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Direito Penal Parte Geral

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DIREITO PENAL PARTE GERAL PARA CONCURSOS 
| Apostila 2018 – Prof. Jordão Santana 
 
 
 
CURSO PRIME ALDEOTA – Rua Maria Tomásia, 22 – Aldeota – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208. 2222 
CURSO PRIME CENTRO – Av. do Imperador, 1068 – Centro – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208.2220 
1 
 
OS: 0019/4/18-Gil 
CONCURSO: 
 
ASSUNTO: 
1 – Princípios Fundamentais...............................................................................................01 
2 – Lei Penal no Tempo........................................................................................................04 
3 – Lei Penal no Espaço.......................................................................................................05 
4 – Teoria Geral do Crime....................................................................................................07 
5 – Culpabilidade..................................................................................................................18 
6 – Concurso de Pessoas....................................................................................................21 
7 – Concurso de Crimes.......................................................................................................28 
8 – Código Penal...................................................................................................................32 
9 – Questões de Concursos................................................................................................43 
 
1 – PRINCÍPIOS PENAIS FUNDAMENTAIS 
 Princípio da intervenção mínima 
A aplicação da lei penal deve ser feita de forma subsidiária e 
fragmentária, tendo em vista que esse é o mais gravoso dos 
ramos jurídicos. O Direito Penal é o ramo jurídico 
responsável por conceituar o crime como conduta e a pena 
como consequência é mais gravoso dos ramos jurídicos que 
tem como principal objetivo proteger os bens jurídicos mais 
importantes da vida em sociedade. A função do Direito 
Penal que identifica determinadas condutas como 
criminosas ou contravencionais cominando a essas condutas 
penas ou medidas de segurança tem como objetivo 
proteger os bens jurídicos mais importantes da vida em 
sociedade. 
O Direito Penal contemporâneo, portanto, só pode ser 
aplicado quando necessário, tendo em vista que ele é o mais 
gravoso dos ramos jurídicos. Assim sendo o princípio da 
intervenção mínima é o princípio constitucional implícito, 
porque essa noção que o Direito Penal deve proteger os 
bens jurídicos mais importantes da vida em sociedade 
classificando determinadas condutas como criminosas ou 
contravencionais, cominando a essas penas ou medidas de 
segurança advém do próprio Estado Democrático de Direito 
que valoriza direitos fundamentais do cidadão e o respeito à 
norma por parte de todos os indivíduos. O Direito Penal, 
portanto, serve precipuamente para proteger os bens 
jurídicos mais importantes e para proteger o próprio 
criminoso da folha punitiva estatal. Assim sendo, o princípio 
da intervenção mínima vai dizer que o Direito Penal, a pena, 
só se aplica quando necessária proteger os bens jurídicos 
mais importantes a vida em sociedade, portanto a aplicação 
do Direito Penal deve se dá de forma subsidiária e 
fragmentária. 
Os princípios da subsidiariedade e da fragmentariedade são 
desdobramentos do princípio da intervenção mínima. 
 
 Princípio da subsidiariedade 
O Direito Penal é subsidiário a todos os outros ramos do 
Direito. Classifica a norma penal como “última ratio”, ou 
seja, última forma de proteger os bens jurídicos mais 
importantes da vida em sociedade. 
  Princípio fragmentariedade 
O Direito Penal protege apenas fragmentos dos bens da 
vida, ou seja, o Direito Penal somente protege os bens 
jurídicos mais importantes da vida em sociedade. 
Um desdobramento lógico do princípio da 
fragmentariedade é o princípio da insignificância. 
 
 Princípio da insignificância 
A conduta que não ofende de forma relevante o bem 
jurídico tutelado é penalmente irrelevante. 
O princípio da insignificância não está prevista 
expressamente na Constituição, não está previsto no 
Código. Esse princípio foi inserido no Direito Penal moderno 
por Claus Roxin no qual o princípio tem base tirada do 
Direito privado, mais especificamente no Direito Romano. 
Quando o princípio da insignificância é aplicado no Direito 
Penal hoje tem uma natureza específica, pois exclui a 
tipicidade material. 
A tipicidade é o juízo de adequação entre a conduta e a 
norma penal, entra a conduta e o tipo, entre a ação do 
agente e o tipo penal que prevê a norma incriminadora. 
Tipicidade material é o conteúdo do crime, ou seja, violação 
ao bem jurídico tutelado enquanto a tipicidade formal é a 
forma. 
2° - Nenhuma periculosidade social da ação 
3° - Baixo grau de reprovabilidade do comportamento 
4° - Inexpressividade da lesão jurídica 
Obs.1: Inf. 439, STJ 
 
Obs.2: Art. 289, CP – crime de moeda falsa / HC 187077 - STJ 
Tutela-se a fé pública e a credibilidade no sistema financeiro 
nacional trazem na sua essência periculosidade social, 
portanto não se aplica o crime de insignificância em crimes 
de moeda falsa. 
Se a falsificação for esdrúxula não há crime de falsificação, 
mas sim estelionato. 
DIREITO PENAL PARTE GERAL PARA CONCURSOS 
| Apostila 2018 – Prof. Jordão Santana 
 
 
 
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OS: 0019/4/18-Gil 
Obs.3: Inf. 793, STF / Inf. 756, STF / Inf. 717, STF / Inf. 534, 
STJ / Inf. 520, STJ 
A jurisprudência costuma afirmar que o princípio da 
insignificância, em caso de reincidência ou maus 
antecedentes deve ser analisado caso a caso. 
A reincidência pode afastar a aplicação do princípio da 
insignificância quando for prova da habitualidade criminosa 
em delitos daquela natureza, pois o reduzido grau de 
reprovabilidade do comportamento não estará presente. 
 
Obs.4: Lei 10522/02 – art. 20 / Inf. 536, STJ / Ag Reg no REsp 
625888 / Inf. 739, STF / RHC 66291/PR - STJ 
Costuma-se dizer que o princípio da insignificância pode se 
aplica em crimes contra a ordem tributária quando o valor 
da dívida não ultrapassa dez mil reais, entendimento do STJ. 
Porém, em 2012 duas portarias do Ministério da Fazenda 
Nacional modificaram esse panorama (Portaria 75/12 e 
130/12) elevado o valor para vinte mil reais. O STJ não 
seguiu, pois segundo seu entendimento o Ministério da 
Fazenda não haveria competência para modificar um 
entendimento que havia sido consolidado com base na lei 
em sentido estrito. Obs.5: Inf. 667, STF 
Ato infracional é a conduta típica e ilícita praticada pela 
criança ou adolescente. O princípio da insignificância exclui 
a tipicidade. Obs.6: Aplica-se o princípio da insignificância 
em crimes ambientais contando que os requisitos estejam 
presentes. Por exemplo, crimes de pesca ilegal. Obs.7: Inf. 
624, STF 
Não se aplica o princípio da insignificância em rimes contra a 
administração pública, pois a moralidade administrativa não 
é violada de forma inexpressiva, mas o STF costuma aplica o 
princípio quando os requisitos estão presentes. Por 
exemplo, peculato de material de escritório. 
 
 Princípio da irrelevância penal do fato / bagatelar 
impróprio / insignificância imprópria 
É aquele aplicado quando a conduta não ofende de forma 
relevante os bens jurídicos tutelados pela norma penal. 
No princípio bagatelar impróprio a conduta nasce relevante 
para o Direito Penal, entretanto, por motivos posteriores a 
ação ou omissão a aplicação de pena se torna 
desnecessária. Por exemplo, perdão judicial. 
Luiz Flávio Gomes diz que o perdão judicial é uma das 
manifestações do princípiobagatelar impróprio, entretanto, 
perdão judicial depende de previsão legal e o princípio 
bagatelar impróprio supostamente não necessitaria de 
previsão legal específica. 
Defende esses autores que ao art. 59 do CP dá liberdade ao 
juiz para analisar as circunstancias judiciais e decidir pela 
aplicação de pena, conforme demonstram-se necessária e 
suficiente para aprovação e reprovação do crime. 
 Princípio da adequação social 
O Direito Penal não deve alcançar as condutas que não 
ofendem o sentimento social de justiça. 
Há duas correntes para a aplicação do princípio da 
adequação social, são elas: 1ª – O princípio da adequação 
social destina ao legislador. 
Deve na cominação de condutas deixar de fora das normas 
incriminadoras aquelas que não mais ofendem o sentimento 
social de justiça, aquelas que não mais são consideradas 
violadoras da ordem social vigente. 
 Sobre essa conduta o juiz não poderia sob fundamento do 
princípio da adequação social deixar de aplicar uma pena, 
tendo em vista que os costumes poderiam afastar a 
aplicação da lei penal em sentido estrito. 
 
2ª – O princípio da adequação social não só se destina ao 
legislador na cominação de penas como também se destina 
ao juiz na aplicação das penas 
Para essa segunda conduta poderia o juiz deixar de aplicar à 
pena tendo como fundamento o princípio da adequação 
social. Por exemplo, circuncisão. 
A jurisprudência tende a primeira corrente. Existem julgados 
tanto no STJ quanto STF que decidem que condutas, por 
exemplo, vendedores em shoppings populares não são 
justificáveis pelo princípio da adequação social mesmo se 
ele tiver o alvará da prefeitura para funcionar, pois a 
autorização do Estado ou costume na venda de produtos 
que ofendam os direitos autorais são, literalmente, objeto 
de contrabando não justificáveis a conduta pelos costumes 
locais. 
STF decidiu que delitos, como por exemplo, casas de 
prostituição continuam tipificadas formalmente e 
materialmente e o legislador que deve retirá-los do 
ordenamento conforme a conduta não seja mais reprovável 
socialmente. 
 
 Princípio da lesividade 
O Direito Penal não pode alcançar a conduta que não viola 
bens jurídicos, portanto não se podem punir atitudes 
internas, pensamentos, condições, características, 
ideologias, comportamentos que só violam bens jurídicos 
próprios e sim a violação de bens jurídicos de terceiros. 
Parte da doutrina, como Cesar Roberto Bitencourt, afirma 
que em nome desse princípio certos crimes de perigos 
(abstratos) são inconstitucionais. Crimes de perigo são 
aqueles que não descrevem condutas que violam bens 
jurídicos, mas assim como condutas que levam perigo de 
lesão ao bem jurídico, probabilidade de lesão ao bem 
jurídico. 
DIREITO PENAL PARTE GERAL PARA CONCURSOS 
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OS: 0019/4/18-Gil 
Os crimes de perigo abstrato se diferenciam dos crimes de 
perigo em concreto, o primeiro são aqueles nos quais o 
perigo está absolutamente presumido com a prática da 
conduta enquanto que no segundo não basta à prática da 
conduta é necessário provar a probabilidade de lesão ao 
bem jurídico no caso concreto. 
Entretanto o STF não vê inconstitucionalidade nos crimes de 
perigo abstrato, inclusive o STF costuma afirma que crimes 
como tráfico de drogas e porte ilegal de armas são crimes 
de perigo abstrato não importando assim a quantidade e a 
pureza da droga para a cominação da pena (Inf. 818, ST). 
 
 Princípio da alteridade 
Afirma que não se podem punir condutas que não violam o 
bem jurídico de terceiro, ou seja, não se podem punir 
condutas que só violam os próprios bens jurídicos. O 
princípio da alteridade é um desdobramento lógico ao 
princípio da lesividade. 
 
 Princípio da culpabilidade 
Não há pena nem crime sem culpabilidade remete ao 
próprio conceito de culpabilidade que possui duas 
perspectivas distintas. 
 Culpabilidade diz respeito ao pressuposto do crime e ao 
limite da pena, pois culpabilidade é juízo de reprovação 
pessoal. Não há crime e nem pena sem o terceiro elemento 
do conceito tripartite e analítico de crime que é a 
culpabilidade. 
Sobre uma segunda perspectiva, culpabilidade vem como 
limite da pena, pois no art. 59 do CP culpabilidade vem 
como critério de fixação da pena base na dosimetria penal, 
portanto culpabilidade é limite da pena. 
Existe na doutrina clássica um terceiro desdobramento do 
princípio da culpabilidade que proíbe a responsabilidade 
objetiva, ou seja, aquela que se aplica sem dolo ou culpa. 
Tome cuidado, pois não está atualizada essa tese. 
 
 Princípio da pessoalidade / intranscendência da pena 
(art. 5°, XLV, CF) 
Responsabilidade penal é pessoal e intransferível, mas a 
obrigação de reparar o dano ou o perdimento de bens 
podem ser transmitidos na força da herança. 
Quando falamos em perdimento de bens falamos em ação 
extrapenal da condenação que diz respeito ao perdimento 
tanto aos objetos do crime quanto da vantagem obtida com 
o crime. 
A pena de multa continua sendo intransferível, continua 
sendo não transferida aos herdeiros mesmo nas forças da 
herança por não perder o seu caráter penal. 
 Princípio da individualização da pena (art. 5°, XLVI, CR) 
O princípio da individualização da pena vai além da 
cominação como também na aplicação e também na 
execução da pena. 
O princípio da individualização da pena exige que a lei 
regulamente e, portanto possibilite a individualização em 
todas as esferas. Assim, sendo é inconstitucional a lei que 
faz ao contrário, ou seja, que impossibilita, veda de forma 
absoluta “ex legis” e objetiva a individualização da pena ao 
crime praticado e ao criminoso. 
Três julgados do STF que determinaram a 
inconstitucionalidade de institutos que eram muito 
importantes no Direito Penal, porém violavam o princípio da 
individualização da pena, são eles: a) inconstitucional os 
crimes hediondos (HC 82959); b) considerou regime 
inicialmente fechado obrigatório é inconstitucional (HC 
111840); e c) inconstitucional a lei de drogas na medida em 
que proíbe a substituição de pena (HC 97256 / Súmula 
Vinculante 26 / Súmula 471, STJ). 
 
 Princípio da legalidade (art. 5°, XXXIX, CR) 
É uma das principais garantias fundamentais da magna 
carta. Não há crime sem lei anterior que o defina, não há 
pena sem prévia cominação legal. 
O princípio da legalidade se dá em 04 desdobramentos, são 
eles: 
 1° - Lei escrita 
O princípio da legalidade exige lei escrita, ou seja, o Código 
Penal não é um Código de Ética no sentido que os costumes 
não podem exercer uma influencia negativa sobre a lei 
penal, sobre o criminoso, sobre o fato praticado. O costume 
incriminador é algo que não pertence ao Estado 
Democrático de Direito, somente a lei escrita, portanto a 
reserva legal é necessária para se incriminar condutas. 
 
 2° - Lei estrita 
Exige-se lei estrita, ou seja, a lei ordinária ou complementar 
pode cominar penas e tipificar condutas criminosas. 
Primeiro retira-se da esfera de incriminação de todos os 
diplomas informativos e infralegais, retiramos inclusive a 
Medida Provisória, pois ela no campo do Direito Penal não 
pode cominar penas e nem tipificar crimes. 
O STF tem decidido em seus julgados que a MP pode sim ter 
conteúdo penal quando a norma por ela positivada é 
ampliativa de direitos e não restritiva, por exemplo, a Lei de 
Armas que trazia um prazo para que o indivíduo entregasse 
ou registrasse a arma. Esse prazo tinha natureza “abolitio 
criminis” temporária, pois foi ampliado através de MP. 
DIREITO PENAL PARTE GERAL PARA CONCURSOS| Apostila 2018 – Prof. Jordão Santana 
 
 
 
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OS: 0019/4/18-Gil 
Cuidado, pois a própria Constituição Federal em seu art. 62, 
§1°, b diz que “é vedada a edição de MP sobre matéria 
relativa à Direito Penal, Processual Penal e Processual Civil”. 
A analogia em desfavor do réu “in malam partem” está 
vedada pelo princípio da legalidade. Analogia é o método de 
integração da norma do qual o intérprete constata uma 
omissão legislativa. 
Não confundir analogia com interpretação analógica, pois 
analogia pressupõe ausência da lei e interpretação analógica 
a própria lei propõe a ampliação de suas hipóteses de 
aplicação através de uma fórmula genérica que se segue a 
uma fórmula casuística, por exemplo, homicídio qualificado 
por paga promessa de recompensa ou por qualquer outro 
motivo torpe. 
A interpretação extensiva tenta retirar o conceito inserido 
na própria norma, no próprio tipo penal quando a lei diz 
menos do que ela deveria dizer e quando aquele conceito 
obviamente, por sua própria natureza abrange outros 
termos, outras situações que fazem parte daquele contexto 
(art. 176, CP). 
 
 3° - Lei certa / princípio da taxatividade / Legalidade 
penal estrita 
A norma penal não pode criminalizar comportamentos 
abertos, a lei penal deve ser estrita, não há crime sem lei 
anterior que o defina. 
Os tipos penais abertos são um convite para que juízos e 
governos autoritários possam preencher aquele quadro 
normativo na forma que melhor lhes convier. 
O princípio da taxatividade vem restringir a tipificação a 
comportamentos delimitados, a condutas. 
 
 4° - Lei prévia (art. 5°, XL, CR) 
A norma penal que prejudica o réu deve ser anterior ao fato 
praticado. A lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o 
réu. 
Por exemplo, a Lei 12650/2012 que aumentou o prazo 
prescricional para crimes sexuais contra crianças e 
adolescentes, nesses crimes a prescrição só começa quando 
a vítima completa 18 anos, ou quando o Ministério Público 
oferece a denúncia. 
 
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2 – LEI PENAL NO TEMPO 
Quando fala em lei penal no tempo fala em sucessão de leis 
e os efeitos dos delitos já praticados antes, durante e depois 
da sucessão. 
Dois princípios devem ser levados em consideração: 
 1° - Princípio da anterioridade (art. 5°, XXXIX, CR / art. 1°, 
CP) 
Será aplicado não só para “novatio legis incriminadora”, mas 
também para “reformatio legis in pejus”, ou seja, para a 
reforma de uma norma de Direito Penal material piorando a 
situação do acusado. 
 
 2° - Princípio da retroatividade da lei penal benéfica “lex 
mitior” (art. 5°, XI, CF / art. 2°, CP) 
Se a norma penal de qualquer forma beneficia o agente ela 
retroage para alcançar os fatos anteriores. Seja retirando 
um crime do ordenamento, através de uma “abolitio 
criminis”, seja melhorando uma pena ou facilitando a 
extinção da punibilidade através da “reformatio legis in 
mellius”. 
Quando o assunto é extratividade da lei penal a “lex gravior” 
(piora a situação do réu) é estática. A partir do momento 
que a “lex gravior” por uma “lex mitior” a lei vai retroagir 
para alcançar as condutas anteriores, logo a “lex gravior” é 
estática sendo aplicada somente em crimes 
 1° - “lex mitior” retroativa – crimes praticados antes da 
sua vigência 
 
 2° - “lex mitior” ultrativa - para crimes praticados durante 
a sua vigência 
 
Obs. 1: Na retroatividade da lei penal benéfica não se 
respeita a coisa julgada, podendo a nova lei ser aplicada 
pelo juiz da execução (art. 2°, parágrafo único, CP c/c 
Súmula 611, STF). 
 
Obs. 2: A “abolitio criminis” não apaga os efeitos 
extrapenais do crime ou da sentença (art. 2°, CP c/c art. 107, 
III, CP). 
 
Obs. 3: O CP adotou a teoria da atividade para determinar o 
tempo do crime, ou seja, o tempo do crime é o tempo da 
ação ou da omissão não importando o momento do 
resultado (art. 4°, CP). 
Para o lugar do crime adotou-se a teoria da ubiquidade. 
Lugar do crime é tanto o local da conduta quanto o local do 
resultado (art. 6°, CP). (L.U.T.A) 
DIREITO PENAL PARTE GERAL PARA CONCURSOS 
| Apostila 2018 – Prof. Jordão Santana 
 
 
 
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OS: 0019/4/18-Gil 
Obs. 4: No crime permanente e no crime continuado aplica-
se sempre a ultima lei que entra em vigorar não importa se 
ela é a mais grave (Súmula 711, STF). 
Crime permanente é aquele que a consumação se prolonga 
no tempo e é o agente que controla a permanência, por 
exemplo, extorsão mediante sequestro. 
Crime continuado é uma regra de fixação de pena. 
 
Obs. 5: Considera-se Lei Penal Intermediária aquela que 
entra em vigor após a conduta, mas é revogada antes do 
término dos efeitos penais da sentença. 
A Lei Penal Intermediária pode ser aplicada se for benéfica 
ao réu. 
 
Obs. 6: Lei Penal Temporária e Excepcional é aquela que 
possui prazo determinado de vigência. 
 Lei Penal temporária tem prazo certo e a Lei Penal 
Excepcional não tem prazo certo e as duas são auto-
revogáreis. 
A Lei Penal excepcional e a Lei Penal temporária (exemplo, 
Lei da COPA) possuem a característica de ultratividade (art. 
3°, CP). Pois as duas são aplicáveis aos crimes praticados na 
sua vigência mesmo depois da sua auto-revogação. O 
fundamento é que a lei não teria eficácia social se não 
possuísse ultratividade maléfica. 
Autores como Zafarone e Guilherme de Souza Nucci 
defendem que a ultratividade da Lei Penal Temporária e 
Excepcional é inconstitucional, portanto o art. 3° da CP não 
teria sido recepcionado pela Constituição de 88. Pois o art. 
5°, XL, CF diz que quando a lei penal não retroagirá, salvo 
para beneficiar o réu, estabeleceu um mandado de 
retroatividade. Assim sendo, não poderia o art. 3° 
estabelecer ultratividade em uma lei maléfica. 
Uma segunda corrente diz que quando uma norma penal 
temporária ou excepcional se auto-revoga nós não temos 
um conflito de leis penais no tempo, não temos uma 
segunda lei que revoga a primeira sendo benéfica uma com 
relação à outra, mas sim hipótese de auto-revogação, sendo 
assim não há que se falar na aplicação do art. 5°, XL, CF pois 
não há conflito de leis penais no tempo. 
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3 – LEI PENAL NO ESPAÇO 
 Extraterritorialidade (art. 7°, CP) 
Se o delito ocorreu no Brasil ou no exterior é chamado 
de delito à distância no qual ocorre no território nacional 
uma vez que para o lugar do crime basta ou a conduta ou o 
resultado se dê no território brasileiro para que tenhamos a 
territorialidade. 
As hipóteses de extraterritorialidadesão hipóteses 
previstas em lei. As hipóteses do art. 7°, I são de hipóteses 
de extraterritorialidade incondicionada, significa que a lei 
brasileira é aplicável independentemente de qualquer 
condição, mesmo se o indivíduo seja condenado ou 
absolvido no exterior. 
São hipóteses de extraterritorialidade incondicionada: 
a) Crimes contra a vida; 
b) Crimes contra ao patrimônio (art. 155 a 180, CP) ou a fé 
pública de entidade da Administração Pública brasileira 
direta ou indireta (art. 289 a 311-A, CP); 
c) Crimes contra a Administração Pública praticados por 
quem está ao seu serviço (art. 312 a 326, CP); 
d) Delito de genocídio (art. 1° a 3° da Lei 2889/56). 
 
Os três primeiros incisos são fundamentados pelo 
princípio da proteção / princípio da defesa, ou seja, aplica-se 
a lei do país a que pertencer o bem jurídico violado. 
Na alinha d temos o princípio da universalidade / 
princípio da justiça penal universal / princípio cosmopolita 
esse princípio impõe um dever universal de solidariedade na 
punição de crimes que afetam os direitos humanos, ou seja, 
que desperta o interesse internacional a cerca da 
persecução penal. 
No inciso II traz as hipóteses de extraterritorialidade 
condicionada no qual traz o princípio de Direito Penal 
Internacional. 
a) Crime que por tratado o Brasil se obrigou a reprimir 
(princípio da universalidade); 
b) Crimes praticados por brasileiros (princípio da 
nacionalidade ativa); 
c) Crimes praticados a bordo de embarcações ou aeronaves 
brasileiras privadas no estrangeiro quando não são punidas 
(princípio da bandeira / da representação). 
 
Se o indivíduo comete contra a vida do presidente da 
república do Brasil nos Estados Unidos a lei brasileira é 
aplicável independentemente de qualquer condição, mesmo 
se ele nunca mais entra no território nacional. Entretanto, 
se esse mesmo indivíduo comete um crime qualquer no 
estrangeiro e ele é brasileiro a lei brasileira só será aplicável 
DIREITO PENAL PARTE GERAL PARA CONCURSOS 
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se ele entra no território nacional e se o fato também é 
punível no país em que foi praticado. 
Portanto, o crime já está prescrito no estrangeiro não 
se aplica a lei brasileira se for hipótese de 
extraterritorialidade condicionada. 
 
O art. 7°, §3° é hipótese de extraterritorialidade super 
condicionada. Temos três requisitos que são: crime 
praticado por estrangeiro, contra brasileiro e fora do Brasil. 
É super condicionada porque temos dois outros requisitos 
que são: não foi pedido ou negada a extradição e ainda 
requisição do Ministro da Justiça. 
 
 Concurso aparente de normas 
Ocorre o concurso aparente de normas quando 
aparentemente quando duas normas incriminadoras são 
aplicáveis ao mesmo fato e simultaneamente. 
Não se trata de conflito de leis no tempo uma vez que 
as duas normas estão vigentes no tempo da conduta. Um 
indivíduo pratica uma conduta e supostamente viola duas 
ou mais normas. O princípio mais moderno adota a 
proibição do princípio “bis in idem” não se trata de princípio 
constitucional. 
Quando temos concurso aparente de normas temos 04 
princípios, são eles: 
1° - Princípio da especialidade – norma especial afasta a 
aplicação de norma geral, pois considera especial a norma 
que possui um elemento especializante independentemente 
da gravidade em concreto do crime. 
Exemplos: 
- Infanticídios (art. 123, CP) / matar alguém (art. 121, 
CP). 
- Crime de tráfico de drogas (art. 33 da Lei 
11343/06) com a modalidade de importar e exportar / 
importar e exportar mercadoria proibida (art. 334-A, CP). 
 
2° - Princípio da subsidiariedade – a norma afasta a 
aplicação da norma subsidiária. 
Considera-se primária a norma que prevê violação mais 
ampla e grave ao bem jurídico tutelado. 
A subisidariedade pode ser: 
a) expressa, quando o próprio tipo penal se declara 
subsidiário, ou seja, quando o próprio tipo penal diz que 
ele só será aplicável se o outro crime mais grave não for 
praticado quando da realização da conduta. Exemplos, 
expor a perigo direto e iminente a vida de alguém (art. 
132, CP), disparo de arma de fogo (art. 15, da Lei 
10826/03) 
b) tácita – quando o tipo penal for elemento 
constitutivo ou qualificadora ou causa de aumento 
de outrem. 
Exemplos: 
- crime de dano (art. 163, CP); 
- crime d e furto através do rompimento de obstáculo 
(art. 155, §4°, I, CP) 
 
3° - Princípio da consunção / da absolvição – a conduta que 
serve como meio de preparação, execução ou mero 
exaurimento de outra é por esta absolvida. 
Entretanto ela é aplicada em 04 situações diferentes: 
a) Ante-fato impunível – quando uma conduta criminosa 
serve como meio de preparação necessária para outra 
sendo por esta absolvida. Por exemplo, viola domicílio para 
poder furtar / Súmula 17, STJ. 
b) Pós-fato impunível – uma conduta criminosa será a mero 
exaurimento de outrem. Temos a aplicação dessa hipótese 
quando o agente condutor viola o mesmo bem jurídico para 
conseguir a vantagem que ele queria com o crime anterior. 
Exemplo, agente falsifica dinheiro (art. 289, CP) / colocar a 
moeda em circulação (art. 289, §1°, CP). 
c) Crime progressivo – um tipo penal na execução passa 
necessariamente por outros. 
d) Progressão criminosa – o agente na execução de um 
delito converge seu dolo com o objetivo de praticar um 
crime mais grave. 
4° - Princípio da alternatividade – é aplicado nos tipos 
mistos alternativos. Tipos mistos são aqueles que possuem 
vários verbos núcleos. 
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4 – TEORIA GERAL DO CRIME 
 Conceito de crime 
 Formal 
É aquele que valoriza o princípio da legalidade e a previsão legal do delito. Formalmente falando crime é a conduta 
definida como tal pela lei penal. 
 
 Material 
Crime é a conduta que viola bens jurídicos relevantes de maneira intolerável. Preservam- se os princípios da 
fragmentariedade, da intervenção mínima e o da insignificância. 
 
 Analítico 
É aquele que define o delito pela análise de seus substratos, nos quais são: 
a) o fato típico; 
b) a ilicitude; e c) a culpabilidade. 
Fato típico Ilicitude (antijuridicidade) 
(Art. 23, CP) 
Culpabilidade 
Conduta (ação/omissão
 – dolo/culpa)Estado de necessidade; Culpabilidade 
Resultado (material/jurídico) Legítima defesa Potencial consciência da ilicitude 
Nexo causal Estrito cumprimento do dever legal Exigibilidade de conduta diversa 
Tipicidade (formal/material) 
(tipicidade conglobante) 
Exercício regular de direito 
 
 Teorias da conduta e da culpabilidade 
 Causalismo naturalista / Teoria clássica 
Seus principais expoentes eram Von Liszt e Beling (final do 
Séc. XIX e início do séc. XX). 
 Conceito de conduta 
Para o causalista naturalista definia a conduta 
como movimento humano voluntário que causa uma 
alteração no mundo exterior. 
A conduta penalmente relevante era aquela 
conduta de movimento muscular, movimento que causava 
uma alteração no mundo exterior. 
 
 Conceito de culpabilidade 
Era meramente um vínculo psicológico entre o 
autor do crime e o resultado por ele criado. Nessa época a 
conduta era um mero movimento físico, muscular que 
causava uma alteração no mundo exterior. Ou seja, a 
culpabilidade era o próprio dolo e a própria culpa. 
 Conceito analítico 
O fato típico era simplesmente a conduta no qual 
era o movimento muscular que proporcionava um resultado 
no mundo exterior. Resultado meramente natural e a 
tipicidade meramente legal, formal. 
Pregava-se no movimento causalista a total independência 
entre o fato típico e a ilicitude. 
A tipicidade causava qualquer juízo de valor na 
antijuridicidade. 
Não se permitia causas supralegais de exclusão de ilicitude. 
Na culpabilidade o vínculo psicológico entre a 
conduta e o resultado era, portanto o próprio dolo e a 
própria culpa. 
 
 Características 
1° - A conduta não permitia valoração pelo aplicador da 
norma; 
2° - O tipo penal era meramente objetivo (neutro ou 
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acromático) – Não permitia que o legislador colocasse no 
seu bojo elementos subjetivos, elementos que traziam fim 
de agir no tipo penal; 
3° - Teoria psicológica da culpabilidade – é aquela que 
enxerga o terceiro substrato do conceito de crime como um 
mero vínculo psicológico entre o crime e o resultado. A 
imputabilidade não era um elemento da culpabilidade, mas 
sim um preço posto da culpabilidade. 
 
 Críticas 
1ª - O sistema causal naturalista não explica os crimes 
omissivos; 
2ª – Dolo e culpa estão como espécies de culpabilidade. Se 
dolo e culpa estão na culpabilidade a conduta era cega, ou 
seja, a conduta dentro de um sistema causalista era 
analisada de um ponto de vista meramente objetivo, como 
um movimento que causava resultado; 
3ª – O tipo penal por acromático não analisa os elementos 
subjetivos especiais. 
 
 Causalismo neokantista 
 Conceito de conduta 
A conduta é um comportamento humano voluntário que 
causa modificação no mundo exterior. 
A conduta ainda é um comportamento que causa 
um resultado, resultado naturalístico, resultado material, 
entretanto, conduta não é mais conceituado como um 
simples movimento e sim um comportamento. Apesar de 
manter as bases causalistas, tenta-se possibilitar algumas 
análises um pouco mais valorativas. 
Tenta-se, portanto permitir a valoração do tipo 
penal, da conduta, tenta-se permitir a presença de 
elementos subjetivos do tipo penal sem abandonar os 
conceitos causalistas, sem abandonar, portanto a posição do 
dolo e da culpa na culpabilidade. 
 
 Conceito de culpabilidade 
É tanto um vínculo psicológico entre conduta e 
resultado quanto um juízo de reprovação do injusto penal. 
A culpabilidade ganha uma dimensão normativa. 
A culpabilidade não é só um vínculo psicológico 
(dolo e culpa), entretanto esse terceiro substrato do 
conceito de crime é recheado de elementos normativos 
como a imputabilidade e a exigibilidade de conduta diversa. 
A culpabilidade passa a ser analisa como um juízo 
de reprovação e não só como um vínculo psicológico entre 
conduta e resultado. 
 Conceito analítico 
Dolo e culpa passam a ser elementos da 
culpabilidade e não espécies de culpabilidade. A 
imputabilidade e a exigibilidade de conduta diversa passam 
a ingressar esse substrato do crime. 
 
 Características 
1ª – A conduta pode ser valorada; 
2ª – O tipo penal não é meramente objetivo, permite-se a 
analise de elementos subjetivos especiais do tipo penal; 
3ª – Existe relação entre o fato típico a tipicidade e a 
ilicitude. 
 
 Críticas 
1ª – Dolo e culpa ainda estão na culpabilidade; 
2ª – Se a conduta ainda é cega, se dolo e culpa ainda estão 
na culpabilidade a teoria é contraditória ao permitir 
elementos subjetivos do tipo penal 
O dolo da culpabilidade do período neokantista era 
chamado de dolo normativo, pois o dolo possuía não só 
elementos psicológicos, como a vontade e a consciência, 
como também possuía um elemento normativo que é a 
atual consciência da ilicitude. Erro de fato e de direito 
recaiam sobre o mesmo elemento que é o dolo. 
 
 Conceito de conduta 
Conduta é o comportamento humano voluntário 
psiquicamente dirigido a um fim que pode ser lícita ou ilícita 
e o comportamento será doloso ou culposo durante a 
análise. 
 
 Conceito de culpabilidade 
Culpabilidade é juízo de reprovação que recai sobre 
o fato típico e ilícito, portanto a culpabilidade é desprovida 
dos seus elementos psicológicos e dolo e culpa são enviados 
ao fato típico. 
 
 Conceito analítico 
Dolo e culpa são retirados da culpabilidade e ficam 
a potencial consciência da ilicitude e são enviados a 
conduta. 
 
 Características 
1ª – Permite elementos subjetivos do tipo penal explicando 
satisfatoriamente; 2ª – Explica satisfatoriamente os 
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comportamentos omissivos e o crime tentado; 
3ª – Costuma-se dizer que o finalismo é frigiu em crimes 
culposos porque não há em crimes culposos uma finalidade 
contrária ao ordenamento jurídico; 
4ª – O finalismo centraliza toda a base dogmática nos 
desvalor da conduta e menospreza o valor do resultado. 
 
 Críticas 
O sistema finalista ainda vigora a maioria das 
legislações do mundo e ainda é o principal fundamento 
teórico utilizado no direito penal brasileiro. 
 
 Finalismo Dissidente 
Teoria paulista de Direito Penal diz que crime é fato 
típico e ilícito e a culpabilidade seria um mero pressuposto 
para a aplicação da pena. 
A culpabilidade passa a ser não uma análise que 
recai sobre a conduta, mas sim sobre a pessoa que pratica o 
fato típico e ilícito e esse sim é considerado crime. 
Os autores dessa teoria afirmam que a 
culpabilidade foi um elemento que constituía o tipo penal 
no causalismo tendo em vista que no causalismo a face 
subjetiva do crime estava na culpabilidade de dolo e culpa. 
A culpabilidade seria tão preciosa para a análise do 
crime quanto o fato típico e ilícito e justamente por isso 
teríamos esse terceiro substrato do crime também como 
conceito do delito. 
 
 Teoria social da ação 
Teoria adotada por Jescheck. 
 
 Conceito de conduta 
Comportamento humano voluntário 
psicologicamente dirigido para um fim socialmente 
reprovável. 
Para a teoria social da conduta não se quer quebrar 
com as bases finalistas e sim pelo contrário a teoria social da 
conduta não tem como pretensãosubstituir a teoria 
finalista, mas sim refiná-la. 
Os melhores aspectos da teoria finalista e causalista 
seriam trazidas em uma teoria única que considera a 
conduta penalmente relevante como aquela que é dirigida 
para um fim socialmente reprovado ou socialmente 
relevante. 
 
 
 Conceito de culpabilidade 
Volta a ser psicológico normativo, pois essa teoria 
afirma que dolo e culpa devem ser reanalisados na 
culpabilidade. 
Essa teoria psicológica normativa propõe uma 
reanálise do dolo e da culpa da culpabilidade é ainda que 
indiretamente adotada por alguns doutrinadores para 
resolver o problema da discriminante putativa. 
A teoria social da conduta que propõe a reanálise 
do dolo e da culpa na culpabilidade não é tão aceita assim 
pelo nosso sistema. 
 
 Críticas 
O problema da teoria social da ação é que não se tem uma 
certeza do que é socialmente relevante. 
Quando o dolo e a culpa passam a ser reanalisados na 
culpabilidade não se vê nenhuma utilidade nessa reanálise. 
O dolo da culpabilidade é a razão que levou ao autor do 
injusto a praticá-lo enquanto que a culpa na culpabilidade 
seria um exame da inobservância de um dever pessoal de 
cuidado com uma previsibilidade subjetiva. 
 
 Funcionalismo Teleológico / Funcionalismo Moderado / 
Funcionalismo da Política criminal (Claus Roxin) 
Claus Roxin quer reimaginar o Direito Penal mais 
próximo da política criminal e da sua função protetor dos 
bens jurídicos mais importantes da vida em sociedade. 
 
 Conceito de conduta 
É o comportamento humano voluntário orientado 
pelo princípio da intervenção mínima causador de lesão ou 
perigo de lesão intolerável ao bem jurídico tutelado pelo 
Direito Penal. 
 
 Função 
Proteger os bens jurídicos mais importantes a vida 
em sociedade. É um Direito Penal reorientado para a política 
criminal. 
 
 Conceito analítico 
O Dolo e a culpa continuam no fato típico. A 
tipicidade é vista também no sobre o ponto de vista 
material, pois o princípio da insignificância é inserido no 
Direito Penal contemporâneo. 
Para Claus Roxin crime não é fato típico e ilícito e 
culpável, mas sim fato típico e ilícito dotado de 
responsabilidade. Terceiro elemento do crime que é 
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composto da imputabilidade, da potencial consciência da 
ilicitude, da exigibilidade de conduta diversa, ou seja, do 
conceito finalista que a culpabilidade tem, mas também da 
necessidade da pena. 
 Características / Críticas 
1ª – A culpabilidade por si só é incapaz de fundamentar a 
pena e a inutilidade da aplicação da pena leva a ausência de 
crime; 
2ª – A análise do nexo causal passa também por uma análise 
de imputação objetiva; 3ª – Dolo é a decisão contra o bem 
jurídico; 
4ª – Ampla aplicação do princípio da insignificância como 
causa de exclusão da tipicidade; 5ª – O sistema é 
excessivamente valorado o que gera insegurança jurídica e 
impunidade. 
 
 Funcionalismo sistêmico / radical (Günther Jacobs) 
Propõe um sistema penal extremamente punitivo. 
 
 Conceito de conduta 
É o comportamento humano voluntário dirigido a 
um fim frustrador das expectativas normativas. 
 
 Função 
É manter a estabilidade da norma social e a 
confiança dos cidadãos na norma jurídica 
Sistema de controle social da ordem penal que 
aplica frequentemente o Direito Penal toda vez que a norma 
é violada para que a validade dessa própria norma e do 
próprio sistema seja reafirmada perante os cidadãos. 
A função não é proteger bens jurídicos e sim 
demonstrar a validade da norma e do próprio sistema para 
os cidadãos através da aplicação de um Direito Penal que se 
mostra em um sistema de controle social e que dentro deste 
cenário tem como função o reforço da validade da norma e 
o reforço, portanto das expectativas de comportamento que 
a norma traz. 
 
 Conceito analítico 
Crime ainda é fato típico, ilícito e culpável. 
 
 Características / Críticas 
1ª – Não admite o princípio da insignificância, pois a função 
do Direito Penal é reforçar a validade da norma jurídica; 
2ª – Direito Penal do inimigo é aquele que propõe a 
existência de dois sistemas jurídicos penais um destinado ao 
cidadão e o outro destinado aquele destinado inimigo do 
Estado. 
O inimigo seria identificado primeiro pela reincidência, 
segundo pela habitualidade e terceiro pela delinquência 
profissional. É necessária também a integração deste 
inimigo em organizações criminosas estruturadas. 
 
Identificado o inimigo as principais consequências da 
aplicação do direito penal do inimigo seria: 
a) Direito prospectivo, como o inimigo é imprevisível o 
Estado deve se adaptar a essa imprevisibilidade. 
b) Descrição vaga de crimes e penas 
c) Leis de luta e combate 
d) Restrição de garantias penais e processuais penais 
 
 Tipo penal doloso 
O dolo é a vontade consciente de praticar os 
elementos do tipo penal. 
 
 Teorias do dolo 
1° - Teoria da vontade: O dolo está presente quando o 
agente quer produzir o resultado diretamente. 
2° - Teoria do assentimento: O dolo está presente quando o 
agente prevê o resultado e aceita o risco da sua ocorrência. 
3° - Teoria da representação: O dolo está presente com a 
mera previsão subjetiva do resultado. 
O art. 18, I, CP adotou tanto a teoria da vontade quanto a 
teoria do assentimento. 
 
 Espécies de dolo 
Dolo Direto 
Dolo direito de 1° grau: o agente quer diretamente produzir 
o resultado 
Dolo direito de 2° grau / dolo das consequências 
necessárias: o agente não quer produzir diretamente o 
resultado, entretanto ele aceita a produção do resultado 
que naquele contexto se demonstra uma consequência 
necessária para a sua conduta. 
 
Dolo Indireto 
Dolo indireto eventual: o agente não quer produzir o 
resultado, entretanto assume o risco da sua ocorrência. 
Dolo indireto alternativo: o agente prevê uma pluralidade 
de possíveis resultados e mantém a sua conduta com 
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vontade de produzir qualquer um desses resultados 
alternativamente. 
 
Dolo de propósito 
É aquele que se percebe nos chamados crimes com 
premeditação no qual o indivíduo analisa previamente o seu 
propósito e prepara a prática do crime. 
Quem pratica um crime em dolo de propósito 
possui uma culpabilidade mais exacerbada do que aquele 
que não produzir o crime através da premeditação. 
 
Dolo de ímpeto 
É aquele que se percebe que não há premeditação, 
ou seja, são crimes em que o agente pratica o delito 
provocado por algum fato ou por alguma conduta de um 
terceiro. 
Dolo de ímpeto é próprio de algumas causas de 
diminuição de pena, por exemplo, homicídio privilegiado em 
que o indivíduo em justa provocação da vítima é dominado 
por violenta emoção e mata a vítima. 
 
Dolo eventual 
O dolo eventual é o dolo finalista é o dolo do fato 
típico é o dolo que possui elementos constitutivos a vontade 
e a consciência e não o eventual conhecimento da ilicitude. 
 
Dolo normativo 
O dolo normativo é aquele do período neokantista. 
O dolo normativo surge no período causal neokantista ele 
pressupõe não só a vontade e a consciência como também o 
conhecimento da ilicitude.Dolo genérico 
É o dolo que não depende da análise de um 
especial fim de agir. Pratica os elementos do tipo penal. 
 
Dolo específico 
É o dolo que depende de um especial fim de agir. 
Diz respeito a um especial fim de agir vai para além do 
próprio tipo. 
 
Obs.: Os delitos de intenção aqueles que possuem um 
especial fim de agir podem ser divididos em: 
a) Delitos de intenção de resultado cortado: o agente busca 
o resultado que não depende diretamente da sua conduta, 
por exemplo, extorsão mediante sequestro. 
b) Delitos de intenção fatiados de dois atos: o agente vai 
através do tipo penal, praticar uma conduta que vai criar 
uma situação prévia propícia a prática do segundo delito e 
esse segundo delito depende da pratica da sua conduta. Por 
exemplo, associação criminosa (art. 288, CP). 
 
Os delitos de tendência possuem o especial fim de agir 
e está implícito no próprio tipo penal no qual não existirá a 
prática adotiva. 
 
 Tipo penal culposo 
No tipo penal culposo não existe vontade nem 
consciência e sim a inobservância de dever objetivo de 
cuidado. 
No art. 18, II, CP exemplifica a inobservância de dever 
objetivo de cuidado em: a) imprudência; b) negligência; e c) 
imperícia. 
Dentro da análise do tipo penal culposo não basta a 
inobservância de dever objetivo de cuidado é necessário 
também a previsibilidade objetiva, ou seja, para responder 
por um tipo penal culposo o resultado obtido pelo indivíduo 
que age com culpa deve ser previsível objetivamente. 
Divide-se a culpa em: 
a) Culpa inconsciente: no qual o agente não prevê o 
resultado. 
b) Culpa consciente: o agente prevê o resultado, entretanto 
acredita que ele não ocorrerá. 
O tipo penal culposo depende: 
a) Resultado material indesejado 
b) Tipicidade estrita 
c) Nexo causal 
 
No Direito Penal brasileiro não há compensação de culpas e 
não há culpa presumida. 
Crime preter doloso é aquele no qual existe dolo na 
conduta e culpa no resultado, por exemplo, tortura com 
resultado morte. 
 
 Relação de causalidade 
É a pertinência entre a conduta e o resultado material do 
crime. Saber se existe nexo causal é saber se a conduta deu 
causa ao resultado. A relação de causalidade só é relevante 
nos chamados crimes materiais. Crimes materiais são 
aqueles descrevem o seu tipo penal um resultado 
naturalístico que deve ocorrer para a consumação. 
Alguns autores discordam dessa afirmação dizendo que o 
nexo de causalidade deve ser analisado também quanto ao 
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resultado jurídico já que o direito penal contemporâneo é 
aquele que tutela bens jurídicos imprescindíveis a vida em 
sociedade. 
Devemos analisar quanto da prática da conduta típica se a 
ação gera o resultado, ou seja, devemos perceber se a 
conduta é causa do resultado delitivo. 
Existem duas teorias que debatem o conceito de causa, são 
elas: 
1ª – Teoria da equivalência dos antecedentes causais / 
condito sine qua non: é toda ação ou omissão sem qual o 
resultado não teria ocorrido (art. 13, CP). 
- Método da eliminação hipotética dos antecedentes: se não 
houvesse a conduta o resultado ainda assim ocorreria? 
 
2ª – Teoria da causalidade adequada: causa é somente a 
conduta idônea, capaz, adequada de produzir o crime por si 
só. Faz-se uma análise de probabilidade. 
A teoria da causalidade adequada não é a regra do 
nosso código, entretanto foi adota segundo a maior parte 
da doutrina com causas relativamente independentes 
supervenientes, conforme o art. 13, §1°, CP. 
 
 Concausas 
Concausas são os eventos alheios a conduta relevante na 
produção do resultado. 
 
 Espécies de concausas 
Absolutamente independentes: são aquelas que surgem de 
forma alheia a conduta e produzem o resultado também 
autonomamente. O agente pode ou não responder pelo 
resultado delitivo (art. 13, CP). 
Espécies de concausas absolutamente independente: 
1ª – pré-existente / anterior: gera o resultado independente 
autônoma e antes da conduta. O agente não responde pelo 
resultado, pois sem a conduta o resultado teria ocorrido. 
2ª – concomitante / simultânea: ocorre simultaneamente 
com a conduta. O agente não responde pelo resultado. 
3ª – superveniente / posterior: ocorre depois da conduta. O 
agente não responde pelo resultado. 
 
Relativamente independentes: é aquela que produz o 
resultado a partir da conduta. 
Espécies de concausas relativamente independente: 
1ª - pré-existente / anterior: pode responder pelo resultado 
se houver dolo ou culpa (teoria da equivalência dos 
antecedentes causais - art. 13, CP). Caso o agente não saiba 
as concausa ele não responde pelo fato consumado. 
2ª - concomitante / simultânea: Acontece ao mesmo tempo. 
Pode responder pelo resultado se houver dolo ou culpa (art. 
13, CP). O conhecimento da concausa seria pressuposto 
para evitar uma responsabilidade objetiva que é aquela 
desprovida de dolo ou de culpa. 
 
3ª - superveniente / posterior: nas concausas relativamente 
supervenientes o agente não responderá pelo resultado 
quando a concausa produz resultado por si só (teoria da 
causalidade adequada - art. 13, §1°, CP). A conduta foi causa 
adequada do resultado? 
 
 Imputação objetiva 
 Teoria refinada pelo jurista alemão Claus Roxin no 
qual afirmou que essa indagação que é ditado pela 
equivalência dos antecedentes causais. 
 A teoria da imputação objetiva quer reduzir a 
tirania da equivalência dos antecedentes causais e quer 
propor critérios que independem da análise de dolo ou 
culpa no desdobramento causal. 
 Por esses critérios analisa-se o nexo de causalidade 
não pela simples visão da eliminação dos antecedentes 
causais, mas por critérios que são valorados caso a caso e 
que são capazes de excluir a imputação de forma objetiva, 
mesmo se o agente tiver dolo ou culpa, já que esses critérios 
são analisados antes mesmo do elemento subjetivo do tipo. 
 A imputação objetiva deve ser aplica, hoje, de 
forma complementar a equivalência dos antecedentes 
causais de maneira a aprimorá-la para afastar a imputação 
em contexto dos quais a aplicação no direito penal não é 
adequada tendo em vista as finalidades que esse ramo do 
direito deve resguardar. 
 
 Critérios de imputação 
1° - Criação ou incremento de um risco proibido ou não 
permitido. 
Claus Roxin vai dizer que não basta sem a conduta o 
resultado não teria ocorrido. É necessário perceber que a 
conduta do agente criou ou aumentou o risco não permitido 
ao bem jurídico. Por exemplo, o indivíduo percebe que seu 
amigo está preste a ser atropelado pelo ônibus e empurra 
seu amigo no chão e consequentemente seu amigo quebra 
o braço em uma fratura exposta, sendo assim ele agiu 
dolosamente, entretanto ele diminuiu o risco proibido. 
Assim sendo não haverá nexo de imputação objetiva tendo 
em vista a ausência de um dos elementos ou critérios de 
imputação. 
A criação desse risco precisa ser relativamente relevante. O 
risco precisa ser controlado pela conduta do agente e 
precisa ser gerado, produzido pela vontade do agente. 
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2° - Realização do risco no resultado 
O risco juridicamente proibido, criado ou incrementado de formarelevante pelo agente precisa ser percebido no resultado. 
 
3° - O risco deve ser abrangido pelo tipo penal 
Como o risco não está abrangido pela norma não haverá nexo de imputação objetiva. 
Para incrementar a teoria da equivalência causais que pode levar a regressão ad infinito Claus Roxin cria a teoria da 
imputação objetiva. Essa teoria que não depende da análise do elemento subjetivo do tipo dolo ou culpa, teoria que cria 
critérios normativos que devem ser valorados caso a caso e que podem afastar a imputação sem passar e até antes da 
análise do elemento subjetivo da conduta. 
Imputação objetiva visionada por Günther Jackobs no qual um contexto um pouco diferente. No qual cria quatro critérios de 
imputação objetiva. 
1° - Princípios do risco permitido 
Determinados comportamentos de risco são absolutamente comuns na sociedade e aceitos pelo ordenamento jurídico e 
devem ser vistos como permitidos, tolerados, contanto que todos os indivíduos se atenham aos seus papéis sociais. 
 
2° - Princípio da confiança 
Quando o agente confia no respeito a norma por parte de outras pessoas o risco ou resultado por ele criado não pode ser a 
ele imputado. 
 
3° - Princípio da proibição do regresso 
Quando o agente pratica uma conduta dentro do seu papel social se atendo ao risco permitido pela organização social 
comportamentos de terceiros não podem lhe ser imputados, mesmo que esses terceiros pratiquem crimes abusando da 
conduta do primeiro. 
 
4° - Princípio da capacidade da vítima 
A autocolocação da vítima em risco também exclui a imputação pelo resultado. 
 
Inter criminis 
Caminho do crime é o itinerário percorrido entre a cogitação que é elaboração mental do crime até a consumação que é o 
último atuar do delito. O inter criminis é divido em duas fases: a) fase interna, diz respeito a consumação; e b) fase externa, 
que se estende em três outros estágios, sendo eles: 
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 Tentativa 
 Tentativa é a hipótese de adequação típica por subordinação mediata que ocorre quando o agente inicia-se a 
execução de um crime, mas não chega a consumação por motivos alheios a sua vontade. 
 A tipicidade formal ou legal na mais é do que juízo de adequação entre a conduta e o resultado típico, ou seja, é o 
juízo de adequação entre a ação e os elementos do tipo penal. 
 A tentativa é uma hipótese de adequação típica por subordinação mediata permitida por normas de extensão. A 
norma de extensão é aquela capaz de estender o juízo de tipicidade para abranger situações que não estão originalmente 
previstas no tipo penal. 
 Costuma-se falar que a tentativa é uma norma de extensão temporal, pois o indivíduo responde por uma conduta 
que não violou o bem jurídico, mas que antes não conseguiu o resultado implementado por circunstâncias alheias a sua 
vontade. 
 É necessário para a tentativa: 
1° - conduta que se inicia a execução do crime; 
2° - vontade de realizar o tipo penal; 
3° - inocorrência da consumação por motivos alheios a vontade do agente 
 
 Consequência da tentativa 
É a pena pelo crime consumado com a aplicação de uma minorante que vai de 1/3 a 2/3. 
1° - Teoria objetiva / realista: fundamenta a punição da tentativa no risco concreto que a conduta traz ao bem jurídico. A 
punição da tentativa deve ser maior conforme a conduta a violação se aproxima do bem jurídico e menor conforme a 
conduta fica longe desta violação. 
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2° - Teoria subjetiva / voluntarista: a tentativa não deve ser igual ao do crime consumado uma vez que o bem jurídico não foi 
violado no crime tentado e a punição da tentativa deve ser diferente e menor do que a do crime consumado, conforme a 
distância entre a conduta e a violação do bem. Deve se punir a tentativa conforme o resultado visado pelo dolo do agente. 
3° - Teoria sintomática: é aquela que abraça o direito penal do autor é aquela que diz que a fundamentação da punição da 
tentativa se dá na periculosidade do agente e ele deve ser punido conforme se demonstra perigoso através da conduta 
tentada. 
Essas teorias vão tentar justificar e também sugerir o quanto de punição para o próprio crime impossível. 
 
 Classificações do crime tentado 
1° - Critério de violação do objeto material do crime 
Tentativa branca / incruenta – o objeto material do crime não é atingido. 
Tentativa vermelha / cruenta – o objeto no qual recai a conduta é violado, mas o crime não está consumado. 
 
2° - Critério da progressão inter criminis 
Tentativa perfeita / acabada / crime falho – o agente finaliza todos os meios de execução conforme inicialmente pretendia. 
Recebe uma pena que leva em consideração um quanto menor de redução da tentativa, pois esse é um critério adotado pelo 
STJ para determinar o quanto a pena será reduzida no contexto do crime. 
X o Tentativa imperfeita inacabada – o agente não finaliza todos os meios de execução que estão a sua disposição, por ser 
interrompido por motivos alheios a sua vontade. 
 
3° - Critério da possibilidade da consumação 
 Tentativa inidônea / inadequada / quase-crime – a consumação não pode ocorrer por absoluta ineficácia do meio ou por 
absolta propriedade do objeto. Crime impossível (art. 17, CP) o Tentativa idônea / adequada / propriamente dita – Crime 
tentado propriamente dito por que só não ocorreu a consumação por motivos alheios a vontade do agente. (art. 17, CP). - 
Teoria objetiva / realista – a fundamentação do crime nas hipóteses de tentativa só se justificaria pelo risco concreto de lesão 
ao bem jurídico. Adotou a teoria objetiva de forma absoluta por não se permitir determinação em contrário na legislação, 
assim sendo no crime impossível não há punição por ausência de tentativa. 
- Teoria subjetiva / voluntarista – fundamenta a punição do crime tentado no dolo, na vontade e não no risco ao bem 
jurídico. Assim sendo, o crime impossível deveria ser punido nas legislações que adotam a teoria subjetiva com base na 
vontade do agente. - Teoria sintomática – que abraça o direito penal do autor e que diz que a punição do crime deveria vir 
com a pena da tentativa quando a conduta for uma demonstração da periculosidade subjetiva do agente. 
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QUADRO ESQUEMÁTICO 
INSTITUTO RESUMO CONSEQUÊNCIAS 
TENTATIVA 
Agente pratica a conduta delituosa, mas por 
circunstâncias alheias à sua vontade, o resultado 
não ocorre. 
Responde pelo crime, com 
redução de pena de 1/3 a 
2/3. 
DESISTÊNCIA VOLUNTÁRIA 
O agente INICIA a prática da conduta delituosa, 
mas se arrepende, e CESSA a atividade criminosa 
(mesmo podendo continuar) e o resultado não 
ocorre. 
Responde apenas pelos atos 
já praticados. 
Desconsidera-se o “dolo 
inicial”, e o agente é punido 
apenas pelos danos que 
efetivamente causou. 
ARREPENDIMENTO EFICAZ 
O agente INICIA a prática da conduta delituosa E 
COMPLETAA EXECUÇÃO DA CONDUTA, mas se 
arrepende do que fez e toma as providências para 
que o resultado inicialmente pretendido não 
ocorra. O resultado NÃO ocorre. 
Responde apenas pelos atos 
já praticados. 
Desconsidera-se o “dolo 
inicial”, e o agente é punido 
apenas pelos danos que 
efetivamente causou. 
ARREPENDIMENTO POSTERIOR 
O agente completa a execução da atividade 
criminosa e o resultado efetivamente ocorre. 
Porém, após a ocorrência do resultado, o 
agente se arrepende E REPARA O DANO ou 
RESTITUI A COISA. 
1. Só pode ocorrer nos crimes cometidos sem 
violência ou grave ameaça à pessoa 
2. Só tem validade se ocorre antes do 
recebimento da denúncia ou queixa. 
O agente tem a pena reduzida 
de 1/3 a 2/3. 
 
 
 
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 Desistência / arrependimento eficaz 
 Institutos que refletem diretamente no contexto da 
tentativa. 
O art. 15, CP diz que em caso de desistência voluntária 
ou arrependimento eficaz o agente responderá somente 
pelos crimes já praticados. 
 Na desistência voluntária o agente inicia a execução, mas 
não chega a consumação por abandonar os atos 
executórios. 
 No arrependimento eficaz o que acontece não é um 
abandono dos atos executórios, mas sim finaliza todos os 
atos executórios, entretanto ele age para impedir a 
consumação. 
 Na desistência voluntária está para tentativa imperfeita, 
assim como o arrependimento eficaz está para a tentativa 
perfeita ou acabada. 
 Na desistência voluntária o agente abandona a execução 
evitando a consumação no arrependimento eficaz ele age 
impedindo que essa consumação ocorra, portanto ele não 
pode responder pelo crime consumado e nem pelo crime 
tentado, conforme o art. 15, CP. 
 
  Natureza jurídica 
 1ª corrente: atipicidade da tentativa. 
O partícipe vai se beneficiar da desistência voluntária ou do 
arrependimento eficaz. Se o partícipe só responde quando 
colabora para um fato típico e ilícito, sendo desnecessária a 
culpabilidade do autor, se a desistência voluntária for 
atipicidade da tentativa o partícipe vai se beneficiar. 
 
2ª corrente: causas pessoais de isenção de pena. 
O partícipe que induziu, instigou ou auxiliou a prática do 
crime responde pela tentativa. 
Em caso de autoria mediata também o autor mediato se 
beneficia, entretanto se o co-autor está realizando o verbo 
núcleo e ele decide não abandonar a execução ele responde 
pela tentativa. 
 
Obs. 1: A desistência voluntária ou arrependimento eficaz 
exigem voluntariamente e não espontaneidade. 
A desistência voluntária não importa que a conduta do 
agente seja por amor ou medo, contando que seja 
voluntária. 
 
Obs. 2: O agente abandonou a tentativa porque achou que 
o resultado era impossível. Intervenções objetivas que 
convença o agente da impossibilidade de consumação vão 
resultar em tentativa. 
Fórmula de Frank: 
*posso, mas não quero = desistência voluntária do 
arrependimento eficaz. *quero, mas não posso = tentativa 
 
Obs. 3: 
*Tentativa abandonada – desistência voluntária 
*Tentativa qualificada – ocorre quando o agente inicia 
execução de um crime e abandona seja na desistência 
voluntária, seja no arrependimento eficaz, entretanto esse 
abandono não levará a tipicidade e sim a consumação de 
um crime que era delito de passagem do crime fim. 
 
Obs. 4: Art. 16, CP – arrependimento posterior: a 
consumação já ocorreu, entretanto nos crimes sem 
violência ou grave ameaça a pessoa o agente repara o dano 
antes do recebimento da denúncia. Neste contexto o agente 
recebe uma pena com uma causa de redução no qual vai de 
1/3 a 2/3. 
 
A reparação, segundo julgados do STJ, precisa ser total. O 
critério para a redução de pena é o da velocidade na 
reparação. 
Para a doutrina minoria que encontra respaldo no STF o 
arrependimento posterior pode se dar com uma reparação 
parcial da coisa. 
Julgados do STJ decidem que o partícipe também se 
beneficia do arrependimento e o ato de reparação do dano 
deve ser necessariamente proporcionado por uma conduta 
voluntária da vítima que não necessariamente a conduta 
espontânea. 
Ponte de bronze que é a atenuante genérica do art. 65, III, 
b, CP dependendo de conduta espontânea. 
 
Obs. 4: Não há tentativa nos crimes culposos, nas 
contravenções penais, nos crimes condicionados, delitos 
habituais, nos crimes omissivos próprios, nos crimes 
unissubsistentes, crimes preter dolosos e nos crimes de 
empreendimentos / crimes de atentado. 
 
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5 – CULPABILIDADE 
  Conceito 
A culpabilidade nada mais é que o juízo de 
reprovabilidade acerca da conduta do agente, 
considerando-se suas circunstâncias pessoais. 
Diferentemente do que ocorre nos dois primeiros 
elementos (fato típico e ilicitude), onde se analisa o fato, na 
culpabilidade o objeto de estudo não é o fato, mas o 
agente. Daí alguns doutrinadores entenderem que a 
culpabilidade não integra o crime (por não estar relacionada 
ao fato criminoso, mas ao agente). Entretanto, vamos 
trabalhá-la como elemento do crime. 
 
 Teorias 
Três teorias existem acerca da culpabilidade: 
Teoria psicológica – Para essa teoria a culpabilidade era 
analisada sob o prisma da imputabilidade e da vontade 
(dolo e culpa). Esta teoria entende que o agente seria 
culpável se era imputável no momento do crime e se havia 
agido com dolo ou culpa. Vejam que essa teoria só pode ser 
utilizada por quem adota a teoria naturalística da conduta 
(pois o dolo e culpa estão na culpabilidade). Para os que 
adotam a teoria finalista (nosso Código penal), essa teoria 
acerca da culpabilidade é impossível, pois a teoria finalista 
aloca o dolo e a culpa na conduta, e, portanto, no fato 
típico. 
Teoria normativa ou psicológico-normativa – Possui os 
mesmos elementos da primeira, mas agrega a eles a 
inexigibilidade de conduta diversa, que é a “possibilidade de 
agir conforme o Direito”. Para essa teoria, mais evoluída, 
ainda que o agente fosse imputável e tivesse agido com dolo 
ou culpa, só seria culpável se no caso concreto lhe pudesse 
ser exigido um outro comportamento que não o 
comportamento criminoso. Trata-se, portanto, da inclusão 
de elementos normativos à culpabilidade, que deixa de ser a 
mera relação subjetiva do agente com o fato (dolo ou 
culpa). A culpabilidade seria, portanto, a conjugação do 
elemento subjetivo (dolo ou culpa) e do juízo de reprovação 
sobre o agente.2 
Teoria normativa pura – Essa já muda de ares. Já não mais 
considera o dolo e culpa como elementos da culpabilidade, 
mas do fato típico (seguindo a teoria finalista da conduta). 
Para esta teoria,os elementos da culpabilidade são: 
a) imputabilidade; 
b) potencial consciência da ilicitude; c) inexigibilidade de 
conduta diversa. A potencial consciência da ilicitude seria a 
análise concreta acerca das possibilidades que o agente 
tinha de conhecer o caráter ilícito de sua conduta. Vamos 
estudar cada um desses elementos mais à frente; 
 
 
 CUIDADO: Para a maior parte da Doutrina, a teoria 
normativa pura se divide em: 
 Teoria extremada 
 Teoria limitada 
Mas o que dizem estas teorias? Basicamente, a mesma 
coisa. A grande diferença entre elas reside no tratamento 
dispensado ao erro sobre as causas de justificação (ou de 
exclusão da antijuridicidade), também conhecidas como 
descriminantes putativas. 
A teoria extremada defende que todo erro que recaia 
sobrea uma causa de justificação seria equiparado ao erro 
de proibição. 
A teoria limitada, por sua vez, divide o erro sobre as causas 
de justificação (descriminantes putativas) em: 
 Erro sobre pressuposto fático da causa de justificação 
(ou erro de fato) – Neste caso, aplicam-se as mesmas 
regras previstas para o erro de tipo (tem-se aqui o que 
se chama de ERRO DE TIPO PERMISSIVO).3 
 Erro sobre a existência ou limites jurídicos de uma 
causa de justificação (erro sobre a ilicitude da conduta) 
– Neste caso, tal teoria defende que devam ser aplicadas 
as mesmas regras previstas para o erro de PROIBIÇÃO, 
por se assemelhar à conduta daquele que age 
consciência da ilicitude. 
Vamos estudar cada um dos elementos da 
culpabilidade e, ao final, estudaremos com mais detalhes o 
tratamento conferido ao ERRO. 
 
 Imputabilidade penal 
O Código Penal não define o que seria imputabilidade 
penal, apenas descreve as hipóteses em que ela não está 
presente. 
A imputabilidade penal pode ser conceituada como a 
capacidade mental de entender o caráter ilícito da conduta e 
de comportar-se conforme o Direito. 
Existem três sistemas acerca da imputabilidade: 
Biológico – Basta a existência de uma doença mental ou 
determinada idade para que o agente seja inimputável. É 
adotado no Brasil com relação aos menores de 18 anos. 
Trata- se de critério meramente biológico: Se o agente tem 
menos de 18 anos, é inimputável. 
Psicológico – Só se pode aferir a imputabilidade (ou não), na 
análise do caso concreto. 
Biopsicológico – Deve haver uma doença mental (critério 
biológico, legal, objetivo), mas o Juiz deve analisar no caso 
concreto se o agente era ou não capaz de entender o 
caráter ilícito da conduta e de se comportar conforme o 
Direito (critério psicológico). Essa foi a teoria adotada como 
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REGRA pelo nosso Código Penal. 
 
 CUIDADO! A imputabilidade penal deve ser aferida 
quando do momento em que ocorreu o fato criminoso. 
Assim, se A (menor com 17 anos e 11 meses de idade) atira 
contra B, que fica em coma e só vem a falecer quando A já 
tinha mais de 18 anos, A será considerado INIMPUTÁVEL, 
pois no momento do crime (momento da ação ou omissão, 
art. 4º do CP), era menor de 18 anos (critério puramente 
biológico, adotado como EXCEÇÃO no CP). 
Imaginem, agora, que Marcelo, com 17 anos, sequestra 
Juliana. O sequestro dura 06 meses e, ao final, Marcelo já 
contava com 18 anos. Neste caso, Marcelo será 
considerado IMPUTÁVEL, pois no momento do crime 
Marcelo era imputável (ainda que não fosse imputável no 
começo, a partir de um dado momento passou a ser 
imputável, respondendo pelo delito). 
 
As causas de inimputabilidade estão previstas nos arts. 26, 
27 e 28 do CP: 
Art. 26 - É isento de pena o agente que, por doença 
mental ou desenvolvimento mental incompleto ou 
retardado, era, ao tempo da ação ou da omissão, 
inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do 
fato ou de determinar-se de acordo com esse 
entendimento. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 
11.7.1984) 
Redução de pena 
Parágrafo único - A pena pode ser reduzida de um a dois 
terços, se o agente, em virtude de perturbação de saúde 
mental ou por desenvolvimento mental incompleto ou 
retardado não era inteiramente capaz de entender o 
caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo 
com esse entendimento. (Redação dada pela Lei nº 
7.209, de 11.7.1984) 
 
Menores de dezoito anos 
Art. 27 - Os menores de 18 (dezoito) anos são 
penalmente inimputáveis, ficando sujeitos às normas 
estabelecidas na legislação especial. (Redação dada pela 
Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
 
Emoção e paixão 
Art. 28 - Não excluem a imputabilidade penal: (Redação 
dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
I- a emoção ou a paixão; (Redação dada pela Lei nº 7.209, 
de 11.7.1984) 
 
 
Embriaguez 
II- a embriaguez, voluntária ou culposa, pelo álcool ou 
substância de efeitos análogos.(Redação dada pela Lei nº 
7.209, de 11.7.1984) 
§ 1º - É isento de pena o agente que, por embriaguez 
completa, proveniente de caso fortuito ou força maior, 
era, ao tempo da ação ou da omissão, inteiramente 
incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou de 
determinar-se de acordo com esse 
entendimento.(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 
11.7.1984) 
§ 2º - A pena pode ser reduzida de um a dois terços, se o 
agente, por embriaguez, proveniente de caso fortuito ou 
força maior, não possuía, ao tempo da ação ou da 
omissão, a plena capacidade de entender o caráter 
ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse 
entendimento. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 
11.7.1984) 
 
Percebam que os critérios biológicos (circunstâncias 
que presumidamente retiram a capacidade de 
discernimento) estão grifados em preto, e os critérios 
psicológicos (análise efetiva da ausência de discernimento 
quanto à ilicitude do fato ou possibilidade de agir 
conforme o Direito) estão grifados em vermelho. 
Para facilitar, ainda, o estudo de vocês, grifei em azul 
as hipóteses de semi-imputabilidade. 
Vamos explicar as hipóteses de inimputabilidade: 
 
I- Menor de 18 anos 
Esse é um critério meramente biológico e taxativo: 
Se o agente é menor de 18 anos, responde perante o ECA 
não se aplicando a ele o CP, nos termos do art. 27 do CP. 
 
II- Doença mental e Desenvolvimento mental incompleto 
ou retardado 
No caso dos doentes mentais, deve-se analisar se o 
agente era inteiramente incapaz de entender o caráter 
ilícito da conduta ou se era parcialmente incapaz disso. No 
primeiro caso, será inimputável, ou seja, isento de pena. No 
segundo caso, será semi-imputável, e será aplicada pena, 
porém, reduzida de um a dois terços. 
Lembrando que o art. 26 do CP exige, para fins de 
inimputabilidade por este motivo: 
 Que o agente possua a doença (critério biológico) 
 Que o agente seja inteiramente incapaz de entender o 
caráter ilícito do fato OU inteiramente incapaz de 
determinar-se conforme este entendimento (critério 
psicológico) 
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Por isso se diz que este é um critério 
BIOPSICOLÓGICO (pois mescla os dois critérios). 
Além dos doentes mentais, nesse grupo encontram-
se ainda os silvícolas (índios), que podem ser: imputáveis 
(caso integrados à sociedade), semi-imputáveis (caso 
parcialmente integrados à sociedade), ou inimputáveis (caso 
não tenham se integrado de maneira nenhuma à sociedade, 
ou

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