Ap1 Linguística II Cederj 2014.1

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Fundação Centro de Ciências e Educação a Distância do Estado do Rio de Janeiro 
Centro de Educação Superior a Distância do Estado do Rio de Janeiro 
 
UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE 
Curso de Licenciatura em Letras- UFF / CEDERJ 
 
 
Disciplina: LINGUÍSTICA II 
 
Disciplina: LINGUÍSTICA II 
Coordenador: Prof. Dr. Eduardo Kenedy 
Tutor a distância: Profa. Ma. Karine Vieira 
 
AP 1 - 2014/ 1 
 
Aluno(a): _______________________________________________________ 
 
Polo: _______________________________ Matrícula ____________________ 
 
Nota: _______________ 
 
 
Instruções: 
 Caro aluno. Concentre-se durante a realização desta avaliação. Trabalhe com 
calma, reflita bem antes de responder às questões. Controle o tempo a ser 
usado para responder cada pergunta. Faça um rascunho com suas ideias, leia o 
que escreveu e, quando achar que sua resposta está suficientemente 
fundamentada, passe então a limpo. Veja bem: esta prova NÃO tem como 
objetivo verificar se você decorou conceitos e/ou definições presentes nas 
aulas. Na verdade, o objetivo desta AP é criar uma oportunidade para você 
demonstrar sua forma de reflexão e seu domínio conceitual em relação às 
questões abordadas ao longo das aulas e das leituras de nosso curso. 
 
 
 Escreva à caneta (azul ou preta) e com a maior legibilidade possível. Não 
escreva em tópicos (com frases soltas ou lista de palavras ou expressões). 
Escreva um texto com coesão e coerência e use em registro linguístico 
compatível com o trabalho acadêmico formal (norma culta). 
 
 
 Faça a prova em silêncio. Lembre-se: não faça perguntas, pois a interpretação 
dos enunciados é parte da avaliação. 
 
 
2 
 
QUESTÃO 1 
 
Analise o tipo de trabalho dos três linguistas abaixo. 
 
a) Linguista 1: Trabalha num laboratório equipado com computadores e instrumentos 
capazes de aferir o desempenho de seres humanos em tarefas experimentais que 
envolvem processamento cognitivo de informações linguísticas e não linguísticas. No 
momento, analisa o desenvolvimento da compreensão de estruturas sintáticas em duas 
crianças (uma criança sem comprometimento da linguagem e outra portadora da 
síndrome DEL – Déficit Especificamente Linguístico). 
 
b) Linguista 2: Realiza trabalho de campo, efetuando gravações e outros tipos de 
registro de fala. No momento, realiza pesquisa sobre palavras e expressões usadas, em 
centros urbanos, para descrever encontros amorosos utilizadas por pessoas conforme 
divisões por faixa etária (15 a 25 anos, 25 a 35 anos e 35 a 50 anos). 
 
c) Linguista 3: Atua em seu laboratório equipado com um scanner de ressonância 
magnética funcional e um aparelho de eletroencefalograma capazes de registrar o 
comportamento cerebral humano durante o uso da linguagem. No momento, pesquisa 
as regiões do córtex que estão envolvidas na percepção de incongruências sintáticas e 
semânticas. 
 
Perguntas: 
 
a) Qual ou quais dos linguistas acima interessa(m)-se pelo conceito de língua-I? (2 
ponto) 
 Os Linguistas 1 e 3 
 
b) Explique e exemplifique os conceitos de língua-I e de língua-E. (2 pontos) 
 Língua-I corresponde ao conjunto de capacidades e habilidades mentais que 
fazem com que o indivíduo particular seja capaz de produzir e compreender um 
número potencialmente infinito de expressões linguísticas na língua de seu ambiente. 
Língua I é o conhecimento linguístico de uma pessoa, aquilo que está presente em sua 
mente e lhe permite usar uma língua E. Por exemplo, a habilidade dinâmica de 
relacionar os itens do código Língua Portuguesa em frases complexas e extrair deles 
informação de significado é a língua I. 
 Língua E corresponde grosso modo ao que comumente se interpreta como 
língua ou idioma no senso comum, por pessoas que não frequentaram cursos 
especializados em linguística. Por exemplo, o português é uma língua E no sentido de 
que é esse fenômeno sociocultural, histórico e político que compreende um código 
linguístico: a língua portuguesa. 
 
político que compreende um código l 
QUESTÃO 2 
 
Para Chomsky, uma das maiores evidências em favor da existência de uma Gramática 
Universal é o argumento da pobreza de estímulos. 
 
Perguntas: 
 
3 
 
a) Explique o que Chomsky define como Gramática Universal. Se existe uma Gramática 
Universal, como Chomsky se propõe explicar a existência de tantas línguas diferentes 
no mundo? (2 pontos) 
 GU é o estágio inicial da aquisição da linguagem. Esse estágio corresponde ao 
estado natural da cognição linguística humana antes do contato da criança com a 
língua E em seu ambiente. A GU é interpretada, portanto, como uma propriedade do 
cérebro humano. Essa propriedade é a concretização biológica de nossa Faculdade da 
Linguagem. A GU, para dar à luz uma língua I, deve receber estímulos de uma língua 
ambiente. É sob a estimulação de uma língua E que a GU será capaz de filtrar os 
dados da experiência de um indivíduo particular de modo a gerar conhecimento 
linguístico em sua mente. 
 A existência de tantas línguas diferentes no mundo se justifica pela composição 
da GU em dois conjuntos de informações, os Princípios e os Parâmetros. Os Princípios 
da GU são responsáveis pelas semelhanças que as línguas compartilham entre si, como 
o Princípio da Subordinação. Por outro lado, os Parâmetros da GU ordenam as 
diferenças possíveis entre as línguas, como o Parâmetro do Sujeito Nulo. 
 
 
b) Descreva que ideia Chomsky defendeu com o seu argumento da pobreza de 
estímulos e dê pelo menos um exemplo. (2 pontos) 
 Ele defende que é impossível criar uma competência linguística com base 
apenas nos estímulos linguísticos. Para ele, as crianças deveriam completar os dados 
da experiência com algum filtro (organismo) que transformasse o input finito num 
output infinito. Exemplo: identificação das relações sintáticas e semânticas entre o 
referente e a anáfora do refrente. 
 
c) Explique a seguinte afirmação: o argumento da pobreza de estímulos não quer 
dizer que os estímulos linguísticos e socioculturais apresentados a uma criança são 
pobres ou irrelevantes. (2 pontos) 
 
 O argumento da pobreza de estímulo sustenta que o conhecimento preciso e 
elaborado que a criança constroi sobre a estrutura de sua língua não pode ser 
deduzido unicamente a partir de informações contidas no estímulos linguísticos, por 
mais ricas que sejam. Os estímulos, segundo Chomsky, são pobres porque não 
possuem todas as informações necessárias para a aquisição do conhecimento 
linguístico.