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RELAÇÃO DE EMPREGO Relação de Trabalho é uma expressão genérica, abarcando as relações de emprego e diversas relações de trabalho, tais como a relação de empreitada, a relação de trabalho autônomo, dentre outras. Liame jurídico tendo como objeto a prestação de serviço. Relação de Emprego – é a relação jurídica regulada pelo direito do trabalho, marcada pela subordinação jurídica, pela pessoalidade do empregado, pela não-eventualidade e pela onerosidade. Todo empregado é trabalhador, mas nem todo trabalhador é empregado. Requisitos para a caracterização da relação de emprego Os arts. 2 e 3 da CLT relacionam os requisitos necessários para a configuração da relação de emprego. Pessoalidade; Subordinação; Onerosidade; Não-eventualidade; O empregado não correr o risco do empreendimento. Conceito: Podemos então, de acordo com os pressupostos acima, conceituar empregado como toda pessoa física que preste serviço a empregador (pessoa física ou jurídica) de forma não-eventual, com subordinação jurídica, mediante salário e sem correr os riscos do negócio. PESSOALIDADE Serviço prestado por uma pessoa física. A realização de serviços por pessoa jurídica impede o reconhecimento de uma relação de emprego (fraude-pejotização). Outro aspecto, o contrato de emprego é pessoal em relação ao empregado, intuitu personae. Não podendo ser substituído por outro qualquer de sua escolha, aleatoriamente. Do empregador não se exige essa característica. SUBORDINAÇÃO JURÍDICA A subordinação é a relação através da qual o empregador determina o modo como o serviço deve ser realizado. A doutrina caracteriza como: -econômica (dependência econômica em relação ao empregador); -técnica (o empregado depende das orientações técnicas para desempenho de suas atividades); - Jurídica (direcionamento objetivo sobre a forma de efetuar a prestação do contrato); - Subjetiva (sujeição do empregado ao poder diretivo do tomador); - Objetiva (modo de realização da prestação de serviços); - Estrutural (inserção do trabalhador na dinâmica de organização e funcionamento da empresa) O empregado fica subordinado às ordens, regras e orientações do empregador, bem como sujeito a sua fiscalização nos trabalhos realizados. O legislador adotou a subordinação jurídica. ONEROSIDADE A toda prestação de trabalho corresponde uma contraprestação pecuniária ou in natura. Não há contrato de emprego gratuito. HABITUALIDADE / NÃO-EVENTUALIDADE A expressão não eventual referida no art. 3 da CLT deve ser interpretada sob a ótica do empregador, isto é, se a necessidade daquele tipo de serviço ou mão-de-obra para a empresa é permanente ou acidental. (CASSAR) Maurício Godinho afirma que eventual é o trabalhador que não possui permanência com ânimo definitivo; há pluralidade de tomadores; curta duração do trabalho prestado; trabalho para evento certo; não se enquadra à necessidade permanente do tomador. RISCO DO NEGÓCIO É DO EMPREGADOR - alteridade Não se trata de um requisito essencial nas relações de emprego, mas de um princípio que determina que os riscos da atividade correm por sua conta e risco do empregador, caput do art. 2º da CLT. No universo do trabalho há determinadas situações fáticas em que a doutrina, com fulcro na legislação, atribui a natureza de relação de trabalho. Em contrapartida, há outras que são classificadas como relação de emprego, consubstanciando-se em contrato de trabalho regido pela Consolidação das Leis do Trabalho. Nesse sentido, a) as teorias da descontinuidade, do evento e da fixação não se prestam para definição do conceito legal de não eventualidade, que se constrói exclusivamente com base na teoria dos fins do empreendimento. b) o caráter intuitu personae expressa a pessoalidade da relação de emprego que deve se fazer presente nos seus dois polos, tanto do contratante empregador quanto do empregado prestador dos serviços. c) a dependência econômica do prestador ao tomador dos serviços está expressamente prevista na lei como elemento privativo para caracterizar a subordinação do prestador de serviços em relação ao tomador de sua força de trabalho nas relações empregatícias. d) a onerosidade, como característica da relação de emprego, deve ser vista sob o ângulo objetivo, segundo o qual ela se manifesta pelo pagamento por parte do empregador para remunerar os serviços prestados por força do contrato, e no aspecto subjetivo, com a identificação da intenção contraprestativa, em especial pelo empregado, que presta os serviços esperando uma contrapartida pecuniária por parte do empregador. e) a exclusividade na prestação dos serviços do trabalhador ao seu contratante configura requisito legal essencial e tipificado para a formação de um contrato de trabalho de natureza celetista. É certo que a relação de trabalho se distingue da relação de emprego, sendo que a primeira abrange a segunda. A Consolidação das Leis do Trabalho apresenta os elementos caracterizadores da relação de emprego, NÃO se inserindo, dentre eles, a subordinação jurídica; a pessoalidade na prestação dos serviços; a exclusividade dos serviços prestados; a onerosidade; o trabalho não eventual. Anacleto, policial militar, trabalhou para a empresa Indústria Mundo Novo Ltda. como agente de segurança, nos horários em que não estava a serviço da corporação militar. Na referida empresa, Anacleto cumpria expressamente as ordens emanadas da direção, recebia um salário mensal, e trabalhava de forma contínua e ininterrupta, todas as vezes que não estava escalado na corporação. Considerando a situação apresentada, a) estando presentes as características da relação de emprego, existe vínculo empregatício entre a empresa Indústria Mundo Novo Ltda. e Anacleto, porém a situação de militar de Anacleto impede o reconhecimento desse vínculo. b) não existe vínculo empregatício entre a empresa Indústria Mundo Novo Ltda. e Anacleto, já que o trabalho prestado por Anacleto para essa empresa ocorria apenas nas ocasiões em que Anacleto não estava escalado na corporação, caracterizando, portanto, trabalho eventual. c) não existe vínculo empregatício entre a empresa Indústria Mundo Novo Ltda. e Anacleto, já que o trabalho prestado por Anacleto para essa empresa constitui trabalho autônomo. d) o vínculo de emprego entre a empresa Indústria Mundo Novo Ltda. e Anacleto somente pode ser reconhecido nos períodos em que Anacleto não estava escalado na corporação e em que houve trabalho efetivo em favor da empresa Indústria Mundo Novo Ltda. e) estando presentes as características da relação de emprego, é legítimo o reconhecimento do vínculo de emprego entre a empresa Indústria Mundo Novo Ltda. e Anacleto, independentemente do eventual cabimento de penalidade disciplinar prevista no estatuto do policial militar. No universo do trabalho há determinadas situações fáticas em que a doutrina, com fulcro na legislação, atribui a natureza de relação de trabalho. Em contrapartida, há outras que são classificadas como relação de emprego, consubstanciando-se em contrato de trabalho regido pela Consolidação das Leis do Trabalho. Nesse sentido, a) o caráter intuitu personae expressa a pessoalidade da relação de emprego que deve se fazer presente nos seus dois polos, tanto do contratante empregador quanto do empregado prestador dos serviços. b) a dependência econômica do prestador ao tomador dos serviços está expressamente prevista na lei como elemento privativo para caracterizar a subordinação do prestador de serviços em relação ao tomador de sua força de trabalho nas relações empregatícias. c) a onerosidade, comocaracterística da relação de emprego, deve ser vista sob o ângulo objetivo, segundo o qual ela se manifesta pelo pagamento por parte do empregador para remunerar os serviços prestados por força do contrato, e no aspecto subjetivo, com a identificação da intenção contraprestativa, em especial pelo empregado, que presta os serviços esperando uma contrapartida pecuniária por parte do empregador. d) a exclusividade na prestação dos serviços do trabalhador ao seu contratante configura requisito legal essencial e tipificado para a formação de um contrato de trabalho de natureza celetista. TIPOS DE EMPREGADOS EMPREGADO EM DOMICÍLIO: O trabalho em domicílio é o executado na habitação do empregado ou em local por este escolhido, longe da vigilância direta do empregador, mas por conta e sob a direção do tomador. O art. 6 da CLT determina que não pode haver diferença entre o empregado que trabalha no estabelecimento e o que trabalha em domicílio. A subordinação é menos intensa, uma vez que se desenvolve longe dos olhos do empregador. TELETRABALHADORES :É modalidade especial de trabalho a distância, em que as tarefas são realizadas por meio de equipamentos de informática e telecomunicações. Uma forma de organização da atividade, onde o trabalhador encontra-se fisicamente ausente da sede do empregador, mas virtualmente presente, por meios telemáticos, na construção dos objetivos contratuais. - Trabalho executado a distância; - Empregador não fiscaliza fisicamente; - a fiscalização ocorre por meio telemático É um fenômeno de isolamento do obreiro. Pode acarretar enfraquecimento da luta de classes e da atuação sindical. Não é um trabalho externo, mas um trabalho interno virtual. Art. 75-B. Considera-se teletrabalho a prestação de serviços preponderantemente fora das dependências do empregador, com a utilização de tecnologias de informação e de comunicação que, por sua natureza, não se constituam como trabalho externo. Parágrafo único. O comparecimento às dependências do empregador para a realização de atividades específicas que exijam a presença do empregado no estabelecimento não descaracteriza o regime de teletrabalho. Art. 75-C. A prestação de serviços na modalidade de teletrabalho deverá constar expressamente do contrato individual de trabalho, que especificará as atividades que serão realizadas pelo empregado. § 1o Poderá ser realizada a alteração entre regime presencial e de teletrabalho desde que haja mútuo acordo entre as partes, registrado em aditivo contratual. § 2o Poderá ser realizada a alteração do regime de teletrabalho para o presencial por determinação do empregador, garantido prazo de transição mínimo de quinze dias, com correspondente registro em aditivo contratual. Art. 75-D. As disposições relativas à responsabilidade pela aquisição, manutenção ou fornecimento dos equipamentos tecnológicos e da infraestrutura necessária e adequada à prestação do trabalho remoto, bem como ao reembolso de despesas arcadas pelo empregado, serão previstas em contrato escrito. Parágrafo único. As utilidades mencionadas no caput deste artigo não integram a remuneração do empregado. Art. 75-E. O empregador deverá instruir os empregados, de maneira expressa e ostensiva, quanto às precauções a tomar a fim de evitar doenças e acidentes de trabalho. Parágrafo único. O empregado deverá assinar termo de responsabilidade comprometendo-se a seguir as instruções fornecidas pelo empregador. EMPREGADO DOMÉSTICO: Domus - casa É a pessoa física que trabalha de forma pessoal, subordinada, continuada e mediante salário, para outra pessoa física ou família que não explore atividade lucrativa, no âmbito residencial desta, por mais de 2 dias na semana, art. 1 da LC 150/15. -Continuidade: mais de 2 dias na semana -Pessoa física ou família (não pode PJ ou profissional liberal) consórcio de empregadores -Atividade não lucrativa - Âmbito residencial Logo, ser doméstico é trabalhar para empregador doméstico: - que não pode ser pessoa jurídica, profissional liberal para sua atividade econômica. - não pode explorar atividade lucrativa. -pode ser realizado no interior da residência, como no âmbito externo. Os direitos dos empregados domésticos estão assegurados pelo parágrafo único do art. 7º da CF: Salário mínimo Irredutibilidade do salário 13º salário Repouso semanal remunerado Férias anuais mais um terço Licença à gestante Licença-paternidade Aviso prévio e aposentadoria. Direitos acrescentados Jornada de trabalho de 8 horas Hora extra Hora noturna FGTS Salário-família Seguro contra acidentes A representação em juízo do empregador pode ser por qualquer membro capaz da família, desde que tomador direto do serviço. EMPREGADO RURAL: A norma que disciplina o trabalhador rural é a Lei nº 5.889/73 Decreto n. 73.626/1974) A CLT não se aplica ao empregado rural, salvo se houver determinação em sentido contrário (artigo 7, “b”) O conceito de empregado rural está prescrito no art. 2º da lei 5889/73. Conceito: É a pessoa física que em propriedade rural ou prédio rústico, presta serviço para empregador rural, com subordinação, habitualidade e mediante salário. Por tal dispositivo, o elemento determinante para ser considerado empregado rural é a atividade do empregador. Para identificar o empregador deve ser adotado vários critérios: -local; - atividade predominante (agroeconômica ou industrial). art. 2 §§4 e 5 dec 73.626 . S 196 STF ; OJ 38 SDI - I ALTOS EMPREGADOS : São aqueles empregados ocupantes de cargo investidos de mandato que lhes confere poderes de administração para agir em nome do empregador. a) empregado ocupante de cargo de confiança : (art. 62 da CLT) É aquele que detém poderes delegados pelo empregador, em maior ou menor grau, para em seu nome agir. b) Diretor de sociedade anônima A Constituição/88 igualou os direitos do trabalhador urbano e do rural no caput do art. 7º. Assim, trabalhadores urbanos e rurais possuem os mesmos direitos. Peculiaridades do trabalhador rural -Período de repouso: O trabalho superior a 6h/dia, obriga à concessão do intervalo intrajornada de 1h para o descanso/refeição, observados os usos e costumes. -aviso prévio: art. 15 da lei -Intervalo Interjornada: art. 5 da lei -Adicional noturno: art. 7, das 21h às 05h para os que trabalham na lavoura; das 20h às 4h para os que trabalham na pecuária. Remunerado com o adicional de 25% sobre a remuneração normal. -Utilidades: art. 9 compõe o salário mínimo do rurícola os seguintes fornecimentos “in natura”: a) alimentação (25%) e b) habitação (20%), as quais deverão ser previamente autorizadas, sob pena de nulidade.
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