação do ATP e que forma ADP + Pi, 
processo com grande libertação de 
energia 
•  É a única forma através da qual a energia 
proveniente dos nutrimentos ingeridos é 
utilizada pela célula 
BIOENERGÉTICA 
METABOLISMO DO MÚSCULO 
 Músculo tem quantidade limitada de ATP, 
suficiente apenas para alguns segundos 
de contração 
 Mecanismos para a sua ressíntese 
funcionam para permitir a continuidade da 
atividade muscular 
Vias metabólicas para a Ressíntese de ATP 
•  Sistema fosfagénico (sistema ATP-CP) 
•  Glicólise 
•  Fosforilação Oxidativa (sistema oxidativo) 
•  Vias que não usam O2 (Anaeróbia) 
•  Formação de ATP pela degradação da creatina 
fosfato (Sistema Fosfagénico) 
•  Formação de ATP pela degradação da glicose e 
do glicogénio (Glicólise) 
•  Via que usa O2 (Aeróbia) 
•  Forforilação Oxidativa 
Sistema Fosfagéncio (ATP-CP) 
•  Método mais simples e mais rápido para formar ATP 
•  Fornece ATP para atividades de grande intensidade e curta duração 
–  De 5 a 10 segundos: exemplo são corridas de 100 metros 
 
•  Concentrações intramusculares são 5 a 6 x a quantidade de ATP 
–  Fibras do tipo 2 contêm maior quantidade 
•  Envolve a doação de um Fosfato e de sua ligação energética com a 
Creatina para uma molécula de ADP 
 
 
CP + ADP ATP + C 
 
 
Creatina quinase 
•  Outra reação importante do sistema 
fosfagénico é a reação da mioquinase 
–  Reação que fornece ATP imediatamente pela 
conjugação de 2 ADPs 
–  AMP é um importante sinalizador da 
GLICÓLISE 
2ADP Mioquinase ATP + AMP 
Sistema Fosfagénico (ATP-CP) 
Controlo do Sistema Fosfagénico 
•  Creatino Quinase regula primeiramente a quebra do Fosfato de Creatina 
•  A concentração sarcoplasmática aumentada de ADP promove a atividade da 
creatino quinase, 
–  O aumento das concentrações de ATP inibe a atividade da enzima 
–  No início do exercício, o ATP é hidrolizado em ADP (miosina ATPase), 
libertando energia para a contração muscular 
–  O aumento das concentrações de ADP ativa a Creatino Quinase para catalisar a 
formação de ATP a partir da quebra do CP 
–  A atividade da Creatino Quinase permanece elevada se o exercício continuar em 
alta intensidade 
–  Se o exercício for interrompido ou mantido em intensidade baixa (que permita o 
funcionamento da glicólise ou do sistema oxidativo para fornecimento de ATP) 
as quantidades aumentadas de ATP no sarcoplasma reduzirão a atividade da 
creatino quinase 
“Fábrica” do ATP-CP 
•  Enquanto que nas células musculares o sistema ATP-CP é 
utilizado para a ressíntese do ATP, outra fonte de energia é 
ativado: GLICÓLISE 
 
•  O sistema fosfagénico é a via imediata para ressíntese do 
ATP. Como a sua quantidade é limitada, outra fonte de ATP 
torna-se indispensável para a continuidade da contração 
muscular 
Glicose 
GLICÓLISE 
•  2ª via metabólica 
•  Esta via produz ATP rapidamente sem O2 
•  Envolve a degradação dos Hidratos de Carbono (glicogénio 
armazenado no músculo ou glicose disponível através do sangue) 
para produzir ATP 
 
•  Ocorre no sarcoplasma da célula muscular e envolve reações 
catalisadas por enzimas localizadas no sarcoplasma 
•  1 molécula de glicose produz 2 moléculas de ATP e 2 moléculas de 
Ácido Láctico ou Pirúrvico 
•  1 molécula de glicogégio produz 3 de ATP e 2 de Ácido Láctico ou 
Pirúrvico 
Fontes de Glicose 
 
•  A glicose entra diretamente nas células musculares a partir do sangue 
(importância do exercício físico nos Diabéticos, transportadores de 
membrana específicos –GLUT 4) 
•  A glicose é produzida por hidrólise do glicogénio, encontrado nas células 
musculares e no fígado 
Músculo 
Vaso 
•  Durante a glicólise, o piruvato (subproduto do metabolismo da 
glicose) é convertido em ácido lático providenciando ATP de forma 
rápida comparativamente à situação em que o piruvato é 
transportado para a mitocondria e usado no sistema oxidativo 
(cadeia transportadora de eletrões) 
–  No treino de força, a necessidade de ATP é elevada e por isso o piruvato é 
transformado em lactato 
–  Se a demanda de ATP não é demasiado elevada e se há oxigénio presente, o 
piruvato é transportado para a mitocóndria (ciclo de Krebs e cadeia 
transportadora de eletrões) 
 
Glicólise: quebra da molécula de glicose e glicogénio 
para formar ATP 
 
Produtos finais da glicólise: 
 2 ou 3 moléculas de ATP 
 Piruvato 
2 
Piruvato 
Vaso 
2
Ácido pirúrvicoGlicólise 
 
Ocorre durante períodos em que a disponibilidade de O2 intramuscular é 
reduzida. 
Não havendo O2, o piruvato é convertido em ácido láctico 
–  O ácido láctico é o produto final da cadeia anaeróbia 
O2 
Acido láctico 
Vaso 
Produção excessiva de ácido láctico é sinónimo de fadiga muscular 
 
Ocorre um aumento correspondente do ião de Hidrogénio 
•  Inibidor de: 
•  Reações glicolíticas, 
•  Ligação Cálcio-Troponina 
•  Funcionalidade enzimática 
 
Ácido lático é convertido em Lactato (sal), forma pela qual passa a ser usado 
como substrato energético pelas fibras tipo 1 e pelo músculo cardíaco 
 
Lactato também é usado no processo GLUCONEOGÉNSE formação de 
glucose a partir do lactato durante exercícios de longa duração e na fase do 
repouso/recuperação 
 
Ácido Lático 
A remoção do lactato sanguíneo relaciona-se com a 
recuperação da homeostasia e pode ocorrer: 
•  Na fibra muscular em que foi produzido 
•  Transportado para o fígado e convertido em glicose 
•  As concentrações de lactato voltam aos valores de 
baseline em até 1 hora após o término do exercício 
•  Exercício de intensidade leve ajuda no “cleareance” do lactato 
•  Pico de lactato ocorre aproximadamente 5 min após ao término 
da atividade 
•  Acúmulo maior de lactato em exercícios intermitentes de alta 
intensidade 
Ácido Lático 
Piruvato 
 
Via Aeróbia 
 
 Quando há O2 na célula muscular, o Piruvato sofre uma 
série de reações até se transformar em Acetil-CoA, que na 
mitocôndria, após ser “processado” pelo ciclo de Krebs 
em NADH, entra para a cadeia transportadora de eletrões, 
onde finalmente é transformado nos produtos finais: 
 Água, CO2 e 36 moléculas de ATP 
36 
O2 
O2 
O2 
O2 
Acetil-Coa 
Conversão do Piruvato em Acetil CoA 
O2 
O2 
Oxigénio na Célula 
 
–  O oxigênio está disponível para as células 
musculares através de 2 meios diferentes: 
•  Entra diretamente nas células musculares a partir 
do sangue 
•  É armazenado na mioglobina (proteína de fixação 
do O2) 
SISTEMA OXIDATIVO 
•  É a fonte primária de ATP em repouso e 
durante atividades de baixa intensidade 
•  Usa primariamente hidratos de carbono 
(30%) e gorduras (70%) como substrato 
•  As proteínas não são metabolizadas de 
forma significativa, excepto em exercícios 
com duração superior a 90 minutos 
Produção Aeróbia de ATP: 
FOSFORILAÇÃO OXIDATIVA 
•  Ocorre no interior das mitocóndrias 
•  Envolve 2 vias metabólicas interactivas: 
•  Ciclo de Krebs: 
–  Função Primária: terminar a oxidação (remoção de H+) 
através do uso do NAD ou FAD como transportadores 
de H+, que contém energia, para dentro da cadeia 
transportadora de eletrões. 
–  Aqui o O2 não tem função 
•  Cadeia transportadora de eletrões: 
–  Função Primária: síntese do ATP (ADP +Pi: ATP) 
–  Aqui o O2 liga-se com o H para formar água 
Fosforilação Oxidativa 
•  Processo com 3 etapas: 
1.  Formação do Acetil-Coa 
2.  Oxidação do Acetil-Coa dentro do Ciclo de 
Krebs 
3.  Fosforilação Oxidativa na cadeia 
transpostadora de eletrões, onde se forma o 
ATP 
Glicólise 
Anaeróbia 
Fosforilação 
Oxidativa ATP-CP 
36 ATP 2/3ATP 1 ATP 
Quantidade de ATP formada por cada via metabólica 
Oxidação Lipídica 
•  As gorduras também servem de substrato 
•  Os lípidos são armazenados como triglicerídeos (TG) no tecido adiposo 
•  TG são quebrados pela enzima LIPASE HORMONA SENSITIVA em ácidos 
gordos livres (AGL) que podem entrar na fibra muscular 
•  Adicionalmente, quantidades limitadas de TG são armazenadas no próprio 
músculo e pela ação da enzima semelhante a LIPASE HORMONA 
SENSITIVA podem ser transformadosem em AGL e metabolizados 
•  Os AGL entram na mitocóndria onde sofrem a BETA OXIDAÇÃO, uma 
série de reações em que os AGL são quebrados até AcetilCoA e 
hidrogénio. A AcetilCoa entra diretamente no ciclo de Krebs (NADH e 
FADH) e na cadeia transportadora de eletrões produzindo uma grande 
quantidade de ATP 
Oxidação Proteica 
•  Não significativa como fonte de energia para as atividades físicas 
•  As proteínas podem ser quebradas em aminoácidos por diferentes 
processos metabólicos e transformados em glicose (processo 
conhecido como gluconeogénese), piruvato ou outros 
intermediários da produção de ATP do ciclo de Krebs 
•  A contribuição do AA em exercícios de curta duração é mínima e é 
de cerca de 3 a 18% em atividades prolongadas 
•  Os AA mais usados como substrato energético são leucina, 
isoleucina e valina 
•  O resíduo de nitrogénio é eliminado sob forma de uréia e amónia 
(amónia associada à fadiga) 
•  O ácido láctico presente no citoplasma é novamente convertido 
em Piruvato, que entra no ciclo de Krebs produzindo ATP que 
será utilizado para formar novamente fosfato de creatina 
•  O glicogênio é armazenado a partir da glucose 
•  O oxigênio adicional une-se a mioglobina 
Recuperação 
Quais são os substratos utilizados 
durante o exercício? 
•  A regulação do substrato energético durante o exercício 
encontra-se sob um controlo complexo e depende de vários 
fatores, incluindo a dieta, intensidade e duração do exercício 
•  Em geral, os HC são utilizados como a principal fonte de 
substrato energético durante o exercício de alta intensidade 
•  Nos exercícios prolongados, ocorre um desvio gradual do 
metabolismo dos HC para o metabolismo dos lípidos 
•  As proteínas contribuem com menos de 2% do substrato 
utilizado no exercício com menos de 1 hora de duração 
•  No exercício prolongado (3 a 5 horas), a contribuição total 
das proteínas ao suprimento de substrato pode atingir 
5-15% nos minutos finais do trabalho 
Suplementação de Creatina e 
Desempenho no Exercício 
•  A “quebra”da creatina-fosfato pode limitar o desempenho durante o 
exercício de curta duração e de alta intensidade (exemplo, corrida de 50 
metros) por não haver “estoques” suficientes de creatina-fostato no 
músculo 
•  Alguns atletas ingerem grandes quantidades de creatina (20g/dia) para 
aumentar o “estoque” de creatina-fosfato muscular 
•  Esta suplementação de creatina demonstrou melhorar o desempenho 
durante o exercício de curta duração e alta intensidade (resultados 
controversos) 
•  Resultado: a suplementação de creatina vem sendo praticada por muitos 
atletas 
•  Indicações e contraindicações ????