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12/04/2015 1 Código genético e Tradução QBQ 317 – Aula 11 1.Como a informação para a síntese de proteínas está codificada no DNA? 2.Como são montadas as proteínas? 12/04/2015 2 Síntese de DNA (Replicação) Síntese de RNA (Transcrição) Síntese de proteína (Tradução) PROTEÍNA Relação entre a sequência de bases no DNA (mRNA) e a sequência de aminoácidos na proteína Código GenéticoCódigo Genético 12/04/2015 3 O quebra-cabeças: Como passar de um alfabeto de 4 letras para um de 20 letras ? Combinações de 4 bases definem 20 aminoácidos: 42=16 falta ! 43=64 sobra ! Código GenéticoCódigo Genético 2a. Posição do códon 1ª . po si çã o do c ód on 3 a.Posição do códon 12/04/2015 4 Código Genético: “Dicionário” da traduçãoCódigo Genético: “Dicionário” da tradução • Todos os 64 códons são usados • 61 códons para aminoácidos (1 de iniciação – AUG) • 3 códons de terminação (STOP, ou nonsense) - UAA, UAG, UGA • Código quase universal • Um mesmo aminoácido pode ser codificado por mais de um códon – código é degenerado O código é degenerado: quase todos os aminoácidos são codificados por 2 ou mais códons 12/04/2015 5 Por que o código genético é degenerado? OU Como seria o código se ele não fosse degenerado? código genético não degenerado 44 das 64 combinações seriam STOP! Mutações teriam consequências catastróficas 12/04/2015 6 • Degeneração faz com que a maioria das mutações não resultem em códons de parada • Mudanças na 3ª posição frequentemente não alteram o aminoácido codificado Código NÃO É aleatório! Evoluiu, sofreu seleção para ser estabelecido O código genético é um “tampão” contra mutações 2a. Posição do códon 1ª . po si çã o do c ód on 3 a.Posição do códon Variação na 3ª posição frequentemente gera “sinônimos” 12/04/2015 7 2a. Posição do códon 1ª . po si çã o do c ód on 3 a.Posição do códon G e C na 1ª e 2ª posição especificam o mesmo aminoácido 2a. Posição do códon 1ª . po si çã o do c ód on 3 a.Posição do códon Variações na 1ª posição substituições conservativas 12/04/2015 8 Como o código foi decifrado? 12/04/2015 9 Crick sugeriu a existência de moléculas adaptadoras para interagir com os aminoácidos e o mRNA. Sugeriu ainda que o código seria lido em trincas. Crick sugeriu a existência de moléculas adaptadoras para interagir com os aminoácidos e o mRNA. Sugeriu ainda que o código seria lido em trincas. Francis Crick: Físico e bioquímico inglês, 1916-2004 Prêmio Nobel em Fisiologia e Medicina, 1962 (Francis Crick , James Watson & Maurice Wilkins por elucidar a estrutura do DNA) Crick e Brenner – genética do fago T4 – definiram que a estrutura era mesmo em tripletes Ochoa Nirenberg Khorana síntese proteica in vitro* dirigida por RNAs sintéticos – definiram a identidade dos códons Decifrando o Código Genético * Em extratos de células de E. coli contendo [Mg2+] 12/04/2015 10 Decifrando o Código Genético Experimentos de Niremberg Homopolímeros sintéticos, sintetizados por Ochoa, com sua “RNA polimerase” (na verdade, polinucleotídeo fosforilase): Poli-U polifenilalanina UUU codifica fenilalanina Poli-A polilisina AAA codifica lisina Poli-C poliprolina CCC codifica prolina Etc.... Decifrando o Código Genético Experimentos de Niremberg Co-polímeros sintéticos comoEx: CUCUCUCUCUCUCUCUCU copolímero de leucina e serina em posições alternadas CUC e UCU codificam para leucina e serina Não necessariamente nesta ordem... Khorana usou métodos químicos para fazer sequências bem específicas e resolver as últimas ambiguidades 12/04/2015 11 Código Genético Dicionário para decifrar como a informação para a síntese de proteínas está codificada no DNA (mRNA) Regras para leitura do Código Genético O código não é superposto ABCDCD aa1 aa2 aa1 aa2 aa3 aa4 Análise da sequência de aminoácidos de mutantes da proteína da capa do vírus mosaico do tabaco mostraram que o código não era superposto. A mutação em um nucleotídeo leva a mudança de um aminoácido e não de três aminoácidos 12/04/2015 12 O código não tem pausas O código é lido sequencialmente sem pausas a partir do início determinado (3 fases de leitura são possíveis). ABCDCDABCDCDAB aa1 aa2 aa3 aa4 aa1 aa2 aa3 aa4 aa1 aa2 aa3 aa4 Regras para leitura do Código Genético O código não tem pausas e é lido no sentido 5’ 3’ do mRNA O código é lido sequencialmente sem pausas a partir do início determinado (3 fases de leitura são “teoricamente” possíveis). Fase de leitura 1 Fase de leitura 2 Fase de leitura 3 Regras para leitura do Código Genético 12/04/2015 13 Fase aberta de leitura ou Quadro aberto de leitura (ORF, Open Reading Frame) Leitura do mRNA de 5’ para 3’ 1. Mutações “missense”: mutações nas quais a substituição de uma base causa a transformação de um códon em outro, com consequente troca do aminoácido naquela posição 2. Mutações “nonsense”: mutações nas quais a substituição de uma base causa a transformação de um códon em um sinal de parada 3. Mutações de alteração de fase (“frameshift”): mutações nas quais a inserção ou deleção de uma base altera a fase ou “janela” de leitura do mRNA. Os 3 tipos de mutações que alteram o código genético 12/04/2015 14 1.Como a informação para a síntese de proteínas está codificada no DNA? 2.Como são montadas as proteínas? O processo de síntese proteica 12/04/2015 15 Os protagonistas do processo de síntese proteica (tradução) 1. tRNA 2. Aminoacil-tRNA sintetases 3. Ribossomo RNAs transportadores (tRNA) são as moléculas adaptadoras que traduzem o código dos nucleotídeos em aminoácidos! 12/04/2015 16 tRNA: RNA transportador Extremidade 5´ fosforilada~73-93 nucleotídeos Estrutura secundária com grampos e alças formando um trevo Bases modificadas depois da sua transcrição (pseudouridina inosina metil-A,C,G) CCA na extremidade 3’ é conservada) Sítio de ligação do aminoácido Alça do anticódon Alguns dos nucleotídeos incomuns presentes em tRNAs 12/04/2015 17 Estrutura tridimensional do tRNA Quantos tRNAs são necessários para decifrar o código? 61? 32? 12/04/2015 18 Pareamento oscilante (“bambo”) da terceira base do códon (wobble base-pairing) Implica na necessidade de um menor número de tRNAs do que os 61 que seriam necessários, de acordo com a tabela do código genético wobble faz com que interação códon- anticódon não seja excessivamente estável. Acelera tradução. Pareamento oscilante da terceira base do códon (wobble base-pairing) 12/04/2015 19 Os protagonistas do processo de síntese proteica (tradução) 1. tRNA 2. Aminoacil-tRNA sintetases 3. Ribossomo ATP + aa aminoacil-AMP + PPi aminoacil-AMP + tRNA aminoacil-tRNA + AMP Aminoacil tRNA sintetase Aminoacil tRNA sintetase Aminoácidos são ligados aos tRNAs por aminoacil-tRNA sintetases A maioria dos organismos tem 20 aminoacil tRNA sintetases 12/04/2015 20 aminoacil-AMP Aminoacil tRNA sintetase Aminoácidos são ligados aos tRNAs por aminoacil-tRNA sintetases aminoacil-AMP aminoacil-tRNA 12/04/2015 21 Aminoacil- tRNA ligação de alta energia: aminoácido “ativado”, pronto para formar ligação peptídica ligação éster entre carboxila do AA e 3´OH do último A (CCA) do tRNA Especificidade da interação entre tRNA, AA e sintetase Fundamental para fidelidade da síntese proteica: ribossomo não verifica a identidade do AA ligado ao tRNA Exibem atividadecorretora: removem AAs errados 20 Aminoacil tRNA sintetases (uma para cada aminoácido) Reconhecem o AA com alta especificidade Depende de contatos com bases do tRNA (braço CCA, alça anti-códon) 12/04/2015 22 A interação códon-anticódon determina qual aminoácido será adicionado. O aminoácido esterificado ao seu tRNA não contribui para a especificidade do aminoacil-tRNA.... A etapa de ativação do aminoácido é determinante na fidelidade da tradução O ribossomo não discrimina tRNAs carregados incorretamente Qual códon este tRNA reconhece? 12/04/2015 23 Os protagonistas do processo de síntese proteica (tradução) 1. tRNA 2. Aminoacil-tRNA sintetases 3. Ribossomo Ribossomo bacteriano 70S (2,7 x 106) Ribossomo Eucariótico 80S (4,6 x 106) 12/04/2015 24 As proteínas ribossômicas associam-se as moléculas de rRNA para montagem de cada uma das subunidades do ribossomo Ribossomo bacteriano Ribossomo eucariótico Estrutura resolvida por cristalografia de raio X Nobel de Química de 2009 para Ada Yonath, Tom Steitz e V. Ramakrishnan RNA é o principal responsável pela forma e função dos ribossomos 12/04/2015 25 A síntese proteica pode ser dividida em etapas Elongação Terminação Iniciação A – aceptor ou aminoacil P – peptidil E – exit, ou saída Ribossomo possui 3 sítios para tRNAs 12/04/2015 26 Iniciação (bactéria) Iniciação (bactéria) Iniciação (bactéria) Iniciação (bactéria) 12/04/2015 27 Iniciação (bactéria) Iniciação (bactéria) 12/04/2015 28 fMet-tRNAf tem características que o distinguem como tRNA iniciador Nas bactérias, o primeiro aminoácido é formil-metionina Como o códon iniciador (AUG) no mRNA é reconhecido? 12/04/2015 29 Sequência de Shine-Dalgarno ou Ribosomal Binding Site (RBS) em bactérias Bactérias: RBS 12/04/2015 30 Eucariotos: scanning 5´cap 3´ até AUG iniciador Kozak Sequence Iniciação (eucariotos)Iniciação (eucariotos) 12/04/2015 31 Modelo de circularização do mRNA eucariótico Fatores da iniciação da tradução em eucariotos 12/04/2015 32 Elongação (bactérias)Elongação (bactérias) EF-Tu: • Acompanha o aminoacil-tRNA • Se o pareamento códon- anticódon for perfeito hidrólise de GTP Mais uma verificação da acurácia do processo: • Após saída do EF-Tu-GDP, tRNA deve rotacionar para acessar o centro de peptidil transferase. Se o pareamento for incorreto, o aa-tRNA irá dissociar Elongação (bactérias)Elongação (bactérias) 12/04/2015 33 Formação da ligação peptídica: Atividade de peptidil transferase do ribossomo Ligação peptídica 12/04/2015 34 A atividade de peptidil transferase é executada pelo rRNA 23S Roxo – proteína Cinza – RNA Verde e vermelho – tRNAs nos sítios A e P Não há nenhuma proteína perto do sítio catalítico O RNA 23S é responsável pela aproximação do 3’ dos tRNAs que tem que reagir A 2´OH da adenina do peptidil-tRNA tem papel na catálise Translocação O ribossomo se move um códon em direção a extremidade 3´ do mRNA (para expor o próximo códon), utilizando a energia proveniente da hidrólise do GTP ligado ao fator EF‐G. A estrutura do fator EF‐G se assemelha ao fator EF‐Tu complexado ao tRNA • tRNA descarregado sitio E • rotação da subunidade menor • Movimento de translocação é iniciado na subunidade maior 12/04/2015 35 TerminaçãoTerminação RFs: Fatores de liberação (proteína) reconhecem o códon de parada e ativam hidrólise do peptidil-tRNA RRFs: Fatores de reciclagem (mimetizam tRNAs) promovem a liberação dos tRNAs Polissomo ou Poli-ribossomo 12/04/2015 36 http://www.courses.fas.harvard.edu/~bi otext/animations/TRANSLATE20b.swf