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2012 LiteraturasDiscursivaDiagramadaPism3 UFJF

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UFJF – MÓDULO III DO PISM – TRIÊNIO 2010-2012 – PROVA DE LITERATURAS 
PARA O DESENVOLVIMENTO E A RESPOSTA DAS QUESTÕES, SÓ SERÁ ADMITIDO USAR CANETA ESFEROGRÁFICA AZUL OU PRETA 
Proibido escrever na prova informações como: apelidos, desenhos, nome, números, símbolos e tudo o que possa identificar o candidato. 
 
3 
 
 
 
 
Leia o poema abaixo para responder à questão. 
 
 
Texto I 
 
LXXII 
 
Já rompe, Nise, a matutina aurora 
O negro manto, com que a noite escura, 
Sufocando do Sol a face pura, 
Tinha escondido a chama brilhadora. 
 
Que alegre, que suave, que sonora, 
Aquela fontezinha aqui murmura! 
E nestes campos cheios de verdura 
Que avultado o prazer tanto melhora! 
 
Só minha alma em fatal melancolia, 
Por te não poder ver, Nise adorada, 
Não sabe inda, que coisa é alegria; 
 
E a suavidade do prazer trocada, 
Tanto mais aborrece a luz do dia, 
Quanto a sombra da noite lhe agrada. 
 
COSTA, Cláudio Manuel da. Poesia dos Inconfidentes. Rio de 
Janeiro: Nova Aguilar, 1997, p. 237. 
 
 
Texto II 
 
O cisne, quando sente ser chegada 
 
O cisne, quando sente ser chegada 
A hora que põe termo a sua vida, 
Música com voz alta e mui subida 
Levanta pela praia inabitada. 
 
Deseja ter a vida prolongada 
Chorando do viver a despedida; 
Com grande saudade da partida, 
Celebra o triste fim desta jornada. 
 
Assim, Senhora minha, quando via 
O triste fim que davam meus amores, 
Estando posto já no extremo fio, 
 
Com mais suave canto e harmonia 
Descantei pelos vossos desfavores 
La vuestra falsa fé y el amor mio 
 
CAMÕES, Luis Vaz de. Obras Completas. Rio de Janeiro: Nova 
Aguilar, 2002, p. 801. 
 
 
Questão 1 – É possível afirmar que os dois sonetos apresentam uma estrutura comparativa como eixo central de 
sua construção. Eles comparam uma cena da natureza com o estado de alma do poeta que escreve. 
 
 
a) Indique o principal elemento que estrutura a construção da cena da natureza em cada soneto. 
 
 
Texto I 
 
 
 
Texto II 
 
 
b) Explique em que sentido o estado de alma do poeta e a cena da natureza se relacionam em cada soneto. 
 
LIMITE SUA RESPOSTA AO ESPAÇO ABAIXO. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
UFJF – MÓDULO III DO PISM – TRIÊNIO 2010-2012 – PROVA DE LITERATURAS 
PARA O DESENVOLVIMENTO E A RESPOSTA DAS QUESTÕES, SÓ SERÁ ADMITIDO USAR CANETA ESFEROGRÁFICA AZUL OU PRETA 
Proibido escrever na prova informações como: apelidos, desenhos, nome, números, símbolos e tudo o que possa identificar o candidato. 
 
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 Leia os poemas abaixo para responder à questão. 
 
 
Alma minha gentil, que te partiste 
 
Alma minha gentil, que te partiste 
Tão cedo desta vida, descontente, 
Repousa lá no Céu eternamente 
E viva eu cá na terra sempre triste. 
 
Se lá no assento etéreo, onde subiste, 
Memória desta vida se consente, 
Não te esqueças daquele amor ardente 
Que já nos olhos meus tão puro viste. 
 
E se vires que pode merecer-te 
Alguma cousa a dor que me ficou 
Da mágoa, sem remédio, de perder-te, 
 
Roga a Deus, que teus anos encurtou, 
Que tão cedo de cá me leve a ver-te, 
Quão cedo de meus olhos te levou. 
 
CAMÕES, Luis Vaz de. Obras Completas. Rio de Janeiro: Nova 
Aguilar, 2002, p. 782. 
 
 
Ah! minha Dinamene! Assim deixaste 
 
Ah! minha Dinamene! Assim deixaste 
Quem não deixara nunca de querer-te! 
Ah! Ninfa minha, já não posso ver-te, 
Tão asinha esta vida desprezaste! 
 
Como já pera sempre te apartaste 
De quem tão longe estava de perder-te? 
Puderam estas ondas defender-te 
Que não visses quem tanto magoaste? 
 
Nem falar-te somente a dura Morte 
Me deixou, que tão cedo o negro manto 
Em teus olhos deitado consentiste! 
 
Oh mar! oh céu! oh minha escura sorte! 
Que pena sentirei que valha tanto, 
Que inda tenha por pouco viver triste? 
 
CAMÕES, Luis Vaz de. Obras Completas. Rio de Janeiro: Nova 
Aguilar, 2002, p. 740. 
 
 
 
Questão 2 – É possível afirmar que os dois sonetos apresentam a mesma temática. Que temática é essa? 
Justifique sua resposta com exemplos dos textos. 
 
LIMITE SUA RESPOSTA AO ESPAÇO ABAIXO. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
UFJF – MÓDULO III DO PISM – TRIÊNIO 2010-2012 – PROVA DE LITERATURAS 
PARA O DESENVOLVIMENTO E A RESPOSTA DAS QUESTÕES, SÓ SERÁ ADMITIDO USAR CANETA ESFEROGRÁFICA AZUL OU PRETA 
Proibido escrever na prova informações como: apelidos, desenhos, nome, números, símbolos e tudo o que possa identificar o candidato. 
 
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Leia o poema abaixo e responda às questões 3, 4 e 5. 
 
 
Minha bela Marília, tudo passa; 
a sorte deste mundo é mal segura; 
se vem depois dos males a ventura, 
vem depois dos prazeres a desgraça. 
 Estão os mesmos deuses 
sujeitos ao poder do ímpio fado: 
Apolo já fugiu do Céu brilhante, 
 já foi pastor de gado. 
 
A devorante mão da negra morte 
acaba de roubar o bem, que temos; 
até na triste campa não podemos 
zombar do braço da inconstante sorte. 
 qual fica no sepulcro, 
que seus avós ergueram, descansado; 
qual no campo, e lhe arranca os frios ossos 
 ferro do torto arado. 
 
Ah! enquanto os destinos impiedosos 
Não voltam contra nós a face irada, 
Façamos, sim façamos, doce amada, 
Os nossos breves dias mais ditosos. 
Um coração, que frouxo 
A grata posse de seu bem difere, 
A si, Marília, a si próprio rouba, 
E a si próprio fere. 
 
Ornemos nossas testas com as flores. 
E façamos de feno um brando leito, 
Prendamo-nos, Marília, em laço estreito, 
Gozemos do prazer de sãos Amores. 
Sobre as nossas cabeças, 
Sem que o possam deter, o tempo corre; 
E para nós o tempo, que se passa, 
Também, Marília, morre. 
 
Com os anos, Marília, o gosto falta, 
E se entorpece o corpo já cansado; 
Triste o velho cordeiro está deitado, 
E o leve filho sempre alegre salta. 
A mesma formosura 
É dote, que só goza a mocidade: 
Rugam-se as faces, o cabelo alveja, 
Mal chega a longa idade. 
 
Que havemos de esperar, Marília bela? 
Que vão passando os florescentes dias? 
As glórias, que vêm tarde, já vêm frias; 
E pode enfim mudar-se a nossa estrela. 
Ah! não, minha Marília, 
Aproveite-se o tempo, antes que faça 
O estrago de roubar ao corpo as forças 
E ao semblante a graça. 
 
(GONZAGA, Tomás Antônio. Poesias. Rio de Janeiro: Instituto Nacional do Livro, 1957, pp. 62-64.) 
 
 
 
 
UFJF – MÓDULO III DO PISM – TRIÊNIO 2010-2012 – PROVA DE LITERATURAS 
PARA O DESENVOLVIMENTO E A RESPOSTA DAS QUESTÕES, SÓ SERÁ ADMITIDO USAR CANETA ESFEROGRÁFICA AZUL OU PRETA 
Proibido escrever na prova informações como: apelidos, desenhos, nome, números, símbolos e tudo o que possa identificar o candidato. 
 
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Questão 3 – O poema desenvolve um tema clássico. Identifique esse tema e explique-o. 
 
LIMITE SUA RESPOSTA AO ESPAÇO ABAIXO. 
 
 
 
 
 
 
 
Questão 4 – Releia os versos abaixo. 
 
 
“prendamo-nos, Marília, em laços estreitos 
 gozemos do prazer de sãos Amores” 
 
 
Nesses versos, a expressão “sãos Amores” refere-se a uma convenção de época. Explique essa convenção. 
 
LIMITE SUA RESPOSTA AO ESPAÇO ABAIXO. 
 
 
 
 
 
 
 
Questão 5 – Há duas referências mitológicas no texto. 
 
 
a) Identifique essas referências. 
 
 
 
 
 
b) Explique a utilização dessas referências no poema. 
 
LIMITE SUA RESPOSTA AO ESPAÇO ABAIXO.

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