Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
capítulo 21 capítulo 2 Vetores: Um Tratamento Algébrico Objetivos • Estabelecer a igualdade entre dois vetores; • Manipular operações entre vetores; • Reconhecer vetores paralelos; • Representar vetores no espaço. 2.1 Vetores no Plano Segundo WINTERLE (2006), dados dois vetores −→v1 e −→v2 , não colineares, qualquer vetor −→v (coplanar com −→v1 e −→v2) pode ser decomposto segundo as direções de −→v1 e −→v2 e cuja soma seja −→v . Em outras palavras, iremos determinar dois números reais a1 e a2 tais que: −→v = a1−→v1 + a2−→v2 (2.1) Quando o vetor −→v estiver representado por 2.1 dizemos que −→v é combinação linear de −→v1 e −→v2 . O par de vetores −→v1 e −→v2 , não colineares, é chamado base do plano. Aliás, qualquer conjunto {−→v1 ,−→v2} de vetores não colineares constitui uma base no plano. Os números a1 e a2 da representação 2.1 são chamados componentes ou coordenadas de −→v em relação à base {−→v1 ,−→v2}. O vetor a1−→v1 é chamado projeção de −→v sobre −→v1 segundo a direção de −→v2 . Do mesmo modo, a2−→v2 é a projeção de −→v sobre −→v2 segundo a direção de −→v1 . Na prática, as bases mais utilizadas são as bases ortonormais. Uma base {−→e1 ,−→e2} é dita ortonormal se os seus vetores forem ortogonais e unitários, isto é, −→e1 ⊥ −→e2 e |−→e1 | = |−→e2 | = 1. Dentre as infinitas bases ortonormais no plano, uma delas é particularmente impor- tante. Trata-se da base que determina o conhecido sistema cartesiano ortogonal xOy. Os 23 vetores ortogonais e unitários, neste caso, são simbolizados por −→ i e −→ j , ambos com ori- gem em O e extremidades em (1, 0) e (0, 1), respectivamente, sendo a base C = {−→i ,−→j } chamada canônica. Portanto, −→ i = (1, 0) e −→ j = (0, 1). Daqui por diante, trataremos somente da base canônica. Dado um vetor −→v qualquer do plano , existe uma só dupla de números x e y tal que −→v = x−→i + y−→j (2.2) Os números x e y são as componentes de −→v na base canônica. A primeira componente é chamada abscissa de −→v e a segunda componente y é a ordenada de −→v . O vetor −→v será também representado por −→v = (x, y) (2.3) dispensando-se a referência à base canônica C. 24 A igualdade anterior é chamado expressão analítica de −→v . Para exemplificar, veja alguns vetores e suas correspondentes expressões analíticas: 3 −→ i − 5−→j = (3,−5) 3−→j = (0, 3) − 4−→i = (−4, 0) Parece óbvio o que se segue, mas a definição de igualdade de vetores é fundamental para continuarmos o estudo de Geometria Analítica.(WINTERLE,2006). Dois vetores −→u = (x1, y1) e −→v = (x2, y2) são iguais se, e somente se, x1 = x2 e y1 = y2, escrevendo-se −→u = −→v . Exemplo 2.1.1. O vetor −→u = (x+ 1, 4) é igual ao vetor −→v = (5, 2y − 6) se x+ 1 = 5 e 2y − 6 = 4. Assim, se −→u = −→v , então x = 4, y = 5 e −→u = −→v = (5, 4). Atividade Considere os vetores −→u = (m+ 2n, n− 7) e −→v = (4−m,n+m+ 9). Existem valores de m e n de modo que −→u = −→v ? 2.2 Operações com Vetores Você deve ter notado que já estudamos operações entre vetores. Por que então, tudo isso novamente? A questão é que estudamos operações entre vetores do ponto de vista geométrico. Agora daremos um enfoque algébrico para o que fizemos anteriormente. Sejam os vetores −→u = (x1, y1) e −→v = (x2, y2) e α ∈ <. Define-se: 25 1. −→u +−→v = (x1 + x2, y1 + y2) 2. α−→u = (αx1, αx2) Portanto, para somar dois vetores, somam-se as correspondentes coordenadas, e para multiplicar um número real por um vetor, multiplica-se cada componente do vetor por este número. Exemplo 2.2.1. Determinar o vetor −→w na igualdade 3−→w + 2−→u = 1 2 −→v +−→w , sendo dados −→u = (3,−1) e −→v = (−2, 4). A equação pode ser resolvida como uma equação numérica: 6−→w + 4−→u = −→v + 2−→w =⇒ 6−→w − 2−→w = −→v − 4−→u =⇒ 4−→w = −→v − 4−→u =⇒ −→w = 1 4 −→v −−→u Substituindo −→u e −→v na equação acima, vem −→w = 1 4 (−2, 4)− (3,−1) =⇒ −→w = (−1 4 , 1)− (3,−1) =⇒ −→w = (−1 2 + (−3), 1 + 1) =⇒ −→w = (−7 2 , 2) Vamos considerar agora o vetor −→ AB de origem no ponto A(x1, y1) e extremidade em B(x2, y2). 26 Os vetores −→ OA e −−→ OB têm expressões analíticas −→ OA = (x1, y1) e −−→ OB = (x2, y2). Por outro lado, do triângulo OAB da figura, vem −→ OA + −→ AB = −−→ OB em que −→ AB = −−→ OB −−→OA ou −→ AB = (x2, y2) − (x1, y1) e −→AB = (x2 − x1, y2 − y1) isto é, as componentes de −→AB são obtidas subtraindo-se das coordenadas da extremidade B as coordenadas da origem A, razão pela qual também se escreve −→ AB = B − A. É importante lembrar que um vetor tem infinitos representantes que são os segmentos orientados de mesmo comprimento, mesma direção e mesmo sentido. E, dentre os infinitos representantes do vetor −→ AB, o que melhor o caracteriza é aquele que tem origem em O(0, 0) e extremidade em P = (x2 − x1, y2 − y1). O vetor −→v = −→AB é também chamado vetor posição ou representante natural de −→AB. Por outro lado, sempre que tivermos −→v = −→AB ou −→v = B − A podemos também concluir que B = A+−→v ou B = A+−→AB, isto é, o vetor −→v “transporta” o ponto inicial A para o ponto extremo B. Exemplo 2.2.2. Dados os pontos A(−1, 2), B(3,−1) e C(−2, 4), determinar o ponto D de modo que −−→ CD = 1 2 −→ AB. Seja D(x, y). Então, −−→ CD = D−C = (x, y)− (−2, 4) = (x+2, y−4) e −→AB = B−A = 27 (3,−1)− (−1, 2) = (4,−3). Logo, (x+ 2, y − 4) = 1 2 (4,−3) (x+ 2, y − 4) = (2, −3 2 ) Da igualdade anterior concluimos que x+ 2 = 2 y − 4 = −3 2 Portanto, D(0, 5 2 ). Para você Refletir: Pense outra forma de resolver este exercício. Vimos anteriormente, como determinar o vetor definido por dois pontos. Considere agora o segmento de extremos A(x1, y1) e B(x2, y2). SendoM(x, y) o ponto médio de AB, podemos expressar de forma vetorial como −−→ AM = −−→ MB ou (x− x1, y − y1) = (x2 − x, y2 − y) e daí x− x1 = x2 − x e y − y1 = y2 − y). Com isso , temos M( x1 + x2 2 , y1 + y2 2 ) 28 Exemplo 2.2.3. Observe que o ponto médio do segmento de extremos A(−2, 3) e B(6, 2) é M( −2 + 6 2 , 3 + 2 2 ) ou M(2, 5 2 ) Você se lembra da definição de vetores paralelos? Pois bem, vamos voltar nesse assunto, mas agora, com a abordagem algébrica. Dois vetores são paralelos se existe um número real α tal que −→u = α−→v , ou seja, (x1, y1) = α(x2, y2) que pela condição de igualdade resulta em x1 = αx2 e y1 = αy2 donde x1 x2 = y1 y2 (= α) Esta é a condição de paralelismo de dois vetores, isto é, dois vetores são paralelos quando suas componentes forem proporcionais. Exemplo 2.2.4. Os vetores −→u = (−2, 3) e −→v = (−4, 6) são paralelos pois −2−4 = 3 6 . Atividades 1. Dados os vetores −→u = (3,−1) e −→v = (−1, 2), obtenha o vetor −→w tal que 3−→w − (2−→v −−→u ) = 2(4−→w − 3−→u ). 2. Dados os pontos A(−1, 3), B(1, 0) e C(2,−1), determine o ponto D de modo que −−→ DC = −→ BA. 29
Compartilhar