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Resumo de Direito Internacional Privado

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DIP I - Prova 28.09.2016
03.08.2016
Noções introdutórias
O Direito Internacional Privado como conhecemos hoje começou com Savigny na
segunda metade do século XIX.
Não existe um Direito Material Privado que sirva para resolver um determinado caso. 
Casos que tenham elementos de estranheidade, que os tornem plurilocalizáveis não
devem ser tratados da mesma forma que os casos nacionais.
A cadeira de Direito Internacional Privado pode seguir um caminho conforme a escola
que adotar.
DIP I - destina-se à parte geral do Direito Internacional Privado.
A disciplina é importante para compreender o fenômeno que ocorre quando duas leis são
aplicadas dentro de um mesmo espaço. Isso ocasiona um conflito e é disso de que se
ocupa o DIP. 
A cadeira poderia se chamar “conflict of laws”.
A Lei de Introdução às Normas do Direito brasileiro (LINDB), no art. 7º, dispõe sobre as
hipóteses de interação com o Direito Internacional. Ela serve para responder a pergunta:
“qual lei deverá ser aplicada?"
O exemplo usado foi o de 2 brasileiros que desejam se casar na França. Qual lei se
aplica? A da nacionalidade dos conjugês ou a do País no qual celebrado o casamento? A
solução deve ser buscada na LINDB:
Art. 7o A lei do país em que domiciliada a pessoa determina as regras sobre o começo e
o fim da personalidade, o nome, a capacidade e os direitos de família.
§ 1o Realizando-se o casamento no Brasil, será aplicada a lei brasileira quanto aos
impedimentos dirimentes e às formalidades da celebração.
§ 2o O casamento de estrangeiros poderá celebrar-se perante autoridades diplomáticas
ou consulares do país de ambos os nubentes. (Redação dada pela Lei nº 3.238, de 1957)
§ 3o Tendo os nubentes domicílio diverso, regerá os casos de invalidade do matrimônio a
lei do primeiro domicílio conjugal.
§ 4o O regime de bens, legal ou convencional, obedece à lei do país em que tiverem os
nubentes domicílio, e, se este for diverso, a do primeiro domicílio conjugal.
§ 5º - O estrangeiro casado, que se naturalizar brasileiro, pode, mediante expressa
anuência de seu cônjuge, requerer ao juiz, no ato de entrega do decreto de naturalização, se
apostile ao mesmo a adoção do regime de comunhão parcial de bens, respeitados os direitos de
terceiros e dada esta adoção ao competente registro. (Redação dada pela Lei nº 6.515, de
1977)
§ 6º O divórcio realizado no estrangeiro, se um ou ambos os cônjuges forem brasileiros,
só será reconhecido no Brasil depois de 1 (um) ano da data da sentença, salvo se houver sido
antecedida de separação judicial por igual prazo, caso em que a homologação produzirá efeito
imediato, obedecidas as condições estabelecidas para a eficácia das sentenças estrangeiras no
país. O Superior Tribunal de Justiça, na forma de seu regimento interno, poderá reexaminar, a
requerimento do interessado, decisões já proferidas em pedidos de homologação de sentenças
estrangeiras de divórcio de brasileiros, a fim de que passem a produzir todos os efeitos
legais. (Redação dada pela Lei nº 12.036, de 2009).
§ 7o Salvo o caso de abandono, o domicílio do chefe da família estende-se ao outro
cônjuge e aos filhos não emancipados, e o do tutor ou curador aos incapazes sob sua guarda.
§ 8o Quando a pessoa não tiver domicílio, considerar-se-á domiciliada no lugar de sua
residência ou naquele em que se encontre.
Foi Savigny quem objetivou o método para a determinação da norma aplicável em caso
de conflito entre leis internacionais. 
As convenções têm o poder de afastar as normas puramente nacionais de questões
sobredireito. 
DIP resumido em três perguntas:
A primeira e principal pergunta do DIP é: “qual a lei aplicada?"
Segunda pergunta: “qual é o juiz competente para julgar o caso?” 
Terceira pergunta: “a sentença proferida será reconhecida e executada em outros
Estados?” 
10.08.2016
Antes da invasão dos Bárbaros (476 d.C), os Romanos ignoravam os direitos dos
Estrangeiros. 
O número expressivo de bárbaros fez com que o romanos fossem obrigados a
reconhecer o estrangeiro como pessoa.
Aí foram criados dois direitos: um, aplicado aos romanos; outro, aos estrangeiros.
Com o tempo, os estrangeiros começaram a ser relacionar com os romanos (casar,
comprar, vender), momento no qual foi necessário estabelecer uma regra de conexão a
fim de determinar a regra aplicável.
Assim surgiu o Direito Internacional Privado daquela época.
O Pretor (designado por Justiniano) perguntava às partes qual leis foram
utilizadas/aplicadas para o estabelecemento da relação. 
Daí surgem as perguntas bases do Direito Internacio Privado: “qual é a lei aplicável?”
“Quem é o juiz competente?” “Onde executar a sentença?"
Já na época moderna, surgem 3 pensadores que moldam o DIP como ele é hoje:
a) Joseph Story, em 1934, publicou um livro chamado de conflicts of law. Conflitos de
lei, para o professor, é a melhor maneira de definir o objeto da disciplina: “qual das leis é
aplicável para a resolução de um conflito?” Esse livro foi importante para identificar a
natureza da norma de Direito Internacional, que deve ser vista como uma norma de
conflito. Essa norma não decide um fato, não é de direito material;
b) Pasquale Mancini, autor italiano, desenvolveu o elemento de conexão nacionalidade.
Do ponto de vista histórico, é o mais importante e clássico elemento de conexão do DIP.
Elemento de conexão é o fenômeno que liga um fato jurídico a um Direito. Para Mancini,
esse elemento seria a nacionalidade, de forma que todas as pessoas que fossem
nacionais do país do qual decorre a norma estariam submetidas a essa. Esse elemento
de conexão contribuiu, politicamente, para a formação nacional da Itália. Art. 12, CF/88
molda o conceito de nacionalidade a partir das ideias de Mancini;
c) Friedrich Carl Von Savigny: Criou um método de solução de problemas
plurilocalizados. Savigny formulou o seu raciocínio da seguinte forma: a partir de cada
livro seu escrito sobre Direito Privado e da percepção de que as normas se aplicavam
aos alemãos, o que aconteceria se essas normas fossem aplicadas fora da Alemanha?
Como resolver o conflito de leis no espaço sobre um mesmo fato? A cada um desses
fatos ele atribui uma solução. Dizia que cada relação jurídica possui um Centro de
Interesse. 
Como era a norma antes de Savigny? Era uma norma unilateral. A norma unilateral
apenas diz o âmbito de sua aplicação. 
Savigny criou o modelo conflitual de normas. Ele tentou criar uma regra que revelasse a
norma aplicada. Em suma, ele buscou responder à pergunta: “qual a lei aplicável?"
Savigny queria uma harmonia mundial entre as leis. Então, um Estado não poderia definir
que no seu território seria válida apenas a sua lei, desconsiderando, assim, as normas
dos outros Estados. 
Isso o levou a criar um método para resolver esse conflito de normas e o fez criando uma
regra de conflito (um dispositivo legal). Essa regra pode decorrer de um foro internacional
ou do órgão legislativo nacional. Essa regra de conflito serve para definir qual a norma
aplicada no caso de conflitos entre normas de Estados diferentes. 
Segundo grande axioma de Savigny: a regra de sobredireito deveria ser universal, isto é,
só deveria existir um único código válido para todo o Universo tratando das regras de
conflito.
Isso não funcionou porque nem todos os Estados concordaram com a solução
prosposta, o que fez como que cada um estabelecesse o seu próprio Direito
Internacional Privado.
Contudo, ainda que cada Estado tenha o seu próprio DIP, em paralelo concorrem
esforços Internacionais para compatibilizar as diferentes normas (p. ex.: Convenções
Internacionais).
Logo, pode-se concluir, que a ideia de Savigny se perfectibiliza mediante acordos
internacionais firmados entre os Estados. 
O que Savigny queria no final do seu raciocínio? Era de que, a partir de uma lei universal,
o juiz competente para julgar a causa, chegasse à leiaplicável. 
Savigny tentou construir, com o seu modelo de resolução conflitual, um sistema de
Direito que retirasse a importância do Estado e nucleacisasse o fato jurídico,
independentemente do juiz que vai julgá-lo, de tal modo que a sentença proferida seria
sempre a mesma, podendo ser executada em qualquer lugar. 
17.08.2016
Objetivo da aula: contrapor o método unilateral com o método conflitual.
Professor diz que irá defender o método conflitual.
Na Roma antiga, o estrangeiro era hostilizado. Com a extensão do império, novas áreas e
povos foram conquistados. Com isso, o direito e a religião desses locais foram
devastados e substituídos pelo direito romano.
Unilateralismo:
a. Primeira característica: indicação de um âmbito de atuação material
Aí surge o unilateralismo, isto é, uma única lei indicando o seu campo de aplicação. A
norma do art. 10, §1º, da LIND expressa um modelo de norma unilateral:
Art. 10. A sucessão por morte ou por ausência obedece à lei do país em que domiciliado o
defunto ou o desaparecido, qualquer que seja a natureza e a situação dos bens.
§ 1º A sucessão de bens de estrangeiros, situados no País, será regulada pela lei brasileira em
benefício do cônjuge ou dos filhos brasileiros, ou de quem os represente, sempre que não lhes seja mais
favorável a lei pessoal do de cujus. 
§ 2o A lei do domicílio do herdeiro ou legatário regula a capacidade para suceder.
 
Até o fim do Império romano, era o método que se conhecia: os romanos faziam a lei e
definiam-lhe o seu campo de atuação.
Naquela época, não havia conflito, porque o estrangeiro não possuia direito algum, ou ela
deveria se adequar às normas de Roma ou não teria direitos.
b. Segunda característica: Territorialidade
Havia o que se pode chamar de a absoluta territorialidade da lei. Ela valeria no território
independentemente da pessoa que nele estivesse presente.
Não que isso não exista atualmente, mas hoje existe a possibilidade da lei criar uma
conexão e “trazer” determinado caso para o seu território. Exemplo disso é o que consta
no art. 7º, Código Penal:
Extraterritorialidade (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 1984)
 Art. 7º - Ficam sujeitos à lei brasileira, embora cometidos no estrangeiro: (Redação
dada pela Lei nº 7.209, de 1984)
 I - os crimes: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
 a) contra a vida ou a liberdade do Presidente da República; (Incluído pela Lei nº
7.209, de 1984)
 b) contra o patrimônio ou a fé pública da União, do Distrito Federal, de Estado, de
Território, de Município, de empresa pública, sociedade de economia mista, autarquia ou
fundação instituída pelo Poder Público; (Incluído pela Lei nº 7.209, de 1984)
 c) contra a administração pública, por quem está a seu serviço; (Incluído pela Lei nº
7.209, de 1984)
 d) de genocídio, quando o agente for brasileiro ou domiciliado no Brasil; (Incluído
pela Lei nº 7.209, de 1984)
 II - os crimes: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
 a) que, por tratado ou convenção, o Brasil se obrigou a reprimir; (Incluído pela Lei nº
7.209, de 1984)
 b) praticados por brasileiro; (Incluído pela Lei nº 7.209, de 1984)
 c) praticados em aeronaves ou embarcações brasileiras, mercantes ou de
propriedade privada, quando em território estrangeiro e aí não sejam julgados. (Incluído
pela Lei nº 7.209, de 1984)
 § 1º - Nos casos do inciso I, o agente é punido segundo a lei brasileira, ainda que
absolvido ou condenado no estrangeiro.(Incluído pela Lei nº 7.209, de 1984)
 § 2º - Nos casos do inciso II, a aplicação da lei brasileira depende do concurso das
seguintes condições: (Incluído pela Lei nº 7.209, de 1984)
 a) entrar o agente no território nacional; (Incluído pela Lei nº 7.209, de 1984)
 b) ser o fato punível também no país em que foi praticado; (Incluído pela Lei nº
7.209, de 1984)
 c) estar o crime incluído entre aqueles pelos quais a lei brasileira autoriza a
extradição; (Incluído pela Lei nº 7.209, de 1984)
 d) não ter sido o agente absolvido no estrangeiro ou não ter aí cumprido a
pena; (Incluído pela Lei nº 7.209, de 1984)
 e) não ter sido o agente perdoado no estrangeiro ou, por outro motivo, não estar
extinta a punibilidade, segundo a lei mais favorável. (Incluído pela Lei nº 7.209, de 1984)
 § 3º - A lei brasileira aplica-se também ao crime cometido por estrangeiro contra
brasileiro fora do Brasil, se, reunidas as condições previstas no parágrafo
anterior: (Incluído pela Lei nº 7.209, de 1984)
 a) não foi pedida ou foi negada a extradição; (Incluído pela Lei nº 7.209, de 1984)
 b) houve requisição do Ministro da Justiça. (Incluído pela Lei nº 7.209, de 1984)
Um episódio marcante da história foi a invasão dos bárbaros. Os romanos decidiram,
então, criar um direito diferente para os estrangeiros chamado de ius cogens.
Com o tempo a situação piorou, porque as relações não se davam apenas entre
estrangeiros, mas também entre esses e os romanos.
A solução para isso foi a seguinte: o julgador tinha que perguntar às partes a que lei elas
se desejavam submeter. Aí surge o prenúncio de autonomia da vontade, o que faz
emergir um novo critério:
Critério da personalidade das leis
Esse contrapõe-se à teoria do territorialismo. Segundo essa teoria, cada pessoa
“carregaria uma mochila com a sua lei”. Isso se aplica no art. 12 da CF que define os
critérios de nacionalidade.
Feudalismo
Com o feudalismo, houve um retorno à unilateralidade das leis, já que havia um limite
físico sobre o qual incidiam as leis do senhor feudal.
Florescimento comercial das cidades ao norte da Itália
Isso promoveu um intercâmbio cultural intenso. 
Cada uma dessas cidades tinha uma estatuta que estabelecia as regras válidas no seu
território.
Só que o florescimento comercial choca-se com as statutas das cidades.
Por exemplo: um comerciante de uma cidade faz negócio com o de outra. Qual a statuta
aplicável?
Foi aí que surgiu Bártolo de Sassoferrato. Ele funda a escola dos glosadores romanos,
que fazem um resgate da forma como os pretores romanos aplicavam o direito romano
(que ainda vigia) e ao lado dos códigos escreviam as interpretações.
Essas glosas são, hoje, novas fontes dos Direito Internacional Privado. Por essas
circunstâncias, Bártolo é considerado o pai do Direito Internacional Privado tal qual o
conhecemos hoje.
Período nacionalista
Surge com a formação dos primeiros Estados nacionais, assim como a formação de um
Direito para cada um desses Estados.
Savigny
Desnucleariza a lei e volta as atenções para o fato. É o fato que busca uma sede, um
direito.
O fato tem características próprias.
Modelo básico de conflito de leis
Um casal homoafetivo. Ela, uma grega e a outra, belga, resolvem contratar uma barriga
de alugel indiana para ser fertilizada com o óvulo de uma delas com um esperma
comprado em Israel. Sendo que o filho deverá nascer na Holanda, onde mora uma das
avós.
Qual é o Direito aplicável quanto ao nome da criança? Qual direito aplicável em relação à
Parternidade?
Vamos supor que aquela que deu a luz queira se tornar mãe da criança, registrando-a em
Paris.
E a outra, que contratou a barriga de aluguel, também queira ser considerada a mãe.
Qual o ordenamento aplicável?
Savigny disse que, objetivamente, todos os direitos devem estar ativos para a solução do
caso. Com isso, ele afasta a hipótese da unilateralidade.
Então ele criou um método para encontrar qual seria a única lei aplicável ao caso.
Savigny criou o que se chama de Norma de conflito que serve justamente para
solucionar um conflito entre leis. O objetivo dessa norma é atrair esse caso para o seu
raio de incidência. 
Objetivo:Estudar a formação do DIP no Brasil.
O professor defende a criação de uma nova lei que promova um diálogo entre as fontes.
Quais? As leis de direito interno com as de direito externo. 
Por que as leis de direito interno estão esfaceladas? 
Porque dois, dos três âmbitos compreendidos no DIP, não estão contemplados na
legislação nacional.
Segundo o professor, apenas a parte relacionada a determinação da lei aplicável está
prevista na legislação.
A oxigenzação do direito internacional privado tem hoje não vem do nosso legislador,
mas sim, do estrangeiro. Isto é, vem da nossa aceitação a acordos internacionais,
convenções etc.
Exemplos de Convenções:
Entrada em vigor no Brasil da Convenção de Viena para compra e venda de
mercadorias. 
A doutrina aponta que essa convenção trouxe a autonomia da vontade para essas
operações no Brasil.
O professor diz que não há autonomia da vontade. O brasileiro não pode livremente
escolher a lei aplicável. O que a Convenção trouxe foi que determinados tipos contratuais
“caem” no que dispõe a Constituição sobre a matéria, o que leva à obediência ao que
estiver previsto na Convenção.
Convenção de apostilamento da conferência de Haia
Faz com que as assinaturas dadas em documentos públicos dispensem a homologação
dos consulados.
Ex.: alguém faz doutorado na França e quer ter o título reconhecido no Brasil. Antes, a
pessoa teria que ir no consulado da França para que se certificasse a assinatura do reitor
e depois teria que levar o documento a um consulado brasileiro para que esse
certificasse que as assinaturas são verdadeiras. 
Savigny e Mancini criaram normas de conflitos com o objetivo de que fossem aceitas
universalmente. 
Savigny = base domicílio
Mancini = Base nacionalidade
Esse processo faliu com a criação de novos Estados (sobretudo a partir das I e II Guerras
Mundiais). Cada novo Estado queria, em razão de suas peculiaridades culturais,
religiosas, econômicas etc, elaborar a sua própria legislação. 
O DIP de matriz legal brasileira vacilou sempre entre duas alternativas: a) Savigny e b)
Mancini
Num primeiro momento, vigorou no Brasil as normas portuguesas (ordenações -
influenciadas pelo Direito Romano). 
Até 1824, então, vigoravam no Brasil as ordenações portuguesas.
Como Portugal estava vinculado à ideia de nacionalidade como elemento de conexão,
esse foi seguido no Brasil.
Enquanto o Brasil era um país “recebedor” de pessoas, era algo interessante, porque os
direitos dos imigrantes permaneciam preservados conforme às normas de seu país de
origem.
Países de imigração (toda américa) = estavam confortáveis com a escolha da 
nacionalidade como elemento de conexão.
A Constituição de 1824 não alterou esse critério.
Teixeira de Freitas desejava ter escrito o Código Civil do Império. Ele era influenciado
pelas ideias de Savigny.
Em 1865, ele apresentou um esboço de Código Civil (com 5 mil artigos), no qual trazia a
ideia Savigniana do domicílio como elemento de conexão.
Como o Império ainda estava fortemente ligado às ideias portuguesas, tal esboço não foi
aceito, sendo o projeto de novo código abandonado posteriormente.
Pimenta Bueno, contemporâneo a Teixera de Freitas, é considerado o primeiro
doutrinador brasileiro de DIP. Ele se opunha às ideias de Teixeira.
Escreveu uma obra na qual demonstrava orientação às ideias de Mancini, criticando,
inclusive, as ideias de Savigny.
Suas teses foram aceitas, posteriormente, por Clóvis Beviláquia no CC/1916.
Como no século XIX havia ondas imigratórias para o Brasil, foi interessante manter o
critério da Nacionalidade como elemento de conexão. 
Os imigrantes contribuíam para o crescimento econômico do País, de modo que era um
objetivo do Império a presença cada vez maior de imigrantes.
Assim, Clóvis Beviláquia optou pela Nacionalidade como elemento de conexão. Ou
seja, manteve a tradição que vinha do Império. Essa escolha impactou na organização
judiciária e cartorária do Brasil, porque qualquer ato jurídico realizado por um estrangeiro
deveria ser registrado no Brasil pois deveria ser regulado pelas normas do seu país de
origem (ex.: casamento, sucessão etc)
Tudo isso se tornou um problema quando o Brasil entrou na guerra. 
Quando as embarcações brasileiras começaram a ser bombardeadas, ficou insustentável
manter a aplicação da lei de países inimigos (p. ex.: Alemanha) no Brasil.
Então, Getúlio Vargas cria o DL 4.657/42 (Lei de Introdução ao Código Civil) reformando o
DIP.
Duas principais reformas:
1. No novo art. 7º, alterou-se o elemento de conexão nacionalidade para
domicílio. Com isso, todos os estrangeiros, seus bens e contratos, ficavam
sujeitos à lei brasileira;
2. Foi retirada a autonomia da vontade do então art. 17 (que veio a ser o novo art.
9º da atual LINDB).
31.08.2016
Jurisdição e competência internacional no Brasil
Art 21 NCPC: competência concorrente:
Art. 21. Compete à autoridade judiciária brasileira processar e julgar as ações em que:
I - o réu, qualquer que seja a sua nacionalidade, estiver domiciliado no Brasil;
II - no Brasil tiver de ser cumprida a obrigação;
III - o fundamento seja fato ocorrido ou ato praticado no Brasil.
Parágrafo único. Para o fim do disposto no inciso I, considera-se domiciliada no Brasil a pessoa
jurídica estrangeira que nele tiver agência, filial ou sucursal.
Não há litispendência entre ações em paises diferente, mas valerá a que transitar em
julgado primeiro no brasil.
Art 22 NCPC: outros casos de competência concorrente
Art. 22. Compete, ainda, à autoridade judiciária brasileira processar e julgar as ações:
I - de alimentos, quando:
a) o credor tiver domicílio ou residência no Brasil;
b) o réu mantiver vínculos no Brasil, tais como posse ou propriedade de bens, recebimento de
renda ou obtenção de benefícios econômicos;
II - decorrentes de relações de consumo, quando o consumidor tiver domicílio ou residência no
Brasil;
III - em que as partes, expressa ou tacitamente, se submeterem à jurisdição nacional
Art 23 CCP: competência exclusiva
Art. 23. Compete à autoridade judiciária brasileira, com exclusão de qualquer outra:
I - conhecer de ações relativas a imóveis situados no Brasil;
II - em matéria de sucessão hereditária, proceder à confirmação de testamento particular e ao
inventário e à partilha de bens situados no Brasil, ainda que o autor da herança seja de nacionalidade
estrangeira ou tenha domicílio fora do território nacional;
III - em divórcio, separação judicial ou dissolução de união estável, proceder à partilha de bens
situados no Brasil, ainda que o titular seja de nacionalidade estrangeira ou tenha domicílio fora do
território nacional.
Departamento de Recuperação de Ativos e Cooperação Jurídica Internacional: é
autoridade central brasileira que confere legitimidade aos juízos de cooperação. A carta
rogatória passa do juizo brasileiro para autoridade central, depois dessa para a
autoridade central do outro pais e depois para o juízo do outro pais.
Em matéria de concorrência, o CADE é autoridade central. 
Nos casos de prestação de alimentos, o alimentando pede diretamente à autoridade
central brasileira, e quem ajuiza a ação é a propria AGU por ser o meio mais célere. 
A cooperação será jurisdicional ou administrativa
Jurisdicional: processada através do STJ nos casos de precatória e sentença
estrangeira. Já nos casos de extradição é pelo STF. Eles fazem contencioso limitado, pois
não analisam mérito.
Administrativa: processada pelas autoridades centrais. Fazem a lex diligencia
Ainda, a cooperação pode ser
Ativa: Quando a autoridade emite um pedido. Ex: brasil pede oitiva de uma testemunha.
Observa-se a formalidade do direito estrangeiro.
Passiva: Quando a autoridade central recebe o pedido e observa as formalidades do
direito nacional. Ex: chega ao brasil o pedido de oitiva de testemunha. 
Carta rogatória:art 36 CPC c/c art 260 CPC - pedido oriundo de autoridade judiciaria
estrangeira , contendo atos instrutórios, ordinatórios, não sendo para atos finais. STJ que
processa. Ver art 216 do RI STJ Ex: medidas cautelares. Ocorre quando a parte se
encontra em estado estrangeiro.
Contém juízo rogante (estrangeiro. Aquele que pede a medida) e juízo rogado (nacional.
Recebe o pedido. Se o juizo que o receber que não foi ferida a ordem publica brasileira,
em contencioso limitado, concederá o exequatur. Determinado o exequatur, a medida é
enviada ao juiz federal (1ª instancia) de acordo com a competência territorial desse, e
esse é que fará a execução. STJ faz admissibilidade, e juiz federal executa. A execução
estrangeira nao produz efeitos no brasil se não for por carta rogatoria (art 17, LINDB). 
Homologação de decisão estrangeira (arts 960-965 CPC)
STJ que homologa, tanto sendo decisão jurisdicional ou administrativa. Ex: no japão, a
decisao de divórcio é administrativa e em Israel também (quem decide é o rabino em
tribunal religioso). Sentença arbitral também. Contencioso limitado (juízo de delibação). 
O que seria ferir ordem publica ou soberania naciona? A dignidade da pessoa humana
(sao poucos autores que falam nesse requisito, pois é mto moderno). As partes que
ofendem não sao homologadas, mas se houver parte que não ofende, aí pode
homologar. Após, a carta é passada ao juiz federal para execução. 
Medidas administrativas de cooperação:
- auxílio direto (mutual legal assistance). Arts 28-34 CPC. DRCI (autoridade central.
Vinculada ao ministerio da justica) pede para autoridade central do outro país. O CADE
tbm é aut central em alguns casos. É processado diretamente entre as autoridades. Nao
passa pelo STJ (não tem juízo de delibação).
- pedido de informações sobre direito estrangeiro: pedido feito administrativamente para
que sejam dadas informações sobre o funcionamento de um direito estrangeiro. 
07.09.2016 - s/aula - feriado
14.09.2016 - s/aula - semana acadêmica
21.09.2016
Qual foi a influência da doutrina clássica na nossa legilslação?
Quando fizemos a nossa primeira legislação em matéria de Direito Privado, poderíamos
ter seguido Savugny. Na reforma de 1942, poderíamos ter optado pela doutrina de
Mancini.
Foi apenas em nos últimos anos que a teoria de Mancini (nacionalidade) vem perdendo a
sua força como elemento de conexão.
Em substituição, existem outros dois elementos:
i. residência habitual. Protocolo de Haia de 2007 fala na residência habitual como
elemento de conexão;
ii. autonomia da vontade. É a possibilidade das partes elegerem, por vontade
própria, a lei que regulará o caos a que se sujeitam. Há 100 anos ela vem sendo
utilizando no âmbito dos contratos reais, mas ultimamente esse elemento também
vem sendo utilizado para regular estatutos pessoais (ex.: ordenamento que regula
o divórcio internacional). Ao optar pela autonomia da vontade como elemento de
conexão, afasta-se a regra que objetivamente se aplicaria ao caso.
Fala-se em três espécies de autonomia da vontade: amplíssima, normal e limitada:
a. amplíssima: quando as partes podem eleger as normas reguladoras de
modo tão amplo que podem, inclusive, criar novas, ou seja, estabelecer
regras que não estão previstas em nenhum ordenamento jurídico estatal.
Ex.: casamento celebrado em uma ilha deserta. 
b. normal: seria aquela permitida pela lei, ou seja, a lei autoriza que as partes
escolham a norma que será aplicada ao caso, desde que tenha um caráter
público, isto é, deve se tratar de uma lei que exista. Deve haver também uma
conexão entre a lei escolhida e o caso (fala-se no elemento de proximidade).
Ex.: Partes vão morar em tal lugar; o acidente aconteceu em tal lugar; etc.
c. limitada: Para o campo de família, é a mais comum. Significa que as
partes podem escolher a regra, mas a lei que permite isso já coloca as
limitações para essa escolha. Ex.: o regulamento da UE permite que as
pessoas escolham a lei que será aplicada em caso de divórcio, contudo a lei
escolhida deve ser a do país de um dos nubentes desde que ambos morem
nesse lugar há, pelo menos, mais de 1 ano. O que se quer demonstrar é que
essa autonomia é limitada pela própria lei que a autoriza. 
d. limitadíssima: É o extremo da autonomia limitada, que ocorre quando a
lei, embora permita a escolha da autonomia como elemento de conexão,
restringe à lei da nacionalidade de uma das partes. 
Observação:
Estatutos pessoais utilizam elementos de conexão baseados na pessoa, tais como a
nacionalidade e o domicílio.
Já os Estatutos reais, valem-se de outros elementos, como, por exemplo, local onde se
encontra o bem etc.
Conclui-se que a ideia da existência de uma lei de introdução ao código civil vem de
Savigny. 
Artigos para prova:
i. Evolução histórica do DIP: André de Carvallho Ramos;
ii. Friedrich Carl Von - Roberto Luiz Dias Labrano
iii. A realização do DIP na história moderna: um panorama conparativo de determinação
da lei aplicável - Cristiano Stangliger Esser
iv. El derecho internacional privado en el diva: Tribulações de um ser complexo.: Diego
Fernandes Arroyo
v. DIP de matriz legal e sua evolução no Brasil: André de Carvalho Ramos

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