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Preparo Cavitário Classe I – AMG Preparo cavitário: É o tratamento mecânico das injurias causadas pela carie, com a finalidade de receber uma restauração; devolvendo a forma original, dando-lhe resistência e prevenindo a recorrência da carie na superfície tratada. Objetivo: Preparar a cavidade para receber a restauração que seja resistente. Insucesso: 56% Preparo incorreto; 40% Manipulação errada do material; 0,4% Problemas pulpares e periodontais. Classe I: Regiões de cicatrículas e fissuras de molares e pré-molares; 2/3 oclusais das faces vestibular, lingual e palatina dos molares; Não possui rompimento de crista marginal; pode ser simples ou composta( Inferior: oclusal e vestibular/ superior: oclusal e palatina); pode ocorrer na região de cicatrículas do cíngulo dos anteriores. - Preparos cavitários: Antigamente Black preconizava que se desse a forma para que se pudesse remover a cavidade, no entanto, hoje em dia se preconiza que inicialmente a lesão cariosa seja removida para que posteriormente a forma seja dada. Etapas operatórias: 1 – Abertura; 2 – Forma de contorno; 3 – Forma de resistência; 4 – Forma de retenção; 5 – Acabamento da cavidade. OBS: Vale ressaltar que antes de tudo deve ser feito um exame radiográfico (Interproximal), com o intuito de se observar a extensão da lesão cariosa. 1 – Abertura Cavitária: Objetivo: Acesso para remoção da cárie Brocas: 245; 329 e 330. (Nos pacientes usa-se a ponta diamantada esférica) Posicionar a broca na fossula distal com uma inclinação de 45°, pois isso irá gerar uma melhor visualização, melhor controle de corte, melhore refrigeração do campo. Após isso, a broca deve estar paralela ao longo eixo do dente, com movimentos para mesial e distal. - Remoção do tecido cariado: Atualmente, aceita-se que o tecido cariado deve ser removido mais baseado na sua consistência do que em sua coloração, porém, esta ultima também é muito importante para o clínico saber das dimensões da lesão. 2 – Forma de Contorno: Inicia-se a penetração inicial, a seguir a broca é posicionada paralela ao eixo longitudinal do dente e, com movimentos para distal e mesial ao longo do sulco central, forma-se uma canaleta cuja profundidade deve corresponder à metade da ponta ativa da broca, com largura igual ou ligeiramente maior que o diâmetro da broca. Essa largura deve corresponder a aproximadamente ¼ da distância entre os vértices das cúspides vestibular e lingual. No nível das paredes vestibular e lingual, o plano axial da broca deve permanecer paralelo ao eixo longitudinal do dente e, na altura das fossetas mesial e distal, a broca segue uma inclinação que determina as paredes mesial e distal com "esmalte" apoiado em "dentina" e que proporciona borda de restauração de aproximadamente 70º. Deve-se salientar que a extensão da cavidade no sentido mésio-distal deverá apenas envolver as respectivas fossetas e sulcos secundários e preservar ao máximo as cristas marginais. Completando a forma de contorno, a broca é movimentada ligeiramente para os lados, nos ·sulcos secundários vestibular e lingual, e ao nível dos sulcos que se originam nas fossetas mesial e distal. A broca, ao mesmo tempo que determina com as arestas laterais as paredes circundantes, deve, com seu extremo plano, aplainar a parede pulpar e definir os ângulos diedros do segundo grupo ligeiramente arredondados. 3 e 4 - Forma de resistência e retenção: A confecção da parede pulpar plana e perpendicular ao eixo longitudinal do dente é um dos fatores que determinam as formas de resistência e retenção. Esse detalhe é conseguido, como já salientado anteriormente, utilizando-se a broca paralela ao eixo longitudinal do dente e mantendo uma profundidade uniforme, definindo as paredes circundantes e determinando os ângulos diedros do segundo grupo, definidos ou arredondados, de acordo com o tipo de broca empregado. A determinação das paredes vestibular, lingual, mesial e distal paralelas entre si ou convergentes para oclusal também satisfaz os requisitos de resistência e retenção, tanto para a estrutura dentária como para o material restaurador. A divergência das paredes proximais para oclusal caracteriza uma forma de resistência relacionada com a estrutura dentária remanescente, entretanto, essa divergência proporciona em determinadas situações bordas de amálgama com menor espessura, em comparação com as obtidas a partir de paredes paralelas ou convergentes para oclusal. É importante destacar que, independente da inclinação das paredes proximais, o esmalte em lesões incipientes fica suportado de forma ideal pela própria dentina. As retenções adicionais são dispensadas, uma vez que essas cavidades, por serem conservadoras, apresentam profundidade maior que a abertura vestíbulo-lingual. Além disso, as cavidades preparadas com a broca n2 245 apresentam características de auto-retentividade. 5 – Acabamento da Cavidade: Se a broca nº 245 for utilizada, dispensam-se as brocas para acabamento de paredes, pois essa broca tem lâminas de corte lisas. O acabamento com a enxada monoangulada também é dispensado, evitando-se assim a transformação dos ângulos diedros do segundo grupo arredondados em ângulos vivos. Nas cavidades para amálgama não é indicada a confecção de bisel no ângulo cavossuperficial. Ele deve apresentar-se em linha nítida contínua e uniforme, depois da remoção dos prismas fragilizados. O acabamento das margens de esmalte é feito com broca de corte liso nº 56 ou 245, girando em baixa velocidade e posicionada no ângulo cavossuperficial das paredes circundantes. Esse acabamento final remove todos os prismas fragilizados não eliminados durante o acabamento das paredes. Durante a ação da broca na margem de esmalte natural, é possível visualizar o desprendimento dos prismas fragilizados (na forma de um pó branco depositado no interior da cavidade). - Classe I Composta: Regras gerais: Total remoção do tecido cariado; paredes da cavidade suportadas por dentina; conservar a maior quantidade de tecido sadio; deixar paredes lisas e planas; deixar o preparo limpo e seco. 1 – Abertura e remoção do tecido cariado 2 – Forma de contorno: O delineamento do contorno inclui a extensão total do sulco lingual, sem invadir a ponte de esmalte da face oclusal que une as cúspides mésio-lingual e disto-vestibular, preservando ao máximo as vertentes de cúspides e crista marginal distal. Com broca n2 245 ou 556, colocada na fossa central e ligeiramente inclinada para lingual, executa-se a penetração inicial a uma profundidade correspondente a aproximadamente metade da ponta ativa da broca. A seguir, a broca é movimentada para lingual, acompanhando o sulco disto-lingual da face oclusal e mantendo a largura correspondente ao diâmetro da broca durante esse procedimento, evitando-se assim enfraquecer a ponte de esmalte, a cúspide disto-lingual e a crista marginal. Como a profundidade deve ser uniforme em toda a caixa oclusal, a parede pulpar é plana e paralela à inclinação da "ponte de esmalte", ou seja, um pouco inclinada (declive) em direção ao centro do dente. A parede distal deve seguir os mesmos procedimentos descritos para o preparo Classe I simples. A parede mesial adquire a inclinação correspondente à broca empregada. Para o preparo da caixa lingual ou palatina, inicialmente estende-se a parede lingual da caixa oclusal na região do sulco, até removê-la totalmente. Em seguida, com a porção lateral da broca colocada no sulco lingual e paralela a essa face, pressiona-se contra essa superfície até uma profundidade correspondente ao diâmetro da broca, esboçando-se e delimitando-se assim as paredes circundantes e de fundo da caixa lingual. Dessa maneira, a parede axial fica paralela à superfície externa do dente, formando com a parede pulpar um ângulo reto. Para acentuar os ângulos diedros mésio e disto-axial, a broca utilizada deverá ser posicionada perpendicular à parede axial e movimentada em toda a extensão gengivo-oclusal dessa parede. A parede gengival deve ser perpendicular à superfície lingual e,por essa razão, ligeiramente inclinada no sentido axial 3 e 4 – Forma de Resistência e retenção: A observância dos princípios de resistência compreende: determinação da parede distal da caixa oclusal com inclinação que permita maior volume de borda para o amálgama e represente clinicamente o esmalte apoiado sobre a dentina; manutenção da cúspide disto-lingual íntegra, apenas contornando-a sem invadir as vertentes; preservação da ponte de esmalte e arredondamento do ângulo áxio-pulpar realizado com recortador de margem gengival. A profundidade uniforme da caixa oclusal, igual ou maior do que a largura, dispensa retenções adicionais. Por outro lado, utilizando-se a broca nº 245 obtêm-se paredes circundantes convergentes para oclusal, oferecendo características auto-retentivas a essa caixa. A caixa lingual, contudo, devido à dimensão ocluso-gengival e ao posicionamento em relação aos esforços mastigatórios, necessita retenções adicionais, que são realizadas com broca n° 699, nos ângulos diedros mésio e disto-axial, à expensas das paredes mesial e distal; este procedimento também pode ser realizado com broca esférica lisa nº 1/4. Essas retenções em forma de canaletas ou sulcos devem ultrapassar ligeiramente o ângulo áxio-pulpar, sem no entanto atingir o cavossuperficial oclusal. 5 – Acabamento das paredes da cavidade: Com a broca nº 56 realiza-se o acabamento inicial, com os mesmos movimentos empregados no preparo cavitário com a broca nº 556. O acabamento final das paredes de fundo e circundantes da caixa oclusal é realizado com enxada monoangulada, com movimentos de lingual para vestibular e de distal para mesial, ao mesmo tempo em que se aplana a parede pulpar. Com o mesmo instrumento, ou com o recortador de margem gengival, regularizam-se as paredes circundantes da caixa lingual, com movimentos de gengival para oclusal, completando-se ao mesmo tempo o acabamento das paredes de fundo e circundantes mesial e distal2. Se a cavidade for preparada com a broca nº 245, dispensa-se o uso complementar de outras brocas, e o uso da enxada monoangulada torna-se desnecessário. O acabamento das margens de esmalte desta cavidade é feito da forma descrita para a cavidade anterior (Classe I oclusal), com broca nº 56 ou 245 girando em baixa velocidade. Com o recortador de margem gengival conclui-se o refinamento dos ângulos cavossuperficiais gengivais vestibular e lingual, sem que isso constitua formação de um bisel. O acabamento marginal define um ângulo cavossuperficial nítido, contínuo e uniforme, porque remove os prismas fragilizados.
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