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© Manuel Vaz Guedes, 2003 MÁQUINAS ELÉCTRICAS I FEUP 2003 / 2004 SE LEEC TLME1-3 Transformador Monofásico ensaios económicos 1. Introdução Na análise do funcionamento do transformador monofásico pode ser utilizado um modelo que consiste num circuito eléctrico de parâmetros concentrados referido a um dos lados (primário ou secundário) e simplificado do transformador. O circuito em L referido ao secundário tem a seguinte configuração: R2 X2 Ro2 Xo2 Os valores dos parâmetros (R2, X2, Ro2, Xo2) podem ser determinados a partir de dois ensaios — o ensaio em circuito aberto e o ensaio em curto-circuito — que por se realizarem com um pequeno consumo de energia são chamados os ensaios económicos. No ensaio em circuito aberto, o transformador tem o secundário em circuito aberto, funcionando praticamente como uma bobina com núcleo de ferro. Pode-se determinar o valor da impedância do circuito de magnetização, e separar (segregar) a sua componente óhmica (Ro2) e a s u a componente reactiva (Xo2). R2 X2 Ro2 Xo2 Ia Im U φ Io ϕo Para realizar o ensaio em curto-circuito estabelece-se uma ligação eléctrica entre os terminais do secundário do transformador, e alimenta-se o primário com uma tensão tal que provoque a passagem de uma corrente eléctrica com uma intensidade igual à intensidade nominal d a corrente secundária do transformador (I2n). Esta tensão tem um valor relativamente pequeno; por isso, desprezam-se as perdas no ferro. Com este ensaio determina-se o valor da impedância combinada referida ao secundário (Z2), assim como a sua componente óhmica (R2) e a s u a componente reactiva (X2). R2 X2 Ro2 R2·I2n X 2· I2 n Z2· I2n = U 2c = U 1c/m TLME1-3 — 2 — © Manuel Vaz Guedes, 2003 2. Objectivos O objectivo deste trabalho de Laboratório é a determinação, através dos ensaios económicos, dos parâmetros do circuito equivalente referido ao secundário de um transformador monofásico. 3. Bibliografia Manuel Vaz Guedes;“Sistemas Trifásicos – medida de potência,”, texto de apoio ( www.fe.up.pt/me1 ) Manuel Vaz Guedes;“Método do Voltímetro–Amperímetro,”, texto de apoio (www.fe.up.pt/me1) Manuel Vaz Guedes;“ Máquinas Eléctricas I — apontamentos”, FEUP, 2003 (www.fe.up.pt/me1) Carlos Castro Carvalho; “Transformadores”, pp. 70-71, AEFEUP 1983 (www.fe.up.pt/me1) Manuel Vaz Guedes; “Grandezas Periódicas Não Sinusoidais”, Porto 2001 (www.fe.up.pt/me1) M. Kostenko L. Piotrovsky; “Máquinas Eléctricas”, Vol. 1 [B_FEUP] M.I.T. Staff; “Magnetic Circuits and Transformers”, MIT Press, 1943 4. Trabalho a Efectuar 4.1. Material Necessário – Transformador monofásico – Autotransformador – Dois voltímetros CA – Um Wattímetro – Dois Amperímetros CA – Ponte de Medida da Resistência A — Determinação da razão de transformação e Ensaio em Vazio A.4.2. Montagem a Realizar W V1 A V2 A.4.3. Modo de Proceder ➸ Realizar a montagem. ☎ Chamar o docente para verificação ▲ Ligar o auto-transformador ➚ Elevar LENTAMENTE a tensão aplicada ao primário do transformador até atingir o valor nominal. ✍✒ Ler os valores da tensão primária (V1), da tensão secundária (V2), d a intensidade de corrente (A) e da potência eléctrica absorvida (W). ➷ Reduzir a tensão do auto-transformador. ✍ Tomar as notas necessárias à elaboração do relatório. ▲ Desligar o auto-transformador ❍ Com os valores lidos determinar: - a razão de transformação - o factor de potência em vazio - o valor das componentes da corrente em vazio - o valor da resistência e da reactância de magnetização 2✍ Reverificar todas as notas importantes e necessárias à elaboração do relatório … Continuar o trabalho com, TLME1-3 — 3 — © Manuel Vaz Guedes, 2003 B — Ensaio em Curto-circuito B.4.4. Montagem a Realizar W V1 A A2 B.4.5. Modo de Proceder – Realizar a montagem. ☎ Chamar o docente para verificação ▲ Ligar o auto-transformador ➚ Elevar MUITO LENTAMENTE a tensão aplicada ao pr imár io do transformador até que no secundário circule a corrente nominal (A2). ✍✒ Ler os valores da tensão primária (V), da intensidade d e corrente eléctrica primária (A) e da potência eléctr ica absorvida (W). ➷ Reduzir a tensão do auto-transformador. ▲ Desligar o auto-transformador ❍ Com os valores lidos determinar: - o valor em módulo da impedância reduzida ao secundário e a queda de tensão percentual - o valor da resistência combinada reduzida ao secundário - o valor da reactância combinada reduzida ao secundário - a razão de transformação em curto-circuito mcc = I2/I1 2✍ Reverificar todas as notas importantes e necessárias à elaboração do relatório C — Medida da Resistência dos Enrolamentos Medir a resistência do enrolamento primário e do enrolamento secundário c o m uma ponte de medida. 6. Temas de Desenvolvimento TD_3.1 Razão de Transformação — Justificar, devidamente, a comparação entre a razão de transformação em curto–circuito e a razão de transformação. TD_3.2 Circuito Equivalente — Explicar o circuito eléctrico equivalente como modelo do transformador e discutir a sua utilização e os seus limites. TD_3.3 Resistência em Corrente Alternada — Comparar o valor da resistência reduzida ao secundário com o valor obtido pela definição, a partir do valor d a resistência do circuito primário e da resistência do circuito secundário, medidos em corrente contínua. – T L ME 1- 3 – © Manuel Vaz Guedes, 2003 Máquinas Eléctricas 16 Resenha Histórica P r im ór dios do T r an sf or m ador A Lei física em que se baseia o funcionamento do transformador eléctrico — Lei da Indução Electromagnética — foi descoberta experimentalmente com o auxílio de um instrumento a que hoje chamaríamos transformador. Michael Faraday em 1831 descreveu no seu diário o instrumento com que realizou algumas experiências: era formado por duas bobinas de fio de cobre isolado enroladas em cada lado de um anel de ferro macio. Faraday 1831 Em 1836 Charles G. Page nos Estados Unidos da América apresentou um multiplicador dinâmico, que, baseado na Lei da Indução, tinha um funcionamento característico de um autotransformador, e mais tarde (1851) seria reinventado por H. Ruhmkorff.. Page 1836 Em 1837 Nichollas Callan na Irlanda desenvolveu uma bobina de indução que apresentou a alguns cientistas, mas que não divulgou devidamente. Callan 1837 Em 1851 Heinrich Ruhmkorff apresentou uma bobina de indução, vulgo “bobina de Ruhmkorff”, a que foi atribuído em 1864 o prémio Volta. Ruhmkorff 1851 Cromwell F. Varley em 1856 aumentou o rendimento da bobina de indução, quando passou a utilizar um circuito magnético em fio de ferro fechado. Tal seria comprovado pela Teoria do Circuito Magnético apresentada por Hopkinson em 1896. Varley 1856 Todos estes instrumentos funcionavam, segundo a Lei da Indução, devido à variação do campo magnético provocada pela interrupção, mais ou menos, brusca do circuito eléctrico de magnetização (corrente impulsional). Foi William Grove quem em 1868 aplicou uma fonte de corrente alternada (um alternador) na alimentação de uma bobina de indução, provocando uma condição de ressonância devido ao condensador nos terminais do interruptor (condensador de Fizeau). ~ Grove 1868 Em 1877 Paul Jablochkoff utilizou uma série de bobinas de indução, alimentadas em corrente alternada, para promover a divisibilidade da luz das velas Jablochkoff, colocadas em paralelo no secundário de cada bobina. Em 1883 Lucien H. Gaulard e John D. Gibbs utilizaram um transformador, com o circuito magnético aberto, numa instalação pública de iluminação eléctrica. •
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