Buscar

As tres faces do jejum

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 16 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 16 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 16 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Revista Brasileira de
Brazilian Journal of Functional Nutrition
NUTRIÇÃO
FUNCIONAL
ano 16. edição 67
www.vponline.com.br
ISSN 2176-4522
As três faces do jejum – seus efeitos na saúde, 
composição corporal e desempenho esportivo
Treinamento Intervalado de Alta Intensidade (HIIT): 
Necessidade ou Possibilidade? 
Análise contextual dos alimentos transgênicos
no âmbito da segurança alimentar e nutricional no Brasil
RECEITA
Creme de tubérculos com ervilha
Realização
VPonline�com��
informações e regulamento geral
para expositores e montadoras
Realização
Patrocinador Ouro
siga-nos nas redes sociais
centro de 
convenções
Frei Caneca 
São Paulo - SP
Dias 29, 30 de Setembro 
e 01 de Outubro 
2016
Internacional de 
xIi Congresso 
Nutrição 
Funcional
Patrocinador Ouro realização
Trabal
ho 
Regulamento
Qu
int
a -
 fe
ira
Comitê Científico
9h45 às 10h30
8h30 às 9h Conferência de Abertura Oficial
CofFee - Break
9h às 9h45 Nutrição no Treinamento Concorrente: O que fazer?
10h30 às 11h15
11h15 às 12h35
Mesa Redonda: DORMIR PARA VENCER
29 de Setembro
30 de Setembro
SE
XT
A -
 fe
ira
01 de Outubro
Dias 29, 30 de Setembro 
e 01 de Outubro 
2016
centro de 
convenções
Frei Caneca 
São Paulo - SP
Funcional
sÁ
BA
DO
Internacional de 
xIi Congresso 
Nutrição 
Funcional
Nutricão �sp�tiva 
Braian Cordeiro 
O papel do sono no desempenho esportivo (40min.) Gustavo Barbosa
Carlos Alberto Jorquera 
Aguilera (Chile)Intervenções nutricionais para melhora do sono (40min.)
O papel da Medicina Esportiva na avaliação do esportista 
recreativo ao atleta de elite
13h às 14h30
14h30 às 15h15 Felipe Pereira
Exercício, Restrição Calórica & Cortisol: Benefícios na 
saúde e performance
15h15 às 16h
CofFee - Break16h às 16h45
Nayara Massunaga
16h45 às 17h20
Toxinas: ingredientes que você não vê que podem 
prejudicar sua performance Ana Beatriz Baptistella
17h20 às 18h Hipertrofia e envelhecimento - cuidados diferenciadosna oferta proteica Maiara Lima
18h às 18h45 Ômega-3 na síntese proteica e recuperação muscular Valden Capistrano
Bernardo Neme Ide
Valden Capistrano 9h50 às 10h30
8h30 às 9h10 Treinamento de força e potência no esporte: o que os nutricionistas precisam conhecer?
CoFfee - Break
9h10 às 9h50 Nutrição para o treinamento de força e potência
10h30 às 11h15
11h15 às 12h
Márcio Souza 
Qual quantidade de proteína necessária para suportar a 
recuperação muscular?
Felipe DonattoNutrientes, sinalização celular e modulação das adaptações 
no músculo esquelético
ALMOÇO SIMPÓSIO SATÉLITE pharmanostra 
12h às 13h
13h às 14h30
Intervenções Nutricionais para emagrecimento de acordo 
com tipo de treino
14h30 às 15h15
CofFee - Break
15h15 às 16h
Braian Cordeiro 
16h às 16h45
Cafeína: Além dos efeitos termogênicos Rodrigo Loschi
16h45 às 18h30
Andréia Naves
Guilherme Rosa
Os efeitos da vitamina D na hipertrofia muscular Hugo Comparotto
mesa redonda: Periodização de substratos energéticos 
para o treinamento e performance
Dieta Low-carb (45min.)
Utilização de carboidratos no esporte (45min.)
Discussão (15min.)
8h30 às 9h30
CofFee - Break
9h30 às 10h30 Novas estratégias em nutrição esportiva para melhora 
da performance 
10h30 às 11h15
11h15 às 11h50
Carlos Alberto Jorquera 
Aguilera (Chile)
Luiz Lannes
Suplementação de probióticos em atletas
ALMOÇO SIMPÓSIO SATÉLITE 
11h50 às 12h25
12h25 às 13h
Murilo Pereira
Papel da Angiotensina II & Performance
13h às 14h30
14h30 às 15h15
Natália Marques
15h15 às 16h O impacto do uso de anabolizantes na prescrição dietética Rodrigo Loschi
Treinamento funcional: qual sua aplicabilidade e eficácia 
no cotidiano? Fernando Catanho
Creatina: usar ou não usar? Quando e como? Ricardo Sodré 
VP�nline�com��
Atividade física e Câncer: Intervenções Nutricionais 
para um melhor Prognóstico
Daniel Gurgel 
12h35 às 13h Cãibras no atleta de elite: descobrindo novas rotas bioquímicas e tratamentos Andréia Naves
Nitrato: suplementação, fontes dietéticas &
 efeitos na performance
Realização:
ALMOÇO SIMPÓSIO SATÉLITE vitafor 
Suplementação Nutricional na Síndrome Metabólica:
 uma abordagem funcional
Murilo Pereira
Rita de Castro
Valden Capistrano 
VP�nline�com��
cen
tro
 de 
con
ven
çõe
s
Fre
i Ca
nec
a 
São
 Pau
lo -
 SP
Dias
 29,
 30 
de S
ete
mbr
o 
e 01
 de 
Out
ubr
o 
201
6
Internacional de 
xIi Congresso 
Nutrição 
Funcional
Já se 
 inscr
eveu
este para
ano?
VPonline�com��
o tempo está 
acabando!
nos siga nas redes sociais
A programação está 
no ar! é só escolher
realização
Nutriçao 
Clínica
funcional
no ar! é só escolher ; )
A programação está 
corra.
0
5
25
75
95
100
3
w
w
w
.v
po
nl
in
e.
co
m
.b
r
Apresentação da Parceria entre VP Consultoria Nutricional e IBNF
Revista Brasileira de Nutrição Funcional
A VP Consultoria Nutricional, cumprindo mais uma vez sua missão de promover, aplicar e difundir 
a ciência da Nutrição Funcional, apresenta a parceria com o Instituto Brasileiro de Nutrição Funcional 
(IBNF) por meio da disponibilização da Revista Brasileira de Nutrição Funcional. 
O grande intuito desta parceria é disseminar os conhecimentos desta ciência e contribuir para 
fortalecimento científico do IBNF, o órgão representativo dos profissionais da Nutrição Funcional no 
Brasil, fundado em 2004.
A Revista Brasileira de Nutrição Funcional foi iniciada 2010 como continuidade da Revista Nutrição, 
Saúde & Performance lançada como Boletim em 1999. Apresenta como Diretoras Responsáveis a 
Dra. Valéria Paschoal e Dra. Andréia Naves, com Redação, Editoração e Administração pela VP 
Consultoria Nutricional.
A Revista Brasileira de Nutrição Funcional é indexada na base de dados da SUMÁRIOS e publica 
artigos inéditos que contribuem para o estudo e o desenvolvimento da ciência da Nutrição nas áreas 
de Nutrição Clínica Funcional, Nutrição Esportiva Funcional, Fitoterapia e Gastronomia Funcional, 
abrangendo, ainda, os conceitos de Responsabilidade Socioambiental (RSA) e Agroecologia. São 
publicados artigos originais (inclusive estudo de caso), artigos de revisão, receitas funcionais e 
matérias relacionadas à Agroecologia, RSA e iniciativas inovadoras. 
Esperamos que esta parceria seja uma nova ferramenta para seu crescimento profissional.
Dra Valéria Paschoal
Dra Andreia Naves
4
Re
vi
st
a 
Br
as
ile
ir
a 
de
 N
ut
ri
çã
o 
Fu
nc
io
na
l
Dra. Valéria Paschoal
Diretora da VP Consultoria Nutricional
A VP Consultoria Nutricional, cumprindo mais uma vez a sua missão de 
construir, aplicar e difundir o conhecimento científico da Nutrição Funcional 
em todas as esferas sociais, econômicas, políticas e técnicas, de forma ética e 
promovendo a saúde como vitalidade positiva, lança a primeira edição virtual 
da Revista Brasileira de Nutrição Funcional, de acesso livre a todos os públicos, 
mantendo o rigor e a qualidade científica de nosso conteúdo.
Discutiremos atualizações científicas nas diferentes áreas de conhecimento da 
Nutrição Funcional. Em Nutrição Esportiva, abordaremos temas que vêm sendo 
intensamente discutidos pela comunidade científica, despertando muito interesse 
nos profissionais na prática clínica: jejum e seus efeitos na saúde, composição 
corporal e desempenho esportivo; e treinamento intervalado de alta intensidade 
(HIIT) como necessidade ou possibilidade.
Esta edição ainda apresenta um estudo de caso com excelentes resultados com 
o consumo da farinha de semente de uva em perfil lipídico, além de uma importante revisão sobre a 
análise contextualdos alimentos transgênicos no âmbito da segurança alimentar e nutricional no Brasil. 
Para aprofundar os conhecimentos na prática clínica em Nutrição Estética, trazemos um artigo 
esclarecedor acerca da estratégia de uso de suplementos à base de colágeno no tratamento da celulite.
Saiba mais sobre um grande marco para a saúde das crianças da cidade de São Paulo: a prefeitura 
aprova Lei que obriga a introdução de alimentos nos cardápios da alimentação escolar.
 
Neste inverno, nada melhor que nos aquecermos com uma preparação repleta de sabor, nutrientes 
e fitoquímicos: creme de tubérculos com ervilha.
 
Tenha uma excelente leitura!
“O conhecimento move o mundo.”
Partimos dessa premissa, pois nós, nutricionistas, trabalhamos para mudar a 
maneira com a qual a sociedade encara a comida, para que ela seja peça essencial 
da saúde e bem-estar de cada indivíduo. Somos profissionais dedicados à ciência da 
Nutrição, questionadores, criativos e curiosos. Buscamos ampliar nosso conhecimento 
constantemente para trabalhar a favor da saúde integral. Queremos dividir 
informações, aplicar conceitos que promovam a importância da conscientização 
geral e incorporação de mudanças de hábitos de forma permanente.
É nesse tom que compartilhamos a crescente necessidade de congregação entre 
os milhares de nutricionistas associados que creditam o Instituto Brasileiro de 
Nutrição Funcional. E faremos isso trazendo novos aprendizados, de uma ciência 
que evolui diariamente. Por tudo isso, essa parceria com a Revista Brasileira de Nutrição 
Funcional representa um marco importante e fundamental para o Instituto e seus associados.
Que este seja mais um recurso importante para a ampliação e aprimoramento do conhecimento de 
todos nós. Esperamos que todos possam ser grandes educadores em saúde em suas áreas de atuação.
Grande abraço,
Paula Gandin
Presidente do Instituto Brasileiro de Nutrição Funcional - Biênio 2016/18
Dra. Paula Gandin
Presidente do Instituto Brasileiro de Nutrição Funcional
5
 w
w
w
.v
po
nl
in
e.
co
m
.b
r
Conselho Editorial
Ana Cláudia Poletto 
Nutricionista pela Universidade Estadual do Centro-Oeste (2002) e mestre em Ciências, com ênfase em Fisiologia 
Humana pela Universidade de São Paulo (2006). Pesquisadora (doutoranda, desde 2007) do programa de Fisiologia 
Humana da Universidade de São Paulo. Tem experiência na área de Fisiologia Endócrina, atuando nos temas: 
mecanismos transcricionais envolvidos na regulação da expressão do gene SLC2A4, sensibilidade à insulina, 
metabolismo lipídico, obesidade e diabetes mellitus. 
Ana Vládia Bandeira Moreira 
Nutricionista graduada pela Universidade Estadual do Ceará (1996), mestre em Ciências dos Alimentos pela 
Universidade de São Paulo (1999) e doutora em Ciências dos Alimentos pela Universidade de São Paulo (2003). 
Atualmente é professora adjunta da Universidade Federal de Viçosa (MG). Coordenadora do Laboratório de Análise 
de alimentos e coordenadora do Projeto de extensão pró-celíaco. Ministra as disciplinas de Técnica Dietética na 
Graduação e Dietética Aplicada no Mestrado e Doutorado e Gastronomia Funcional na especialização na UFV. 
Andréia Naves 
Nutricionista e Educadora Física. Diplomada pelo The Institute for Functional Medicine (USA) em 2007. Editora 
Científica da Revista Brasileira de Nutrição Funcional. Diretora da VP Consultoria Nutricional. Docente convidada 
dos cursos de pós-graduação em Nutrição Clínica Funcional e Nutrição Esportiva Funcional da Universidade 
Cruzeiro do Sul. Autora dos Livros “Nutrição Clínica Funcional: dos Princípios à Prática Clínica”, “Nutrição Clínica 
Funcional: Obesidade”, “Nutrição Clínica Funcional: Modulação Hormonal” e “Tratado de Nutrição Esportiva 
Funcional”. Colaboradora do livro “Suplementação Funcional Magistral: dos Nutrientes aos Compostos Bioativos”. 
Membro do The Institute for Functional Medicine – USA. Coordenadora científica dos cursos de pós-graduação 
Coordenação e Autores
Expediente
Revista Brasileira de Nutrição Funcional - 2016 - edição 67
Indexação: Sumários (www.sumarios.org) e ESALQ (http://dibd.esalq.usp.br)
Diretoras Responsáveis
Valéria Paschoal e Andréia Naves
Coordenação Científica
Ana Beatriz Baptistella Leme da Fonseca
consultoriacientifica@vponline.com.br
Neiva dos Santos Souza
neiva.souza@vponline.com.br
Jornalista Responsável
José Maria M. Filho
MTB – 19.852 - josemaria@vponline.com.br
Revisão Ortográfica
Lemuel Cintra
lcintra@gmail.com
Capa, Ilustrações e Editoração
Bárbara Feracin Meira
Ctp e Impressão
A.R. Fernandez Pré-Impressão e Gráfica
www.arfernandez.com.br
comercial@arfernandez.com.br
Redação, Publicidade e Administração
VP Consultoria Nutricional
Associação
Atendimento ao Associado
Paula Gimenez - contato@vponline.com.br
Fone/ Fax: (11)3582-5600
As condutas nutricionais preconizadas na
Revista Brasileira de Nutrição Funcional
devem ser supervisionadas exclusivamente
por nutricionistas ou médicos especializados.
Os editores não se responsabilizam pelo
conteúdo dos anúncios, matérias e artigos
assinados. A reprodução total ou parcial
desta publicação só será permitida mediante
autorização prévia.
VP Consultoria Nutricional
Fone/ Fax: (11)3582-5600
contato@vponline.com.br
www.vponline.com.br
Revis
ta Bra
sileira
 de
Brazil
ian Jo
urnal
 of Fu
nction
al Nu
tritio
nNUT
RIÇÃ
O
FUNC
IONA
L
ano 1
6 ediç
ão 65
www.
vponl
ine.co
m.brIS
SN 21
76-45
22
Açõe
s tera
pêuti
cas d
a plan
ta
 Hibis
cus ac
etose
lla W
elwex
 Hiern
 
A imp
ortân
cia da
s PAN
Cs pa
ra pro
moçã
o da s
aúde,
educa
ção n
utrici
onal, 
social
, gast
ronôm
ica e a
mbien
tal 
Adeq
uação
 de Vi
tamin
a D e 
sua re
lação 
com
 obes
idade
, resis
tência
 à insu
lina e 
doenç
as car
diova
scular
es 
RECE
ITA
Bolo L
eve de
 Limão
 com S
orvet
e 
e Cald
a Refr
escan
te de 
Horte
lã
capa.i
ndd 1
19/02/
2016 
 13:57
:54
Rev
ista
 Bra
sile
ira d
e
Bra
zilia
n Jo
urn
al o
f Fu
ncti
ona
l Nu
triti
on
NU
TRI
ÇÃO
FUN
CIO
NAL
ano
 16. 
ediç
ão 6
6
ww
w.v
pon
line
.com
.br
ISSN
 217
6-4
522
Ava
nço
s em
 gen
ôm
ica 
par
a di
agn
ósti
cos
 mo
lecu
lare
s: 
con
trib
uiçõ
es p
ara
 a n
utri
ção
, o e
xer
cíci
o fí
sico
 e o
s es
por
tes
Pale
o D
iet n
o tr
atam
ent
o da
 sín
dro
me 
met
abó
lica
:
Qua
is as
 evi
dên
cias
 e q
uais
 os r
isco
s?
Pes
quis
a Co
mpa
ra P
reço
s
de A
lime
nto
s Or
gân
icos
 em
 Bau
ru 
REC
EITA
Mo
que
ca d
e pe
ixe
com
 cam
arão
capa
.ind
d 1
27/0
6/20
16 
13:2
4:23
6
Re
vi
st
a 
Br
as
ile
ir
a 
de
 N
ut
ri
çã
o 
Fu
nc
io
na
l
Coordenação e Autores
Anna Cecília Queiroz de Medeiros
Nutricionista pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Mestre em Ciências da Saúde pela Universidade 
Federal do Rio Grande do Norte. Docente da Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Experiência na área 
de Nutrição, com ênfase em Nutrição e metabolismo de nutrientes nos diversos estados fisiológicos. 
Fátima Aparecida Arantes Sardinha 
Nutricionista. Doutora em Ciência dos Alimentos pela Faculdade de Ciências Farmacêuticas/USP. Mestre em 
Ciências Aplicadas à Pediatria pela UNIFESP/EPM. Especialista em Nutrição e Saúde Pública pela UNIFESP/EPM. 
Docente convidada do curso de pós-graduação em Nutrição Clínica Funcional da Universidade Cruzeiro do Sul. 
Fernanda Serpa 
Diretora e Docente da Empresa Nutconsult. Nutricionista pela Universidade do Estado do RJ/UERJ. Títulode 
residência em Clínica Médica no Hospital Universitário Pedro Ernesto/UERJ. Pós-graduada em Nutrição Clínica 
Funcional pela Universidade Cruzeiro do Sul. Docente convidada dos cursos de pós-graduação e extensão da 
Universidade Cruzeiro do Sul. Mestre em Clínica Médica - IPPMG/UFRJ. Nutricionista Militar do Corpo de Bombeiros 
do RJ. Nutricionista Municipal do Hospital Souza Aguiar. 
Gilberti Hübscher 
Nutricionista. Mestre e Doutora em Fisiologia Cardiovascular pela UFRGS. Especialista em Gestão e Saúde pela 
PUC-RS, Gestão em UAN pela UNISINOS e em Saúde da Família pela ULBRA (RS). Docente convidada dos cursos 
de pós-graduação em Nutrição Clínica Funcional da Universidade Cruzeiro do Sul e dos cursos de graduação em 
Nutrição e pós-graduação em Saúde e Trabalho da Feevale (RS). Membro do Instituto Brasileiro de Nutrição 
Funcional (IBNF). 
Rosangela Passos de Jesus 
Professora Adjunta da Escola de Nutrição da UFBA (ENUFBA). Doutora em Ciências da Saúde pela Faculdade de 
Medicina da USP. Mestre em Nutrição pela Universidade Federal de São Paulo. Especialista em Nutrição Clínica 
Funcional, coordenadora do Ambulatório de Nutrição e Hepatologia do Hospital Universitário Prof Edgard Santos. 
Sandra Matsudo 
Médica Especializada em Medicina Esportiva pela Escola Paulista de Medicina - UNIFESP. Doutorado e pós-
doutorado em Ciências pela Escola Paulista de Medicina - UNIFESP. Diretora Geral do Centro de Estudos do 
Laboratório de Aptidão Física de São Caetano do Sul - CELAFISCS. Coordenadora geral do Projeto Longitudinal 
de Envelhecimento e Aptidão Física de São Caetano do Sul. Coordenadora pela IUHPE dos Cursos de Atividade 
Física e Saúde Pública - Agita Mundo. Professora Titular do Curso de Educação Física do Centro Universitário FMU. 
Editora Executiva da Revista Brasileira de Ciência e Movimento. Autora dos Livros: “Avaliação do Idoso - Física e 
Funcional”, “Envelhecimento e Atividade Física” e “Obesidade e Atividade Física”. 
Valéria Paschoal 
Nutricionista. Mestre na área de Nutrição e Pediatria pela UNIFESP – EPM. Editora Científica da Revista Brasileira 
de Nutrição Funcional. Coordenadora científica e docente convidada dos cursos de Nutrição Clínica Funcional 
e Nutrição Esportiva Funcional da Universidade Cruzeiro do Sul. Diretora da VP Consultoria Nutricional. Autora 
dos Livros “Nutrição Clínica Funcional: dos Princípios à Prática Clínica”, “Suplementação Funcional Magistral: 
dos Nutrientes aos Compostos Bioativos”, “Nutrição Clínica Funcional: câncer” e “Tratado de Nutrição Esportiva 
Funcional”. Coordenadora da Comissão Científica do Instituto Brasileiro de Nutrição Funcional (IBNF). Membro 
do The Institute for Functional Medicine – USA. Nutricionista do CSA Brasil (Community Supported Agriculture - 
Agricultura Sustentada pela Comunidade). Membro do conselho consultivo da CNTU (Confederação Nacional dos 
Trabalhadores Liberais Universitários Regulamentados).
7
 w
w
w
.v
po
nl
in
e.
co
m
.b
r
Coordenação e Autores
Lista de Autores
Bernardo Neme Ide
Bacharel em Treinamento Esportivo pela UNICAMP. Doutor e Mestre em Biodinâmica do Movimento Humano 
pela UNICAMP.
Camilla Almeida Menezes
Graduada em Nutrição pela Universidade Santa Úrsula (RJ-2005). Pós-graduada em Nutrição Clínica pela 
Universidade Gama Filho (RJ-2006) e em Nutrição Clínica Funcional pela Universidade Cruzeiro do Sul (BA-2011), 
onde atuou como aluna bolsista, desenvolvendo pesquisas científicas no âmbito da nutrição clínica funcional. 
Mestre em Alimentos, Nutrição e Saúde pela Universidade Federal da Bahia (BA-2013), na linha de pesquisa Bases 
Experimentais e Clínicas da Nutrição. Atuante na área de docência, como professora das disciplinas de Nutrição 
Clínica da Faculdade Regional da Bahia (UNIRB), e na área de assistência clínica, em consultório, na cidade de 
Salvador, BA.
Érica de Jesus dos Santos 
Graduada em Comunicação Social com habilitação em Publicidade e Propaganda pela Faculdade Hélio Rocha 
(2008). Graduanda em Nutrição pela Faculdade Regional da Bahia (UNIRB). Atuou como estagiária de Nutrição 
no Hotel Tulip Inn Centro de Convenções-Ba (2014-2015).
Fernando Oliveira Catanho da Silva
Bacharel em Treinamento Esportivo pela UNICAMP. Licenciado em Educação Física pela UNICAMP. Especialista 
em Bioquímica e Fisiologia do Exercício pela UNICAMP. Doutor em Biologia Funcional e Molecular pela UNICAMP.
Gabriela Pimentel
Nutricionista graduada pela Universidade Federal de Santa Catarina. Pós-graduada em Nutrição nas doenças 
crônico-não transmissíveis pelo Albert Einstein. Pós-graduada em Nutrição Clínica Funcional pela Universidade 
Cruzeiro do Sul. Pós-graduada em Fitoterapia Funcional pela Universidade Cruzeiro do Sul. Docente dos cursos de 
Pós-graduação em Fitoterapia Funcional Universidade Cruzeiro do Sul. Atua em atendimento clínico nutricional 
em consultório.
Gustavo Barbosa dos Santos
Bacharel em Treinamento Esportivo pela UNICAMP. Especialista em Bioquímica e Fisiologia do Exercício pela 
UNICAMP. Especialista em Bioquímica, Fisiologia, Treinamento e Nutrição Esportiva pela UNICAMP. Doutor e 
Mestre em Biologia Funcional e Molecular pela UNICAMP.
Natália Marques
Nutricionista graduada pelo Centro Universitário São Camilo. Especialista em Nutrição Materno Infantil. Pós-
graduada em Nutrição Esportiva Funcional e em Fitoterapia. Formada pelo Institute for Functional Medicine. 
Mestre em Ciências da Saúde, setor de Nefrologia da Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP). Doutoranda 
no setor de Cosmiatria da UNIFESP. Docente convidada dos cursos de pós-graduação e extensão em Nutrição 
Clínica Funcional, Nutrição Esportiva Funcional e Fitoterapia Funcional e coordenadora científica da pós-graduação 
em Fitoterapia Funcional pela Universidade Cruzeiro do Sul. Diretora da Nutrição Unida e Multiplicada (NUX). 
Vivian Zague
Farmacêutica, Mestre em Fármaco e Medicamentos pela Faculdade de Ciências Farmacêuticas da Universidade 
de São Paulo. Doutora em Biologia Celular e Tecidual pelo Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de 
São Paulo. Docente dos cursos de pós Graduação com MBA do Instituto IPUPO Educacional. Membro da Society 
for Investigative Dermatology. Gerente Sênior de Life Science e Pesquisa Clínica em Saúde e Nutrição da GELITA.
Wagner Alessandro dos Reis 
Nutricionista formado pelo Centro Universitário Newton Paiva/BH. Especialista em Formação Pedagógica para 
Profissionais de Saúde pela Escola de Enfermagem da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Pós-graduado 
em Nutrição Esportiva Funcional e Fitoterapia Funcional pela Universidade Cruzeiro do Sul. Pós-graduando em 
Nutrição Clínica Funcional pela Universidade Cruzeiro do Sul. Docente convidado do curso de pós-graduação da 
Universidade Cruzeiro do Sul. Docente da Escola Técnica Profissional de Nível Médio do SITIPAN – MG. Nutricionista 
e diretor do Espaço Wagner dos Reis. Personal Nutrition Funcional. Realiza palestras em empresas, escolas e 
academias.
8
Re
vi
st
a 
Br
as
ile
ir
a 
de
 N
ut
ri
çã
o 
Fu
nc
io
na
l
9
22
37
46
17
30
43
As três faces do jejum – seus efeitos na saúde, composição corporal e desempenho 
esportivo
Análise contextual dos alimentos transgênicos no âmbito da segurança alimentar e 
nutricional no Brasil
Celulite: estratégia de uso de suplementos a base de colágeno 
Cidade de São Paulo aprova Lei que obriga a introdução de Alimentos Orgânicos nos 
Cardápios da Alimentação Escolar
Efeito do consumo da farinha de semente de uva no perfil lipídico: estudo de caso.
Treinamento Intervalado de Alta Intensidade (HIIT): Necessidade ou Possibilidade?
Creme de Tubérculos com Ervilha
Canal Aberto
Ajude-nos a melhorar cada vez mais nossa revista! Mande seu 
email, com sugestões, críticas, opiniões e comentários para: 
contato@vponline.com.br
Fiquei encantada com nívelde informações e a organização do Congresso Internacional de 
Nutrição Funcional. Vocês estão de parabéns!
Lucilene Ribeiro - Arapongas/PR
Índice
9
Re
vi
st
a 
Br
as
ile
ir
a 
de
 N
ut
ri
çã
o 
Fu
nc
io
na
l
Gustavo Barbosa dos Santos 
As três faces do jejum – seus efeitos na 
saúde, composição corporal e desempenho 
esportivo 
The three faces of fasting – effects on health, body composition and sports performance
Resumo
Embora o jejum seja praticado há milhares de anos, apenas recentemente passamos a entender seus efeitos fisiológicos e porque, de 
fato, esta prática pode ser benéfica em determinadas situações. Além disso, ela parece possuir aplicações médicas que, em alguns casos, 
são tão eficazes quanto os medicamentos. Estudos sugerem, ainda, que o jejum pode ser uma estratégia eficaz para redução do peso 
corporal, retardo do envelhecimento, melhora da saúde e do desempenho esportivo. O objetivo deste artigo é compilar evidências atuais 
sobre as adaptações fisiológicas da prática do jejum, de forma geral, mas com ênfase no contexto esportivo. As evidências atuais deixam 
claro as várias possibilidades para sua utilização. Tanto no âmbito da saúde quanto no âmbito esportivo, especificamente em relação às 
respostas ao treino de endurance, os resultados são promissores. A prática regular do jejum parece, de forma especial, agir positivamente 
sobre o sistema nervoso central, podendo trazer benefícios cognitivos e prevenir algumas doenças degenerativas. Além disso, o estresse 
energético, por meio do exercício em jejum, potencializa respostas moleculares relacionadas ao desempenho de endurance. Por outro 
lado, apesar de controversas, as evidências não apoiam o uso dessa estratégia com intuito de melhora na composição corporal. Justifica-
se a necessidade de mais estudos a fim de apontar condutas clínicas seguras para seu uso. 
Palavras-chave: jejum intermitente, jejum, endurance, esporte, saúde.
Abstract
Fasting has been practiced for millennia, but only recently we began to understand its physiological effects and why, in fact, this practice 
can be beneficial in certain situations. Furthermore, it appears to have medical applications, in some cases, as effective as medicines. 
Studies also suggest that fasting can be an effective strategy for reducing body weight, prevent aging, and improving health and sports 
performance. The purpose of this article is to review the scientific literature on relevant topics to physiological adaptations of fasting, 
with emphasis on the sporting context. Both in health and sporting area, specifically related to endurance training responses, the results 
are promising. The regular practice of fasting seems to act positively on the central nervous system and could induce cognitive benefits 
and prevent some degenerative diseases. Moreover, energy stress, through exercise while fasting, enhances molecular responses to en-
durance exercise. On the other hand, although controversial, the evidence does not support the use of this strategy aiming at improving 
body composition. Further studies are necessary in order to point out safe clinical procedures for their use.
Keywords: intermittent fasting, fasting, endurance, sports, health.
10
 w
w
w
.v
po
nl
in
e.
co
m
.b
r
As três faces do jejum – seus efeitos na saúde, composição corporal e desempenho esportivo
E
Introdução
Embora ainda seja tema de grande discussão 
e interesse científico, o jejum (i.e., abster-se 
voluntariamente da alimentação) vem sendo 
praticado há milhares de anos e incentivado pelas 
mais variadas culturas e religiões1. Do ponto de 
vista evolutivo, a capacidade de resistir a períodos 
de escassez de alimento e ao jejum prolongado 
foi determinante para a sobrevivência da nossa 
espécie. É importante citar a diferença entre os 
termos jejum e inanição: enquanto o primeiro 
refere-se à abstenção total voluntária ou a ingestão 
de quantidades mínimas de alimentos e bebidas 
calóricas por períodos que variam tipicamente 
de 12 horas a 3 semanas, o segundo trata-se de 
uma insuficiência nutricional crônica, que pode 
resultar em degeneração e morte. Apesar de 
muitas vezes serem utilizados como sinônimos, 
a inanição leva, invariavelmente, a prejuízos ao 
organismo, enquanto o jejum promove mudanças 
importantes em vias metabólicas e processos 
celulares como a lipólise e autofagia. Pode, ainda, 
ter aplicações médicas que, em alguns casos, são 
tão eficazes quanto os medicamentos. Além disso, 
é crescente o número de evidências que sugerem 
que o jejum pode ser uma estratégia de redução 
do peso corporal, no retardo do envelhecimento 
e na melhora da saúde e do desempenho físico2.
Do ponto de vista metabólico, a principal 
resposta induzida pelo jejum é a alteração no 
uso dos substratos energéticos. A depleção 
dos estoques de glicogênio hepático estimula 
a gliconeogênese, a lipólise, a oxidação de 
gordura, além da produção de corpos cetônicos 
(cetogênese). Do ponto de vista clínico, 
evidências apontam papel importante dos 
corpos cetônicos no tratamento de determinadas 
doenças. Assim, alguns benefícios do jejum 
poderiam ser alcançados, também, por dietas 
cetogênicas (caracterizadas pela redução na 
ingestão de carboidratos, geralmente menor que 
50 g/dia, e aumento relativo nas proporções de 
proteínas e de gordura)3. 
No âmbito esportivo, as alterações metabólicas 
induzidas pelo jejum poderiam, em teoria, 
favorecer a composição corporal, adaptação 
importante para os fisiculturistas4, além de 
melhorar o desempenho de atletas de resistência 
(endurance)5.
O objetivo deste artigo é compilar evidências 
atuais sobre as adaptações fisiológicas da prática 
do jejum, de forma geral, mas com ênfase no 
contexto esportivo. A abordagem inicial será sua 
aplicação clínica, passando pelas alterações de 
composição corporal induzidas pelo exercício 
físico realizado em jejum e, em seguida, serão 
abordados os mecanismos pelos quais as 
adaptações orgânicas em resposta ao treino de 
endurance podem ser potencializadas pelo jejum 
e/ou pela manipulação dos macronutrientes.
Jejum e seus efeitos sobre a saúde
O jejum é uma prática amplamente difundida 
em quase todas as religiões e, apesar de ter 
como objetivo a saúde espiritual, também pode 
melhorar parâmetros bioquímicos e fisiológicos 
relacionados à saúde física. Relatos bíblicos, 
como a passagem do menino epilético no 
evangelho de Mateus, mostram efeitos positivos 
induzidos pelo jejum. Nesta passagem (Mateus 
17:14-21), Jesus, após curar o menino, diz 
que a fé do tamanho de um grão de mostarda 
é capaz de mover montanhas e conclui: “Este 
tipo de demônio só pode ser expulso com 
oração e jejum”. Além do cristianismo, também 
o judaísmo, o budismo e o islamismo impõem 
períodos de jejum, como no caso do Ramadan, 
que requer total abstenção de comida e bebida, 
por um mês, do nascer ao pôr do sol6. 
Embora praticado há milênios, apenas 
recentemente passamos a entender os efeitos 
fisiológicos do jejum e porque, de fato, esta prática 
pode ser benéfica em determinadas situações. 
Sabe-se que o jejum resulta em cetogênese, 
que promove alterações significativas em vias 
metabólicas e processos celulares tais como 
11
Re
vi
st
a 
Br
as
ile
ir
a 
de
 N
ut
ri
çã
o 
Fu
nc
io
na
l
Gustavo Barbosa dos Santos 
resistência ao estresse, lipólise e autofagia, 
podendo ter aplicações clínicas por vezes tão 
eficientes quanto medicamentos, como, por 
exemplo, diminuindo a intensidade e frequência 
de convulsões em pacientes epiléticos, além 
de promover melhora em pacientes com artrite 
reumatoide2. Os corpos cetônicos, além de serem 
utilizados como substrato energético, podem 
contribuir também para a redução do consumo 
de glicose no cérebro. No caso da epilepsia,os 
principais mecanismos propostos para explicar 
a ação anticonvulsivante dos corpos cetônicos 
é a inibição e/ou diminuição da excitação do 
sistema nervoso central por meio da modulação 
de neurotransmissores. Altos níveis de GABA 
(principal neurotransmissor inibitório) podem 
estimular os receptores do canal de cloreto, 
aumentando o influxo de íons carregados 
negativamente e, consequentemente, induzindo 
hiperpolarização da membrana neuronal3,7. Isso 
dificulta a estimulação do neurônio, diminuindo 
a probabilidade de ocorrência de convulsões.
Outra manifestação clínica relevante 
relacionada ao jejum é o aumento da longevidade. 
Estudos sobre jejum e/ou restrição calórica 
têm demonstrado, sistematicamente, aumento 
na expectativa de vida em organismos como 
bactérias, fungos, camundongos, roedores e 
primatas2,8,9. Embora tal efeito seja de difícil 
comprovação em humanos (por limitações 
metodológicas), podemos inferir que alguns 
mecanismos moleculares demonstrados em 
outras espécies provavelmente também ocorram 
em humanos. De qualquer modo, são necessários 
mais estudos sobre o tema, para sabermos se e 
de que forma sua utilização deve ser feita em 
humanos8.
Por último, resultados promissores têm sido 
apresentados relacionando a prática do jejum e 
a função cognitiva. Em mamíferos, a restrição 
calórica severa ou a privação de alimentos 
resultam em atrofia da maioria dos órgãos, exceto 
do cérebro2. De uma perspectiva evolucionária, 
isso sugere que a manutenção de um alto nível 
da função cognitiva, sob condição de escassez 
alimentar, seja determinante para a sobrevivência. 
Em teoria, esta melhora cognitiva aumentaria 
as chances de o animal/indivíduo criar novas 
maneiras de encontrar alimento. Em roedores, 
por exemplo, alternar dias de alimentação normal 
com dias de jejum (estratégia chamada de jejum 
intermitente) pode aumentar a função cerebral, 
indicada por melhora no desempenho de testes 
comportamentais de função sensorial e motora, 
além de aprendizado e memória2,10. Do ponto de 
vista molecular, o jejum aumenta a expressão 
do fator neurotrófico derivado do cérebro, 
representado pela sigla BDNF (do inglês brain-
derived neurotrophic factor). Esta proteína está 
relacionada ao aumento de plasticidade sináptica, 
neurogênese, além de maior resistência a dano 
neuronal e doenças que acometem o sistema 
nervoso central2. Parece ser neste ponto que as 
adaptações neuronais induzidas pelo jejum e 
pelo exercício de endurance (também chamado 
de aeróbio ou de resistência) coincidem. Estudos 
feitos em roedores já demonstraram aumento de 
BDNF nos ratos exercitados. Adicionalmente, 
o exercício de endurance e a restrição calórica 
também induzem algumas respostas semelhantes 
no sistema cardiovascular. Ambos aumentam a 
atividade parassimpática (aumento da secreção 
de acetilcolina), reduzindo a frequência cardíaca 
de repouso e a pressão arterial11. A Figura 1 
sumariza os efeitos do jejum e do exercício 
sobre os diferentes tecidos e sistemas do nosso 
organismo. Esses resultados sugerem que o 
estresse energético (vindo pelo exercício ou 
pelo jejum intermitente) seja determinante para 
ativação das vias moleculares responsáveis pelas 
adaptações benéficas citadas e que a proteína 
BDNF seja a via que media estas adaptações12. 
Entretanto, embora pareçam existir evidências 
suficientes suportando o papel benéfico do 
jejum na saúde, mais ensaios clínicos são 
necessários para testar a eficácia e a segurança 
desta intervenção na prevenção e no controle de 
doenças metabólicas e cardiovasculares13.
12
 w
w
w
.v
po
nl
in
e.
co
m
.b
r
As três faces do jejum – seus efeitos na saúde, composição corporal e desempenho esportivo
O papel do exercício em jejum na compo-
sição corporal
Seja por motivos estéticos ou de saúde, 
estratégias que potencializem a perda de peso 
e, em especial, a perda de gordura são, há muito 
tempo, tema de interesse da ciência e da população 
em geral. O famoso “aeróbio em jejum” (AEJ) ou 
“cardio em jejum”, que ganhou popularidade na 
década de 1990 com a publicação do livro “Body 
for Life”, de Bill Phillips, ainda é muito utilizado 
no fisiculturismo durante a fase de cutting (período 
onde o atleta se prepara para a competição, 
diminuindo ao máximo seu percentual de gordura 
corporal, com o objetivo de aumentar a definição 
muscular) e vem ganhando adeptos entre os 
praticantes de atividade física. Postula-se que a 
prática de exercícios aeróbios após uma noite de 
jejum acelera a perda de gordura corporal. De 
acordo com Phillips, a realização de 20 minutos 
de exercício aeróbio de alta intensidade, em 
jejum, leva a utilização de gordura maior do que 
uma hora de exercício aeróbio em estado pós-
prandial15. Entretanto, isto não foi comprovado 
em estudo realizado em mulheres com sobrepeso 
e submetidas a 20 minutos de exercício intenso, 
3 vezes por semana, durante 6 semanas. O jejum 
foi eficiente na melhora da composição corporal 
e na capacidade oxidativa muscular, porém sem 
diferença estatística quando comparado com o 
grupo alimentado16. 
Outro estudo sugere que, em longo prazo, 
exercitar-se em estado pós-prandial pode ser 
mais eficiente do que em jejum, pois leva a maior 
consumo de oxigênio (VO2) após o exercício. 
O quociente respiratório mostrou-se menor na 
condição pós-prandial (indicando maior uso 
de gordura como substrato energético), 12 e 
24 horas após o exercício, quando comparado 
com a condição de jejum, sugerindo um efeito 
prolongado do exercício em condição pós-prandial 
a favor da utilização de lipídios. Adicionalmente, 
o VO2 apresentado nos momentos 12 e 24 horas 
após o exercício foi maior no estado pós-prandial, 
representando gasto calórico 12% maior ( 240 
kcal) em comparação ao jejum17. Embora estes 
Figura 1. Efeitos do jejum e do exercício sobre diferentes tecidos e sistemas orgânicos
~
O exercício e o jejum levam a respostas adaptativas complexas no cérebro e em tecidos periféricos envolvidos no metabolismo 
energético. Como descrito no texto, ambos induzem neuroplasticidade e resistência do sistema nervoso central a lesões e doenças. 
Alguns dos efeitos do exercício e do jejum em órgãos periféricos são mediados pelo sistema nervoso central, incluindo o aumento 
da atividade parassimpática, a regulação da frequência cardíaca e o aumento da sensibilidade à insulina em células hepáticas e 
musculares. Por sua vez, os tecidos periféricos podem responder ao exercício e ao jejum, produzindo fatores que potencializam 
o metabolismo neuronal e a função do cérebro, como: mobilização dos ácidos graxos, produção de corpos cetônicos no fígado e 
produção de miocinas (como a irisina).
Fonte: Adaptada de: Van Praag et al.14
13
Re
vi
st
a 
Br
as
ile
ir
a 
de
 N
ut
ri
çã
o 
Fu
nc
io
na
l
Gustavo Barbosa dos Santos 
resultados sejam, no mínimo, surpreendentes 
(já que o grupo jejum, recebia o mesmo café da 
manhã do grupo alimentado, após o exercício e, 
portanto, tinham a mesma ingestão energética), 
infelizmente não foram discutidos pelos autores 
e advogam contra a utilização do AEJ para o 
emagrecimento.
Em teoria, os baixos níveis de glicogênio 
hepático e, principalmente, muscular, juntamente 
com baixos níveis de insulina, forçariam o 
organismo a diminuir o uso da glicose como 
substrato energético e aumentar a mobilização 
dos estoques de lipídios. Alguns estudos 
corroboram com esta hipótese, mostrando que 
o exercício realizado em estado pós-prandial 
resulta em redução da entrada de ácidos graxos 
de cadeia longa na mitocôndria e correspondente 
diminuição na oxidação de gordura18,19. Além 
disso, foi demonstrado que o treinamento em 
jejum leva a maior aumento na tolerância à glicose 
e na sensibilidade à insulina, quando comparado 
ao mesmo treinamentono estado pós-prandial20. 
Nesse estudo, jovens eutróficos e saudáveis 
foram divididos em 3 grupos, um controle e dois 
exercitados (24 sessões em 6 semanas), sendo 
que um grupo realizava o treino em jejum (após 
jejum noturno), enquanto o outro, após o café da 
manhã. Todos os grupos foram submetidos a dieta 
hipercalórica (aumento de 30% na ingestão 
energética) e hiperlipídica (50% lipídios, 40% 
carboidratos e 10% proteínas), sendo todas as 
refeições fornecidas pelos pesquisadores. Após 
as 6 semanas de experimento, o único grupo que 
não teve aumento significativo no peso corporal 
foi aquele que havia se exercitado em jejum. 
Este grupo ainda apresentou maior aumento de 
glicogênio muscular, da sensibilidade à insulina 
e da expressão de enzimas do metabolismo 
aeróbio. Assim, o treinamento de endurance em 
jejum foi mais eficiente do que o realizado em 
estado pós-prandial, na melhora dos parâmetros 
mencionados, durante períodos de dieta 
hiperlipídica.
Entretanto, o AEJ é mais frequentemente 
utilizado durante a preparação de fisiculturistas 
em períodos de dieta restritiva. Assim, apesar 
de importante, o estudo citado não corresponde 
à pratica realizada nas academias. Dentro desse 
contexto, dois artigos analisaram a validade da 
realização do exercício em jejum na melhora da 
composição corporal. O primeiro, realizado com 
vinte mulheres eutróficas e fisicamente ativas, 
não demostrou vantagem do exercício em jejum 
na perda de peso corporal e de massa gorda 
quando comparado ao exercício em estado pós-
prandial, após 4 semanas de intervenção, sob 
dieta restritiva (déficit de 500 kcal/d)4. Apesar 
de não apresentar diferença estatística, o grupo 
em jejum alcançou perda aproximadamente 60% 
maior nos parâmetros citados (-1,6 vs. -1,0 kg no 
delta do peso corporal e -1,1 vs. -0,7 kg no delta 
de massa gorda, ambos no grupo jejum e no pós-
prandial, respectivamente). Assim, os resultados 
devem ser interpretados com cautela, pois, embora 
não mostrem vantagem do treino em jejum em 
comparação ao pós-prandial, o estudo possui 
(como apontado pelos próprios autores) algumas 
limitações: a duração, o tamanho da amostra e 
a população estudada. Portanto, o resultado 
não prova, por exemplo, que o uso do AEJ em 
fisiculturistas, onde qualquer perda de gordura 
pode ser significativa, seja ineficaz, mas sugere 
que, se houver diferença entre as intervenções, 
ela seria pequena e pouco significante.
O segundo estudo que considerou a ingestão 
calórica na prática do EAJ submeteu homens 
fisicamente ativos que, por serem muçulmanos, 
jejuavam (incluindo líquidos) do nascer ao pôr 
do sol (o que pode variar de 11 a 18 horas em 
países tropicais) durante o mês do Ramadan, uma 
vez que esta prática constitui uma das obrigações 
fundamentais da fé muçulmana. Os participantes 
foram divididos em dois grupos: um que 
realizava o treino aeróbio em jejum e outro em 
estado pós-prandial (após o pôr do sol). Após as 
4 semanas de período experimental, os resultados 
mostraram que o AEJ foi eficaz em diminuir 
tanto o peso corporal quanto o percentual de 
gordura, enquanto o mesmo treino realizado 
em estado pós-prandial diminuiu apenas o peso 
corporal21. Entretanto, assim como no primeiro 
estudo, a diferença entre as duas intervenções 
foi bastante pequena, o que pode representar um 
erro estatístico tipo II, limitando a interpretação 
dos resultados. Outra limitação em ambos os 
estudos é o fato de que os participantes não foram 
~
14
 w
w
w
.v
po
nl
in
e.
co
m
.b
r
As três faces do jejum – seus efeitos na saúde, composição corporal e desempenho esportivo
submetidos ao treino resistido (i.e., musculação), 
o que, mais uma vez, foge do contexto em que 
a estratégia é aplicada no âmbito esportivo por 
fisiculturistas ou frequentadores de academia.
Esse mesmo grupo de pesquisadores realizou 
outro estudo, nos mesmos moldes do supracitado 
(muçulmanos fisicamente ativos, durante 
o Ramadan), entretanto utilizando o treino 
resistido, e não o treino aeróbio. Dessa vez, não 
houve diferença na composição corporal entre o 
grupo submetido ao exercício em jejum e o grupo 
que treinou em estado pós-prandial22. 
Figura 2. Visão esquemática das potenciais vias de sinalização celular que regulam a biogênese 
mitocondrial durante exercício de endurance com baixa disponibilidade de carboidrato e/ou baixa 
concentração glicogênio muscular
Exercitar-se em condições de baixa concentração de glicogênio potencializa a fosforilação tanto de AMPK quanto de p38MAPK, 
resultando na fosforilação e consequente translocação do PGC-1α para a mitocôndria e o núcleo, estimulando a biogênese mitocondrial.
Fonte: Adaptada de: Bartlett, Hawley e Morton25
A escassez de estudos bem controlados e os 
resultados conflitantes deixam clara a necessidade 
da realização de mais pesquisas acerca do efeito 
do AEJ sobre a composição corporal. Até o 
momento, apesar da possibilidade de o AEJ ser 
eficiente na melhora da composição corporal em 
situações pontuais, as evidências disponíveis 
não justificam sua utilização de forma ampla e 
generalizada. 
Exercício em jejum e desempenho de 
endurance
Todo atleta sabe que, para obter melhor 
desempenho durante a prova, é aconselhável que 
seus estoques de substrato energético estejam 
repletos e que uma das formas mais eficientes de 
se alcançar tal objetivo é por meio da ingestão de 
quantidades adequadas de carboidratos. Mas será 
que esta mesma regra se aplica durante o período 
de preparação para a competição? Quanto mais 
a ciência avança sobre como nosso organismo 
responde ao treinamento, mais se evidencia que, 
em alguns momentos, o treinamento com estoques 
energéticos depletados pode potencializar a 
adaptação àquele treino23. 
O principal objetivo de qualquer atleta de 
endurance é elevar ao máximo sua velocidade de 
limiar anaeróbio, já que este é um dos melhores 
preditores do desempenho de resistência24. 
Assim, potencializar o aumento no número de 
mitocôndrias e de vasos sanguíneos nas fibras 
musculares é uma adaptação determinante para 
a performance. Do ponto de vista molecular, 
o coativador-1 alfa do receptor ativado por 
proliferador do peroxissoma (PGC-1α) é uma 
proteína-chave para estas adaptações celulares. 
Sabe-se, há mais de uma década, que o aumento 
da concentração de PGC-1α induz a biogênese 
mitocondrial no músculo. Além disso, esta 
proteína participa do controle da oxidação de 
gordura e da angiogênese, sugerindo que a 
15
Re
vi
st
a 
Br
as
ile
ir
a 
de
 N
ut
ri
çã
o 
Fu
nc
io
na
l
Gustavo Barbosa dos Santos 
adaptação ao treino de resistência seja mediada 
pela via da PGC-1α23. Portanto, tanto o 
treinamento físico quanto a nutrição devem ser 
planejados para maximizar a ativação dessa via. 
Existem várias proteínas que ativam a PGC-1α, 
como a AMPK, a SIRT1 e a p38MAPK, entre 
outras (Figura 2). Não surpreende que todas 
elas sejam fortemente estimuladas pela queda 
na concentração de glicogênio e pelo estresse 
energético23,25. Dessa forma, o exercício em 
jejum, a restrição de carboidratos antes, durante 
e após o exercício ou, ainda, a dieta cetogênica 
surgem como estratégias nutricionais importantes 
para potencialização das adaptações ao treino de 
resistência5,6,25-29.
Um estudo muito bem controlado abordou a 
questão da manipulação dietética e adaptações ao 
treino de endurance. Vinte homens fisicamente 
ativos foram submetidos a 4 sessões de 
treinamento de endurance por semana, durante 
seis semanas, sendo que metade deles realizava 
o treinamento em jejum, enquanto a outra 
metade, após o café da manhã. Vale destacar 
que o protocolo de treinamento era exatamente o 
mesmo para ambos os grupos, assim como a dieta 
(padronizada e fornecida pelos pesquisadores). 
Dessa forma,o grupo jejum recebia, à tarde, a 
mesma quantidade calórica ingerida, no café da 
manhã, pelo grupo que se exercitava em estado 
pós-prandial. Ao final das seis semanas, o grupo 
jejum, quando comparado ao grupo alimentado, 
apresentou maior concentração de glicogênio 
muscular, maior atividade da citrato sintase (CS) 
e da β-hidroxiacil-CoA desidrogenase (β-HAD), 
enzimas-chave do metabolismo aeróbio, além 
de melhor controle glicêmico e maior utilização 
da gordura intramuscular durante o exercício 
prolongado5. Por outro lado, não houve diferença 
na performance entre os grupos, provavelmente 
pelo fato de o protocolo de treino ter sido 
realizado em intensidade diferente do que o 
teste de performance. De qualquer forma, os 
resultados sugerem que o treinamento regular de 
endurance, realizado em jejum, é uma estratégia 
eficiente para estimular adaptações fisiológicas 
musculares que podem, eventualmente, contribuir 
para a melhora do desempenho.
Outro estudo que tratou a questão de forma 
bastante coerente foi o de Hansen et al.30. Sete 
homens destreinados foram submetidos a cinco 
sessões de endurance por semana, durante 10 
semanas, em cicloergômetro unilateral, de forma 
que cada perna podia ser submetida a um regime 
de treino distinto. Uma das pernas era submetida 
a duas sessões de treino no mesmo dia, a cada 
dois dias, enquanto a outra perna era submetida 
ao mesmo treinamento, entretanto, com apenas 
uma sessão por dia. Assim, a perna que realizava 
dois treinos no mesmo dia fazia a segunda sessão 
com baixos níveis de glicogênio muscular, 
enquanto a outra perna realizava todas as sessões 
de treino, com estoques de glicogênio altos. Os 
resultados foram bastante semelhantes ao estudo 
anterior (aumento de glicogênio e da atividade 
das enzimas CS e β-HAD), entretanto, dessa 
vez, com aumento significativo na performance, 
avaliada pelo tempo de exaustão (19,7 ± 2,4 vs. 
11,9 ± 1,3 min, perna com baixo glicogênio e 
perna com alto glicogênio, respectivamente). 
Esses resultados levaram à criação de uma 
estratégia nutricional denominada train low, 
compete high (treinar em baixa, competir em 
alta, se referindo à concentração de glicogênio 
muscular), onde durante algumas semanas 
(existe grande variação, mas, em média, de 
3-12 semanas) algumas sessões de treino são 
realizadas deliberadamente com baixo nível de 
glicogênio muscular (seja pelo treino em jejum, 
restrição de carboidratos, duas sessões de treinos 
seguidas ou pela dieta cetogênica), com intuito 
de potencializar as adaptações ao treinamento. 
Então, próximo à competição (em média, 1-3 
semanas), a dieta volta a ser manipulada, agora 
com intuito de repor os estoques de glicogênio 
muscular26,28.
Portanto, o uso do jejum (assim como de 
outras estratégias nutricionais) com intuito 
de potencializar as adaptações ao treino de 
resistência possui respaldo em evidências 
científicas recorrentes, já sendo, inclusive, 
utilizado na preparação de maratonistas de elite26.
Conclusão
As evidências atuais demonstram as várias 
possibilidades da utilização do jejum. Tanto 
no âmbito da saúde quanto no esportivo, 
especificamente em relação às respostas ao treino 
de endurance, os resultados são promissores. 
A prática regular do jejum parece, de forma 
especial, agir positivamente sobre o sistema 
nervoso central, podendo, eventualmente, 
trazer benefícios cognitivos e prevenir algumas 
doenças degenerativas. Além disso, o estresse 
16
 w
w
w
.v
po
nl
in
e.
co
m
.b
r
As três faces do jejum – seus efeitos na saúde, composição corporal e desempenho esportivo
energético, por meio do exercício em jejum, 
potencializa respostas moleculares relacionadas 
ao desempenho de endurance. Por outro lado, 
apesar de controversas, as evidências não apoiam 
o uso desta estratégia com intuito de melhora na 
composição corporal. Justifica-se a necessidade 
de mais estudos a fim de apontar condutas 
clínicas seguras para o uso do jejum. 
Referências
1. MAUGHAN, R.J. Fasting and sport: an introduction. Br J Sports Med; 44 (7): 473-5, 2010.
2. LONGO, V.D.; MATTSON, M.P. Fasting: molecular mechanisms and clinical applications. Cell Metab; 19 (2): 181-92, 2014.
3. PAOLI, A. et al. Beyond weight loss: a review of the therapeutic uses of very-low-carbohydrate (ketogenic) diets. Eur J Clin Nutr; 67 
(8): 789-96, 2013.
4. SCHOENFELD, B.J. et al. Body composition changes associated with fasted versus non-fasted aerobic exercise. J Int Soc Sports Nutr; 
11 (1): 54, 2014.
5. VAN PROEYEN, K. et al. Beneficial metabolic adaptations due to endurance exercise training in the fasted state. J Appl Physiol (1985); 
110 (1): 236-45, 2011.
6. PAOLI, A.; BIANCO, A.; GRIMALDI, K.A. The Ketogenic Diet and Sport: A Possible Marriage? Exerc Sport Sci Rev; 43 (3): 153-62, 2015.
7. LIMA, P.A.; SAMPAIO, L.P.; N.R. DAMASCENO. Neurobiochemical mechanisms of a ketogenic diet in refractory epilepsy. Clinics (Sao 
Paulo); 69 (10): 699-705, 2014.
8. FONTANA, L.; PARTRIDGE, L.; LONGO, V.D. Extending healthy life span--from yeast to humans. Science; 328 (5976): 321-6, 2010.
9. COLMAN, R.J. et al., Caloric restriction reduces age-related and all-cause mortality in rhesus monkeys. Nat Commun; 5: 3557, 2014.
10. LEE, J.; SEROOGY, K.B.; MATTSON, M.P. Dietary restriction enhances neurotrophin expression and neurogenesis in the hippocampus 
of adult mice. J Neurochem; 80 (3): 539-47, 2002.
11. MATTSON, M.P. Energy intake and exercise as determinants of brain health and vulnerability to injury and disease. Cell Metab; 
16 (6): 706-22, 2012.
12. MAROSI, K.; MATTSON, M.P. BDNF mediates adaptive brain and body responses to energetic challenges. Trends Endocrinol Metab; 
25 (2): 89-98, 2014.
13. AZEVEDO, F.R.; IKEOKA, D.; CARAMELLI, B. Effects of intermittent fasting on metabolism in men. Rev Assoc Med Bras; 59 (2): 167-73, 2013.
14. VAN PRAAG, H. et al. Exercise, energy intake, glucose homeostasis, and the brain. J Neurosci; 34 (46):15139-49, 2014.
15. SCHOENFELD, B. Does Cardio After an Overnight Fast Maximize Fat Loss? Strength Cond J; 33 (1): 3, 2011.
16. GILLEN, J.B. et al. Interval training in the fed or fasted state improves body composition and muscle oxidative capacity in overweight 
women. Obesity (Silver Spring); 21(11): 2249-55, 2013.
17. PAOLI, A. et al. Exercising fasting or fed to enhance fat loss? Influence of food intake on respiratory ratio and excess postexercise 
oxygen consumption after a bout of endurance training. Int J Sport Nutr Exerc Metab; 21 (1): 48-54, 2011.
18. HOROWITZ, J.F. et al. Lipolytic suppression following carbohydrate ingestion limits fat oxidation during exercise. Am J Physiol; 273 
(4 Pt 1): E768-75, 1997.
19. BENNARD, P.; DOUCET, E. Acute effects of exercise timing and breakfast meal glycemic index on exercise-induced fat oxidation. 
Appl Physiol Nutr Metab; 31 (5): 502-11, 2006.
20. VAN PROEYEN, K. et al. Training in the fasted state improves glucose tolerance during fat-rich diet. J Physiol; 588 (Pt 21): 4289-302, 
2010.
21. TRABELSI, K. et al. Effects of fed- versus fasted-state aerobic training during Ramadan on body composition and some metabolic 
parameters in physically active men. Int J Sport Nutr Exerc Metab; 22 (1): 11-8, 2012.
22. TRABELSI, K. et al. Effect of fed- versus fasted state resistance training during Ramadan on body composition and selected metabolic 
parameters in bodybuilders. J Int Soc Sports Nutr; 10 (1): 23, 2013.
23. BAAR, K. Nutrition and the adaptation to endurance training. Sports Med; 44 (Suppl 1): S5-12, 2014.
24. COYLE, E.F. Physiological determinants of endurance exercise performance. J Sci Med Sport; 2 (3): 181-9, 1999.
25. BARTLETT, J.D.; HAWLEY,J.A.; MORTON, J.P. Carbohydrate availability and exercise training adaptation: too much of a good thing? 
Eur J Sport Sci; 15 (1): 3-12, 2015.
26. STELLINGWERF, T. Case study: Nutrition and trainingperiodization in three elite marathon runners. Int J Sport Nutr Exerc Metab; 
22 (5): 392-400, 2012.
27. BARTLETT, J.D. et al. Reduced carbohydrate availability enhances exercise-induced p53 signaling in human skeletal muscle: implications 
for mitochondrial biogenesis. Am J Physiol Regul Integr Comp Physiol; 304 (6): R450-8, 2013.
28. HAWLEY, J.A.; BURKE, L.M. Carbohydrate availability and training adaptation: effects on cell metabolism. Exerc Sport Sci Rev; 38 
(4):152-60, 2010.
29. YEO, W.K. et al. Skeletal muscle adaptation and performance responses to once a day versus twice every second day endurance 
training regimens. J Appl Physiol (1985); 105 (5): 1462-70, 2008.
30. HANSEN, A.K. et al. Skeletal muscle adaptation: training twice every second day vs. training once daily. J Appl Physiol (1985); 98 
(1): 93-9, 2005.

Outros materiais