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SITUAÇÃO DA ADOLESCÊNCIA NO BRASIL E NO MUNDO E AS POLÍTICAS PÚBLICAS NA ÁREA Profª. Sâmya Lôbo OBJETIVOS DA APRENDIZAGEM AO FINAL DA AULA VOCÊ SERÁ CAPAZ DE: • Compreender a situação geral da adolescência no Brasil e no mundo; • Identificar as principais políticas públicas voltadas para a saúde dos adolescentes brasileiros implantadas ao longo da nossa história; • Analisar criticamente a importância das políticas públicas na atenção à saúde do adolescente. Quantos são e como vivem? Situação Mundial da Infância/Adolescência (UNICEF, 2011) • Mundo: 1,2 bilhão de adolescentes (10 a 19 anos). • Corresponde a 18% da população total. • Nove em cada dez desses jovens vivem em países em desenvolvimento (88%) . Situação Mundial da Infância/Adolescência (UNICEF, 2011) • Mais de 50% dos adolescentes do mundo todo vivem nas regiões da Ásia Meridional ou do Leste da Ásia e Pacífico. • O número de adolescentes continuará a crescer em termos absolutos até por volta de 2030. Situação Mundial da Infância/Adolescência (UNICEF, 2011) • O número de meninos adolescentes supera o de meninas. • Um número cada vez maior de adolescentes viverá em áreas urbanas (atualmente cerca de 50%). • Os desafios vivenciados vão desde adquirir educação até simplesmente sobreviver. • As injustiças sociais matam 400 mil a cada ano no mundo; • Gravidez e parto precoces são uma causa primária de morte em meninas; • 70 milhões estão fora da escola; • Vítimas de exploração, conflitos violentos e as piores formas de abuso por adultos; • As mudanças climáticas comprometem o bem-estar; • Acentuada falta de oportunidades de emprego, especialmente nos países pobres. SITUAÇÃO BRASILEIRA DA ADOLESCÊNCIA • 34,7 milhões de adolescentes brasileiros. • 18% da população do país. • 38% dos adolescentes no Brasil vivem em situação de pobreza; • A região com mais adolescentes pobres (67,4%) é o semi-árido nordestino, seguida pela região amazônica (56,7%); • Nordeste: 16% dos jovens entre 15 e 17 anos estão fora da escola. • Dos 1,8 milhão de brasileiros entre 7 e 24 anos que não sabem ler, 54% moram na região Nordeste. SITUAÇÃO BRASILEIRA DA ADOLESCÊNCIA 17.580.966 17.164.248 ADOLESCENTES NO CEARÁ 872.076 852.741 1,7 milhões de adolescentes cearenses 20% da população do Estado pobreza e pobreza extremab a ix a e s c o la rid a d e exploração no trabalho p riv a ç ã o d a c o n v iv ê n c ia fa m ilia r e c o m u n itá ria homicídios doenças sexualmente transmissíveis e aids abuso de drogas g ra v id e z n a a d o le s c ê n c ia abuso e exploração sexual VULNERABILIDADES Pobreza 29% população geral 38% adolescentes Homicídios 20/100 mil população geral 43,2/100 mil população de 15 a 19 anos Alta mortalidade por causas externas. Educação 3% crianças de 6 e 14 anos fora da escola 20% adolescentes de 15 a 17 anos Analfabetismo funcional Gravidez e Educação 6,1% meninas sem filhos não estudam 75,7% meninas mães fora da escola FONTE: Unicef Vulnerabilidades Situações de risco e vulnerabilidade da Criança e Adolescente Diminuição/corte nos gastos das políticas selecionadas para crianças e adolescentes realizados pelo governo federal (INESC,2007) O número de crianças de cinco a 14 anos em situação de trabalho subiu 10,3% entre 2004 e 2005 (INESC,2007) A violência sexual contra crianças e adolescentes é um fenômeno complexo,cercado pelo silêncio. Os abusos são, em sua maioria, cometidos por parentes ou pessoas conhecidas, e contam com a omissão das famílias, da sociedade e do poder público (INESC,2007) 15.783 adolescentes no Estado e 6.062 na Capital tiveram um ou dois filhos (IBGE,2007) 69,2% das crianças e adolescentes do Ceará vivem em famílias cuja a renda é inferior a um salário mínimo. (Diário do Nordeste, 2010) Os centros educacionais de Fortaleza que acolhem adolescentes em conflito com a lei estão, segundo o Ministério Público Estadual (MPE), com lotação 124% acima da capacidade (O Estado, 2009) 411 crianças e adolescentes vivem em situação de moradia de rua em Fortaleza. (O Estado, 2009) 25.190 mil crianças e adolescentes de 10 a 17 anos formam, no Ceará, um "exército" de pequenas trabalhadoras domésticas DESIGUALDADES negro ou indígena ou em comunidades populares de grandes centros urbanos s e r m e n in o o u m e n in a ter ou não deficiência v iv e r n o S e m iá rid o nascer branco n a A m a z ô n ia Cor da pele Adolescente negro entre 12 e 18 anos tem 3,7 vezes mais risco de ser assassinado em comparação com adolescentes brancos Adolescente indígena tem três vezes mais risco de ser analfabeto do que os adolescentes em geral Gênero Meninas(13 a 19 anos) infectadas por HIV: 10 casos para oito de meninos Meninos são 68,4% do total de 500 mil adolescentes analfabetos Desigualdades O que fazer? POLÍTICAS PÚBLICAS “Conjunto de ações coletivas voltadas para a garantia dos direitos sociais, configurando um compromisso público, que visa dar conta de determinada demanda, em diversas áreas. Expressa a transformação daquilo que é do âmbito privado em ações coletivas no espaço público” (GUARESCHI et al, 2004). “Políticas Públicas são a totalidade de ações, metas e planos que os governos (nacionais, estaduais ou municipais) traçam para alcançar o bem-estar da sociedade e o interesse público” (SEBRAE, 2008). POLÍTICAS PÚBLICAS PARA ADOLESCENTES • É um direito por princípio; • É o modo mais eficaz de consolidar ganhos globais; • Pode acelerar a luta contra a pobreza, a desigualdade e a discriminação de gênero; • É urgente a necessidade de enfrentar os desafios socioeconômicos e ambientais; • São o retrato da próxima geração de adultos. POLÍTICAS PÚBLICAS ENVOLVEM Sexualidade e Reprodução Tabaco, álcool e outras dorgas Lazer, educação e emprego Acidentes por causas externas e suicídio Nutrição e sedentarismo Quais são as políticas públicas de atenção à saúde do adolescente no Brasil? ✓ Estatuto da Criança e do Adolescente (Lei 8069/90) ✓ Constituição Federal (1988) “Art. 227. É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança, ao adolescente e ao jovem, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde (...). § 1º O Estado promoverá programas de assistência integral à saúde da criança, do adolescente e do jovem (...)” “Art. 7º. A criança e o adolescente têm direito a proteção à vida e à saúde, mediante a efetivação de políticas sociais públicas que permitam o nascimento e o desenvolvimento sadio e harmonioso, em condições dignas de existência.” ✓ Marcos legais e regulatórios dos direitos humanos de crianças e adolescentes ✓ Lei 8.080/1990 ✓ Lei Orgânica da Assistência Social (Loas – Lei n.º 8.742/1993) ✓ Lei de Diretrizes e Bases da Educação Brasileira (LDB – Lei n.º 9.394/1996) PROGRAMA SAÚDE DO ADOLESCENTE - PROSAD Criado pela Portaria do Ministério da Saúde nº 980/GM de 21/12/1989. Diretrizes: • Promoção da saúde; • Identificação de grupos de risco; • Detecção precoce dos agravos com tratamento adequado e reabilitação. Programa Saúde do Adolescente PROSAD Objetivos • Promover a saúde integral do adolescente favorecendo o processo geral de seu crescimento e desenvolvimento; • Normatizar as ações nas áreas prioritárias do Programa; • Estimulare apoiar a implantação e/ou implementação dos programas estaduais e municipais; Programa Saúde do Adolescente PROSAD Objetivos • Promover e apoiar estudos e pesquisas multicêntricas relativas à adolescência; • Estimular a criação de um sistema de informação e documentação dentro de um sistema nacional de saúde; • Contribuir com as atividades intra e interinstitucionais nos âmbitos governamentais e não-governamentais, visando à formulação de uma política nacional para a adolescência e juventude. ✓ Programa de Saúde do Adolescente - PROSAD (1989) Áreas prioritárias C & D Saúde bucal Saúde Mental Sexualidade e Saúde Reprodutiva Saúde do escolar Prevenção de acidentes Violência e maus tratos Família Política Nacional da Juventude • Instituída pela Lei 11.129 em 30/06/2005. Institui o Programa Nacional de inclusão de Jovens – ProJovem, cria o Conselho Nacional da Juventude – CNJ e a Secretaria Nacional da Juventude Política Nacional da Juventude • Ação intersetorial, que combina um conjunto de políticas estruturantes com programas específicos; • Coordenada pela Secretaria Nacional de Juventude, vinculada à Secretaria-Geral da Presidência da República, e executada por diversos Ministérios. Política Nacional da Juventude Erradicar o analfabetismo entre os jovens Ampliar o acesso à escola de qualidade Preparar para o trabalho e gerar emprego e renda; melhorar a qualidade de vida dos jovens do meio rural Promover vida saudável e direitos humanos; Estimular a cidadania e participação social Democratizar o acesso ao esporte,lazer,cultura e tecnologia da informação ✓Política Nacional de Atenção à Saúde Integral de Adolescentes e Jovens (2004) •Nova linha de reflexão da atenção à saúde do adolescente, evidenciando a integralidade desta atenção em consonância com os princípios do SUS; •Pressupõe o atendimento integral com prioridade para as atividades preventivas, sem prejuízo dos serviços assistenciais; •Preconiza a organização dos serviços para execução dessas práticas de saúde, destacando a importância da promoção da saúde e a necessidade de estabelecer processos de trabalho intersetoriais e interdisciplinares. Programa Saúde na Escola - PSE • Instituído pelo Decreto Presidencial nº 6.286, de 5 de dezembro de 2007. Programa Saúde na Escola - PSE Finalidade • Integrar as redes de serviços do setor Educação e do Sistema Único de Saúde nos territórios, com o fortalecimento e sustentação da articulação entre as Escolas Públicas e as Unidades Básicas / Saúde da Família, por meio da realização de ações prevenção, promoção e atenção à saúde dirigidas aos alunos. Objetivos: I – Promover a saúde e a cultura de paz, reforçando a prevenção de agravos à saúde; II – Articular as ações da rede pública de saúde com as ações da rede pública de Educação Básica, de forma a ampliar o alcance e o impacto de suas ações relativas aos estudantes e suas famílias, otimizando a utilização dos espaços, equipamentos e recursos disponíveis; III – Contribuir para a constituição de condições para a formação integral de educandos; Programa Saúde na Escola - PSE IV – Contribuir para a construção de sistema de atenção social, com foco na promoção da cidadania e nos direitos humanos; V – Fortalecer o enfrentamento das vulnerabilidades, no campo da saúde, que possam comprometer o pleno desenvolvimento escolar; VI – Promover a comunicação entre escolas e unidades de saúde, assegurando a troca de informações sobre as condições de saúde dos estudantes; VII – Fortalecer a participação comunitária nas políticas de Educação Básica e saúde, nos três níveis de governo (BRASIL, 2009). Programa Saúde na Escola - PSE ✓ Programa Saúde na Escola - PSE Componente 1: Avaliação das condições de saúde Componente II: Promoção da saúde e prevenção Componente III: Educação permanente Componente IV: Monitoramento e avaliação da saúde Escolas e UBASF OBJETIVO: Oferecer um amplo leque de ações Componente I- Avaliação das condições de saúde: atendimentos nutricionais, odontológicos, oftalmológicos, auditivos, clínicos e psicossociais, com enfoque na prevenção de doenças virais e cardíacas, além do adequado tratamento, quando necessário; Componente II- Promoção da saúde e prevenção: informação de qualidade e incentivo à adoção de práticas de alimentação saudável e de atividades físicas, conscientização da responsabilidade e das consequências do uso de álcool e outras drogas, e do uso da violência, além da educação para a saúde sexual e reprodutiva, com enfoque à prevenção da Aids, hepatites virais e outras DST; Componente III- Educação permanente dos profissionais da área: cursos de saúde voltados para profissionais da educação e treinamento das equipes de saúde, além da qualificação dos jovens para disseminar as informações entre outros jovens e crianças; Componente IV- Monitoramento e avaliação da saúde dos estudantes: atenção às estatísticas do estado de saúde dos jovens beneficiados com o encarte Saúde no Censo Escolar, a Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar, o Sistema de Monitoramento do Projeto SPE e a Pesquisa Nacional do Perfil Nutricional e Consumo Alimentar dos Escolares. ✓ Programa Saúde na Escola - PSE 1. Avaliação das condições de saúde Avaliação clínica e psicosocial; Avaliação oftalmológica, auditiva, odontológica, detecção precoce de HAS, doenças virais e cardíacas, atualização do calendário vacinal; Avaliação nutricional; Avaliação do consumo alimentar, aferição das medidas antropométricas, cálculo e avaliação do IMC, avaliação da estatura para idade e do IMC para idade. ✓ Programa Saúde na Escola - PSE 1.2 Promoção da saúde e prevenção de doenças • Ações de segurança alimentar e promoção da alimentação saudável; • Promoção das práticas corporais e atividades físicas; • Educação para a Saúde Sexual, Saúde Reprodutiva e Prevenção das DST/Aids e de Hepatites Virais; • Prevenção ao Uso de Álcool e Tabaco e outras Drogas; • Promoção da Cultura de Paz e Prevenção das Violências; • Promoção da Saúde Ambiental e Desenvolvimento Sustentável. ✓ Programa Saúde na Escola - PSE 1.3 Educação permanente Cursos, treinamentos e qualificação dos profissionais da educação e da saúde, além dos adolescentes para atuarem na perspectiva da educação entre pares, disseminando as informações entre outros adolescentes e jovens. ✓ Programa Saúde na Escola - PSE 1.4 Monitoramento e avaliação da saúde dos estudantes: Atenção às estatísticas do estado de saúde dos jovens: ✓ Encarte Saúde no Censo Escolar, ✓ Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar, ✓ Sistema de Monitoramento do Projeto SPE ✓ Pesquisa Nacional do Perfil Nutricional e Consumo Alimentar dos Escolares. ✓ Programa Saúde na Escola - PSE BRASIL. Estatuto da criança e do adolescente. 7ª ed. Brasília: Câmara dos deputados, Edições Câmara, 2010. 225 p. BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção em Saúde. Departamento de Ações Programáticas Estratégicas. Diretrizes nacionais para a atenção integral à saúde de adolescentes e jovens na promoção, proteção e recuperação da saúde. Área Técnica de Saúde do Adolescente e do Jovem. – Brasília : Ministério da Saúde, 2010. BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Saúde na Escola. Brasília: Ministério da Saúde, 2009. BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Área de Saúde do Adolescente e do Jovem. Marco legal: saúde, um direito de adolescentes. Brasília: Ministério da Saúde, 2007. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria Executiva. Coordenação da Saúdeda Criança e do Adolescente. Programa Saúde do Adolescente. Bases Programáticas. 2a ed. Brasília; Ministério da Saúde, 1996. BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Disponível em: <http:// http:<www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicaocompilado.htm> Acesso em: 10 dez. 2013. RAPOSO, C. A Política de Atenção Integral à Saúde do Adolescente e Jovem: uma perspectiva de garantia de direito à saúde? Revista em Pauta, Rio de Janeiro, v. 6, n. 23, p. 117-138, 2009. UNICEF. Situação mundial da infância 2011 [Internet]. Fevereiro, 2011. Disponível em: <http://www.unicef.org/brazil/pt/br_sowcr11web.pdf > Acesso em: 09 nov. 2013. UNICEF. O direito de ser adolescente [Internet]. 2011. Disponível em: <http://www.unicef.org/brazil/pt/br_sabrep11.pdf> Acesso em: 09 jan. 2014. REFERÊNCIAS “A adolescência é uma etapa de oportunidades para a criança, e um momento crucial para que possamos continuar construindo seu desenvolvimento na primeira década de vida, ajudá-la a navegar em meio a riscos e vulnerabilidades, e colocá-la no caminho da realização de seu potencial.” (UNICEF, 2011)
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