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Relação Entre Depressão e Menopausa em Mulheres na Faixa Etária de 45 A 65 Anos

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Relação Entre Depressão e Menopausa em Mulheres 
na Faixa Etária de 45 A 65 Anos 
Autor: Vilma Aparecida Pereira Coelho | Publicado na Edição de: Abril de 2014 
Categoria: Psicologia Clínica 
Resumo: A menopausa é um marco biológico na vida da mulher, que 
representa a transição da fase reprodutiva para não reprodutiva, e pode 
ocasionar mudanças biopsicossociais nas mulheres que a vivenciam. Esta 
pesquisa teve como objetivo verificar a relação entre depressão e menopausa 
em mulheres com idade entre 45 e 65 anos, que estão em atendimento 
ginecológico em uma unidade de saúde do município de Rolim de Moura- RO. 
Em relação à metodologia, foi uma pesquisa de campo, descritiva e 
exploratória com abordagem quantitativa. A pesquisa foi realizada com 19 
sujeitos e os instrumentos utilizados para coleta de dados foram o Inventário de 
Depressão de Beck e um questionário sócio demográfico. Os resultados gerais 
sobre a incidência de depressão indicaram que (63,17%) das participantes 
apresentaram depressão, (26,32%) na categoria leve, (26,32%) na categoria 
moderada e (10,53%) na categoria grave, sendo que pelo menos um dos 
sintomas característicos de depressão esteve presente em todas as 
participantes. A elevada prevalência de sintomas depressivos em mulheres na 
menopausa pode estar associada tanto as alterações hormonais, como 
também as mudanças sociais que acontecem nesse período. 
Palavras-chave: Depressão, Menopausa, Depressão na menopausa. 
1. Introdução 
A depressão é um sério problema de saúde, que vem crescendo de 
maneira significativa, tem como característica o sofrimento psíquico e físico do 
indivíduo. A menopausa é um período marcado pela redução fisiológica da 
função ovariana, durante a qual, acontecem mudanças endócrinas, somáticas 
e psíquicas. É um processo que ocorre quando a mulher pára de ovular e 
menstruar e quando não é mais capaz de conceber um filho (POLISSENI et al., 
2008; PAPALIA; OLDS; FELDMAN, 2008). 
Entre os sintomas psicológicos apresentados, o humor é um dos 
mecanismos mais acometidos, esse período de mudança da vida da mulher é 
uma fase de considerável estresse e, assim de risco para o desenvolvimento 
da depressão. Embora seja um processo natural do envelhecimento, os 
sintomas da menopausa podem causar desconforto em maior ou menor grau 
nas mulheres que o vivenciam, causando assim prejuízo na qualidade de vida 
das mesmas (VERAS et al., 2007; NIEVAS et al., 2006; POLI; SCHWANKE; 
CRUZ, 2010). 
Dessa forma, a menopausa deve ser pensada não só como um evento 
biológico, mas biopsicossocial. Este estudo trouxe como problematização à 
seguinte questão: pode-se associar um aumento no índice do quadro 
depressivo em mulheres durante a fase da menopausa? 
Com relação às hipóteses testadas, traz-se aspectos relacionados aos 
fatores de que: a menopausa pode desenvolver um maior índice de sintomas 
depressivos, mulheres que desenvolvem uma atividade profissional durante a 
fase da menopausa, apresentam um nível menor de depressão e mulheres que 
vivenciam a fase da menopausa com um companheiro, têm menores índices 
de desenvolvimento da depressão. 
Diante do exposto, o objetivo geral do estudo foi investigar a prevalência 
de depressão em mulheres no período da menopausa. E como justificativa, a 
relevância pessoal, que se deu pelo fato de ser uma fase marcante da vida das 
mulheres, portanto, um momento rico para ser trabalhado. Cientificamente a 
pesquisa se justifica por ser feita com instrumento validado, uma vez que 
outras pessoas poderão usá-la como base, podendo assim, contribuir para 
novas pesquisas. 
Para a sociedade se mostra importante, devido ao fato de poder auxiliar na 
promoção do entendimento de como a menopausa pode estar influenciando o 
aparecimento da depressão que acaba por comprometer a qualidade de vida 
das mulheres, podendo assim pensar em formas de prevenção. A pesquisa foi 
realizada em uma Unidade Básica de Saúde do município de Rolim de Moura – 
RO. 
O presente estudo está estruturado da seguinte forma: primeiramente será 
abordado o conceito de depressão, menopausa e depressão na menopausa, 
em seguida será feita a apresentação, discussão e análise dos resultados 
obtidos, e posteriormente as considerações finais. 
2. Depressão 
A tristeza é uma característica humana, resposta às situações de perdas, 
derrotas, estresse, fracassos e a outros conflitos vivenciados no cotidiano. Em 
determinadas circunstâncias pode ser considerada normal, mas quando se 
torna muito intensa, poderá levar ao surgimento de um sofrimento psíquico, 
constituindo assim um sinal de alerta, demonstrando que a pessoa está 
precisando de ajuda (DEL PORTO, 1999; FONSECA; COUTINHO; AZEVEDO, 
2008). 
Para Fleck et al. (2009), a depressão é um agravo a saúde relativamente 
comum, crônico e recorrente, está associado com incapacidade funcional, afeta 
a saúde física e o bem estar da pessoa. Além de elevar a procura por serviços 
de saúde. 
A depressão tem impacto negativo na vida não só do paciente mas 
também de seus familiares, causando prejuízos nos aspectos sociais, 
profissionais e outras áreas importantes da vida, caracterizada como um 
transtorno de humor. É uma das alterações afetivas mais comentadas e 
estudadas nos últimos tempos. Ela modifica a percepção que a pessoa tem de 
si mesmo, passando assim a ver seus problemas do cotidiano como grandes 
desastres (ESTEVES; GALVAN, 2006; POWELL et al., 2008). 
Os sintomas mais característicos da depressão são irritabilidade, apatia, 
perda de interesse, tristeza, atraso motor ou agitação, idéias agressivas, 
desolação e diversas queixas somáticas como insônia, fadiga, anorexia 
(ESTEVES; GALVAN, 2006). 
Para Martins e Barreto (2009), a depressão é uma doença que afeta o 
emocional do indivíduo incapacitando-o de sentir prazer. É caracterizada pela 
baixa do humor, abatimento e melancolia profunda, na maioria das vezes 
acompanhados de mal-estar fisico e de alguns sentimentos como, falta de 
auto-confiança e de coragem, desânimo, pessimismo e sentimento de pesar. 
Segundo Del Porto (1999), a depressão é classificada de acordo com o 
estado geral de cada paciente, podendo ser designada como um sintoma, uma 
síndrome ou como uma doença. Para o autor, a depressão como sintoma 
pode surgir nos mais variados quadros clínicos ou como resposta à situações 
de muito estresse ou a outras circunstâncias sociais e econômicas adversas. A 
depressão como uma síndrome, envolve mais que alterações de humor como 
tristeza, irritabibilidade, falta de capacidade de sentir prazer, apatia, mas 
também outros aspectos como alterações cognitivas, psicomotoras e 
vegetativas. A depressão como doença pode ser classificada de várias formas, 
de acordo como o período histórico, do ponto de vista e preferência adotada 
pelos autores. 
2.1 Menopausa 
A menopausa é um processo que ocorre quando a mulher para de ovular e 
menstruar e quando não é mais capaz de conceber um filho. Acontece 
geralmente um ano após o último ciclo menstrual. (PAPALIA; OLDS; 
FELDMAN, 2008). 
Grande parte das mulheres apresenta, nesse período, ciclos menstruais 
irregulares, com períodos de amenorréia ou de sangramento frequente, 
associados à flutuação hormonal que acontece nessa fase em decorrência de 
um desenvolvimento folicular irregular. (ANDRADE; VIANA; SILVEIRA, 2006). 
Para Rossi (2004 apud PAPALIA; OLDS; FELDMAN (2009) durante a 
menopausa a produção de óvulos começa a diminuir, e os ovários produzem 
cada vez menos estrogênios, o hormônio feminino. A fase de três a cinco anos 
que ocorre essa desaceleração de hormônio e da ovulação antes da 
menopausa é chamada Perimenopausa ou climatério.De acordo com Galvão et al. (2007), o climatério corresponde à fase final 
da vida reprodutiva da mulher, onde acontece o declínio gradual da função 
ovariana e ocorre a menopausa. Tem início por volta dos 45 anos e pode 
chegar até aos 65 anos, e está associado com algumas alterações 
biopsicossociais que acaba por afetar o bem estar da mulher comprometendo 
assim a sua qualidade de vida. 
Em decorrência do hipoestrogenismo, surgem sintomas vasomotores, 
atrofia vaginal, disfunções sexuais, sintomas urinários, podendo aumentar o 
risco de doenças cardiovasculares e osteoporose (POLISSENI et al., 2009). 
Segundo Andrade, Viana e Silveira (2006), à maioria das mulheres 
experimenta durante a perimenopausa sintomas físicos e psíquicos associados 
a alterações de humor. Os sintomas característicos desse período são, ondas 
de calor, acompanhada por sudorese intensa, podendo ocorrer com frequência 
durante a noite, o que prejudica a qualidade do sono. A utrofia uregenital que 
ocorre provoca sintomas urinários que podem levar a dispareunia. 
Para Berni, Luz e Kohlrausch (2007), a intensidade das alterações que a 
mulher vivência na fase do climatério vai depender do ambiente sócio cultural 
que ela está inserida, das suas condições de vida e do nível de privação 
estrogênica. Porém a maioria dos sintomas está relacionada com a redução 
dos níveis de estrogênio circulantes. 
Culturalmente a menopausa é vista como uma fase marcante, que 
determina algumas mudanças na vida da mulher, até mesmo em seu papel 
social. Porém a menopausa favorece o aparecimento de alguns sintomas 
desconfortáveis e aumenta o aparecimento de doenças (FAVARATO; 
ALDRIGHI, 2001). 
No Brasil, a média de idade para ocorrência da menopausa é de 51,2 
anos. A expectativa atualmente de vida da mulher brasileira é de 72 anos, 
calcula-se assim que as mulheres permanecem um terço de suas vidas em 
estado de deficiências hormonais. E essas modificações são na maioria das 
vezes acompanhada de mudanças fisiológicas e comportamentais (ZAHAR et 
al., 2005). 
2.2 Depressão na Menopausa 
Segundo Fleck et al. (2009), a condição feminina já é um fator de risco 
para a depressão, estudos realizados em vários países, em diferentes 
comunidades e em registro de busca por serviços psiquiátricos mostram que a 
depressão é duas a três vezes mais frequente em mulheres que em homens. 
Durante a fase da menopausa acontecem algumas alterações no corpo e 
na mente da mulher, entre os sintomas psicológicos apresentados, o humor é 
uma das estruturas mais afetadas (VERAS et al., 2007). 
Os sintomas mais comuns das alterações de humor na menopausa são 
irritabilidade, labilidade emocional, episódios de choro imotivado, ansiedade, 
humor depressivo, falta de motivação e energia, dificuldade de concentração, 
memorização e insônia (ANDRADE; VIANA; SILVEIRA, 2006). 
Segundo Blumenfield e Tiamson-kassab (2010), as alterações hormonais 
que acontecem durante a menopausa estão associados a episódios 
vasomotores descritos como ondas de calor, podendo causar ansiedade, 
desconforto e insônia. Para algumas mulheres, pode ter um significado 
psicológico importante no fato de ter atingindo esse estágio do ciclo 
reprodutivo, gerando sentimentos de perda e depressão. 
Para Galvão et al. (2007), as reações emocionais que acometem as 
mulheres no climatério são muito variáveis, algumas vivenciam com pouco ou 
nenhum desconforto, reconhecendo esse período como uma nova fase do 
amadurecimento, que é possível viver com maior segurança e conforto. Outras 
podem vivenciar de forma negativa apresentando vários sintomas e queixas 
psíquicas, as que mais se destacam são irritabilidade, ansiedade, depressão e 
disfunções sexuais. 
Para Poli, Schwanke e Cruz (2010), é importante ressaltar que a 
menopausa é um processo biológico natural e não uma doença. No entanto 
pode proporcionar na maioria das mulheres, sinais e sintomas que causam 
sofrimento, podendo prejudicar a sua qualidade de vida, alterar o sono e 
despertar sentimentos de tristeza e perda. 
2.3 Consequências da Depressão Na Menopausa 
A depressão se mostra comprometedora da qualidade de vida da mulher, 
além do risco de suicídio, tem as dificuldades sociais, matrimoniais, 
profissionais, podendo assim retirá-la do convívio social e dos cuidados com a 
saúde. Pesquisas têm demonstrado que a depressão e a ansiedade têm sido a 
quarta causa mundial de incapacitação social e um dos principais problemas de 
saúde pública. As dificuldades sociais da depressão incluem tanto a 
incapacidade individual como o fardo familiar associado à doença (SILVA et al., 
2008; LIMA, 1999; POLISSENI et al., 2009). 
3. Metodologia 
3.1 Sujeitos 
Participaram da pesquisa dezenove mulheres com idade entre 45 e 65 
anos, que estavam em atendimento ginecológico em uma determinada unidade 
de saúde do município de Rolim de Moura - RO. A seleção da amostra foi do 
tipo não probabilístico por conveniência. 
No momento do estudo quatorze (73,68%) das mulheres estavam casadas, 
três (15,68%) solteiras, uma (5,26%) viúva e uma (5,26%) divorciada. Em 
relação a escolaridade, a maioria tem o ensino fundamental, um total de 
dezesseis (84,21%) e somente três (15,68%) tem o ensino médio. Sobre a 
ocupação, quatorze (73,68) não exerce nenhum tipo de atividade renumerada e 
cinco (26, 31%) exerce alguma atividade. Quanto ao número de filhos, nove 
(47,36%), responderam que tem de um a três, nove (47,36%) de três a seis e 
uma (5,26%) nenhum filho. 
Tabela 1 - Descrição dos dados sócios demográficos, interior de Rondônia 
- RO, 2012. 
Características sócio demográficas 
N % 
Idade 
45-50 
50-55 
55-60 
60-65 
 
12 
6 
0 
1 
 
63.15 
31.57 
0 
5.26 
Estado civil 
Solteira 
Casada 
Divorciada 
Viúva 
 
3 
14 
1 
1 
 
15.78 
73.68 
5.26 
5.26 
Numero de filhos 
0 
1-3 
3-6 
 
1 
9 
9 
 
5.26 
47.36 
47.36 
Atividade renumerada 
Sim 
 
5 
 
26.31 
Não 14 73.68 
Escolaridade 
Ensino fundamental 
Ensino médio 
 
16 
3 
 
84.21 
15.78 
Fonte: A autora (2012) 
3.2 Instrumentos 
Para realização da pesquisa utilizou-se o Inventário de Depressão de Beck 
(DBI), versão traduzida e validade em português. 
O Inventário de Depressão de Beck é uma escala de auto-aplicação, 
composta de 21 itens, cada item com quatro alternativas, para medida da 
intensidade da depressão. Os itens se referem à sintomatologia depressiva: 
tristeza, pessimismo, sentimento de fracasso, insatisfação, culpa, punição, 
auto-aversão, auto-acusações, idéias suicidas, choro, irritabilidade, retraimento 
social, indecisão, mudança na auto-imagem, dificuldade de trabalhar, insônia, 
fatigabilidade, perda de apetite, perda de peso, preocupações somáticas e 
perda da libido. Para obter o escore total do BDI, somam-se os escores 
individuais dos itens correspondentes às alternativas assinaladas pelos 
examinandos dos 21 itens. Cada grupo apresenta quatro alternativas, que 
podem ter escore 0, 1, 2 ou 3. O escore total permite a classificação de níveis 
de intensidade de depressão, que varia entre 0-11 mínimo, 12-19 normal, 20-
35 moderado, 36-63 grave (CUNHA, 2001). 
Da mesma forma foi utilizado um questionário sócio demográfico que foi 
desenvolvido especificamente para o estudo em questão, contendo questões 
acerca de idade, estado civil, ocupação, número de filhos e escolaridade, tendo 
como objetivo a melhor caracterização da amostra. 
3.3 Métodos 
Foi realizada uma pesquisa de campo, e posteriormente seus dados foram 
analisados de acordo com a abordagem quantitativa, de cunhodescritivo e 
exploratório. E para melhor compreensão dos dados foi utilizado o método 
dedutivo. 
3.4 Procedimentos 
Para realização deste artigo, foi primeiramente desenvolvido um projeto de 
pesquisa, depois foi solicitada a autorização da instituição para realização da 
pesquisa. 
A pesquisa foi feita mediante convite em uma unidade de saúde, durante 
os atendimentos que estavam sendo desenvolvendo no local, foi exposto o 
objetivo da mesma, o sigilo e a privacidade das participantes, esclarecendo que 
não haveria riscos de qualquer natureza e que a participação não era 
obrigatória, poderiam desistir a qualquer momento, sem nenhum prejuízo. 
Foi aplicado a versão traduzida e validada em português do Inventário de 
Depressão Beck (BDI), e um questionário sócio demográfico elaborado para o 
estudo. No final os participantes foram informados que poderiam ter acesso 
aos seus devidos resultados, em dia e local determinado pela pesquisadora. 
Para participação na pesquisa foi solicitado à assinatura do Termo de 
Consentimento Pós Informado o qual dispõe sobre os pontos acima 
especificados. 
Após a aceitação as participantes receberam orientação conforme descrita 
no manual sobre como preencher o instrumento. 
O teste foi aplicado individualmente através da auto-administração, 
levando um tempo médio de 15minutos. 
A interpretação e análise dos dados foram feitas conforme os critérios 
descritos no manual, sendo que a análise foi feita enfocando os pontos mais 
relevantes relacionados aos objetivos da pesquisa. 
4. Resultado e Discussão 
Considerando o escore total de cada um dos participantes, obteve-se os 
seguintes níveis de escores do DBI dos pacientes: sete (36,84%) apresentaram 
nível mínimo, cinco (26,32%) depressão leve, cinco (26,32%) depressão 
moderada e dois (10,53%) depressão grave, como mostra o gráfico 1. 
Gráfico 1 - Nível de depressão entre o total de entrevistados, interior de 
Rondônia, 2012. 
 
Fonte: A autora (2012) 
O resultado do teste indicou a presença de depressão em 12 das 19 
mulheres que responderam a pesquisa. Analisando as respostas das 
pesquisadas as 21 questões do BDI, observou-se a ocorrência de pelo menos 
um dos sintomas típicos que caracterizam um estado grave de depressão 
presente em todas as participantes. 
Como base nesses resultados, observou-se uma elevada prevalência de 
sintomas depressivos em mulheres no período da menopausa. 
Na meia idade da mulher, além da menopausa que é um evento 
fisiológico marcante que acontece e que geralmente vem acompanhada de 
manifestaçoes físicas e psíquicas, a meia idade feminina constitui um processo 
de transformação resultante da soma das alterações hormonais e corporais, e 
de agumas mudanças sociais (FAGULHA; GONÇALVES, 2005). 
Geralmente as mudanças socias que acontecem nessa fase são, 
modificação da estrutura familiar com a saída dos filhos de casa, 
aposentadoria, questionamento sobre a carreira, sobre o relacionamento 
afetivo, diminuição do desejo sexual, preocupações com o envelhecimento, 
fatores esses que podem levar a um repensar o sentido da vida. 
Percebe-se assim que o elevado índice de depressão está associado a um 
conjunto de fatores que envolvem tanto as alterações biológicas como as 
mudanças psicossociais. 
A menopausa é uma fase da vida da mulher durante a qual ocorrem 
alterações hormonais com consequências físicas, psicológicas e sociais, sendo 
assim um momento de considerável estresse, podendo desenvolver depressão 
(NIEVAS et al., 2006). 
Fernandes e Rozenthal (2008), corrobora no sentindo de salientar que a 
presença de sintomas depressivos em algumas mulheres no período da 
menopausa pode-se originar de uma série de fatores socioculturais, individuais 
e biológicos, que em conjunto favorecem o aparecimento das alterações de 
humor e da depressão. 
O gráfico 2 mostra os resultados das diferenças de níveis de depressão em 
mulheres que exercem ou não uma atividade renumerada. 
Gráfico 2 - Nível de depressão em mulheres que trabalham e não 
trabalham, interior de Rondônia 2012. 
 
Fonte: A autora (2012) 
Das mulheres que trabalham 15,79% apresentaram um escore mínimo de 
depressão e 10,53% de depressão moderada. As mulheres que não trabalham 
21,05% apresentaram um escore mínimo, 26,32% depressão leve, 15,79% 
depressão moderada e 10,53% depressão grave. 
Os sintomas de depressão mostraram significativamente mais intenso 
entre as mulheres que não exercem uma atividade renumerada. 
Dessa forma percebe-se que mulheres que não tem um trabalho 
renumerado são mais propensas a desenvolver depressão, tendo em vista as 
dificuldades econômicas, o fato de serem financeiramente dependentes do 
marido, fatores que podem dificultar o relacionamento conjugal e familiar. Hoje 
cada vez mais as mulheres estão entrando no mercado de trabalho, assim, 
essas mulheres que passaram suas vidas dedicadas aos cuidados com a casa 
e os filhos, que não tiveram uma independência do status econômico, podem 
desenvolver sentimentos de inferioridade e baixa alta estima, favorecendo 
assim o adoecimento. 
Pesquisas mostram que mulheres que exercem uma atividade renumerada 
têm um risco cinco vezes menor de desenvolver depressão, sendo considerado 
o trabalho renumerado um fator de proteção. (POLISSENE et al., 2009). 
O gráfico 3 mostra a diferença dos índices de depressão relacionado ao 
estado civil das participantes. 
Gráfico 3 - Nível de depressão por estado civil, interior de Rondônia, 2012. 
 
Fonte: A autora (2012) 
Das mulheres solteiras 10,53% apresentaram um escore mínimo de 
depressão e 5,26% depressão leve. As mulheres casadas 26,32% 
apresentaram um escore mínimo, 15,79% depressão leve, 21,05% depressão 
moderada e 10,53% depressão grave. A divorciada 5,26% apresentou nível 
mínimo e a viúva 5,26% depressão leve. 
Nesse estudo, sintomas de depressão se apresentam associados ao fato 
da mulher estar vivendo com um companheiro, o que não condiz com os 
achados de De Lorenzi et al. (2005), que relata que mulheres com 
relacionamentos maritais estáveis seriam menos propensas a desenvolver 
depressão e uma pesquisa feita por Lima (1999), que fala que a depressão 
parece ser mais frequente entre mulheres divorciadas e separadas do que em 
casadas e solteiras. 
Assim, observou-se um índice elevado de depressão em mulheres 
casadas, o que pode estar associado a problemas conjugais, visto que na fase 
da menopausa acontecem algumas mudanças que podem diminuir a qualidade 
do casamento, como as alterações de humor e a diminuição do desejo sexual, 
questões financeiras, como já foi citado acima, podendo assim aumentar a 
cobrança do marido, gerando um desconforto na mulher, o que pode ocasionar 
brigas, discussões e questionamentos, além de desenvolver sintomas 
depressivos. 
Segundo pesquisa feita por de Veras et al. (2006), dos fatores sócios 
demográficos foi observado maior pré disposição ao adoecimento psíquico em 
mulheres casadas e com baixo nível de escolaridade. O que corrobora com 
este estudo, tendo em vista que das mulheres pesquisadas a maioria 
apresentou baixa escolaridade. 
5. Considerações Finais 
O objetivo desta pesquisa foi investigar a prevalência de depressão em 
mulheres no período da menopausa, e os números obtidos através da 
aplicação do BDI, mostraram que houve um elevado índice de depressão nas 
mulheres pesquisadas. 
Os dados sócios demográficos analisados foram ocupação e estado civil, e 
os resultados da pesquisa apontaram que os sintomas depressivos estavam 
significativamente mais intensos em mulheres casadas e que não exercem 
nenhuma atividade renumerada. 
A fase de transiçãoda menopausa é um momento repleto de sentimentos 
e de modificações vivenciado pela mulher, porém se configura em uma etapa 
de adaptação que favorece o adoecer. 
Pode-se concluir que a menopausa é um momento de vulnerabilidade para 
as mulheres, e os sintomas depressivos podem ocorrer por influência de um 
conjunto de fatores que são as alterações biológicas, sociais, psicológicas e 
familiares. 
A grande incidência de doenças psíquicas na menopausa tem se revelado 
um problema de saúde pública, que muitas vezes é ignorado ou desconhecido 
por muitas pessoas, inclusive pelas próprias mulheres que o vivenciam, 
requerendo desse modo mais atenção dos profissionais de saúde. A saúde 
mental e a qualidade de vida são importantes para que essas mulheres 
possam vivenciar essa fase de uma maneira saudável, buscando cada vez 
mais seu equilíbrio biopsicosociofamiliar. 
 
Fonte: https://psicologado.com/atuacao/psicologia-clinica/relacao-entre-depressao-e-
menopausa-em-mulheres-na-faixa-etaria-de-45-a-65-anos © Psicologado.com

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