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l,t í I I I t r t ! í - ti I I - :I - I I era§ LJLA,r"tíír\;) Cad ,a Um Programa para Ensinar Avaliação Fisioterapêutica Globat .N \t. rl(is ;à C,) 4N-FTZ ír li.E N1l57c . \ )l !\\ \11 \('t L\til:s \I \R(.)L l:5. .\ntclia Pa:quul li I illil lllillll lll lll E r. I 0 Torl bo: I 6460 F-N 2a ediçáo revisada e ampliada: capÍtulo sobre ATL4 L. '11 hM,4 h.l CADEIAS MUSCUIÁRES CADEIASMUSCUNS Um Progr aÍna para Ensinar Avaliação Fisioterapêutica Global 2L edição revisada e ampliada Amélia Pasqual M*ques Professora Doutora do Curso de Fisioterapia da Faculdade de Medicina da l-lniversidade de São Paulo tr m;õG copl'right o Editora Nlanole Ltdzr., pol nrcio cle co,trato com a ilLrtora. Ilust|açitcs: Rattl Cecílio Nlenezes.funior, Riczrrdo C,clr-rêa, Patrick Câmara Braga, Irony Therezinhzr pirez cr \hiérim Lir:r da Fonseca )-or»talizaç'ão: Srielv Cizrmpos Carcloso, Kí,rtia Cilcne Pereira dir Roch:r e Fabíolir Rizzo Sanchez E r I i t o ra c it o E I ctrô n i ru : Lr,rzrrgr:rf Serr,iÇos Clráfi cos Ltda-NÍe. ()up«: C,elso Clar-ramcnha Linck Da<los Internacion:ris de C;rurlogação ua PuLrlic:rcão (tilp) (Câmalir Blasileira clo Lir.r'o, SP, Brasil) 1. Cladeias mrrsculules : Sistema muscrrloesquelético : An:rtorrii:r : Ciências méclic:rs (ll 1.73 Toclos os clireitos reservaclos. Nenhtimzr pa.rte dcste livro poderá ser reprocluzida, pol qualquer.pt:ocess(). sem a perrnissào exprcssa dos eclitores. E proihicla a rcprodtrcào pol xerl)\. 2a cdição brasileira - 200ir Dir:eitos reserr,aclos par:r a: Er litora N Iarrolc Ltcla. §'enida Ceci, 672 - Tzrr-nboré 06460-120 - Baruerj - SP - Brersil Fone: (11) 4196-6000 - Fax: (11) 4196-6021 'tr,rllr,. ntan ole. com. br i I l Íu,u rnAr role.cour.[lr FACULDADE MAURJCIO DE NASSAU Ex í 1 2g/02t2012NF 16461 COMPRA Irnpresso no Brasil PrinÍecl in Brazil N,Iurrquers, §nélia Pascl rrai Cladcias rnusculares : Lurl prograrnzr para ensinar avaliaÇ:b Íisioterapêuticzr global ,/ §nélia Pasqual NIarques. - 2. erl. r-er-. e anipl. -São Paulo : N{anole. 2005. BibliogrirÍ'ia. ISBN 85-20.tr-1ir33-4 1. Fisioterirpia 9. Postura 3. Sistema rnusculoesquelético I. Títu1o. 04-8205 cDD-611.73 NLN'I.\[F, 1O] Ínclices para ca[i1oeo sisterriático: SUIUARTO PREFACIO DA SEGUNDA EDIÇAO PREFACIO DA PRIMEIRA EDIÇAO INTRODUCÃO capítulo 1 - CADEIA RISPIRAIORTA 15 16 t7 t7 r7 77 18 19 19 19 20 20 20 20 27 g9 23 24 24 25 26 27 28 Músculo Peitoral Menor Músculos Escalenos Músculo Escaleno Anterior Músculo Escaleno Médio Músculo Escaleno Posterior Músculo Esternocleidomastóideo Músculos Intercostais Músculos Intercostais Externos Músculos Intercostais Internos Músculo Diafragma Porção Esternal Porção Costal Porção Lombar Exercício Prático capítulo 2 - CADEIA POSTERIOR Exercício Prático: Resposta Músculos da Planta do Pé Músculo Abdutor do Hálux Músculo Adutor do Hálux Músculo Flexor Curto do Hálux Músculo Flexor Curto dos Dedos Músculo Flexor Longo do Hálux Músculo Flexor Longo dos Dedos I o .) CADEIAS MUSCULARES Músculos da Perna e da Coxa ........... B0 Músculo Gastrocnêmio ...............30 Músculo Sóleo .............................81 Músculo Semitendíneo ...............38 Músculo Semimembranáceo ......24 Músculo Bíceps da Coxa ............. 3b Músculo Glúteo Máximo .............86 Músculos da ColunaVertebral ..........27 Grupo Superficial ............ ............97 Músculo Iliocostal Lombar ....................97 Músculo Iliocostal Torácico ..................27 Músculo Iliocostal Cervical .............;.... ...................27 Músculo Longo do Tórax ..i................... gg Músculo Longo do Pescoço ..................89 Músculo Longo da Cabeça .................... Bg Músculo Espinhal do Tórax ..................41 Músculo Espinhal do Pescoço ...............42 Grupo Profundo ........42 Músculo Semi-Espinhal do Tórax .........42 Músculo Semi-Espinhal do Pescoço .....44 Músculo Semi-Espinhal da Cabeça .......4b Músculo MultiÍídio ..............46 Músculos Rotadores .............47 Músculos Interespinhais ......48 Músculos Intertransversários ................ 49 Músculo Esplênio do Pescoço ...............50 Músculo Esplênio da Cabeça ................51 Exercício Prático ..............59 Exercício Prático: Resposta ............... b4 capítulo 3 - CADETAÂVrBnO-INTERNA DA BACrA 55 Músculo Ilíaco ..................56 Músculo Psoas Maior .......56 Músculo Psoas Menor ......57 Músculo Pectíneo .................. ............. b7 . Músculo Grácil .................58 Músculo Adutor Magno ..................... bg Músculo Adutor Curto ..... 60 Músculo Adutor Longo ..................... 61 Exercício Prático .............. 62 Exercício Prático: Resposta ............... 68 Capítulo 4 - CADEIA ANTERIOR DO BRAÇO 65 Músculo Trapézio (Fibras Superiores) ........... .... 66 Músculo Deltóide (Porção Média) .....................62 SUMARIO Músculo Coracobraquial Músculo Bíceps do Braço Músculo Braquiorradial Músculo Braquial Músculo Pronador Redondo Músculo Flexor Radial do Carpo Músculo Flexor Ulnar do Carpo Músculo Flexor Superficial dos Dedos Músculo Flexor Profundo dos Dedos Músculos da Região Tenar Músculo Abdutor Curto do Polegar Músculo Abdutor Longo do Polegar Músculo Flexor Curto do Polegar Músculo Flexor Longo do Polegar Músculos da Região Hipotenar Músculo Flexor Curtô do Dedo Mínimo Músculo Oponente do Dedo Mínimo .............84 Músculos Interósseos Dorsais Músculos Interósseos Palmares Músculos Lumbricais Exercício Prático Exercíciq Prático: Capítulo 5 - CADEIAANTERO-INTERNA DO OMBRO Músculo Peitoral Maior Músculo Coracobraquial Músculo Subescapular Exercício Prático Exercício Prático: Capítulo 6 - EXAMES PARA RE\IEIÁR O ENCURTAMENTO DOS MUSCULOS DAS CADEIAS Exame para Revelar o Encurtamento dos Músculos das Cadeias Anteriores Exame para Revelar o Encurtamento dos Músculos da Cadeia Posterior 81 82 83 83 68 69 70 71 72 73 74 l5 76 78 88 89 90 91 q, 93 94 95 96 s7 98 86 Resposta Resposta Exame para Revelar o Encurtamento dos Músculos da CadeiaAnterior do Braço Exame para Revelar o Encurtamento dos Músculos da CadeiaAntero-Interna do Ombro Capítulo 7 - AS POSTURA§ UTILIZADAS EM REEDUCAÇÃO 100 102 104 107 108Posturas em fechamento do ângulo coxofemoral CADEIAS MUSCULARES Postrrr:rs em zrbertura do ângulo coxofernoral Clrítérios para a cscolha cla postura ( a P í trLl o 8 -,\RTICUL{ÇÃO TEN,{PORO\.,IANDIBUL\R ,\ratcimia FlrrrcionaI \Iírscr.rlos do Sistema Estomatognático \'{Írscr.rlos Eler.adores da NÍanclíbul a Músculo Temporal Músculo Masseter Músculo Pterigóideo Medial Músculos Abaixadores da Mandíbula Músculo Pterigóideo Lateral Músculo Digástrico Músculo Milo-hióideo (Assoalho da Boca) Músculo Genio-hióideo Músculo Estilo-hióideo Músculos Infra-hióideos Músculo Esterno-hióideo Músculo Esterno-tireóideo Músculo Tireo-hióideo Músculo Omo-hióideo Relação AIM e Postura Ar,aliaÇão Descrição da Avaliação Ficha de Avaliação - Articulação Temporomandibular .......... ................ 139 ROTEIRO DE AVALIAÇAO GLOBAL 109 110 111 tt2 tt4 774 174 115 116 177 717 118 118 119 143 153 \57 120 127 121 121 t2t 122 723 726 729 PROTOCOLO REFERÊNCIAS BIBLIOGRAT'ICAS l PREEACIO DA SEGUNDA EDIÇAO Ao longo destes últimos quatro anos, foram muitas as pessoas que fizeram referências elogiosas a este liwo tanto pelo seu visual quanto por seu carâterdidático. Na segunda edição mantivemos os capítulos anteriores: Introdução, escrito pela Profa. Tania de Fátima Salvini, Cadeia Respiratória, Cadeia Posterior, Cadeia Ântero-Interna da Bacia, Ca- deiaAlterior do Braço, CadeiaAntero-Interna do Ombro, Exames para Revelar o Encurtamen- to dos Músculos das Cadeias e Posturas Utilizadas em Reeducação, e incluímos o oitavo capítulo: Articulaçáo temporomandibular, escrito pela Profa. Dra. Débora Beülaqua-Grossi, que aborda a anatomia funcional, os músculos estomatognáticos, uma minuciosa avaliação e um protocolo. Acrescentamos ainda um Roteiro de Avaliação Global que pretende fornecer de forma didática um protocolo para avaliar e interpretar as possíveis alterações posturais de modo global, ficando a sugestão de iniciá-la pelos pés e terminar na coluna cerücal e articulação temporomandibular. A expectativa é a de que este liwo continue auxiliando os fisioterapeutas, acadêmicos e profissionais da saúde areahzar, com base nas cadeias musculares, a avaliação postural global. Homenagem a Carolina Porém, mais do que descrever e comentar os itens que constam no livro, esta edição tam- bém tem o intuito de reverenciar amemória daquela que foi minha parceira na concepção e finalizaçáo da tese de doutorado "Reeducação Postural Global: um programa de ensino para a formação do fisioterapeuta" e que deu origem a este liwo: a Professora Carolina Martucelli Bori, que mesmo após sua aposentadoria, por mais de 10 anos veio diariamente à Universida- de de São Paulo, onde continuou a desenvolver as suas atiüdades acadêmicas. Em outubro de 2004 ela nos deixou fisicamente, porém a sua ternura e dedicação certa- mente serão eternas em nossa memória, e onde ela estiver continuará olhando e cuidando de todos os seus discípulos com o mesmo amor e carinho. Carolina, foi você que eu escolhi como modelo de üda e o que me cativou foi seu jeito simples de ser, o seu respeito pelos alunos, o senso de justiça, a serenidade e a sabedoria. Avocê, Carolina, a minha gratidão pelos ensinamentos e obrigada por ter me possibilitado conviver com você. Amélia Pasqual Marques 1 PREFACIO DA PRIMEIRA EDIÇAO Este liwo, originalmente desenvolüdo a partir da tese de doutorado "Reeducaçáo Postural Global: Um Programa de Ensino para a Formação do Fisioterapeutz", orient4da pela Profes- sora Carolina M. Bori, tinha como objetivo desenvolver e aplicar um programa para ensinar o futuro profissional de fisioterapia a avaliar indiúduos segundo a proposta da Reeducação Postural Global (RPG) e afazer o diagnóstico da condição do indiúduo, indicando posturas paÍa a correção das alterações encontradas. A Reeducação Postural Global é um método terapêutico que considera o sistema muscular de forma integrada, organizando os músculos em cadeias musculares e baseando-se no alon- gamento de músculos encurtados. Esse método possibilita ao fisioter4peuta aavaliaçáo global e correta do real comprometimento do indiúduo, propondo uma afitaçáo fisioterapêutica mais eficaz, que trata as causas e as conseqüências. Para entender a proposta de avaliação por meio das cadeias musculares, é necessário estabe- lecer a perfeita relação entre manrtamento dc miscul,o e alteraçã,o postural ou seja, considerar que sempre há um ou mais músculos responsáveis pela alteração postural. Neste liwo, chamaremos de "alteração postural" toda ocorrência em que um segmento perde seu alinhamento, tal como proposto por Kendall. Especificaremos como alteração postural cifose torâcica,valgo dejoelhos etc. Na forma didática em que foi concebido, este liwo permitirâ ao leitor identificar as cadeias musculares - músculos, origem, inserção e função - e a alteração postural produzida pelo encur- tamento de cada músculo de cada cadeia, bem como avaliar indiúduos globalmente e realizar testes para a verificação do real comprometimento dos músculos anteriores, posteriores ou de membros superiores. As figuras, elaboradas especialmente para este liwo, foram cuidadosamente concebidas para auxiliar o leitor avisualizar o trajeto do músculo, sua origem e inserção, facilitando, com isso, a compreensão de sua função e de seu encurtamento. A expectativa é a de que esta obra contribua para a formação de fisioterapeutas especiais: aqueles que amam a proÍissão. Amélia Pasqual Marques 3 INTRODUÇAO PLASTIcI DADE E ADAPTAÇÃO -eOSTU RALDos uúsculos esoúelÉrlcos Prof . Dr. Thnia de Fá,tima Saluini * Dominar os conceitos científicos básicos que permitem entender a estrutura, a função e a capacidade de adaptação dos músculos esqueléticos é essencial para üma adequada avaliaçáo postural, bem como paraa elaboração de programas de intervenção Íisioterápica. O objetivo desta introdução é contribuir nesse sentido, apresentando uma reüsão sucinta de alguns dos principais aspectos morfológicos e funcionais dos músculos esqueléticos e, principalmente, como esses conceitos básicos podem ser utilizados pelo terapeuta no seu dia-a-dra. Aliteratura cienúfica tem apresentado importantes estudos sobre aadaptaçáo morfofuncional dos músculos esqueléticos, relacionada à postura e à atividade fisica. Esses resultados permitem uma melhor elaboração e fundamentação teórica dos programas terapêuticos freqüentemente utilizados. É importante que o fisioterapeuta entenda por que um grupo muscular adapta-se a determinadas condições e quais as variáveis envolüdas nesse mecanismo. Como toda abordagem teórica que tenta subsidiar uma intervenção terapêutica subseqüente, o conteúdo deste texto apresenta também suas limitações. Seria impossível apresentar, em detalhes, todos os aspectos básicos envolvidos na plasticidade dos músculos esqueléticos em uma reüsão. Inicialmente, pensou-se em incluir uma breve reüsão sobre a fisiologia do fuso muscular e do órgão tendinoso de Golgi, pela importància de ambos na fisiologia muscular. Porém, como há diversos liwos didáticos daâreade Fisiologia e Neurociências, com excelentes textos sobre esses receptores musculares, decidiu-se indicá-los como sugestão para leitura complementar. *Profl. acljur-rta do Departarlento dc Fisiotcrapia cla Universiclacle Feder:rl de Sáo (lzrrlos. CADEIAS MUSCULARES O conteúdo desta introdução reflete um pouco da valiosa cooperação que recebemos, nos últimos anos, da ProP. Dr". Amélia Pasqual Marques, que gentilmente auxiliou no desenvolvi- mento do módulo Rctraçã,o e Alongamento das Cadeias Musculares,junto à disciplina Cinesioterapia, que temos ministrado no curso de graduação em Fisioterapia. Felizmente, o excelente material didático por ela produzido poderá agora ser amplamente divulgado por este liwo. Aspectos Mortobgicos e Funcionais Envotvidos na Retração e no Alongamento dos Músculos Esqueléticos A avaliação postural, bem como a elaboração e aplicação de programas de cinesioterapia, é uma atividade de rotina executada pelo fisioterapeuta. Por outro lado, muitas vezes esse pro- Íissional não domina os conceitos básicos relacionados à capacidade de adaptação dos múscu- los esqueléticos. Por exemplo, embora o fisioterapeuta esteja habituado a identificar uma retraçáo muscular e a orientar exercícios de alongamento, com o objetivo de impedir a insta- lação de uma retração ou como tratamento de um encurtamento muscular jâ estabelecido, ele não entende os mecanismos envolüdos na resposta muscular conseqüente à sua interven- ção. Assim, sua avaliação e'intervenção ficam limitadas. São freqüentes questões como por que determinados grupos musculares encurtam-se mais que outros; por que indiúduos submetidos a treinamento com exercícios contra-resistidos concêntri- cos apresentam grandes encurtamentos nos grupos musculares hipertrofiados; qual a melhor for- ma de promover um alongamento muscular pela cinesioterapia; se é procedente arealizaçáo de exercícios de "aquecimento" antes daexecução de exercícios de alongamento; se o exercício pode lesaro músculo e qual o seu limite; quais as relações entre exercício, dor e analgesia etc. Para entender o mecanismo da retração muscular, bem como o porquê de um grupo mus- cular retraído ter a capacidade de recuperar ou mesmo ampliar seu comprimento anterior por meio de exercícios de alongamento, é fundamental que se compreendam os processos envolvidos naadaptação dos músculos esqueléticos dos mamíferos. É importante esclarecer que "retração" e "encurtamento" das fibras musculares serão con- siderados termos sinônimos, ambos signiÍicando diminuição no comprimento e na elasticida- de muscular. Já está devidamente comprovado na literafirÍacienúfica que as fibras musculares esqueléticas apresentam plasticidade, ou seja, capacidade de adaptação a determinados esúmulos, como exercício físico, imobilização, alterações das condições hormonais, condições de nutrição, inervação, eletroestimulação etc. A capacidade de adaptação dos músculos esqueléticos, quando submetidos a diferentes graus de extensão ou comprimento, foi observada pela primeira vez após transplante do ten- dão distal do tríceps sural para a região inferior do calcâneo (Marey, 1887), ou seja, produzin- do-se um alongamento no músculo como um todo. Em poucas semanas após a cirurgia, obser- vou-se a adaptzçáo do músculo a seu novo comprimento funcional. Outro estudo, realizado posteriormente, mostrou que o músculo esquelético pode também diminuir o comprimento e a extensibilidade quando mantido em posição encurtadp (Alder e cols., 1958). Resultados similares, mostrando a adaptaçáo dos músculos a diferentes posições, foram observados em diferentes mamíferos (Tardieu e cols., 1969) Na época desses últimos estudos,já haüagrande interesse em entender como ocorria o procesÊ so de crescimento muscular durante o desenvolvimento. Trabalhos experimentais realizados nas décadas de 60 e 70 identificaram que o músculo aumentava seu comprimento por meio da adição I It TNTRODUÇÃO de sarcômeros ao longo das fibras musculares (Goldspink, 1968; Williams e Goldspink, 1971). \esse peíodo, jâ era considerada a hipótese da adaptação das fibras musculares esqueléticas a diferentes graus de extensão, com provável remoção ou adição no número de sarcômeros em série, conforme a demanda funcional e o grau de extensão a que o músculo é submetido. Estudos posteriores mostraram que a imobilização dos músculos em posição alongada acarre- ta aumento no comprimento muscular pela adição no número de sarcômeros em série, particu- larmente nas duas regiões terminais das fibras musculares (Tabary e cols., 1972; Williams e Goldspink,1973,1978). Comportamento similar também foi obserr.ado nos músculos esqueléticos de diversos mamíferos durante o crescimento normal pós-natal (Williams e Goldspink, 1971). Um dos trabalhos fundamentais para o entendimento do mecanismo de adaptação dos mús- culos esqueléticos a diferentes graus de extensão foi realizado por Tabary e colaboradores (7972) . Nesse trabalho, pôde-se observar, em gatos, que o músculo sóleo aumentou em20% o número de sarcômeros em série após quatro semanas de imobilização em posiçã,o de alongamento. Por outro lado, quando esse mesmo músculo foi imobilizado em posi,çã,o de encurtamenúo, houve redu- ção de 40Vo no número de sarcômeros em série e conseqüente diminuição de sua extensibilidade. Quatro semanas após a suspensão da imobilizaçáo, o músculo em posição de encurtamento apresentou extensibilidade e número de sarcômeros similar ao grupo controle não-imobilizado. Ou seja, um músculo retraído pode readquirir seu comprimento normal de acordo com a de- manda funcional. Nesse caso, a própria marcha produziu no músculo sóleo o estímulo necessá- rio para seu alongamento. Outros estudos identificaram que, enquanto a imobilização do músculo em posiçã,o de ena.uta- mzntoacartetadiminuição no número de sarcômeros e atrofia na fibra muscular, a imobilização em posiçã,o alnngad,aleva à adição de sarcômeros com conseqüente ganho de peso e aumento da síntese protéica (Williams e Goldspink, 1978; Yang e cols., 1997). Estudos mais recentes, realiza- dos em músculos de coelhos, identiÍicaÍam, seis dias após imobilizaçáo em posição alongada, hipertroÍia, aumento no conteúdo total de Insulin GrowFactor-I (IGF-I) e aumento no porcentual de fibras que expressam miosina do tipo I e miosina neonatal (Goldspink, 1996; Yang e cols. 1997). O IGF-I é um hormônio envolüdo tanto no processo de hipertrofia muscular como na adaptação das Íibras desencadeada pelo alongamento e por exercícios contra-resistidos (Goldspink, 1996; Yang e cols., 1997). Todos os estudos que tiveram por objetivo compreender o mecanismo de desenvolümento e adaptação do músculo esquelético permitiram algumas importantes conclusões: a) o músculo adapta-se a alterações em seu comprimento por meio da regulação do número de sarcômeros em série; b) a posiçan (encurtada ou alongada) em que o músculo é mantido é fator determinante na regulação do número de sarcômeros em série (diminuindo ou aumentando, respectivamente); c) embora aadaptaçáo das fibras musculares ocorra tanto em posição á. ..r.rrtamento como de alongamento, a resposta em relação ao número de sarcômeros é mais intensa na posição encurtada (redução de40Vo donúmerodesarcômerosemsérie) doquenaposiçãoalongada (aumento de 20Vo no número de sarcômeros em série); d) o grau de atrofia muscular observado durante a imobilização depende da posição de imobili- zaçâo e é maior no grupo encurtado; e) a posição de alongamento, além de impedir o encurtamento e a atrofia musculares, ativa a síntese protéica e a adição de sarcômeros em série. É eüdente que a imobilizaçáo utilizada nesses estudos experimentais em animais náo deve ser utilizada como tratamento clínico em humanos. O procedimento foi utilizado apenas para CADEIAS MUSCULARES permitir o estudo detalhado da adaptação muscular. A imobílizaçáo em si não deve ser adota- da como recurso terapêutico quando o objetivo é alongar determinado grupo muscular, pois o fisioterapeuta dispõe de outras técnicas igualmente efetivas e que não limitam a atiüdade funcional do indivíduo. O alongamento dos diversos grupos musculares, com aumento do número de sarcômeros em série e conseqüente aumento no comprimento e na elasticidade musculares, pode ser facilmente obtido pela realização de exercícios físicos. Por Que a Adaptação da Fibra Muscular à Posição Envolve a Adaptação do Numero de Sarcômeros? A análise dos resultados experimentais obtidos sobre aadaptaçáo dos músculos esqueléticos à demanda funcional também suscitou importantes questões como, por exemplo, por que a fibra muscular é tão sensível e adapta-se tão rapidamente às alterações erh seu comprimento? Os estudos que avaliararn a relação entre aforçaproduzida pelo músculo e seu comprimento contribuíraÍL para elucidar questões como essa. O primeiro trabalho a demonstrar que a força desenvolüda pelo músculo durante a contra- ção isométrica (contraçao muscular sem alteração de comprimento) varia com seu compri- mento for realizado por Blix, em 1895. Apesar disso, somente na dêcada de 60 foi possível identificar as bases morfofuncionais da relação tensão-comprimento da fibra muscular. Em um experimento cuidadoso e sofisticado,realízado por Gordon e colaboradores (1966), veri- ficou-se que, em fibras musculares isoladas, aforça isométrica máxima é produzida quando o sarcômero atinge um comprimento próximo ao comprimento de sua posição em repouso. Essa força diminui quando o sarcômero é alongado ou encurtado (figuras 1 e 2). As figuras 7 e 2 mostram que a força isométrica dos sarcômeros atinge níveis máximos quando há uma sobreposição ótima entre os filamentos de actina e miosina, o que ocorre quando o comprimento do sarcômero está entre 2,0-2,25 p. Esse estudo permitiu identificar que a força gerada pela contração muscular depende da quantidade de "pontes" entre os filamentos de actina emiosina no interior dos sarcômeros. A identificação da relação entre a tensão muscular e as alterações no comprimento do sarcômero.subsidiou a proposição da teoria do deslizamento dos miofilamentos na contração muscular (Gordon e cols., 1966). -3,65[(a+b) +2,2O 2,2511(b+c)+ -2,05P(b)+ +T 85 190u(b{).+ +1,65t1 (a+z) +Sl.-,§r N- +1 05!1 (b+z)+§*-=:=+:N *',- i,/ Figura 1 Relação entre as alterações da tensão desenvolvida e as alterações do comprimento do sarcômero. As setas indicam os estágios críticos de interação entre os filamentos de actina e miosina (ver também Íigura 2). (Figura obtida de: Gordon, A.M.; Huxley, A.F.; Julian, F.J. "The variation in isometric tension with sarcomere length in veftebrate muscle Íibers". Jou rn al of P hysiology, ( 1 84):17 0-1 92, 1 966.) INTRODUÇÃO 5432 + + +t6tG' E '= 100 .(ú E o80 r(ú o860 (ú840 \o ã20 r(Ú aC^Pi 1,5 2,0 2,5 3,0 3,5 Distância da Estimação do Sarcômero (p) Figura 2 Estágios críticos na sobreposição entre os Íilamentos de actina e miosina, em diferentes posições do sarcômero (alongamento e encurtamento). Os números apresentados nesta Íigura correspondem também aos da figura 1. (Figura obtida de: Gordon, A.M.; Huxley, A.F.; Julian, F.J. "The variation in isometric tension w,ith sarcomere length in vertebrate muscle fibers". Journal of Physiology, (184):170-192, 1966.) Considerando que os filamentos de actina e miosina têm comprimento constante, aadapta- ção dos músculos adultos a diferentes comprimentos funcionais, pela remoção ou adição de sarcômeros em série, ocorreria com o objetivo de manter um comprimento Íisiológico e funcio- nal dos sarcômeros na fibra muscular (para maiores detalhes, ver Williams e Goldspink, 1978). Na posição encurtada, o comprimento funcional do músculo encontra-se diminuído. Como nessa posição também apresentam comprimento diminuído, os sarcômeros não podem de- senvolver força contrátil máxima, pois se perdeu a sobreposição fisiológica ideal entre os filamentos de actina e miosina (ver figuras 1 e 2). A redução do número de sarcômeros em série poderia então restabelecer o comprimento ideal aos sacômeros restantes. Provavelmen- te, o mecanismo oposto explicaria o aumento do número de sarcômeros em série, identifica- do em músculos mantidos em posição de alongamento. Na posição de alongamento, haveria uma redução da sobreposição fisiológica entre os filamentos de actina e miosina, o que impe- diria o desenvolümento da contração muscular máxirna. A adição de sarcômeros em série permitiria o restabelecimento do comprimento funcional dos sarcômeros. É importante ressaltar que a força contrátil ativa,produzida pelo músculo esquelético, de- pende também da integridade do sistema nervoso central e do periférico, sendo influenciada por diversos fatores, como a composição e o diâmetro da fibra muscular, as mudanças no comprimento do músculo, o padrão de recrutamento das unidades motoras etc. Adaptação do Tecido Conjuntivo no Músculo Esquelético O perimísio, devido à sua organização, é considerado o tecido que mais contribui paÍa a resistência passiva extracelular no músculo esquelético. Comojá foi descrito anteriormente, a perda de sarcômeros e a redução no comprimento da fibra muscular estão associadas ao au- mento na resistência passiva do músculo durante o alongamento. Sabe-se também que a força passiva imposta ao músculo durante um alongamento the é transmitida como um todo através do tecido conjuntivo intramuscular (Winegrad e Robinson, 1978) Músculos imobilizados em posiçã,o encurlada apresentaram maior abundância e remodela- ção do tecido conjuntivo nos períodos subseqüentes à imobilização (Tabary e cols., 1972; j 1 ,0 10 CADEIAS MUSCULARES Williams e Goldspink, lg84). Evidências da remodelação do perimísio foram observadas no músculo sóleo de camundongos, duas semanas após imobilização em posição de encurtamen- to (Williams e Goldspink, tO84;. No mesmo trabalho, constatou-se que as fibras de colágeno do perimísio apreserituru- um ângulo de fixação mais agudo que o observado nos músculos normais, acarretando diminuição na elasticidade muscular e aumento na tensão passiva' Apenas dois dias após a imobilização do músculo sóleo em posiçã,o encurtada, houve um rápiào aumento na quantidade de tecido conjuntivo no perimísio. A figura 3 mostra clara- mente que o aumentá do tecido conjuntivo ocorreu antes que se iniciasse a perda significativa do númtro de sarcômeros em série. Nesse período, imediatamente após a imobilização, tam- bém não houve atrofia significativa. por outro lado, quando o músculo foi imobilizado em posi'çã,o alongada, não se observou alteraçáo no tecido conjuntivo. Pode-se identiÍicar, então, que o músculo retraído apresenta duas características básicas: diminuição dos sarcômeros em série e aumento na densidade de tecido conjuntivo' Assim, foi possível entender por que os músculos mais encurtados têm menor elasticidade. Esses estudos permitiram comprovar que, de modo similar ao que ocorre na regulação dos sarcômeros, nãoé a imobilização em si que altera o tecido conjuntivo, mas sim a posiçã,o do músculo. Embora esses trabalhos tenham elucidado uma relação importante entre a posição de imo- bilização do músculo e a adaptação do tecido conjuntivo, seus resultados suscitaram novos questionamentos, pois outras variáveis, além da posição, poderiam estar relacionadas com a adaptação do conjüntivo. Sabia-se, por exemplo, que o músculo imobilizado em posição en- curtada estaria submetido a menor alongamento funcional e redução na atiüdade contrátil. Por outro lado, sabia-se também que músculos submetidos à atiüdade com redução de seu comprimento funcional (como nos exercícios contra-resistidos concêntricos) também apre- sentàvam redução no número de sarcômeros em série, similar à observadà nos músculos imo- bilizados em posição encurtada. - 1800 - 2400 Semanas de lmobilização Figura O Relação entrê a perda de sarcômeros em série (Â) e o conteúdo de hidroxiprolina (o) em músculos imãbilizados em posição encurtada durantê 4 semanas. (Figura obtida de:Williams, P.E.; Goldspink, G. "Connective tissue changes in immobilised .muscle". Journal of Anatomy, 138 (2): 343-350, 1984.) 0) tr2000 ,õo (ú U) a) 22oO :o 0)0- *l E] orlIfl Jo)tEI ãl ül -T 1 I 2 I 4 I 3 TNTRODUÇÃO 11 Assim, era pertinente avaliar se o aumento de tecido conjuntivo ocorria devido à posiçã,o de mcurtamento do músa.r/o ou se seu acúmulo estaria relacionado com a di.minuiçã,o da atiui.dade contrátil. Seria importante, então, entender o papel da atividade contrátil do músculo no acúmulo de tecido conjuntivo, observado em músculos imobilizados em posiçáo encurtada. Com o objetivo de contribuir para o esclarecimento dessa questão, Williams e colaborado- res (1988) reahzaram um experimento aplicando diferentes combinações de imobilização e eletroestimulação. Foi observado que é possível praneniro acúmulo de tecido conjuntivo, iden- tificado no músculo imobilizado em posição encurtada, ou pelo alongamento passivo ou pela contração muscular induzida por eletroestimulação (figura 4). Por outro lado, pode-se obser- var que a eletroestimulação aplicada em músculos encurtados acentuou ainda mais a redução de sarcômeros em série (figura 4). Esses resultados permitiram concluir que a atiaidade contrá,ti,l do músculo preuine a prokferação do conjuntiuo, rna; nã,o a perda de sarcômeros em sM,e. Tais informações são muito úteis ao fisioterapeuta, pois justificam, por exemplo, a utiliza- ção de recursos que estimulem a contração muscular durante as imobilizaçôes, particular- mente no grupo muscular imobilizado em posição encurtada.Jâ que o terapeuta não poderá impedir o encurtamento do músculo devido à posição da imobilizaçáo, arealizaçáo da contra- ção muscular ativa,realizadapelo próprio indiúduo com exercícios isométricos ou obtidapor eletroestimulação, pode ser extremamente efi,caz no sentido de amenizar ou impedir a proli- feração de tecido conjuntivo e a atrofia muscular. 2500 5000 7500 10000 Controle lmobilizado - Posição Encurtada . lmobilizado - Posição Encurtada e Estimulado N.S. r lmobilizado - Posição Alongada N.S. Somente Estimulado N.S 2,5o/" 5o/o ====== Têcido Conjuntivo 7,50/o Figura 4 Proporção de tecido conjuntivo e número de sarcômeros em série em músculos imobilizados em posição de alongamento e encurtamento, com ou sem eletroestimulação. (Figura obtida de: Williams, P.E.; Catanese, T.; Lucey, E.G.; Goldspink, G. "The importance of stretch and contractile activity in the prevention oÍ connective tissue accumulation in muscle". Journalof Anatomy,158: 109-114, 1988.) Hipertrofia e Alongamento Muscular Os resultados apresentados permitem também entender por que é tão comum observar en- curtamento de determinados grupos musculares em indiúduos que realizamprogramas de trei- namento físico baseados exclusivamente na realizaçáo de exercício concêntrico contra-resisti- do. Como usualmente a maioria desses programas não inclui uma série efetiva de exercícios ou 12 CADEIAS MUSCULARES posturas que promovam o alongamento muscular, o resultado final pode ser uma excelente hipertrofia, mas, infelizmente, muitas vezes associada ao encurtamento do músculo. Diversos professores de Educação Física têm relatado a grande dificuldade em conscientizar os indiúduos que fieqüentam as academias de ginástica, com o objetivo de hipertroÍiar determi- nados gl'upos musculares, de que é necessáriorealizar simultaneamente um programa adequa- do de alongamento muscular. A idéia de muitos alunos é a de que o alongamento serta uma Perda fu tempo e poderia também prejuücar a obtenção da hipertrofia tão desejada ou competir com ela. Os resultados apresentados na literatura mostram exatamente o oposto, ou seja, o músculo adapta-se de acordo com a demanda funcional à qual é submetido. Assim, embora estimule a síntese protéica na fibra muscular e leve à hipertrofia, o treinamento contra-resistido não impede o encurtamento do músculo, pois é executado predominantemente em posição encurtada. Por outro lado, os exercícios de alongamento, de preferência os isométricos excên- tricos, além de aivar também a síntese protéica, estimulam a adição de sarcômeros em série, impedindo o encurtamento do músculo. Assim, seriarecomendado que ambos os tipos de exer- cício fossem utilizados quando se tem por objetivo promover a hipertrofi.a e, ao mesmo tempo, manter o comprimento adequado e extensibilidade de determinado grupo muscular. Exercício Excêntrico e Alongamento Muscular O exercício atiuo excêntrico é aq.aele em que }:lâ, ao rnesmo tempo, aumento da tensão muscu- lar, obtido através da ativaçâo das fibras musculares extra-fusais, e realizaçâo do movimento voluntário de alongamento do músculo. Vários estudos já demonstraram que esse tipo de exercício pode causar lesão, deüdo ao alto grau de tensão produzido nas fibras musculares (Armstrong e cols., 1983; Warren e cols., 1993; para reüsão, ver Clarkson, 1997). Todos os trabalhos experimentais apresentados até hoje mostraram que o exercício excêntrico é o que mais rapidamente estimula a adição de sarcômeros em série, promov.endo também hiper- trofia muscular e remodelação do tecido conjuntivo. Assim, esse tipo de exercício seria mais indi- cado para quando se pretende promover o alongamento de determinado grupo muscular. O fato de esse exercício ser também ativo e liwe permite que, de modo geral, não se ultrapassem os limites morfofuncionais do indiúduo, o que poderia causar lesões teciduais e dor. Por que se deve tomar muito cuidado aoutslizar o exercício excêntrico para fins terapêuticos, particularmente para a obtenção do alongamento muscular? Por um motivo muito simples: apesar de sua eficiência em promover o alongamento rla fibra muscular e o rearranjo no tecido conjuntivo, o exercício excêntrico é o que mais facilmente lesa a fibra. Por essa caracte- rística, tem sido amplamente utilizado como modelo de indução de lesão em estudos reahza- dos em humanos (Clarkson, 1997) e em animais de laboratório (Armstrong e cols., 1983; Lieber e cols., 1996; Wernig e cols., 1991). Como o exercício excêntrico apresenta um poderoso efeito sobre os músculos esqueléticos, com atuação tanto na regulação do número de sarcômeros quanto na hipertrofia, podendo também acarretar lesão estrutural, dor e disfunção neuromuscular (parareüsão, ver Clarkson e Ne-wham, 1995; Clarkson, 1997), diversos trabalhos têm sido realizados com o objetivo de identiÍicar que fatores poderiam arnenizar essa capacidade de indução de lesão e, assim, tor- nar mais seguro seu uso clínico. Resultados obtidos em seres humanos indicaram que, quando o músculo é submetido a aquecimento préüo, pela realização de exercício ativo concêntrico, há uma significativa dimi- nuição na capacidade de indução de lesão provocada pelo exercício excêntrico utilizado pos- teriormente (Nosaka e Clarkson, 1997) iNTRODUÇÃO 13 A maioria dos indiúduos que já se submeterarn a um programa de exercícios excêntricos, para promover o alongamento muscular, relata uma sensação desagradâvel, porém suportá- vel, durante sua execução. O que poderia ser feito para amenizar tal sensação? Uma questão muito debatida sobre esse tema relaciona-se à necessidade ou não de se realizar um conjunto de exercícios prévios com otrjetivo de promover certo "aquecimento" no grupo muscular a ser alongado. Confirmando os resultados da literatura científica, de. modo geral a experiência clínica mostra que a realizaçáo de exercício ativo intenso, preüamente à sessão de alongamen- to, arnertíza a sensação dolorosa muscular. Outro aspecto importante, que deve ser considerado quando são indicados exercícios.ou posturas de alongamento para grupos musculares muito encurtados e com baixa elasticidade, é que esse alongamento deve ser executado de forma lenta e progressiva, respeitando.se sempre o limite do próprio indiúduo. Diversos estudosjustificam essa conduta (ver Simpson e cols., 1995). Dor e Lesão Muscular lnduzidas pelo Exercício Físico É comum alguns indiúduos relatarem sensação desagradávelou dor quando iniciam uma sessão de exercícios excêntricos. A sensação de dor pode ocorrer também algumas horas após o término da sessão. É importante que o fisioterapeuta conheça as características da dor asso- ciada ao exercício. Uma excelente reüsão, realizadapor Miles e Clarkson (1994) sobre os tipos de dor relacio- nados com o exercício, constatou que há, pelo menos, três tipos distintos: a) a dor que ocorre durante ou imediatamente após a realizaçáo do exercício; b) a sensação de dor que se manifesta entre 24 e 48 horas após exercício intenso, e c) a dor induzida por câimbra muscular. Cada um deles apresenta diferenças tanto no período em que se manifesta quanto na etiologia. A dor observada d,urante o exercíci.oé considerada resultante de uma combinação de fatores, incluindo ácidos, íons, proteínas e hormônios. Embora se tenha creditado ao ácido lâtico a responsabilidade pela ocorrência dessa dor, as evidências experimentais sugerem que ele não seja o único fator envolvido. A dor que se manifesta entre 24 e 48 horas após exercíci,o intenso ou após exercício excôntrico estÁ. associada à lesão estrutural no músculo esquelético com perda da integridade dos elementos contráteis. Embora não se saiba a exata causa desse tipo de dor, há eúdências de que esteia associada à reação inflamatória desencadeada pela lesão. É importante ressaltar que essa dor está relacionada com o processo inflamatório decorrente da lesão muscular, pois pode ser um indicativo seguro de que a intensidade do exercício foi excessiva. Nesse caso, é comum que o indiúduo apresente os seguintes sinais e sintomas: diminuição da força muscular; dor à palpação,à contração e ao alongamento do ventre muscular; hipertonia local reflexa e dimi- nuição do ângulo articular devido ao encurtamento reflexo do grupo muscular lesado. A câ,imbra pode ser conceituada como uma ocorrência de dor intensa e repentina, desencadeada pela hiperexcitabilidade do motoneurônio. Embora alguns trabalhos tenham sugerido que sua ocorrência esteja relacionadaàalteração no balanço eletrolítico, o mecanis- mo de ação desse tipo de dor também é desconhecido. Assim, embora a manifestaçáo da dor seja um sintoma comum associado ao exercício, o mecanismo de ação de cada um dos principais tipos de dor ainda não foi elucidado. 14 CADEIAS MUSCULARES Analgesia lnduzida pelo Exercício Físico A realização de exercício físico tem sido associada também à sensação de bem-estar e à diminuição da ansiedade. De modo geral, a redução dos níveis de ansiedade persiste por duas ou cinco horas após a realizaçáo de atividade física intensa. O treinamento fisico regular tem sido freqüentemente associado à redução da ansiedade e da depressão, bem como à melhora da auto-estima e do humor (para revisão, ver Morgan, 1985; Sforzo, 1989; Schwarz e Kindermann, 1992). Sabe-se que diversos neuromoduladores, entre eles as endorfinas, são capazes de mediar a analgesia. Diversos trabalhos demonstraram que o exercício físico aumenta a concentração plasmática de opióides endógenos, particularmente de pendorfina e plipotrofina (para revi- são, ver Farrell e cols., 1982; Harber e Sutton, 1984; Farrell, 1985). Um aumento significativo nos níveis desses opióides foi observado em humanos 30 minutos após corrida em esteira, utili- zando-se de 60Vo a-80Vo do VO2 máximo (Farrell e cols., 1982). A mâioria dos estudos realizados em seres humanos também identificou grandes variações individuais nos níveis desses opióides em resposta ao exercício. Apesar de o mecanismo de ação desses mediadores associados à realização do exercício não estar completamente elucidado, tem sido sugerido que a ativaçâo do sistema opióide pelo exercício poderia também regular a secreção de vários hormônios (por exemplo, a epinefrina), durante e após arealizaçâo do exercício (Farrell e cols., 1986; Thoren e cols., 1990). E interes- sante observar que o aumento dos níveis plasmáticos de opióides ocorre tanto em indiúduos treinados como em sedentários, e a resposta é maior quanto maior a intensidade do exercício realaado (Farrell e cols., 1987 a, b). Estudos mais recentes confirmam que o exercício aeróbio submáximo produz analgesia e sugerem que sua aplicação possa ser extremamente útil nas intervenções terapêuticas (Gurevich e cols., L994; Bartholomew e cols., 1996). Assim, arealizaçáo de um programa prévio de exercícios aeróbios submáximos, que envol- vessem o recrutamento do maior número possível de unidades motoras, poderia ser utilizada pelo fisioterapeuta com o objetivo de amenizar tanto a possível ocorrência de microlesões no músculo como a sensação de dor produzida pelo exercício excêntrico. CAPITULO CADEIA RESPIRATORIA Compreende os músculos: Peitoral Menor 'Escalenos Este rnocle idomastóideo lntercostais Diafragma 15 16 CADEIAS MUSCULARES rrNÚSCULO PEITORAL MENOR Origem: borda superior e superfícies externas da 3o, 4u e 5a costela, próxima da união costocondral. Inserção:bordamedia1doprocessocoracóidedaescápu1a. Função: . com a origem fixa: inclina a escápula anteriormente, provocando protração do ombro; o corl a inserção fixa: auxilia a inspiração forçada. Inervação: nervo peitoral medial. Enc.urtamento: o ombro fica protraído, e a flexão do ombro, limitada. Figura í Músculo peitoral menor. CADEIA RESPIRATORIA 17 MÚSCULOS ESCALENOS aúscuto ESoALENa ANTERIaR Origem: tubérculos anteriores do 34, 4',5'e 6q processo transverso cerücal. Inserção: tubérculo do músculo escaleno anterior na 1a costela. Inervaçáo: plexo braquial. MUSCULO ESCALENO MEDIO Origem: tubérculos posteriores dos processos transversos da2a à7a vértebra cervical. Inserção: face superior da primeira costela posteriormente ao sulco daartéria subcláüa. Inervação: plexo cerücal e braquial mÚscuto EscALENo PosrERtoR Origem: tubérculos posteriores dos processos transversos da 4a,5a e 6a vértebra cerücal. Inserção: borda superior e fâce externa da segunda costela. Inervaçáo: plexo braquial. Função dos escalenos: . contraÇão simétrica dos escalenos: flexão da coluna cervical; . contraÇão unilateral: inclinação e rotação da cerücal para o lado da contração; o acessórios da inspiração e elevador da 1a e 2a costela. Encnrtamento: o encurtamento bilateral dos escalenos leva à anteriorização da cabeça; o en- curtamento unilateral flete e roda a cabeça para o lado da contração. Figura 2 Músculos escalenos anterior, médio e posterior. tÕ CADEIAS MUSCULARESI I t t i i. M USCU LO ESTERNOCLEI DOMASTOI DEO Origem: . cabeça medial ou esternal: parte cranial do manúbrio do esterno; . cabeÇa lateral ou clavicular: terço médio da clavícula. Inserção: superfície lateral do processo mastóideo, metade lateral da linha nucal superior do osso occipital. Funçáo: o bilateral: extensão da cabeça, acentuando a lordose cervical; o unilateral: rotação da cabeça para o lado oposto à contração e inclinação para o lado da contração. Inervação: nervo acessório espinal (motor). Encurtamento: r bilateral: anteriorizaçáo da cabeça; . unilateral: torcicolo do lado encurtado, ou seja, encurtamento no esternocleidomastóideo direito inclina a cabeça para a direita e roda para a esquerda. i Figura 3 Músculo esternocleidomastóideo. CADEIA RESPIRATORIA 19 MUSCULOS INTERCOSTAIS MUSCU LOS INTERCOSTAIS EXTERNOS Dirigem-se dos tubérculos costais até a junção costocondral. Suas fibras são orientadas obli- quamente de cima para baixo e de trás para a frente. Origem: borda inferior de uma costela. Inserção: borda superior da costela imediatamente abaixo. Função: elevam as costelas em inspiração. Inervação : nervos intercostais. tw Ú sc u tos t NTERa o srAt s t NT E R N os Dirigem-se do espaço intercostal do ângulo costal até o esterno. Suas fibras também têm orien- táçáo oblíqua, porém perpendicular às fibras dos músculos intercostais externos. Origem: borda superior da costela e da cartilagem costal. Inserção: sulco da costela e borda inferior da cartilagem costal acima. Função: deprimem as costelas, participando, portanto, da expiração. Inervação : nervos intercostais. Encurtamento: o tórax assume posiçáo inspiratória. Observação: existe controvérsia sobre a função respiratória desses músculos. Sugere-se que a porção anterior dos intercostais intern«,rs age como um músculci inspiratório junto com os intercostais externos, elevando as costelas e expándindo o tórax. A porção posterior dos inter- costais deprime as costelas e age em uma capacidade expiratória. Figura 4 Músculos intercostais. 2A CADEIAS MUSCULARES i t l] t ! r i ; i i MÚSCULO DIAFRAGMA PORÇAO ESTERNAL Origem: face interna do processo xifóide. ' POBçÃO COSTAL Origem: superfícies internas das seis cartilagens costais inferiores e das seis costelas inferiores de cada lado. PORÇAO LOMBAR Origem: dois pilares musculares, um medial e outro lateral. O pilar medial direito origina-se dos corpos da 1a à 4" vêrtebralombar, e o pilar medial esquerdo dos corpos da 1a à 3a vértebra lombar. Os pilares laterais originam-se de dois ligamentos: ligamento arqueado medial, na arcada do músculo psoas, e ligamento lateral. Inserção: no tendão central. Este tendão é uma aponeurose potente sem inserção óssea. Função: músculo principal da respiração: ' na inspiração, o músculo contrai-se e desce a cúpula, aumentando o volume e diminuin- do a pressão da caüdade torâcrca, enquanto diminui o volume e aumenta a pressão da caüdade abdominal; ' na expiração, o diafragma relaxa e a cúpula sobe, diminuindo o volumee aumentando a pressão da caüdade torâcica, enquanto aumenta o volume e diminui a pressão da caüda- ' de abdominal. Inervação: nervo frênico. Encurtamento: quando o encurtamento ocorre na porção esternal, provoca encurtamento do pilar do diafragma, levando o tórax à posição expiratória; o encurtamento da porção costal leva as últimas costelas a adotarem uma posição inspiratôría, e o encurtamento da porção lombar acentua a lordose lombar. t Figura 5 Músculo diafragma. CADEIA RESPIRATORIA 21 Cadeia Respiratôria EXERCíCIO PRÁTIGO Atenção: o mais importante na análise da cadeia é estabelecer a relação encurtamento mus- cular X alteração postural. Lembre-se, então, da origem e inserção de cada músculo da cadeia respiratória e o que ocorre quando estão encurtados. Observe a figura acima e tente identificar as alterações da cadeia respiratória. Caso você tenha alguma dúvida, na página seguinte encontrará a resposta correta. CADEIAS MUSCULARES Cadeia Respiratôria EXERCíCrO RESPOSTA pRÁrlco: Protração da cabeça Tórax inspiratório Ombro protraído Aumento da lordose lombar Resumindo: um indiúduo com encurtamento nos músculos da cadeia respiratória apresentará ombros protraídos, tórax inspiratório, protração da cabeça e aumento da lordose lombar. Observação: o diafragma é um dos três músculos responsáveis pelo aumento da lordose lombar. I E cAPíruLo 2 CADEIA POSTERIOR Abdutor do Hálux Adutor do Hálux Flexor Curto do Hálux Flexor Curto dos Dedos Flexor Longo do Hálux Flexor Longo dos Dedos Compreende os mírsculos: Gastrocnêmio Sóleo Poplíteo Semitendíneo Semimembranáceo Bíceps da Coxa Glúteo Máximo Grupo Superficial Grupo Profundo Músculos da Perna e da Coxa Músculos da Coluna Vertebral 23 CADEIAS MUSCULARES MÚSCULOS DA PLANTA DO PÉ uúscuLo ABDttroR oo uÁtux Origem: processo medial da tuberosidade do calcâneo. Inserção: face medial da base da falange proximal do hálux. Função: abdução do hálux e arlxílio na flexão da articulação metatarsofalangiana do hálux com adução do antepé. Inervaçáo: nervo plantar medial. Encurtamento: pé varo com hálux abduzido. I Figura 6 Músculo abdutor do hálux. CADEIA POSTERIOR 25 |,IIJSCIJLO ADIJTOR DO HALUX 0rigem: o cabeça oblíqua: base clo 2e, ?t'e 4a rnetatarso; t cabeÇa trAnsversal: liganren[os metatarsofalangianos plantares clo 30, 40, e 5q cledo; liea- mento segunclct Kenclall: metatarsiallo trans\,erso profirnclo. Inserção: face lateral da base da falanee proxirnal do hálux. Funçáo: adução clo háh-rx e arxílio na flexão da articulaÇão metatarsofalansiana do hálux. Inervação: nervo plantar lateral. Encurtamento: defonnidacle em adução do hálux valgo. Figura 7 Músculo adutor do hálux. CADEIAS MUSCULARES MúscuLo FLExoR cuRTo Do uÁtux Origem: porção medial da superficie plantar dos ossos cubóides e parte adjacente do osso cuneiforme lateral. Inserção: face medial e lateral da base da falange proximal do hálux. Função: flexão da articulação metatarsofalangiana do háIux. Inervação: nervo plantar medial. Encurtamento: flexão da falange proximal do hálux. Figura I Músculo Ílexor curto do hálux. CADEIA POSTERIOR 27 ttUSCaJLO FLEXOR CURTO DOS DEDOS Origem: processo medial da tuberosidade clo calcâneo. Inserção: falanses intermecliárias do 2a ao 5a dedo. Função: flexão das articulaÇões interfalangianas proximais e auxílio na flexão das articulações r-ct:rtarsofalangianas do 2a ao 5a dedo. Irrervação: nervo plantar meclial. Encurtamento: limitação na extensão das inteiTalangianas proximais intermediárias, com ten- irncia a pé car,o. Figura 9 Músculo flexor curto dos dedos. I CADEIAS MUSCULARES MúscuLo FLExoR LoNGo Do uÁtux Origem: superÍície posterior dos dois terços distais da Ííbula e membrana interóssea. rnserção: base da falange distal do hálux, na superfície plantar. Funçáo: flexão da articulação interfalangiana do hálux e auxílio na flexão da articulação metatarsofalangiana, flexão plantar do tornozelo e inversão do pé. Inervação: nervo tibial. Encurtamento: deformidade em martelo do hálux. Figura 10 Músculo Ílexor longo do hálux. CADEIA POSTERIOR 29 MUSCULO FLEXOR LONGO DOS DEDOS Origem: terÇo rnédio da face posterior do corpo da tíbia. Inserção: base das falanges distais dos quatro últimos declos. Frincão: flexão clas articulações interfalangianas e metatarsofalangianas do 2' ao 5q dedo e :xílio na flexão plantar do tornozelo e inversão do pé. Inervação: nervo tibial. Encurtamento: limitação na dorsiflexão e eversão do pé e deformidade em flexão das falanees i i stais. Figura 11 Músculo Ílexor longo dos dedos. CADEIAS MUSCULARES MÚSCULOS DA PERNA E DA COXA MúscuLo cAsrRocNÊMto Origem: o cabeça medial: porção proximal e posterior do epicôndilo medial do fêmur, cápsula da articulação dojoelho; . cabeça lateral: epicôndilo lateral e superflcie posterior do fêmur. Inserção: parte média da superfÍcie do calcâneo. Função: flexão plantar do tornozelo e auxílio na flexão do joelho. Inervação: nervo tibial. Encrrrtamento: o restriÇão da dorsiflexão do tornozelo quando ojoelho é estendido e restriçâo da exten- são do joelho quando o tornozelo é dorsifletido; o inclinado para a frente, ângulo tíbio-társico aberto e flexão dos joelhos. Figura 12 Músculo gastrocnêmio. I CADEIA POSTERIOR 31 HUSCULO SOLEO Origem: face posterior da cabeça da fibula e terço proxirnal de seu co{po, linha solear e terço intermediário da borda medial da úbia, e arco tendíneo entre as origens tibial e fibular. Inserção: segundo Kendall: com o tendão gastrocnêmio na superficie do calcâneo. Frmção: flexão plantar do tornozelo. Inervação: nervo tibial. Encrrrtamento: . na posição em pé: tendência a hiperextensão dojoelho e a diminuição da dorsiflexão do tornozelo; o inclinado para a frente: ângulo tíbio-társico aberto e hiperextensão dosjoelhos. Observação: o uso freqüente de sapatos de salto alto pelas mulheres pode levar ao encurta- mento dos músculos gastrocnêmio e sóleo, o que muitas vezes passa despercebido. Figura 13 Músculo sóleo. CADEIAS MUSCULARES MúscuLo PoPLíTEI Origem: epicôndikr laleral clo fêmur. Inserção: face posterior da tíbia, proximal à lir-rl'ra solear clzr tíbia. Funçáo: ' sent calrga e com a origem fixa: r-otação meclial da tíbia sobre o fêmr-rr e Ílexão da articu- lação clo joelho; . colt] carga e com a inserção fixa: rotacão lateral do Íêrnur sobre a tíbia e flexão dojoelho. Inervaçâo: nervo tibial. Encurtamento: leve flexão do.joelho e xrtação rneclial cla pema sobre a coxzl. Figura 14 Músculo poplíteo. I CADEIA POSTERIOR JJ MúscuLo SEMrTENDíNEo Origem: tírber isquiático por rneio cle um tenrlão comlrnl conl a cabeça longa clo híceps c1a ( OXA. Inserção: porcão proximal cl:r borcla meclial clo corpo da tíbia e fáscizr profuncla da perna. Função: flexão e rotação meclial cla urrticulação clo.joelho, extensão e atrxílio na rotaçiio meclial clo qtraclril. Inervação: ner\.o ciático (ramo tibial). Encurtamento: o enclrrtAmento dos mírscnlos posteriores mediais (semimernbratráceo e :elllitendíneo) e laterais da coxa (bíceps femoral) resulta em restrição d:r extensão do.joelho Llrumd() o qr-rzrclril ó flctido, otr restrição da flexão ckr quaclril quando o joelho é estendido. O crrcrrrtarnento clos posteriores da coxa, ernbora permita a posição em pé, caracteriza a postlrra tonr inclinação posterior cla pelve e dirninuição cla curvzltlrra lombar. Figura 15 Músculo semitendíneo. CADEIAS MUSCULARES MUSCU LO SEMIMEM BRANÁCEO Origem: tÍrber isqr.riático, proximal e lateral ao bíceps femoral e semitendíneo. InserÇáo: face póstero-medial do côndilo medial da tíbia. Funcáo: flexão e rotação medial da articulação do joelho, ex[ensão e auxílio na rotação medial clo quaclril. Inervaçâo: nervo ciático (ramo tibial). Encurtamento:o enclrrtamento dos posteriores da coxa mediais e laterais resulta em restriçãcl c1a e-rtensão do joelho quando o quadril é fletido, ou restrição da flexão do quadril quando o -joell'ro é estenclido. O encurtamento dos posteriores da coxa, embora permita ficar em pé, caracterrza a postu- ra com inclinação posterior cla peh,e e diminuição da clrrvatura lornbar. Observaçáo: o ellcLlrlamento dos mÍrsculos posteriores da coxa - mediais, semimembranáceo e semitendíneo - pocle resultar em varo cle joelho. Figura 16 Músculo semimembranáceo. CADEIA POSTERIOR twúscuto eíceps DA coxA Origem: . ca"beÇa longzr: parte posterior do tírber isquiático; o cabeÇa curta: lábio lateral da linha áspera, septo in[erlnlrscular lateral. Inserçáo: face lateral cla cabeça da fíbula e cônclikr lateral da tíbia. Função: a cabeça longa e a cllrta clo bíceps femoral flexionam e rodam lateralmente o joelho; a cabeÇa longa estende e auxilia na rotaÇão laLeral clo quaclril. Inervaçáo: . cabeça lonsa: rrer\'o ciático (rarno tibial); . cabeÇa curta: nervo ciático (ramo fibular). Encurtamento: o encurtalnento dos posteriores da coxa mediais e laterais resulta em restrição cla extensão clo.joelho qu:rnclo o quadril é fleticlo, nu r-estrição cla flexão do quaclril quando o joelho é estendido. O encurtanlento dos posteriores da coxa não impecle a posição em pé, porém carac- terrza a postura com inclinação posterior da pelr'e e dirninuição clzr curr,atura lornbar. Observação: o encurtanlento dos mírscnlos posteriores da coxa laterais (bíceps fenioral) pode restrltal: ern valgo cle.joelho. Figura 17 Músculo bíceps da coxa. CADEIAS MUSCULARES MUscuLo cLúreo mÁxttwo Origem: linha glírtea posterior clo ílio, Iace posteri«rr clo sacro, Iigamento sacrotuberal e apolleLrrose glírtea. Inserção: trato iliotibial cla fáscia lata e tuberosirlacle glí-rtea clo Íênrur:. Função: o exrensír() (' r()tação lateral clo quaclril. As fibras inferiores auxiliarn a aduÇão clcl qr,radril e as fibras superiores atxiliatn a abclucão ;r[rar'és de srra inserçào r]() trato iliotibial, ajtrda na estabilizaÇã.o clo joelho enr extensão pelo trato iliotibial da fáscia lata; . se o ílio cstá fixo, pura o fêmur para trás (extensão do quadril) em rotaÇão lateral e cliscreta aclucão; . se o fêmur está Írxo e atu2lnclo bilaterahnente, realiz2l a retr()\,ersão da pelr.,e; se atuar de utn lado só, levir o ílio à retroversão, r'otação meclial e inclinação lateral. Inervação: ner\,() glÍrtco inferior. Encurtamento: cleÍirrrniclade eln extensão com rotaÇão lateral do qrraclril levzrnckr à retror.'ersão da pelr,e. Figura'18 Músculo glúteo máximo. \*í CADEIA POSTERIOR 37 MÚSCULOS DA COLUNA VERTEBRAL Os eretores da coluna são divididos em dois grupos: Grupo superficial: vai da fáscia toracolombar até o crânio e compõe-se de elementos muscula- res longos. Grupo profundo: tem a mesma disposição do grupo superficial e é formado por um sistema vertical e um oblíquo. O sistemavertical abrange todos os músculos que correm verticalmente (interespinhais e intertransversários) .Jâ o sistema oblíquo é constituído de músculos curtos que correm obliquamente em relação ao eixo longitudinal. Grupo SuperÍicial Grupo ProÍundo lliocostal lombar Longo da cabeça lliocostal torácico Espinhal do tórax lliocostal cervical Espinhal do pescoço Longo do tórax Longo do pescoço Semi-espinhal do tórax lnterespinhais Semi-espinhaldopescoço lntertransversários Semi-espinhal da cabeça Esplênio do pescoço Multifídio Esplênio da cabeça Rotadores GRUPO SUPERFICIAL Músculo lliocostal Lombar Origem: um tcndão fixaclo na crista interrnéclia ckr sacro, processos espinhosos clas r'ét'tebras lombares e da 11a e 12u torácica, lábio niedial cla crista ilíaca, lis:rnrento supra-espinhal e cristas laterais do sacrcl. Inserção: por tendões lros ltor-clos inÍeriores dos ângulos d;rs seis olr sete costelas inferiores. Músculo lliocosta! Torácico Origem: por meio cle tendões nos borclos strperiores dos ângulos das seis costelas inferiores. Inserçáo: bordas craniais clos ângulos clas seis costelas superiores e processo tl-ans\-erso da 7u r,értebra cen'ical. Músculo lliocostal Cervical Origem: ângulos da 3q, 4u, 5u e 6a costela. Inserção: tr,rbérculos posteriores dos processos transversos da,1a.5a e 6ar,értebr:r cervic:rl. Função dos iliocostais: extensão da coluna vertebral, se atuando bilateralmente; e inclir-racãct cla coluna vertebral, se atnanckr rrnilateralnlente. Inervação: ramos dorsais cle Cl4 a L3. Encurtamento: acentua as cur\,AS verterbrais. CADEiAS MUSCULABES Figura 19 Músculos iliocostal lombar, torácico e cervical. CADEIAPOSTERIOR Músculo Longo do Tórax Origem: tendão comum do iliocostal lombar, superfícies posteriores dos processos transversos das vértebras lombares, lâmina anterior da fáscia toracolombar. Inserçáo: tendões nos r,értices dos processos transversos de todas as vértebras torácicas e por digitacões musculares nas nove ou dez r,értebras inferiores entre o tubércr-rlo e o ângulo e últimas nove ou ciez costelas entre seus tubérctrlos e seus ângulos. Função: extensão da coluna vertebral. Inervação: ramos dorsais C2-C5. Encurtamento: o enclrrtamento bilateral dos rnúsculos da reeião torácica result:r em retifica- ção torácica, e o encurtamento unilateral, em escoliose. Músculo Longo do Pescoço Origem: tendões dos processos trans\,ersos das quatro ou cinco r,értebras torácicas superiores. Inserçáo: tendões nos tubérculos posteriores dos processos tl-ans\.ersos da 2' à 6À r,értebr:r cervical. Função: inclina lateralmente a cabeça. Inervação: ramos dorsais C2-C5. Encurtamento: inclinacão lateral cla r:abeca. Músculo Longo da Cabeça Origem: tendões dos processos trans\rersos da quarta ou quinta r,értebra tnrácica superior e nos processos articulares da terceira ou quarta r,értebra cervical inferior. Inserção: borclcl posterior do processo mastóide. Função: extensão da cabeça. O rnúrsculo, atLrando isoladamente. inclina a cabeça e gira a face para o rnesmo lado. Inervaçáo: rarlos dorsais C2-C5. Encurtamento: extensão e rotação cla cabeÇa. CADEIAS MUSCULARES Figura 20 Músculo longo do tórax, do pescoÇo e da cabeça. CADEIA POSTERIOR Músculo Espinhal do Tórax Origem: processos espinhosos de L3 a T10. Inserção: processos espinhosos dir qr-rart:r ii oitava r.órtebras torácicas superiores. Função: extelIS()r- da rr:sião torácica. Inervaçáo: ramos dorsais C2-T10. Encurtamento: retificatÇão da regizlo torácica. Figura 21 Músculo espinhal do tórax. 41 a i l i CADEIAS MUSCULAFIES Músculo Espinhal do Pescoço Origem: porção inferior do ligamento nucal, processo espinhoso daTa vértebra cerücal e das duas primeiras vértebras torácicas. Tnserção: processos espinhosos da 2a à 4a vértebra cerücal. Funçâo: extensor da cabeça. Inervação: ramos dorsais C2-T10. Encurtamento: cabeça em extensão. Figura 22 Músculo espinhal do pescoço. CADEIA POSTERIOR GRUPO PROFUNDO Músculo Semi-Espinhal do Tórax Origem: processos transversos das vértebras torácicas inferiores (T6-T10). fnserçáo: processos espinhosos das primeiras quatro a oito vértebras torácicas e nas duas vér- tebras cervicais inferiores. Funçáo: eretor da região torâcica. Inervaçâo: ramos dorsais T+T6, C3-C6 e C1-C5. Encurtamento: retificação da região torácica. Figura 23 Músculo semi-espinhal do tórax. CADEIAS MUSCULARES Músculo Semi-Espinhal do Pescoço Origem: processos transversos da 5a ou 6a vértebra torácica superior. Inserção: do 2a ao 5o processo espinhoso cervical. Funçáo: extensão e rotação contralateral do pescoÇo. Inervação: ramos dorsais T4-T6, C3-C6 e C1-C5. Encurtamento: pescoÇo em extensào e rotaÇão. Figura 24 Músculo semi-espinhal do pescoço. CADEIA POSTERIOR Músculo Semi-Espinhal da Cabeça Origem: r'értices dos processos transversos da 6a ou 7a vértebratorácica superior e da 7t cervical, e processos articulares da 4u,5u e 6a r,értebra cerr,ical. Inserção: entre as linhas nucais superior e inferior do osso occipital. Funçáo: extensão cla cabeça e rotação para o lado oposto. Inervaçáo: ralrlos dorsais T4-T6, C3-C6 e C1-C5. Encurtamento: cabeca eln extensào e rotacão. Figura 25 Músculo semi-espinhal da cabeça. 46 CADEIAS MUSCULARES Músculo Multifídio Consiste elll r)Lrmerosos pequenos feixes musculares que se clirigem do osso sacro à 2a vérte- bra cervical. Atinge seu desenvolvimento máximo na região lombar. Origem: . r'egião sacra: superfície posterior do sacro, superfície rnedial da espinha ilíaca póstero- stiperior, e ligamentos sacroilíacos posteriores; . região lombar, torácica e cervical nos processos transversos de L5 a C4. Inserçáo: abranse duas a quatro lértebras, inserido no processo espinhoso de umar,értebra acima. Funçáo: extensor vertebral, inclinação lateral e rotação para o lado oposto. Inervaçáo: ramos dorsais de C3-S4. Encurtamento : acarreta escoliose. Figura 26 Músculo multiÍídio. CADEIA POSTERIOR Músculos Rotadores En con tram-se pred.ominan temente n a região tor âcica. Origem: processos transversos das vértebras de Lb aT2. Inserçáo: lâmina da vértebra acima e raízes dos processos espinhosos da vértebra imediata- mente superior. Fnnção: unilateralmente flete e roda lateralmente a coluna vertebral e a cabeçapara o lado oposto; bilateralmente estende e/ott estabiliza a coluna vertebrál. Inervação: ramos dorsais de T1 a T11. Encurtamento: a:carr eta escoliose. Figura 27 Músculos rotadores. 4B CADEIAS MUSCULAHES Músculos lnterespinhais Clolocaclos aos pares entre os processos esptl'linhosos clas r,értebras zrdiL-;acentes. Origemeinserção:cervicais(6pares)etorácicos(2ou3pares) entrealaea2nr'értebraea 1 11 e a 124 r'értebra, Iombares ('[ pares) . FunÇào: extensão das r,érlebras. Inervaçáo: ralnos dorsais Cl1-T3 e T11-L5. Encurtamento: altmeuto das curvas lombares e ccrviczris. Figura 28 Músculos interespinhais. CADEIA POSTERIOR M úscu Ios lntertransversários Pcqtrcnos mírsculos colocackts entt'e os processos transver-sos ctras r,értebras adjacenLes nas r eg-iircs cerr,ical e lornbar. Origem e inserção: os seis mírsculos intertransversários cervicais posteriores unem os ttrbércu- 1os posteriores clos processos tr2rnsversos cla 2a à 7a r,értebra cervical, tal qual o fazem os intertransversários cerr'icais anteriores corn os tr-rbérculos ?lnteriores; os qliatro rnediais lom- ltat'es Ltnern os processos rnamilares e acessórios clas r'értellras krrnbares r,izinhas, enqllanto ()s iaterais lombares unem os processos tr2lns\,ers()s. Função: inclin:rção lateral da coluna. Inervação: ralnos clors:ris Cl-C16, nrírsculos intcrtransversais cerr,icais posteriores a 1,1-L4. Encurtamento: inclinação lateral da coltrna. Figura 29 Músculos inteftransversários. 50 CADEIAS MUSCULARES Músculo Esplênio do Pescoço Origem: processos espinhosos da 3a à 6a vértebra torácica. Inserçáo: tubérculos posteriores dos processos transversos das duas bras cerr-icais. Função: extensão da coluna cenical. Inervação: ramos dorsais C1-C8. Encurtamento: coluna cervical estendida. ou três primeiras vérte- Figura 30 Músculo esplênio do pescoço. CADEIA POSTERIOR 51 f,lúsculo Esplênio da Cabeça Origem: processos espinhosos das três ou quatro vértebras torácicas superiores e da 7" vérte- bra cervical. Inserção: processo mastóide e no osso occipital inferior ao terÇo lateral da linha nucal superior. Função: extensão e rotação homolateral da cabeça. Inervação: ramos dorsais C1-C8. F.ncurtamento: cabeça em extensão e rotação. Figura 31 Músculo esplênio da cabeça. 52 CADEIAS MUSCULARES I t i I I CADETA POSTERTOR: FUNÇÃO DOS MÚSCULOS PARAVERTEBRATS Músculos Bilateralmente Unilateralmente Extensão Flexão Flexão Lateral Rotação Homolateral Rotação Contralateral lliocostal lombar X lliocostaltorácico X lliocostal cervical X Longo do tórax X Longo do pescoço x x Longo da cabeça x X X Espinhal do tórax X Espinhal do pescoço X Semi-espinhal do tórax X Semi-espinhal do pescoço X x Semi-espinhal da cabeça X X MultiÍídio X x x Rotadores x Interespinhais x lntertransversários X Esplênio do pescoço x x X Esplênio da cabeça x x X L CADEIA POSTERIOR 53 EXERCÍCIO PRÁTICO Atençâo: é necessário conhecer a origenr e a ta[]ente a relação encllrtan]ento muscular . Cadeia Posterior . inserçãci de cada mírsculo para estabelecer corre- X alteração postural. Figura B Figura A Observe :rs figur:rs A e P;. f)esct'evzr por escrito :rs altel:rc'õcs r-eriflc:rclas. atcnrkr-se à caclei:r posterior. (,aso tcnha clíl'icla, r.ire a píreina c i'elifiqtre ?1 respostil, I 54 CADEIAS N/USCULARES Cadeia Posterior EXERCíCIO PRÁTICO i RESPOSTA Resumindo: um indivíduo com encurtamento de cadeia posterior apresentará ângulo tíbio- .:társico âberto;.joelhos em flexo, valgo ou varo; curvas vertebrais acentuadas ou retificadas e ângulo coxofemoral aberto. Cifose torácica Encurtamento dos músculos paravertebraisHiperextensão dos joelhos, encurtamento Figura A Angulo tíbio{ársico aberto Figura B Observaçáo: os paravertebrais também podem ser responsáveis pelo aumento da lordose lombar. ,/ do tríceps ,/ /' Ângulo tíbio- társico aberto ,/ ,/ ,/ Ânguto ,/ coxofemoral '/ aberto Desarmonia das curvas vertebrais cAPíruLo 3 CADEIA AI\TERO.INTERNA DABACIA Compreende os músculos: llíaco Psoas Maior Psoas Menor Pectíneo Grácil Adutor Magno Adutor Curto Adutor Longo 55 I L CADEIAS MUSCULAHES vrúscuLo rlíaco Origem: clois ter'ço-s super-iores da lossa ilíaca, lábio ir-rterno cla crista ilíaca e asa do sacro. Inserção: julrto ao psoas tnaior no trocânter menor e na resião distirl acljzrcente. Inervacão: ner \,rl femoral L7 , 2,3 e 4. MUSCULO PSOAS MAIOR Origem: superÍ'ície rrentr;rl dos prlcessos transversos cle toclas as r,értebr:rs lornbares, pclrção lateral clos corpos e discos inten,ertebrais correspondentes às Írltirnars r.értebr':rs torírcicas e a tod;1s as r'értebras lombares. Inserção: tr-ocânter rnenor ckr fêmur. Função: o músculo psoas une-se ao r-nílscrrlo ilíaco e erstcnde-se envolr,ido pelzr fáscia ilíaca c0lno rnírscrrlo iliopsoas. . coln a ot'igern fixa: o iliopsoas fleLe a:lrticlll:rÇão do qtraclril ao flexionar o fêmur sobre cr tr()nco e auxilia a rotação later:rl e a abcluçilo do quadril. . colr] a inserção Íix:r: atuanclo bilateralrnente, o iliopsoas flete a articr.rlação clo quirclril zro fletir o tronco sobre o fênrur. O psoas rnaior, Ao atuar bilateralmente cotr] a inserção fixa, pocle aumclltar a lordose krtrtbar. Àtrrar-rdo unil:rteralmente, auxilia na flexão Iateral clo troncro pal'a o nresnro lado. Inervação: plexo lombar Í.1,2,3 e 4. Encurtamento: quatrclo o encttrtamento se clír no nír'el c1a origenr obserr,a-sct unta lordose lornbar; no nír'el cla inserção, lrnla flexão c1o quaclril. llíaco ""..- - _ " Fjgqra 32 Músculos psoas maior e ilíaco (iliopsoas). *.i:âÊ14 *b ríriud* silf,h#r CADEIA ÂNTERO-INTERNA DA BACIA MÚSCULO PSOAS MENOR Está presente em apenas 40% dapopulação. Não é um músculo do membro inferior, pois não cÍüza a articulaÇão do quadril. Origem: face lateral da l}a vértebra torâcica,1a vértebra lombar e discos intervertebrais cor- respondentes. rnserção: eminência iliopectínea; segundo Kendall: linha esquerda do ílio do púbis e da fáscia ilíaca. Função: flexão da pelve sobre a coluna lombar e vice-versa. Inervaçáo: plexo lombar Ll,2. MÚSCULo PEcrírueo Origem: ramo superior do púbis e tubérculo do púbis. rnserção: linha pectínea do fêmur. Função: adução e flexão do quadril. Inervaçáo: nervo femoral e nervo obturatório. Encurtamento: quadril em adução e flexão. 57Figura 33 Múscuio pectíneo. Fffitôe t&r-rcio de ttasau 58 CADEIAS MUSCULARES MúscuLo cRÁctl Origem: próximo à sínfise, no ramo inferior do púbis. Inserção: face medial do corpo da tíbia distal ao côndilo proximal à inserção do semitendíneo e posterior à inserção do sartório e semimembranáceo. Função: adutor do quadril e flexor e rotador medial da articulação do joelho. Inervação: ramo anterior do nervo obturatório. ['.ncurtamento: deformidade do quadril em adução e rotação medial do joelho. Figura 34 Músculo grácil. I cADETA Ârurrno-rrurERNA DA BACTA MÚSCULO ADUTOR MAGNo Origem: ramo inferior do púbis, ramo isquiático (fibras anteriores) e tuberosidade isquiática (fibras posteriores). fnserção: medial à tuberosidade glútea, dois terÇos da linha áspera, lábio medial, linha supracondilar medial do fêmur e tubérculo adutor do côndilo medial do fêmur. Frrnçáo: adução do quadril com ação relevante ao crüzar as pernas. Inervaçáo: obturada L2,3,4 e ciâtico L4, 5, 51. F.ncurtamento: deformidade do quadril em adução. l l Figura 35 Músculo adutor magno. CADEIAS MUSCULARES MúscuLo ADUToR cunTo Origem: ramo inferior do púbis entre os músculos grácil e obturador externo. Tnserção: dois terÇos distais da linha pectínea e terço proximal do lábio medial da linha áspera do fêmur. Função: adução e flexão do quadril. Inervação: nervo obturador L2,L3. Encurtamento: deformidade do quadril em adução e flexão. Figura 36 Músculo adutor curto. cADEtA ÂrurrRo-trurERNA DA BACIA 61 MÚSCULO ADUTOR LONGO Origem: face anterior do osso púbis na união da crista com a sínfise púbica. Inserção: terço médio da linha áspera, lábio medial. Função: adução e flexão do quadril. Inervaçáo: ramo anterior do nervo obturador L2,3 e 4. Encurtamento: deformidade em adução e flexão do quadril. Figura 37 Músculo adutor longo. CADEIAS MUSCULARES ri Cadeia Ârrtero-Interna da Bacia EXERCíCIO PRÁTICO Atençáo: para ter sucesso na análise do encurtamento da cadeia ântero-interna da bacia, necessário estabelecer a relação encurtamento muscular X alteração postural. Figura A Figura B Observe as Íiguras A e B. que apresentam alterações posturais da cadeia ântero-interna da bacia. Descreva por escrito as alterações observadas, atendo-se a essa cadeia. Confira o resulta- do na página seguinte. t,l I Figura B cADETA ÂrureRo-trurERNA DA BACTA Cadeia Ât t.to-Interna da Bacia EXERCíCIO pnÁrrCO: RESPOSTA .Rotação medial e adução do quadril Aumento aaF lordose lombar Joelhos valgos Flexão do quadril Figura A Resumindo: um indivíduo com encurtamento da cadeia ântero-interna da bacia apresentará aumento da lordose lombaq flexão do quadril, rotação medial e adução do quadril e joelhos valgos. Figura B & capíruro 4 CADEIA AI\TTERTOR DO BRAÇO Compreende os músculos: f rapézio ( Fibras S u pe riores) Deltóide (Porção Média) Coracobraquial Bíceps do Braço Braquiorradial Braquial Pronador Redondo Flexor Radial do Carpo Flexor Ulnar do Carpo Flexor Superficial dos Dedos Flexor Profundo dos Dedos Músculos da Região Tenar Músculos da Região Hipotenar 65 CADEIAS MUSCULARES Múscul.o rnApÉzto(FIBRAS SUPERIORES) Origem: terço médio do cunho nucal superior, protuberância occipital externa, ligamento nucal e processo espinhoso da7" vértebra cervical. Inserção: terço acromial da claúcula e acrômio. Função: com a origem fixa, rotação e elevação da escápula; com a inserção fixa, atuando unilateralmente, as fibras superiores estendem, flexionam lateralmente e rodam a cabeça e as vértebras cervicais, de tal modo que a face se volta para o lado oposto, e, atuando bilateral- mente, o trapézío superior estende o pescoço. Inervação: porção espinhal do nervo craniano XI (acessório) e raro ventral C2,3 e 4. Encurtamento: resulta em posição de elevação da cintura escapular. Figura 38 Músculo trapézio (Íibras superiores). CADETAANTERTOR DO BRAÇO MúscuLo DELTóIDE (PoRÇÃo nnÉoln1 Origem: borda externa e superfície superior do acrômio. Inserçáo: tuberosidade deltóidea do úmero. Função: abdução do ombro. Inervaçâo: nervo axilar C5, 6. F.ncurtamento: abdução da articulação do ombro. Figura 39 Músculo deltóide (porção média). 6B CADEIAS MUSCULARES MÚSCULO CORACOBRAQUIAL Origem: ápice do processo coracóide da escápula. Inserção: Íàce r,entral e nieclial cla porção média da diáÍlse do úmero entre as origens dos rnÍrscnlos tríceps braquial e braqr"rial. Função: flexão e acluÇão clo ornbro. Inervação: nervo mírsculo-cutâneo C6, 7. Encurtamento: o processo coracóide é cleprirnido, lel'ando o braço à defonnidade ern adução e flexão. Figura 40 Músculo coracobraquial. CADEIAANTERIOR DO BRACO MUSCULO BíCEPS DO BRAÇO Origem: . porção curta: ápice do processo coracóicle cla escáptrla; . porção lonsa: tubérculo supraelenoidal da escápula. Inserção: tuberosidade do rádio e r,ia aponeurose do bíceps clo br-aço na fáscia clo antebraço. Ftrnção: é unt músculo biarticular e realiza a flexão do ombro, auxilia na abdução se o úrrnercr r:tiver em rcltação lateral. ' com a origem fixa: flexão clo cotovelo e supinação do antebraço, nlovenrlo o antebraçcr ern direção ao írmero; o coln a inserção fixa: flexão do cotovelo, mo\,endo o írrncro em clirecão ao :rntebraco. Inervação: ner\.o mÍrsculo-ctrtâlreo C5 e 6. Encurtamento: deformidade ern flexão do cotovelo. -a Figura 41 Músculo bíceps do braço. CADEIAS MUSCULARES MúscuLo BRAeUToRRADTAL Origem: crista supracondilar lateral do úmero e septo intermuscular lateral. Inserção: face lateral da base do processo estilóide do rádio. Função: flexão da articulação do cotovelo e auxílio na pronação e supinação quando moümentos são resistidos. Inervação: nervo radial C5 e 6. Encurtamento: deformidade em flexão do cotovelo. Figura 42 Músculo braquiorradial. CADETAANTERtOR DO BRAÇO 11 MÚSCULO BRAQUIAL Origem: face anterior do úmero (metade inferior) e septos intermusculares medial e lateral. Inserção: tuberosidade e processo coronóide da ulna. Função: flexão do cotovelo. Inervação: músculo cutâneo e pequeno ramo do radial C5 e 6. Encurtamento: deformidade em flexão do cotovelo. Figura 43 Músculo braquial. IZ CADEIAS MUSCULARES Músculo PRoNADoR REDoNDo Origem: . cabeÇa umeral: epicôndilo medial do úmero e fáscia antebraquial profundâ; o cabeça: lado medial do processo coronóide da ulna. Inserção: terço médio da face lateral do rádio. Função: pronação do antebraÇo e auxílio na flexão do cotovelo. Inervaçáo: nervo mediano C6 e 7. Encurtamento: deformidade em flexão do cotovelo e pronação. Figura 44 Músculo pronador redondo. cADEtAANTER|OR DO BRAÇO MúscuLo FLExoR RADTAL Do cARpo Origem: epicôndilo medial e fáscia do antebraço. Inserção: base do 2' metacarpo (às vezes para o 3a metacarpo). Funçáo: flexão e abdução do punho e auxílio na flexão do cotovelo e pronaÇão do antebraço. Inervaçáo: nervo mediano C6, 7 e 8. Encurtamento: deformidade em flexão do punho com dewio radial. Figura 45 Músculo flexor radial do carpo. CADEIAS MUSCULARES MUSCULO FLEXOR ULNAR DO CARPO Origem: . cabeça umeral: epicôndilo medial do úmero; . cabeça ulnar: margem medial do olécrano, dois terços proximais da margem posterior da ulna e da fáscia do antebraço. fnserção: osso pisiforme e, por ligamentos, nos ossos hamato e 5e metacarpo. Função: flexão e adução d.o punho e auxílio na flexão do cotovelo. Inervação: nervo ulnar C7,8 e Tl. F.ncurtamento: deformidade em flexão do punho com desvio ulnar. Figura 46 Músculo flexor ulnar do carpo. CADETA ANTERTOR DO BRAÇO Múscul-o FLExoR supERFtctAL Dos DEDos Origem: o porção umeral: epicôndilo medial do úmero, ligamento colateral ulnar da articulação do cotovelo e fáscia antebraquial profunda; o porção ulnar: processo coronóide da ulna; . porção radial:
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