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BEM DE FAMÍLIA

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BEM DE FAMÍLIA
Espécies - convencional (=voluntário): código civil – art. 1711 – tem registro imobiliário atestando a inalienabilidade, logo, torna a alienação impossível, ou mesmo a constituição como garantia. O requisito é que o bem não tenha valor maior que 1/3 do patrimônio dos instituidores, logo, acaba ficando um pouco sem aplicação. A esse requisito chama-se solvabilidade. Por esse sistema, é possível que o bem de família inclua aplicações financeiras, expressamente.
- legal: L. 8009/90 – independe de ato volitivo, de modo que a proteção da impenhorabilidade se opera automaticamente, sendo irrelevante o valor do bem.
Doutrina: mediante diálogo das fontes e princípio da isonomia (art. 833, CPC), abrange também eventuais aplicações financeiras (conta de poupança vinculada a financiamento para aquisição de imóvel)
Efeitos do bem de família voluntário: impenhorabilidade por dívidas futuras, inalienabilidade relativa
Efeitos do bem de família legal: impenhorabilidade independente de registro em cartório.
É bem de família:
SUM. 364: imóvel da pessoa viúva, divorciada e solteira.
INFO 543/STJ: constitui bem de família, insuscetível de penhora, o único imóvel residencial do devedor em que resida seu familiar, ainda que o proprietário nele não habite
INFO 579/STJ: A impenhorabilidade do bem de família no qual reside o sócio devedor não é afastada pelo fato de o imóvel pertencer à sociedade empresária
Não é bem de família:
SUM. 449/STJ: vaga de garagem com matrícula própria
OBS: SUM. 205/STJ: Aplicação retroativa da lei de proteção à garantia de penhora feita antes dela.
Impenhorabilidade
Tem como fundamento as metas fundamentais da república, que devem guiar o OJ: máxima proteção física da pessoa humana, máxima proteção psíquica, garantia do patrimônio mínimo. Baseia-se na eficácia horizontal dos direitos fundamentais, à luz da teoria do estatuto jurídico do patrimônio mínimo (FACHIN)
[STJ: a impenhorabilidade deve ser arguida no primeiro instante após a penhora. Apesar disso, por ser matéria de ordem pública, não preclui, podendo ser conhecida até a arrematação]
SÚMULA 486 DO STJ: “É impenhorável o único imóvel residencial do devedor que esteja locado a terceiros, desde que a renda obtida com a locação seja revertida para a subsistência ou a moradia da sua família”.
INFO 591/STJ: também é impenhorável o único imóvel COMERCIAL do devedor que esteja alugado quando o valor do aluguel é destinado unicamente ao pagamento de locação residencial por sua entidade familiar.
Exceções à impenhorabilidade
Inciso I
Inciso II
Inciso III
Inciso IV: STJ – inclui taxa condominial, mas contribuições criadas por associação de moradores não se equiparam a despesas de condomínio, para efeito de penhora.
Inciso V: garantia de dívida que beneficie e família (mantém a impenhorabilidade se beneficiar terceiros e não a família)
INFO 627/STJ: O bem de família é IMPENHORÁVEL quando for dado em garantia real de dívida por um dos sócios da pessoa jurídica, cabendo ao credor o ônus da prova de que o proveito se reverteu à entidade familiar. O bem de família é PENHORÁVEL quando os únicos sócios da empresa devedora são os titulares do imóvel hipotecado, sendo ônus dos proprietários a demonstração de que não se beneficiaram dos valores auferidos. Assim, é possível a penhora de bem de família dado em garantia hipotecária pelo casal quando os cônjuges forem os únicos sócios da pessoa jurídica devedora.
.
INFO 575/STJ: Na execução civil movida pela vítima, não é oponível a impenhorabilidade do bem de família adquirido com o produto do crime, ainda que a punibilidade do acusado tenha sido extinta em razão do cumprimento das condições estipuladas para a suspensão condicional do processo.
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INFO 585/STJ: , o fato de a hipoteca não ter sido registrada não pode ser utilizado como argumento pelo devedor para evitar a penhora do bem de família.
Oferta do bem de família como garantia real
1º entendimento: garantia real é nula, em razão do argumento de que é proibido abrir mão da própria dignidade, inclusive da dignidade familiar, razão pela qual se a garantia real recair sobre bem de família, ela é inválida (nulidade), já que ninguém pode abrir mao da própria dignidade, e provocaria ofensa à constituição (art. 1, 3, 5, 6 – direito de moradia). Respeito também da eficácia horizontal dos direitos fundamentais (essência do direito civil constitucional). O contrato permanece válido, apenas será desprovido de garantia real, passará a ser um credor quirografário [ENTENDIMENTO DA DP]
* Obs: levamos 12 anos para estabelecer o direito a moradia como direito fundamental de dimensão social.
2º entendimento: [Nancy/STJ] o prinicpio da boa fe objetiva é uma via de mao dupla, razão pela qual o DP, ao ofertar o bem de família como garantia real, e, a posteriori, invocar a L., em seu favor, estaria provocando um ato contraditório, na modalidade venire contra factum próprio. Por isso a garantia é valida.
[crítica e argumento para combater essa corrente: Se há venire por parte do assistido, há também por parte do banco, pois este deveria adotar medidas para se assegurar: exigir apenas bens comerciais, ou exigir apresentação de mais de um imóvel, comprovação de que não more lá....]
inciso VI
inciso VII
Bem de família do fiador
Fases da proteção
1ª fase - 1990 até 1991 - PROTEÇÃO INTEGRAL (IMÓVEL + MÓVEIS)
L. 8009/90, art. 3 traz as hipóteses em que não haverá proteção. E não tinha o inciso VII na sua redação original. Isso passou a representar a retirada de uma eficácia dos locadores, e começaram a falar em desequilíbrio. Os locadores passaram a exigir a substituição do locador ou contrato se seguro, o que é muito caro. Aqueles locatários que não conseguiam um fiador bom ou não tinham $ para pagar esse seguro, passaram a ser despejados por falta de garantia. Isto é, causou uma confusão e instabilidade. Por isso em 91 editaram o inciso VII, que passou a conter essa exceção à proteção, trazido pela lei de locações.
2ª fase: de 1991 até 2005 – AUSENCIA TOTAL DE PROTEÇÃO (ATINGE BEM MÓVEL E IMÓVEL).
A partir de 2000, pela EC 26, a doutrina passou a sustentar que teria sido revogado esse VII da lei 8009.
3ª fase - de 2005 a 2006 – RETORNO À PROTEÇÃO INTEGRAL
(alegria de pobre dura pouco).
INFO 385/STF: Não recepção da exceção à impenhorabilidade incluída no inciso VII, por afrontar o art. 6, CF (com redação da EC 26/2000); Princípio da isonomia e do princípio de hermenêutica que
situações iguais devem ser reguladas pela mesma norma. Assim, o principal responsável pela divida tem essa proteção, enquanto o fiador age gratuitamente, este não tem proteção da L. 8009. A fiança, como um contrato gratuito, deveria ser interpretada restritivamente. É disso que surge a falta de isonomia – lesão à razoabilidade, lesão ao direito fundamental à moradia digna!
OBS: Livro da atual Corregedora Dra. Eliane Ainna
* Entente o direito à moradia como um direito da personalidade, atribuindo a esse direito as prerrogativas, a exemplo da irrenunciabilidade, inviolabilidade. Assim, eventuais clausulas que implicassem sua renúncia seriam nulas.
* Direito ao crédito x direito do patrimônio mínimo: A teoria do patrimônio deixa evidente a supremacia da pessoa humana como novo paradigma a orientar a leitura da legislação civil. Leitura que renova a concepção de patrimônio, funcionalizando-o a serviço do homem e de suas necessidades. Apesar disso, a teoria do patrimônio mínimo de Fachin não ignora que o patrimônio ainda é a medida da garantia do crédito. Ao contrário, ele esclarece que a garantia de um patrimônio mínimo “não afeta direta e necessariamente o direito material do crédito propriamente dito”. O que se defende é que parte do patrimônio seja preservada e, por conseguinte, retirada da órbita da executoriedade, mas que prossiga a execução com o patrimônio disponível.
* Crítica ao inciso VI, segunda parte, quando permite a penhora do bem para ressarcimento decorrente de sentença penal condenatória: se o ressarcimento tiver caráter alimentar,não haverá empecilhos para excussão do bem de família. No entanto, é alvo de dúvidas a constitucionalidade quando o bem for à penhora para o mero ressarcimento patrimonial. Como sublinha, é certo que o dano causado em razão de ato criminoso é uma das importantes formas de ressocialização, porém, “se for à custa de tornar a condição humana mais miserável e, portanto, menos digna, estará em aberto confronto com o sistema jurídico”.
* Proteção do patrimônio mínimo x liberdade contratual: relativiza a autonomia do fiador quando da celebração do contrato. Segundo explica, a fiança costuma ser realizada sob a forma de contrato de adesão, cujos termos ou cláusulas não foram negociados pelo fiador, restando a ele apenas aderir ou não ao pacto. Como, via de regra, a fiança é estabelecida entre parentes ou amigos, a ótica negocial é mitigada, permitindo, inclusive, que algumas condições desvantajosas passem despercebidas, como, por exemplo, a renúncia ao benefício de ordem ou a noção precisa de que seu imóvel pode ser levado à penhora.
* Crítica à inviabilidade das outras formas de caução: o mercado de locações de imóveis poderia ser satisfatoriamente regulado mediante ajustes na regulamentação do seguro de fiança locatícia de forma que funcionasse a contento para os envolvidos, ou seja, para aqueles interessados em celebrar o contrato de locação e para as seguradoras. Tornar essas alternativas mais populares e acessíveis poderia constituir uma forma de se evitar os desdobramentos anteriormente listados. Não se trata, destaque-se, de diminuir a fiança ou de relegá-la ao desuso, mas, antes, de tornar as demais garantias igualmente viáveis. Uma das modalidades de garantia de que dispõe o locador é o oferecimento de um valor adiantado das parcelas como caução. Contudo, a impopularidade dessa alternativa resulta do fato de que o mercado de locação é procurado, principalmente, por pessoas sem lastro financeiro suficiente para disporem de um determinado valor como garantia real
4ª fase - de 06-10-2006 até 11-06-2018. PROTEÇÃO APENAS DOS BENS MÓVEIS QUITADOS!
Pleno do STF em 2006. RE 407.688, (por 7 x 3 ) +
STJ VERBETE 549 + TESE REPETITIVO:É valida a penhora a penhora de bem de família pertencente a fiador de contrato de locação."
STF, no pleno, disse que o fiador tem proteção la L. 8009, mas é diminuta, pois só recai sob os bens móveis. Ou seja, a proteção é praticamente inútil!!!
O entendimento do STF para isso foi diferenciar o direito à propriedade imobiliária do direito à moradia digna. Logo, seria possível manter a moradia digna independentemente do direito de propriedade imobiliária, até porque se vincularmos isso, criaremos uma falsa conclusão, segundo o STF. Há moradia digna através da posse, locação, comodato, etc etc... a única coisa boa dessa 4 fase foi que o STF reconheceu a melhor eficácia da posse em detrimento da propriedade (posse como principal ferramenta da moradia digna) – no fundo isso só foi um argumento para dar com uma mão e tirar com a outra.
· Dicotomia ente propriedade imobiliária x dignidade humana
· Reconhecimento do bem de família ao fiador, só que não.... [SÓ MOVEL]
OBS: desabafo do Ministro FUX quando do julgamento em 2013, já mencionando a tese que foi adotada ao final no INFO 606, que é a volta do bem de família do fiador, justamente com fundamento na isonomia, mas FOI VOTO VENCIDO. “o sistema não fecha; ou é bem de família ou não é, não existe terceira hipótese”
5ª fase - Em 12-06-2018 para frente. Publicado no INFO 906 – RETOMA A PROTEÇÃO INTEGRAL!
Posição recente do STF sobre bem de família do fiador na locação não residencial. RE 605.709, 1ª Turma do STF, por 3 x 2 , em 12-06-2018.
Relator Min. Dias Toffoli: Votou pela inexistência de Proteção, assim como o Min. Barroso.
Predominância do voto divergente: Ministra Rosa Weber (FOI A SURPRESA) e Ministros Fux e Marco Aurélio.
Obs.: A decisão foi para locação comercial, mas quem pode o mais pode o menos, e faz muito mais sentido aplicar à locação residencial. Além disso, aparentemente houve essa mudança de posição em razão da nova composição do STF. Não há repercussão geral nessa decisão, então resta certa dúvida se será efetiva daqui pra frente.
INFO 906/STF: Não é penhorável o bem de família do fiador no caso de contratos de locação comercial. Em outras palavras, não é possível a penhora de bem de família do fiador em contexto de locação comercial
[Para a DP, portanto, vamos defender a aplicação desse julgado para toda locação, fundamentando, ainda, a inconstitucionalidade por violação à isonomia – em relação ao devedor primário]

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