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Politica e Teoria do Estado II

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Política e Teoria do Estado II - Prof. Valin
Livros:
DALLARI, Dalmo de Abreu (Elementos de Teoria Geral do Estado)
BOBBIO, Norberto (Estado, governo, sociedade: para uma teoria geral da política) 
AZAMBUJA, Darcy (Teoria geral do Estado)
CAVALCANTI, Themistocles Brandão (Teoria do Estado)
ARON, Raymond (Democracia e totalitarismo)
DUVERGER, Maurice (As modernas tecno-democracias)
A Dinâmica da Separação de Poderes
- Necessidade de compreensão do alcance da separação de poderes
1.1 - A Filosofia de Montesquieu
Aristoteles foi um dos precursores da separação dos poderes na Antiguidade. O primeiro teórico moderno de importância foi Locke, mas o principal foi Montesquieu. Embora Locke tenha uma razoável obra sobre a separação de poderes, é inegável a influencia principal de Montesquieu. O que Montesquieu realmente disse? Montesquieu era magistrado, membro do parlamento. Porem, nenhum dos escritos dele obteve realmente sucesso, era ele um sábio de província anônimo. Contudo, sua obra "As Cartas Persas" obtém sucesso. Essa obra não deixava de ser um relato de viagem. No caso dessa obra, Montesquieu inverte o papel do típico europeu indo viajar e conhecendo lugares diferentes - cria um personagem persa que observa a sociedade europeia e conta a seus compatriotas suas impressões sobre a mesma, aproveitando para colocar na boca do persa as criticas que ele próprio tinha sobre a Europa. Essa obra torna Montesquieu uma pessoa conhecida e rica o suficiente para viajar e ser bem recebida nas cortes ao redor do mundo, que demorara dez anos para escrever sua obra-prima, "O Espírito das Leis''. Essa obra vai para o index católico e nem mesmo os próprios iluministas apreciaram-na primeiramente, sendo posteriormente aceita. Ela é uma etapa para o constitucionalismo moderno. A ''Eurritmia do Desejo'' de Starobinsky, aparentemente, sintetiza a obra de Montesquieu. Nos dira ele que a infelicidade, em geral, tem duas causas: a ausência de desejo ou o excesso de desejo. O segredo da felicidade, talvez, estivesse na "Eurritmia do Desejo", que seria o ritmo ideal do desejo - e tem isso relação com a política, pois a felicidade política também dependera de uma certa moderação. Ele eh o filósofo da moderação e dos limites. Segundo Montesquieu, "a própria virtude precisa de limites" e "todo homem que tem poder eh levado a abusar do mesmo". As teorias de Montesquieu não residem na utopia, a solução para ele seria dividir o poder de modo que o poder tranque o poder, e não elimina-lo. 
"O Direito eh a fria voz da razão para controlar a paixão humana que leva a guerra e a discórdia''. 
1.2 - A Constituição da Inglaterra
Montesquieu lança a fórmula da separação dos poderes falando da constituição inglesa. Em todos os Estados, existem três tipos de poder: 
O poder executivo das coisas que dependem do direito das gentes (cujo papel eh manter a ordem interna e a segurança externa, e não intervir nos bens sociais como educação e saúde, eh um Estado mínimo, nao-intervencionista, pois a liberdade seria fim - ser o objetivo máximo do direito e da política - e meio - para que os indivíduos trabalhem e prosperem)
O poder executivo das coisas que dependem do direito civil, que apelida de "poder de julgar", nunca tendo sido usado o termo "judiciário" (cuja função eh punir os crimes e resolver os conflitos entre os particulares). Montesquieu tinha uma ideia bem peculiar dos juízes que tinham o poder de julgar: era contrário a ideia de juízes de carreira, concursados ou servidores públicos. Acreditava que os juízes deveriam ser recrutados do povo, sendo uma ideia bem próxima de júri e também uma ideia da herança anglo-saxã. Os juízes devem ser "la bouche de la loi", ou seja, "a boca da lei". Quanto mais apegado o juiz for a lei, melhor para Montesquieu. Rejeita qualquer ideia de juiz criativo, ativista. O juiz deve ser submisso a letra da lei. "A potência (o poder) de julgar eh de alguma maneira nula", segundo ele. 
O poder legislativo (cuja função eh fazer e revogar as leis, sendo dividido em um sistema bicameral). Existe uma câmara baixa e eletiva que eh a câmara dos comuns, e uma câmara alta e hereditária que eh a câmara dos lordes. Segundo ele, a câmara baixa tem função deliberativa, de estatuir, fazer estatutos, enquanto a câmara alta tem função de impedir, concebida para moderar a primeira casa. Montesquieu aceitava a ideia democrática em parte, pois temia a soberania popular. O próprio Senado brasileiro possui características bastante conservadoras, que existem na Constituição de 88. Os mandatos dos senadores brasileiros são mais longos, durando oito anos (que seria um prazo de esquecimento). 
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Aula 2 - 22/08
Analisando a ING, Montesquieu distinguiu 3 poderes.
Poder Executivo para Estado Liberal, não-intervencionista.
Poder de julgar próximo à ideia de júri.
Montesquieu -> legalista
Poder Legislativo -> bicameralismo (Câmara Alta com papel moderado)
Esse espírito não morreu:
1) fato dos senadores terem mandato de 8 anos - permite ao senador tomar decisões impopulares sem pressão das urnas - tempo para esquecer.
2) idade mínima para ser senador = 35 anos (convicção de que assim são + conservadores, - ousados)
O Senado pode ser entendido de outra maneira. Qualquer estado brasileiro tem 3 senadores. Não depender do tamanho da população é injusto?
Se fosse proporcional, estados + populosos dominariam Legislativo.
Existe paridade de senadores para os estados a fim de garantir equilíbrio na federação. Caso contrário, estados mais populosos dominariam mercê da sua maioria populacional.
Mitos do RS: * é parte da cultura gaúcha que nos sintamos injustiçados * influência excessiva do N e NE para nos dominar politicamente.
Se alguma região tem mais peso, é o SE } parcela do empresariado de SP
Senado Brasil Alemanha Processo Legislativo Participa da apreciação, votação de TODOS os projetos de lei Participa de PARTE dos projetos de lei, os que interessam à federação 
Imposto de renda --> federação
Direito de aborto --> não seria da federação
Na ALE, se um estado é pouco povoado, são 2 senadores. Se muito, 4. Há 2,3 ou 4 senadores por estado na ALE.
1º senado moderno no mundo --> EUA
Por que os pais fundadores (Hamilton, Jay, Madison, Washington, Franklyn) queriam senado? Criado por sentimento próximo ao do Montesquieu.
Quiseram senado por causa de temor em relação à tirania das maiorias. Influenciados pela doutrina liberal. Senado seria freio, porque não queriam que maioria tiranizasse por meio de seus representantes na Câmara dos deputados.
Ameaça às liberdades individuais } ilusão de tirania das maiorias
Teoria das elites: V. Pareto e G. Mosca. Nunca o povo governa. O que acontece é uma elite se preocupar mais ou menos com o bem comum. Sempre as minorias que governam. Maiorias não podem tiranizar. Receio dos "framers" seria infundado.
Liberais criaram Senado, têm problemas com a democracia.
Minorias que não são elites -> alijadas das decisões políticas
Há elites fechadas por serem aristocráticas. Há outras mais abertas } permeabilidade das elites
Richard Rorthy - defender minorias - proteção contra sadismo social. Problema: são muito distintas.
1ª observação) Montesquieu atribuía ao monarca um poder de veto absoluto. (É diferente do poder moderador. Vetar é uma das suas faculdades. Para ele só existiam 3 poderes).
Parlamento não pode derrubar veto.
Hoje a maioria dos vetos são suspensivos pelo Parlamento, ainda que por maioria absoluta.
Rei participa do processo legislativo. O Executivo está influenciando diretamente o processo legislativo.
2ª observação) Montesquieu sustentava que os nobres deveriam ser julgados pelos seus pares da Câmara Alta, e não pelo Poder de Julgar. Privilégio para nobreza -> julgados pelos lordes. Parcela do Legislativo vai exercer jurisdição. Exceção ao rigor da separação dos poderes, mas está previsto na Constituição.
Separação de poderesnão é tão rigorosa como imaginamos.
Ou os poderes marcham em harmonia, ou trancam uns aos outros.
Regra geral --> exceções só por dispositivo constitucional. Só há exceção se a Constituição disser.
Art. 47 da CF - para iniciar sessão:
quorum de presença: maioria absoluta
quorum de aprovação: maioria simples OBS- maioria qualificada é 2/3 ou 3/5
Maioria Absoluta: 
a) número inteiro imediatamente superior à metade
b) base de cálculo --> número de membros, de cadeiras (não é sobre os presentes)
100 membros
presença: 51
nulo, brancos e abstenções: 31
aprovação: 11} tem maioria simples
rejeição: 9}
Maioria Simples:
a) ignora-se nulos, abstenções e brancos
b) verifica-se se o sim superou o não
Maioria Qualificada:
a) calcula-se com o número de membros, cadeiras
b) 2/3 ou 3/5
Lei Ordinária Derrubada do veto Quorum de presença M.A M.A Quorum de aprovação M.S M.A 
Art. 47. Salvo disposição constitucional em contrário, as deliberações de cada Casa e de suas Comissões serão tomadas por maioria dos votos, presente a maioria absoluta de seus membros.
+ fácil de aprovar lei ordinária
Congresso tem 30d para apreciar veto. Presidente cria dificuldade, participa do processo legislativo. Executivo participa da função de legislar.
Decretos-lei anteriores a 1988 são vigentes.
1988 - sem decreto-lei, mas com medida provisória
 |_
 preenchendo critério de relevância e urgência, presidente
 elabora MP. Tem força de lei. Entra no mundo jurídico já
 produzindo efeitos imediatos, desde sua publicação. Prazo
 para Congresso apreciá-la.
MP --> curar males do decreto-lei, mas saiu pior.
Modelo delas é a Constituição italiana. Entretanto, na ITA é diferente, pois o sistema de governo é o parlamentarismo. Podem votar em moção de confiança se há abuso do poder.
II. Qual o grau de rigor da separação de poderes?
2 correntes:
 * corrente da exclusividade - cada poder (órgão) tem a exclusividade em sua esfera de ação. Só o Congresso pode legislar. Separação rigorosíssima. Essa corrente levaria a declarar muitas coisas inconstitucionais. Charles Eisenmann --> "essa corrente é ultraortodoxa"
 * corrente do predomínio - cada poder (órgão) tem o predomínio na sua esfera de ação. Interferências parciais de um poder na esfera de ação do outro poder são permitidas e desejáveis. O que é proibido é que um poder tome completamente o lugar do outro. Congresso tem predomínio na função de legislar. Ex.: presidente que veta } interferência parcial
Predomínio X Exclusividade } "O Federalista", de Jay, Madison e Hamilton
Regra Geral 
Art. 47 da CF 
Quórum de presença: maioria absoluta
Quórum de aprovação: maioria simples
M. A.
A) número inteiro, imediatamente superior à metade
B) base de cálculo -> número de membros (não número de membros presentes!) 
Exceção: só por dispositivo constitucional 
	
	L. O. (Art. 47) 
	Derrubada do veto
	Quórum de presença 
	MA
	MA
	Quórum de aprovação 
	MS
	MA
O Congresso tem 30 dias para apreciar o veto do presidente. É mais fácil aprovar a lei ordinária do que derrubar o veto presencial. Veto suspensivo, não é mais o veto absoluto de Montesquieu. Quando o presidente veta alguma lei, cria um rigor adicional, uma dificuldade adicional, mesmo que o veto seja derrubado. Torna o processo legislativo mais difícil, pelo menos no que se refere à lei ordinária. O executivo também participa do processo de legislar. 
Os decretos-lei foram substituídos pelas medidas provisórias na Constituição de 1988. Havendo relevância e urgência, o presidente edita as medidas provisórias tendo força de lei, podendo modificar o que uma lei ordinária anterior dizia. A medida já surte efeitos no poder Judiciário antes da apreciação do Parlamento, já produzindo efeitos imediatos. O modelo da medida é a Constituição italiana, sendo a Itália parlamentarista. No Brasil, quando o presidente abusa das medidas, a maioria parlamentar não tem a força do parlamentarismo italiano. Ficou sem controle. 
Qual é o grau de rigor da separação dos poderes? Existem duas correntes de resposta:
corrente da exclusividade - afirma que cada poder (cada órgão) tem a exclusividade em sua esfera de ação. Separação rigorosa. Só o legislativo pode legislar, só o judiciário pode julgar, etc. Essa corrente provocaria a declaração de inconstitucionalidade em muitos casos. Charles Eisenmann chamou tal corrente de "ultraortodoxa". 
corrente do predomínio - cada poder tem predomínio em sua esfera de ação. Interferências parciais de um poder na esfera de ação de outro poder são permitidas e desejáveis. O que é proibido é que um poder tome completamente o lugar de outro. Predomínio seria ter a ultima palavra. 
Pegar textos do xerox
Para derrubar o veto precisa-se de maioria absoluta (quorum mais exigente do que o quorum de aprovação para lei ordinária), não precisa mais de escrutínio (votação) secreto por forca de uma emenda constitucional. 
A separação de poderes eh uma estratégia jurídica com duas faces: separação de funções (atividades como julgar, legislar, etc) e separação de orgaos (bracos do Estado como o Legislativo, o Judiciário, o Executivo, etc). Contudo, nem sempre a separação de funções e de orgaos coincide. Ex.: existe uma função de legislar que se atribui tanto ao Parlamento quanto ao Executivo, no que se refere ao Presidente da Republica no poder de veto e na medida provisória). A medida provisória eh elaborada pelo Presidente, que publica tal medida no Diário Oficial da União e que, a partir de tal publicação, passa a vigorar ("fazer mudanças no mundo jurídico"). MP não tem vacacio legis. 
CPI's tem poderes de inquérito do poder Judiciário, mas ela eh parlamentar. 
O que o Supremo pensa sobre separação de poderes? 
Caso HC 92628
	Furto, artigo 155
	Roubo, artigo 157
	1 a 4 anos 
	4 a 10 anos
	Concurso de pessoas
	Concurso de pessoas 
	2 a 8 anos
	1/3 a 1/2 a mais 
 A defesa desejava aplicar a condição de roubo para furto em concurso de pessoas. 
Com isso, seria criada uma terceira hipótese (outra lei), o que violaria a separação de poderes. Ele não poderia alterar a essência das normas do legislativo. 
Caso STF ADI 2911
O ato impugnado seria o artigo 57 da Constituição Capixaba. A assembleia legislativa estadual pode chamar o presidente do TJ (se não comparecer se configura como crime de responsabilidade). Pode interferir no outro poder. 
Convenção da Filadelfia
Constituição = passou de confederada para federalista
 3 homens defenderam a ratificação da Constituição: Jay, Hamilton e Madison. 
A separação de poderes não impede que um poder invada parcialmente a esfera do outro, mas não permite que um tome totalmente o outro. 
Os americanos chamam isso de checks and balances, são horizontais. O veto, por exemplo, seria um contrapeso.
Artigo 50 da CF: o Congresso pode convocar Ministros de Estado (Poder Executivo) ou autoridades ligadas ao Presidente (freio). 
CPI seria um contrapeso, assim como o impeachment. 
O artigo apenas não permite convocação de membros do Judiciário ou de chefe de poder. O principio dos freios e contrapesos seria materialmente inelástico (o artigo não se estende a casos não previstos na CF). 
Prova: o principio dos freios e contrapesos é materialmente inelástico (apenas casos previstos na CF). Artigo 50 da CF. 
CPI's
Órgãos de previsão expressa na Constituição, contempladas pelo artigo 58, parágrafo III. Elas estão na CF, não é preciso hermenêutica. 
São órgãos extraordinários do Congresso Nacional. Nem toda comissão parlamentar necessita ser temporária.A CPI é temporária, não dura para sempre e é extraordinária. As CPI's são um tipo de comissão temporária. A Constituição, contudo, não estabeleceu o tempo de duração de uma CPI, ele vem expresso no requerimento de criação da própria CPI. CPI é órgão colegiado. A Constituição não predeterminou o nº de membros da CPI - tal nº está também no requerimento de criação da mesma. A composição de uma CPI assegura o quanto possível a representação proporcional dos partidos ou blocos que participem da respectiva casa. Cada partido terá um nº de representantes conforme sua força (porcentagem de membros) no plenário da casa (30% de membros na casa, 30% de cadeiras na CPI, independente da CPI envolver membros dos partidos ou não). Um partido pequeno, por exemplo, nem sempre tem representação em uma CPI. 
Para requerer a CPI, faz-se necessário o aval/assinatura de 1/3 dos membros da casa (de todos, não dos presentes!). A CPI é um instrumento das minorias. 
A CPI consegue ser barrada pela maioria? 
Caso da CPI do Apagão Aéreo: 
	Fato 1
	Fato 2
	Fato 3
	Fato 4 
	Fato 5 
	Fato 6
	Fato 7
	Requerimento tinha ao menos 1/3 das assinaturas.
	Mesa da casa defere o requerimento de criação da CPI.
	PT propõe questão de ordem.
	Mesa nega a questão de ordem.
	PT recorre ao plenário.
	Plenário reverte a decisão da mesa, deferindo a Q. O. "Encerra a CPI".
	STF, por ação da oposição, desfaz a decisão do plenário. Mantém a CPI. 
Minorias
Oposição 
STF afirma que CPI faz parte do estatuto constitucional da oposição. O STF abre a visão de que democracia não é apenas a regra da maioria, mas sim a proteção e a defesa das minorias e a garantia da oposição. 
Comparação com CF - portaria de 76: garante mais a oposição (direito de antena). Propaganda política com tempo igual para todos os partidos, tanto de oposição quanto de situação. 
A efetividade talvez fique prejudicada pela força dos partidos maiores. 
STF - notório conhecimento jurídico, libada habilitação. 
Como o STF é o ponto mais alto da organização do Judiciário, esse órgão tem uma conotação política que não é tão tranquila, o partido dominante pode ter muita influência. A solução pode estar em vários exemplos, como no da França.
O objeto da CPI seria o fato determinado. A CPI deve ocorrer apenas sobre fato determinado e deve haver razoável indicio de ilicitude sobre tal fato com relevância social. A CPI não pode ser instrumento de qualquer fantasia política da oposição. 
Quais os poderes da CPI?
Convocar testemunhas
Convocar indiciados
Poderes próprios de investigação judicial
Poder de requerer documentos a repartições públicas
De deslocar-se pelo país
De decretar quebra de sigilo bancário, fiscal e telefônico (é controverso na jurisprudência do STF, e tal poder dispensa autorização judicial) 
Ver mandado de segurança 25510 STF e 23452 STF
MS 25510: CPI decretou a quebra de sigilo bancário de uma juíza federal que deu liminares a uma empresa contra a Caixa. A juíza entrou com MS e o STF não permitiu a quebra de sigilo da juíza. Os argumentos são diferentes e incompatíveis. 
Argumento 1: a fundamentação da decisão de quebra é insuficiente 
Argumento 2: intangibilidade da prestação jurisdicional (o juiz, a exercer sua função, é intangível, independente) 
Há incompatibilidade pois há suposição de que talvez haja suficiência na fundamentação. Não houve, mas poderia haver. A prestação jurisdicional é intocável, segundo o argumento, e quebrar o sigilo da juíza seria o poder Legislativo "invadindo" o poder Judiciário. Existem outros jeitos de reverter liminares. 
MS 23452: os autores foram particulares que tiveram seu sigilo quebrado por uma CPI. Quando os particulares impetram um MS, eles alegam que a quebra não era fundamentada: lesão a direitos. No MS, a autoridade co-autora presta informações ao juiz. O argumento do Congresso Nacional diz que o Legislativo tem independência e poder para isso. A separação de poderes estabelece controle entre os órgãos para garantir os direitos dos cidadãos. STF constrói uma teoria da separação de poderes. A CPI é longamanus do Legislativo - sendo assim, os excessos do Legislativo devem ser controlados pelo Judiciário. A separação de poder visa evitar a formação de instâncias hegemônicas de poder, por isso o Supremo barra a quebra. Fundamentações a posteriori são inadmissíveis. Quebra de sigilo telefônico revela apenas os dados, não a ligação em si (escuta) - não é poder de CPI. Qualquer pessoa titular de um direito líquido pode fazer MS (contra-ato de autoridade). 
Sobre as conclusões da CPI
As conclusões irão para um relatório que irá para o MP. CPI não condena, apenas elabora relatório para a CPI. O poder da CPI é relativo, apenas de investigação. 
Sistemas de Governo
Noções de Parlamentarismo 
I) CE (rei, presidente) =/= CG (1º ministro) -> distinção entre CE e CG, pessoas diferentes ocupam essas funções. 
Rei na Inglaterra, presidente na Alemanha, Itália, França e Portugal 
II) Governo responsável perante o Parlamento. A maioria parlamentar tem o poder de escolher o governo ou derrubar/demitir o governo. A separação entre Executivo (governo) e Legislativo não é rígida. A maioria parlamentar se adona do governo. A maioria parlamentar demite o governo por moção de desconfiança. Pela moção de desconfiança, pode-se unir os desgostos para tirar o governo, mas é diferente unir para compor um gabinete. A M. D. construtiva significa que para derrubar um gabinete é condição o nominato de outro novo. 
	IMPEACHMENT
	MOÇÃO DE DESCONFIANÇA 
	Crime de responsabilidade 
	Crise governamental 
	Pena 1: perda do cargo
Pena 2: inabilitar para o exercício da função pública por 8 anos
	Demissão do gabinete
	Processo - contraditório (exige discussão/debate entre quem acusa e quem defende) 
A câmara autoriza, com maioria qualificada (2/3), o processo. O julgamento não cabe ao STF. 
	
O Parlamento tem responsabilidade política (não-jurídica e sem sanção). 
Certas questões da vida privada, em Estado laico, não devem ter influência do Estado. 
O impeachment é um processo autorizado por maioria qualificada (2/3) da câmara, cujo julgamento cabe ao Senado e cujo presidente é o presidente do STF (influencia formal). Como é um processo, exige contraditório (diálogo entre quem acusa e quem defende). 
Presidencialismo: oposto do Parlamentarismo. Confusão entre CE e CG (presidente da República). Rígida separação entre Executivo (governo) e Legislativo. Tão rígida quanto a entre Legislativo e Judiciário. A separação é rígida porque não existem moção de desconfiança e uma segura maioria no Legislativo para o presidente da República. O enorme número de ministérios existentes ocorre porque o partido precisa "pagar" pelo apoio recebido (o presidente não governa se não constituir uma maioria). O presidencialismo (sistema liberal) é um sistema de prancheta: não existia antes dos EUA.
"O presidencialismo foi um sistema arquitetado por quem não gosta de governo". Ou seja, liberais norte-americanos que desconfiavam do Estado. 
	Instituto/país
	Responsabilidade do gabinete
	Dissolução do Parlamento*
	Inglaterra
	Perante a Câmara Baixa 
	Apenas da Câmara Baixa
	Alemanha
	II
	II
	Espanha
	Perante a Câmara Baixa
	Ambas as Câmaras podem ser dissolvidas 
	Italia 
	Perante ambas as casas
	Ambas podem ser dissolvidas 
*Formalizada pelo C.E., decidida pelo Primeiro Ministro.
Na Inglaterra, o primeiro ministro levava informações ao rei. Depois, começou a ser eleito. 
Gabinete (reuniões sem a presença do rei) - órgão diretor do governo. Nem todo ministro faz parte do gabinete (primeiro ministro + alguns outros ministros). Responsabilidade do Gabinete: coletividade (moção de desconfiança).
Apenas na Alemanha o primeiro ministro chama-se chanceler. Em outros lugares, chanceler designa o ministro das relações exteriores. O conselho da Rep. não pode cair. 
A dissolução do Parlamento no Parlamentarismo é uma arma do primeiro ministro contra amaioria parlamentar. Por que ele faria isso se a maioria o elege? Quando percebe que tal maioria está tramando uma moção de desconfiança. O C.E. tem de aceitar a dissolução. A dissolução do Parlamento leva a novas eleições. O eleitorado arbitra o conflito, pois ele pode manter o perfil de maioria e, assim, o primeiro ministro perde. O eleitorado também pode apoiar o primeiro ministro. 
Parlamento na Inglaterra = coroa + câmara baixa + câmara alta
A última vez que um monarca vetou e esse veto perdeu foi em 1707, o que fez com que o monarca perdesse poderes. 
Hoje, a Câmara Alta existe para atribuições judiciais, não é mais órgão decisivo no processo legislativo. 
Qual é o papel da Coroa? À Coroa correspondem alguns poderes (poderes intangíveis). A Constituição da Inglaterra é não-escrita, costumeira e formada por leis esparsas. Os poderes são intangíveis porque nós não os visualizamos. Quem nomeia o 1º ministro é a Coroa (esse poder é uma regra formal). Na hipótese de vitória trabalhista, é nomeado o já conhecido líder dessa força. Em casos determinados, não é conhecido o líder Tory (brecha para os poderes do monarca de escolher entre os conservadores/Tory). 
A Coroa tem margem de escolha dentro do partido:
A Coroa escolhe o 1º ministro conservador
O escolhido, por isso, torna-se líder do partido 
1ºs ministros escolhidos no século XX:
1923 (Baldwin)
1937 (Chamberlain)
1940 (Churchill)
1955 (Éden)
1956 (McMillan)
Por que os conservadores, às vezes, não tem líder? Apoiavam tradicionalmente a Coroa contra o Parlamento. Anglicanos (aristocracia rural) enfraqueciam o centro do partido político: como são poderes regionais, enfraqueceriam o centro partidário, favorecendo a não-existência de um líder. 
Exceção: não há bipartidarismo. 3 forças, cada qual com 1/3 das cadeiras. Isso aconteceu em 1924. 
Asowith (liberal) 
MacDonald (trabalhista) - esquerdismo mais aparente naquela época 
Atribuições formais da Coroa:
aconselhamento
nomear juízes
nomear embaixadores
nomear servidores civis
Quem decide, na verdade, é o primeiro ministro, mas, como o monarca que assina, ele aconselha o primeiro ministro. 
Políticos unionistas (contrários à separação da Irlanda) pediram a dissolução do Parlamento. Rei negou, primeiro ministro/maioria também era contra. Imaginar o caos do sistema se as minorias pudessem dissolver o Parlamento. 
Escócia não se separou por motivos de capital (fez plebiscito que todos/maioria queriam). Povo rejeitou a independência. O monarca inglês tem papel cooperativo (não tem mando último, mas cooperação). 
Parlamentarismo: observações 
Shadow Cabinet 
gabinete da minoria para a eventualidade de assumir o poder
legalizado a partir de 1937
seus membros são remunerados com metade dos salários dos cargos efetivados (oposição amadurece e se prepara; segurança do eleitorado)
função: reconhecimento da oposição 
É possível ser parlamentar e membro do governo (Gabinete - ministro)? 
Sim. O primeiro ministro, por exemplo, pode ser deputado eleito. Na França, existe uma proibição expressa (separação dos poderes mais rigorosa). No presidencialismo, a maioria parlamentar é rigidamente separada do Executivo. 
Semipresidencialismo Francês 
Contexto: IV República. As duas Franças: agrícola, conservadora x laica, igualitária. O pós-guerra e o desfazimento do mundo colonial (Indochina, Argélia... Ameaça a 4ª República Francesa). A direita anti-independência organizou um sistema paramilitar (parlamentarismo (clássico - CE - discreto) não foi capaz de resolver os conflitos da Argélia). PR comanda a Alemanha. A independência da Argélia avança e Charles de Gaulle é chamado para salvar a França => NOVA CONSTITUIÇÃO E SEMIPRESIDENCIALISMO
De Gaulle concilia as duas Franças com a Constituição de 1958 da V República. 
IV República (Const. Francesa de 1946) -> Parlamento Clássico -> C. E. (discreta) -> P.R. (de Gaulle)
V Rep. Francesa -> Mentalidade Gaullista (promove uma conciliação/reconciliação da França profunda (rural, católica, conservadora, monarquista, antissemita) com a França republicana (igualitária, laica, ateísta, do iluminismo, da revolução). O resultado dessa conciliação foi excepcional. -> Desconfiança em relação aos partidos e ao Parlamento -> Reforço ao Executivo 
Antes da V República havia uma disputa acirrada entre as duas Franças e as constituições eram derrubadas/revogadas. 
A influência da independência da Argélia abala a França. 
Semipresidencialismo 
I - Eleição direta do C.E. (P.R.) 
Implica em mais poder para o Chefe de Estado. Ele passa a ser um polo de poder político ao lado do Parlamento. No Parlamentarismo puro, o polo de poder político é o Parlamento (faz e desfaz o governo). Eleições diretas conferem maior legitimidade ao C. E., tornando-se uma autoridade ativa. 
II - Existência, ainda, de governo autônomo (C.G. como primeiro ministro) 
III - Dupla confiança ou dupla responsabilidade 
O primeiro ministro (gabinete) é responsável diante da maioria parlamentar e do presidente (C. E.). O presidente pode, em tese, demitir o gabinete contra a vontade da maioria parlamentar. Lembrar da metáfora das pedras no rio. O primeiro ministro deve contar com a confiança da maioria parlamentar e também do presidente para "sobreviver". A dissolução do Parlamento pode ser requerida pelo primeiro ministro e precisa ser aprovada pelo C. E. 
Dissolução do Parlamento 
	Parlamentarismo Clássico 
	Semipresidencialismo 
	Primeiro Ministro decide (C. E. não pode negar) e pede a dissolução. C. E. formaliza a dissolução. 
	P.R. (C.E.) pede, decide e formaliza. Sem consulta ao gabinete. 
	Arma do primeiro ministro contra o Parlamento. Pressuposto: crise governamental. 
	P. R. dissolve => arma do C.E. (P.R.). C.E. contra o parlamento. 
Constituições podem ser promulgadas (elaborada por Assembleia Constituinte eleita para tal - processo democrático), outorgadas (impostas de cima para baixo por uma pessoa ou um grupo de pessoas) ou cesaristas (outorgada e posteriormente submetida a um referendum como forma de legitimação) conforme sua origem. 
Referendum = consulta popular sobre uma lei criada posteriormente a criação 
Plebiscito = consulta popular sobre um tema antes da lei ser criada
Referendum e plebiscito podem ser usados de forma autoritária na medida em que estabelece ligação direta entre o chefe do Executivo e o povo (líder forte com apelo popular). 
	Regra
	Exceção 
	Presidente
	Coabitação
	Primeiro-Ministro
	Presidente de uma corrente política 
	Maioria Parlamentar
	Primeiro-Ministro de outra
	Do mesmo grupo político 
	Maioria Parlamentar de outra
Coabitações: 
P.R. => Mitterand E
Primeiro-Ministro => Chirac D
II) P.R. => Mitterand E
Primeiro-Ministro => Balladur D 
III) P.R. => Chirac D
Primeiro-Ministro => Jospin E 
Eleitorado quer evitar concentração de poder por meio da coabitação. 
O semipresidencialismo, apesar do nome, é uma variação do parlamentarismo. Conserva a distinção entre C.E. e C.G. e a responsabilidade política do gabinete perante o Parlamento (características principais do Parlamentarismo). 
Teoria(s) do Mandato
Conseqüências jurídico-dogmáticas. Teoriza a relação entre quem vota e quem recebe os votos. 
Mandato imperativo
Origem medieval. Suposição de número reduzido de eleitores para funcionar bem. Entre os eleitores e o eleito, para essa teoria, existe um contrato que segue os moldes dos contratos de direito privado, de mandato. Eleitores elegem alguém como se estivessem celebrando um contrato com o eleito. Os eleitores davam ao eleito uma lista de tarefas e, caso essa não fosse adequadamente realizada, os eleitores poderiam interromper o mandato. Isso funciona com eleitores capazes de fiscalizar e interromper o eleito. 
O recall seria a possibilidade do eleitorado interromper um mandato eletivo. Necessita uma petição com certa quantidade de assinaturas e um depósito em dinheiro. Depois, realiza-se umplebiscito para decidir a questão. Se o recall for derrotado, a quantia em dinheiro fica com os cofres públicos. Não existe recall do presidente. A principal herança dessa teoria é o recall. O recall pode ocorrer em qualquer um dos poderes: Legislativo, Judiciário e Executivo. 
Mandato imputativo
Imputar = atribuir. Ex..: se eu imputo alguém por homicídio, eu responsabilizo alguém pelo crime de homicídio. Atribui-se aos eleitores a vontade que é originária do eleito. O raciocínio é de cima para baixo. Iremos contra o senso comum (eu, eleitor, sou representado). Se o eleito diz x, o eleitorado pensa x. Imputa-se aos eleitores uma vontade originária do eleito. 
Obs.: O eleito representa em verdade a nação e não o corpo específico de eleitores que o escolheram. 
Obs. 2: a teoria do mandato imputativo restringe a participação do eleitor ao momento do voto. O eleitor não tem direito a nenhuma espécie de fiscalização ou cobrança durante o exercício do mandato. O eleitor está adstrito ao voto. Se desestimula/proíbe qualquer interferência do eleitor durante o mandato. 
Obs. 3: típica do liberalismo clássico, do Estado liberal clássico. 
E.L.C. (Liberalismo clássico) => política => nível 2 (representantantes => bem informados, livres de pressões e conforme a razão => vontade geral) e nível 1 (eleitores)
Entre os dois níveis, devem ser banidos: corpos intermediários, sindicatos e partidos políticos.
Código = liberal
esgota o ramo do Direito
sistematiza o ramo do Direito
publiciza o ramo do Direito 
Dos 3 poderes: 
mais forte: Legislativo
existir separação e fiscalização 
Para essa teoria, a política trabalha nesses dois níveis, dessa forma. Os liberais queriam que os representantes agissem somente de acordo com a razão em favor da nação. 
Mandato partidário
Entende que o eleitor, ao votar, escolhe um candidato que faz parte de um partido político e que está adstrito ao programa deste partido. Típica do século XX, está relacionada ao surgimento do Estado Social com constituições como a da Revolução Mexicana de 1917 e a da República de Weimar de 1919. Em 1893, a constituição estadual do RS traz alguns direitos sociais. O Estado Social e o mandato partidário se encontram no contexto do sufrágio universal e de disputa de ideologias. O número de eleitores aumenta e a sociedade começa a viver disputas ideológicas (era dos extremos). As disputas são resolvidas por uma escola de racionalização do poder, que propõe racionalizar/organizar as disputas, enquadrando na constituição as diferentes correntes ideológicas; organizar uma alternância de poderes e dar ao eleitor o papel de árbitro dessa alternância. 
Partidos Políticos e Sistemas
Partidos => forças => coletivas, organizadas, objetivo, programa de doutrina política, permitidas
Possuem influência na vida estatal, pois são coletivos. São organizados, tendo caráter permanente e regras. Possuem um objetivo, ou seja, a conquista do poder. São organizados em torno de programas de idéias, sistema de valores e de doutrina política. São permitidos, admitidos pela Constituição do Estado. 
Os conceitos de partido são muito variados, e vamos estudar alguns dos principais. 
São diferentes de clãs, castas e classe sociais porque a participação em partido político é voluntária, ao contraído desses outros grupos. São diferentes de escolas religiosas, científicas ou artísticas porque os partidos políticos buscam poder com a disputa de cargos. São diferentes das facções pois as facções (apesar de disputarem cargos e poder político também) não possuem programas políticos, corpo de idéias, buscam meramente o poder e cargos. 
Funções dos partidos políticos
Não se pode negar a funcionalidade e a democracia dos partidos políticos. 
Os partidos políticos servem para:
formulação de políticas públicas, sendo instrumentos de canalização da opinião pública e formulando políticas a partir de tal canalização 
designação de candidatos pois, em boa parte das democracias modernas, não existe a candidatura independente (se faz necessária a participação em partidos políticos), o que tem função de melhor organização pois o candidato tem compromisso com o partido, enquanto um "outsider" não tem história e compromisso com nenhum corpo de idéias
condução e crítica do governo. Conduzir o governo é formular políticas. O direito de oposição faz parte do jogo da democracia e tem um conteúdo. Nossa constituição não regrou de forma sistemática o direito de oposição. Ela garante a oposição, mas não tem um estatuto da oposição.
 A Constituição portuguesa regrou o direito de oposição, deixando claro o que é esse direito e quais são seus conteúdos. Há um estatuto constitucional para o direito de oposição. Esse estatuto tem dois pontos-chaves: a sua caracterização e seus conteúdos. 
Art. 114 da Constituição Portuguesa: "às minorias é reconhecido o direito de oposição democrática".
Ainda de acordo com ela, para fazer exercer o direito de oposição, não se pode fazer parte do executivo e deve-se ter cadeira no legislativo. 
De acordo com tal artigo, a oposição tem o direito: 
a serem informados sobre a política governamental 
a serem ouvidas sobre orçamento e planos de governo
a se pronunciarem sobre qualquer assunto de interesse público 
a um tempo equivalente ao do governo nos meios de comunicação ("direito de antena")
à réplica. A oposição, quando mencionada, tem o direito de responder ou se pronunciar sobre tal menção. 
Tipologia dos partidos políticos 
Quanto à organização interna: 
partidos de quadros (partido de notáveis, quase sem militância)
foram os primeiros a surgir
priorizam a qualidade em detrimento da quantidade
são partidos denotáveis 
surgem em fins do Estado liberal clássico 
lideranças regionais fortes e a consequente fragilidade da autoridade nacional 
à medida que o sufrágio vai se tornando universal, o partido Tory, para sobreviver, vai lançar algumas estratégias. A estratégia principal dos partidos de quadros para sua sobrevivência é a realização de eleições primárias. Eleições primárias são pré-escrutínios para designar os candidatos dos partidos
O papel das eleições, nesse caso (a eleição primária pode contar com atores diferentes). Há três tipos de eleições primárias: 
Abertas (qualquer eleitor vota em candidatos de qualquer partido)
Semiabertas (basta uma inscrição prévia para votar)
Fechadas (só votam os filiados dos partidos)
partidos de massas
buscam o maior número possível de adeptos. Os partidos de massas, na sua origem e em regra, são partidos de esquerda (comunistas, fascistas, socialistas, sociais-democratas). Os socialistas não encontravam financiamento no setor bancário ou industrial. Dessa forma, precisa-se de muitos filiados que financiem o partido.
são canais de ascensão social. Se as classes trabalhadoras podem votar e tem possibilidade de ascensão, um canal para isso seriam os partidos de massa.
são sempre instrumentos consistentes de educação cívica
a organização dos partidos de massas socialista é territorial. Por bairro ou por região. O critério é geográfico. 
nos partidos de massa comunistas, o critério de organização é o ramo de atividade econômica (local de trabalho). Isso confere aos partidos comunistas uma agilidade e uma capacidade de mobilização muito maior, porque as pessoas se identificam mais com colegas de trabalho do que com vizinhos. 
partidos fascistas de massa tem certos diferenciais. Os partidos fascistas de massa tem uma apurada organização hierárquica e militar. A vantagem disso é a rápida organização e mobilização. Há o uso freqüente das milícias.

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