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Ações Cíveis no Processo do Trabalho

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA 
FACULDADE DE DIREITO “PROF. JACY DE ASSIS” 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
AÇÕES CÍVEIS NO PROCESSO DO TRABALHO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
UBERLÂNDIA, 2018 
 
AMANDA LIMA SOUSA 
CINTHIA LIMA SANTANA 
MARCELA SALIM VERONEZE 
NATHALIA MARTINEZ DOS REIS 
PRISCILA DA SILVA BARROS 
REGINA ANDREA DIOGO 
TUANNE ANTUNES GOMES 
9º PERÍODO A 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
AÇÕES CÍVEIS NO PROCESSO DO TRABALHO 
Trabalho para fins avaliativos sobre as ações cíveis 
admissíveis no processo do trabalho, na disciplina Direito 
Processual do Trabalho II. 
Orientação: Professora Juliane Caravieri Martins. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
UBERLÂNDIA, 2018 
 
SUMÁRIO 
Introdução .................................................................................................................. 7 
1. Tutelas Provisórias de Urgência e Evidência .................................................. 7 
1.1 Conceito ............................................................................................................................. 7 
1.1.1 Tutela provisória de urgência ...................................................................................... 8 
1.1.2 Tutela provisória de evidência ..................................................................................... 8 
1.2 Natureza jurídica ................................................................................................................ 9 
1.3 Fundamentação jurídica ..................................................................................................... 9 
1.4 Procedimento ................................................................................................................... 11 
1.4.1 Tutela provisória de urgência antecipada .................................................................. 13 
1.4.2 Tutela provisória de urgência cautelar ...................................................................... 14 
1.4.3 Tutela de Evidência ................................................................................................... 16 
1.5 Aplicação no processo do trabalho .................................................................................. 17 
1.6 Análise de acórdão ........................................................................................................... 19 
2. Mandado de Segurança ..................................................................................... 20 
2.1 Conceito ........................................................................................................................... 20 
2.2 Natureza jurídica .............................................................................................................. 22 
2.3 Fundamentação jurídica ................................................................................................... 22 
2.4 Procedimento ................................................................................................................... 24 
2.4.1 Condições genéricas e específicas do mandamus ................................................... 24 
2.4.2 Competência ............................................................................................................. 26 
2.4.3 Forma de desenvolvimento do processo ................................................................... 26 
2.4.4 Do mandado de segurança coletivo .......................................................................... 29 
2.5 Aplicação do mandado de segurança no processo do trabalho ....................................... 30 
2.5.1 Liminar deferida em ação cautelar de reintegração ao emprego .............................. 30 
2.5.2 Liminar deferida em reclamação trabalhista para tornar sem efeito transferência 
ilegal de empregado ........................................................................................................... 30 
2.5.3 Decisão que defere tutela provisória ......................................................................... 30 
2.5.4 Decisão que indefere a homologação de acordo ...................................................... 31 
2.5.5 Penhora sobre valores existentes em conta salário .................................................. 32 
2.5.6 Averbação de tempo de serviço ................................................................................ 33 
2.5.7 Penhora de carta de fiança bancária em lugar de dinheiro ....................................... 33 
2.5.8 Penhora sobre parte da renda da empresa executada ............................................. 34 
2.5.9 Depósito prévio de honorários periciais .................................................................... 34 
2.5.10 Suspensão do empregado estável para ajuizamento de inquérito .......................... 35 
 
2.5.11 Tornar inexigível sentença em ação de cumprimento reformada por acórdão em 
recurso ordinário de sentença normativa ........................................................................... 36 
2.5.12 Mandado de segurança contra ato referente a concurso público para investidura 
em emprego público ........................................................................................................... 36 
2.5.13 Outras hipóteses ..................................................................................................... 37 
2.6 Análise de acórdão ........................................................................................................... 37 
3. Habeas Corpus .................................................................................................... 39 
3.1 Conceito ........................................................................................................................... 39 
3.2 Natureza jurídica .............................................................................................................. 40 
3.3 Fundamentação jurídica ................................................................................................... 40 
3.4 Procedimento ................................................................................................................... 40 
3.5 Aplicação no Processo do Trabalho ................................................................................. 42 
3.6 Análise de acórdão ........................................................................................................... 43 
4. Habeas Data ......................................................................................................... 43 
4.1 Conceito ........................................................................................................................... 43 
4.2 Natureza jurídica .............................................................................................................. 44 
4.3 Fundamentação jurídica ................................................................................................... 44 
4.4 Procedimento ................................................................................................................... 46 
4.5 Aplicação no processo do trabalho .................................................................................. 48 
4.6 Análise de acórdão ........................................................................................................... 49 
5. Ação de Consignação em Pagamento ............................................................ 50 
5.1 Conceito ........................................................................................................................... 50 
5.2 Natureza jurídica .............................................................................................................. 52 
5.3 Fundamentação jurídica ...................................................................................................53 
5.4 Consignação extrajudicial ................................................................................................. 53 
5.5 Procedimento ................................................................................................................... 54 
5.6 Aplicação no processo do trabalho ............................................................................... 57 
5.7 Análise de acórdão ........................................................................................................ 58 
6. Ação Rescisória .................................................................................................. 59 
6.1 Conceito ........................................................................................................................... 59 
6.2 Natureza jurídica .............................................................................................................. 60 
6.3 Fundamentação jurídica ................................................................................................... 60 
6.4 Procedimento ................................................................................................................... 65 
6.5 Aplicação no processo do trabalho .................................................................................. 67 
6.6 Análise de acórdão ........................................................................................................... 70 
 
7. Ação Monitória .................................................................................................... 72 
7.1 Conceito ........................................................................................................................... 72 
7.2 Natureza jurídica da ação ................................................................................................. 73 
7.3 Fundamentação jurídica da ação ..................................................................................... 74 
7.4 Procedimento ................................................................................................................... 75 
7.5 Aplicação no processo do trabalho .................................................................................. 77 
7.6 Análise de acórdão ........................................................................................................... 78 
8. Ação Civil Pública ............................................................................................... 78 
8.1 Conceito ........................................................................................................................... 78 
8.2 Natureza Jurídica ............................................................................................................. 79 
8.3 Fundamentação jurídica ................................................................................................... 81 
8.4 Procedimento ................................................................................................................... 81 
8.5 Aplicação no processo do trabalho .................................................................................. 82 
8.6 Análise de acórdão ........................................................................................................... 84 
9. Ação Civil Coletiva .............................................................................................. 85 
9.1 Conceito e natureza jurídica ............................................................................................. 85 
9.2 Fundamentação jurídica ................................................................................................... 86 
9.3 Procedimento e aplicação no processo do trabalho ......................................................... 88 
9.4 Análise de acordão ........................................................................................................... 89 
10. Ação anulatória de cláusulas convencionais ................................................. 91 
10.1 Conceito ......................................................................................................................... 91 
10.2 Natureza jurídica ............................................................................................................ 91 
10.3 Fundamentação jurídica da ação ................................................................................... 92 
10.4 Procedimento ................................................................................................................. 92 
10.5 Aplicação no processo do trabalho ................................................................................ 94 
10.6 Análise de acórdão ......................................................................................................... 95 
11. Ações Possessórias ......................................................................................... 95 
11.1 Conceito e natureza jurídica ........................................................................................... 95 
11.2 Fundamentação jurídica ................................................................................................. 96 
11.3 Procedimento e aplicação no processo do trabalho ....................................................... 97 
11.4 Análise de acordão ......................................................................................................... 99 
12. Ação de Exigir Contas .................................................................................... 100 
12.1 Conceito ....................................................................................................................... 100 
12.2 Natureza jurídica .......................................................................................................... 101 
12.3 Fundamentação jurídica ............................................................................................... 101 
 
12.4 Procedimento ............................................................................................................... 103 
12.4.1 Legitimação e interesse ......................................................................................... 103 
12.4.2 Forma de desenvolvimento do processo ............................................................... 104 
12.5 Aplicação no processo do trabalho .............................................................................. 105 
12.6 Análise de acórdão ....................................................................................................... 106 
Conclusão .............................................................................................................. 107 
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA ........................................................................... 108 
ANEXOS ................................................................................................................. 113 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 7 
Introdução 
A ampliação da competência da Justiça do Trabalho com a emenda constitucional nº 
45/2004 e a previsão de aplicação supletiva e subsidiária do direito processual civil, no 
que for compatível com as normas trabalhistas, conforme o artigo 769 da Consolidação 
das Leis do Trabalho c/c o artigo 15 do Código de Processo Civil, possibilitaram a 
inserção no âmbito trabalhista de inúmeras ações previstas no ordenamento jurídico 
brasileiro. 
Elencadas as principais ações cíveis admissíveis no processo do trabalho, a 
serem analisadas a seguir, são elas: tutelas provisórias de urgência e evidência, 
mandado de segurança, habeas corpus, habeas data, ação de consignação em 
pagamento, ação rescisória, ação monitória, ação civil pública, ação civil coletiva, ação 
anulatória de cláusulas convencionais, ações possessórias, ação de exigir contas. 
Destaca-se,com o escopo de clarificar ao jurista suas principais características, 
os seguintes elementos: conceito, natureza jurídica, fundamentação legal e aplicação 
no âmbito trabalhista. Cada estudo doutrinário ainda é acompanhado da análise de um 
acórdão, corroborando a teoria com a atual jurisprudência dos tribunais. 
1. Tutelas Provisórias de Urgência e Evidência 
1.1 Conceito 
Nas palavras de Gustavo Filipe Barbosa, tem-se que: 
“No Código de Processo Civil de 2015, a tutela provisória passou a ser 
entendida como gênero, tendo como espécies a tutela de urgência e a 
tutela da evidência (art. 294). A tutela (provisória) de urgência pode ser 
cautelar ou antecipada. A tutela (de urgência) cautelar tem como 
objetivo assegurar o resultado útil do processo (quanto ao pedido 
principal). Tem, portanto, natureza essencialmente instrumental, pois, a 
rigor, visa tutelar o processo, e não a satisfazer o direito material. A 
tutela (de urgência) antecipada, por sua vez, tem natureza satisfativa, 
visando assegurar, de forma imediata, concreta e efetiva, o bem jurídico 
pretendido.”1 
Como ensina Marcus Vinícius Rios Gonçalves, tutela provisória é: 
 
1 GARCIA, Gustavo Filipe Barbosa Curso de direito processual do trabalho / Gustavo Filipe Barbosa 
Garcia. – 6ª ed. rev., atual. e ampl. – Rio de Janeiro: Forense, 2017. Versão PDF. 
2 GONÇALVES, Marcus Vinicius Rios. Direito processual civil esquematizado. 6. ed. – São Paulo: 
 8 
“(...) a tutela diferenciada, emitida em cognição superficial e caráter 
provisório, que satisfaz antecipadamente ou assegura e protege uma ou 
mais pretensões formuladas, em situação de urgência ou nos casos de 
evidência.”2 
Em suma, a tutela provisória antecipa a uma das partes um provimento judicial 
de mérito ou acautelatório antes da decisão final, seja em virtude de urgência ou de 
plausibilidade do direito. Ambas as modalidades de tutela provisória, de urgência e de 
evidência, podem, como acima exposto, ser requeridas de forma incidental, podendo a 
tutela de urgência ser também requerida de forma antecedente. 
1.1.1 Tutela provisória de urgência 
A tutela provisória de urgência encontra-se lastreada na necessidade da 
prestação da tutela jurisdicional evitar um prejuízo à parte, sendo prescindíveis dois 
requisitos para a sua concessão: elementos que evidenciem a probabilidade do direito e 
o perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo. 
A tutela provisória de urgência antecipada é a antecipação do provimento 
jurisdicional fim, ou seja, da decisão do juízo acerca do caso em análise. Por sua vez, a 
tutela provisória de urgência cautelar assegura um direito de uma parte. 
Por fim, a tutela provisória concedida em caráter antecedente trata-se da 
possibilidade de requerer o futuro provimento jurisdicional fim de um futuro processo, ou 
de uma medida assecuratória, antes da propositura do processo judicial, diante de uma 
urgência contemporânea. 
1.1.2 Tutela provisória de evidência 
Humberto Theodoro Júnior esclarece: 
“A tutela da evidência não se funda no fato da situação geradora do 
perigo de dano, mas no fato de a pretensão da tutela imediata se apoiar 
em comprovação suficiente do direito material da parte.”3 
 
2 GONÇALVES, Marcus Vinicius Rios. Direito processual civil esquematizado. 6. ed. – São Paulo: 
Saraiva, 2016. p. 307. 
3 THEODORO, Humberto. Júnior. Curso de Direito Processual Civil - Volume I. 57ª ed. Rio de Janeiro: 
GEN | Editora Forense, 2016. p.689 
 9 
Em resumo, na tutela provisória de evidência, apenas a demonstração do 
fumus boni juris e a correspondência com um dos requisitos dos incisos do art. 311, 
autoriza a concessão de tal medida. 
1.2 Natureza jurídica 
Conforme ensina Fredie Didier Jr., é possível reconhecer a existência de três 
características essenciais na tutela provisória, quais sejam: (i) sumariedade da cognição 
– porque autoriza o juiz a decidir com base em um mero juízo de probabilidade (fumus 
boni iuris) –; (ii) precariedade – possui natureza precária, podendo ser revogada ou 
modificada a qualquer tempo, bem como ser substituída pelo provimento definitivo –; e 
(iii) inaptidão para a formação de coisa julgada – característica que decorre das duas 
anteriores.4 
Ressalte-se que a antecipada tem natureza satisfativa, haja vista que o juiz 
defere os efeitos da sentença que só seriam concedidos no final do processo. Por sua 
vez, na tutela cautelar, o juiz determina uma medida assecuratória, protetiva, de forma 
a resguardar o direito do autor diante da demora do processo. 
1.3 Fundamentação jurídica 
A tutela provisória está disposta no Livro V do Código de Processo Civil, do art. 
294 ao 311. 
Nos termos do art. 294 do NCPC: 
Art. 294. A tutela provisória pode fundamentar-se em urgência ou 
evidência. 
Parágrafo único. A tutela provisória de urgência, cautelar ou antecipada, 
pode ser concedida em caráter antecedente ou incidental. 
 
Portanto, a tutela provisória pode ser antecedente, requerida em momento 
anterior ao ajuizamento da demanda, ou incidental, no âmbito de um processo já 
ajuizado. 
 
4 DIDIER JR., Fredie. Curso de direito processual civil: teoria da prova, direito probatório, ações 
probatórias, decisão, precedente, coisa julgada e antecipação dos efeitos da tutela. 10. ed. – Salvador: 
Ed. Jus Podivm, 2015. p. 568. 
 10 
Anote-se que o juiz, ao deferir a tutela provisória, deverá fundamentar a sua 
decisão na “Urgência” ou na “Evidência”. 
Como traz o caput do artigo 300 do Novo Código de Processo Civil: 
Art. 300. A tutela de urgência será concedida quando houver elementos 
que evidenciem a probabilidade do direito e o perigo de dano ou o risco 
ao resultado útil do processo. 
 
Desta feita, se houver a probabilidade do direito e o risco da demora, a tutela de 
urgência antecipada ou cautelar, dependendo do caso, deverá ser aplicada para afastar 
o perigo. 
A tutela provisória de urgência cautelar está disposta no art. 301 do CPC: 
Art. 301. A tutela de urgência de natureza cautelar pode ser efetivada 
mediante arresto, sequestro, arrolamento de bens, registro de protesto 
contra alienação de bem e qualquer outra medida idônea para 
asseguração do direito. 
 
A tutela provisória concedida em caráter antecedente, descrita no art. 303 do 
CPC: 
Art. 303. Nos casos em que a urgência for contemporânea à propositura 
da ação, a petição inicial pode limitar-se ao requerimento da tutela 
antecipada e à indicação do pedido de tutela final, com a exposição da 
lide, do direito que se busca realizar e do perigo de dano ou do risco ao 
resultado útil do processo. 
 
A seu turno, a tutela de evidência inverte o ônus da demora, do autor para o réu, 
baseado em elementos que evidenciem a existência da probabilidade do direito. 
Art. 311. A tutela da evidência será concedida, independentemente da 
demonstração de perigo de dano ou de risco ao resultado útil do 
processo, quando: 
I - ficar caracterizado o abuso do direito de defesa ou o manifesto 
propósito protelatório da parte; 
II - as alegações de fato puderem ser comprovadas apenas 
documentalmente e houver tese firmada em julgamento de casos 
repetitivos ou em súmula vinculante; 
III - se tratar de pedido reipersecutório fundado em prova documental 
adequada do contrato de depósito, caso em que será decretada a ordem 
de entrega do objeto custodiado, sob cominação de multa; 
IV - a petição inicial for instruída com prova documental suficiente dos 
fatos constitutivos do direito do autor, a que o réu não oponha prova 
capaz de gerar dúvida razoável. 
 11 
Parágrafo único. Nas hipóteses dos incisos II e III, o juiz poderá decidir 
liminarmente.Mister ressaltar, ainda, que com o Novo Código Processual, extinguiu-se o 
processo cautelar autônomo de nosso ordenamento jurídico, permanecendo a tutela 
cautelar como uma das espécies de tutela provisória, podendo se dar de forma 
antecedente ou incidental. 
1.4 Procedimento 
O Novo Código de Processo Civil, no seu art. 300, dispõe que a tutela de 
urgência será concedida quando houver elementos que evidenciem a probabilidade do 
direito e o perigo de dano ou risco ao resultado útil do processo. Na verdade, este 
dispositivo alberga de modo mais sofisticado, o conteúdo do art. 273 do CPC/73, na 
medida em que exige para a concessão da tutela antecipada, já conhecidos 
pressupostos do fumus boni iuris e do periculum in mora, e para a concessão da tutela 
cautelar, o risco ao resultado útil do processo.5 
Para a concessão de tutela de urgência, em ambas a hipóteses, o juiz poderá 
exigir caução real ou fidejussória idônea para ressarcir os danos que outra parte possa 
vir a sofrer, as quais poderão ser dispensadas se a parte for economicamente 
hipossuficiente e não puder oferecê-la. 
Assim, podemos ver que a tutela provisória de urgência pode ser concedida 
liminarmente ou após a justificação prévia, e a tutela de urgência de natureza 
antecipada não será concedida quando houver perigo de irreversibilidade dos efeitos da 
decisão. 
De acordo com art. 301 do NCPC, esta tutela pode ser efetivada mediante 
arresto, sequestro, arrolamento de bens, registros de protesto contra alienação de bem 
e qualquer outra medida idônea para asseguração do direito. 
Havendo necessidade de uma medida cautelar, pouco importa o nomen juris 
adotado pelo autor, bastando apenas ao juiz verificar se estão ou não presentes os 
requisitos estabelecidos para a concessão dessas medidas, quais sejam fumus boni 
 
5 LEITE. Carlos Henrique Bezerra. Curso de Direito Processual do Trabalho. São Paulo. Saraiva, 
2016, p. 257. 
 12 
iuris (juízo de probabilidade) e o periculum in mora (perigo de dano ou risco ao 
resultado útil do processo). 
O art. 302 do NCPC dispõe que independentemente da reparação por dano 
processual, a parte responde pelo prejuízo que a efetivação da tutela de urgência 
causar à parte adversa, se: 
 
I - A sentença lhe for desfavorável; 
II - Obtida liminarmente a tutela em caráter antecedente, não fornecer os 
meios necessários para citação do requerido no prazo de 5 (cinco) dias; 
III - Ocorrer à cessão da eficácia da medida em qualquer hipótese legal; 
IV - O juiz acolher a alegação de decadência ou prescrição da pretensão 
do autor. 
Parágrafo único. A indenização será liquida nos autos em que a medida 
tiver sido concedida sempre que possível. 
 
Portanto, a norma em apreço confere poderes ao juiz para promover a 
liquidação, nos mesmos autos, em caso de prejuízo causado à parte pela efetivação da 
tutela provisória, devendo-se ter cautela com aplicação do parágrafo único no processo 
do trabalho, pois o incidente pode implicar ofensa ao princípio da celeridade processual. 
A tutela provisória de urgência pode ser concedida total ou parcialmente, 
abrangendo todo o pedido contido na petição inicial ou parte dele, sendo ainda todos os 
pedidos ou apenas um ou alguns deles. O art. 298 do NCPC dispõe que na decisão que 
conceder, negar, modificar ou revogar a tutela provisória, o juiz motivará seu 
convencimento de modo claro e preciso, ou seja, a exigência da fundamentação da 
decisão não é dirigida à parte que solicita a antecipação da tutela, mas, sim ao juiz. 
Vale lembrar que são inválidas as decisões que simplesmente concedem a tutela 
provisória por presentes os pressupostos legais, ou satisfeitos os requisitos de lei. 
As decisões que denegam a tutela provisória são igualmente inválidas por falta 
de amparo legal, considerando que a fundamentação de todas as decisões do poder 
judiciário constitui um dos princípios constitucionais mais importantes no Estado 
Democrático de Direito, sendo certo que o art. 93, inciso IX da CF/88 considera nula 
qualquer decisão judicial que careça de fundamentação. 
No processo do trabalho, à decisão que concede ou nega a tutela provisória 
não cabe recurso, exceto os embargos de declaração, como prevê o art. 1.022, II, do 
 13 
NCPC, sendo aplicável supletivamente ao processo do trabalho por ausência de 
incompatibilidade com os princípios que o informam no art. 769 da CLT. 
O NCPC no art. 300 § 3º dispõe que, a tutela de urgência de natureza 
antecipada não será concedida quando houver perigo de irreversibilidade dos efeitos da 
decisão. Portanto, o dispositivo impõe ao juiz o dever de avaliar, com razoabilidade e 
proporcionalidade, se na sentença prolatada o pedido contido na inicial poderá ser 
julgado improcedente, e as consequências que disso resultará para o réu. 
Evidentemente que se trata de um juízo de valor que o magistrado deve fazer acerca 
dos efeitos da tutela antecipada. 
O requisito em tela no Direito Processual do Trabalho deve ser sopesado com a 
natureza alimentícia dos valores geralmente postulados pelos trabalhadores, pois em 
um lado o empregador pode ter algum prejuízo de ordem econômica, de outro lado é 
certo que o empregado pode ter comprometidas, não apenas a sua própria subsistência 
e dignidade, sendo também de sua família. 
1.4.1 Tutela provisória de urgência antecipada 
Inicialmente, cumpre relembrar que a tutela antecipada entrega ao autor os 
mesmos efeitos da decisão final, só que de forma antecipada, antes do trânsito em 
julgado, desde que preenchidos certos pressupostos. 
Sobre o procedimento da tutela provisória de urgência antecipada, os artigos 
303 e 304 do NCPC regulam o procedimento que deve ser observado para a sua 
concessão. Portanto, nos casos em que a urgência for contemporânea (atual) à 
propositura da ação, a petição inicial pode limitar-se ao requerimento da tutela 
antecipada e à indicação do pedido de tutela final, com: (i) a exposição da lide; (ii) do 
direito que se busca realizar e do perigo de dano ou; (iii) do risco ao resultado útil do 
processo. 
Se o magistrado acatar o pedido de tutela antecipada, o autor deverá aditar a 
petição inicial, complementando sua argumentação, com a juntada de novos 
documentos e a confirmação do pedido de tutela final, no prazo de 15 dias. O réu será 
citado e intimado para a audiência de conciliação ou de mediação. 
 14 
Não havendo composição, o prazo para contestação será contado da data da 
audiência de conciliação ou de mediação; ou da última sessão de conciliação, quando 
qualquer parte não comparecer ou, comparecendo, não houver composição. 
O recurso cabível é o agravo de instrumento: 
Art. 1.015, CPC. Cabe agravo de instrumento contra as decisões 
interlocutórias que versarem sobre: 
I - tutelas provisórias; 
 
Caso não seja interposto recurso em face da decisão de concessão da tutela 
antecipada, ela tornar-se-á estável. 
Estabilizada a decisão de tutela de urgência antecipada, o processo será 
extinto. Assim, a decisão que concede a tutela não fará coisa julgada, contudo a 
estabilidade dos efeitos poderá ser afastada por decisão de revisão, reforma ou 
invalidação, proferida em ação ajuizada por uma das partes, sendo prevento o juízo que 
concedeu a tutela antecipada. 
O direito de rever, reformar ou invalidar a tutela antecipada extingue-se após 
dois anos, contados da ciência da decisão que extinguiu o processo. Decorrido o 
respectivo prazo sem impugnação, a decisão, a despeito de não transitar em julgado, 
não será suscetível de reforma por ato judicial. 
1.4.2 Tutela provisória de urgência cautelar 
As tutelas de urgência cautelares têm caráter instrumental, não recaindo sobre 
o méritoem si, mas sobre os instrumentos que asseguram a efetividade do processo. 
Se a tutela for deferida na modalidade antecedente, a parte autora deverá aditá-
la dentro de 30 dias, indicando o pedido principal. 
Os requisitos da petição inicial são: (i) indicação da lide e seu fundamento; (ii) a 
exposição sumária do direito que se objetiva assegurar e o perigo de dano ou o risco ao 
resultado útil do processo. 
O réu será citado para, no prazo de cinco dias, contestar o pedido e indicar as 
provas que pretende produzir. 
 15 
Se o réu for revel, os fatos alegados pelo autor serão presumidos como 
verdadeiros, caso em que o juiz decidirá dentro de cinco dias. Se houver contestação, 
seguirá o procedimento comum. 
Com a concessão e a efetivação da tutela cautelar, o pedido principal deve ser 
formulado pelo autor no prazo de 30 dias, caso em que será apresentado nos mesmos 
autos em que deduzido o pedido de tutela cautelar, não dependendo do adiantamento 
de novas custas processuais. 
A causa de pedir poderá ser aditada no momento de formulação do pedido 
principal. 
Apresentado o pedido principal, as partes serão intimadas para a audiência de 
conciliação ou de mediação, por seus advogados ou pessoalmente. 
Não havendo autocomposição, o prazo para contestação será contado da data 
da audiência de conciliação ou de mediação, ou da última sessão de conciliação, 
quando qualquer parte não comparecer ou, comparecendo, não houver conciliação. 
A eficácia da tutela concedida em caráter antecedente será cessada quando: (i) 
autor não deduzir o pedido principal no prazo legal; (ii) não for efetivada dentro de 30 
dias; (iii) juiz julgar improcedente o pedido principal formulado pelo autor ou extinguir o 
processo sem resolução de mérito. 
Caso ocorra a cessação da eficácia da tutela cautelar, é vedado à parte renovar 
o pedido, salvo sob novo fundamento. 
O indeferimento da tutela cautelar não obsta a que a parte formule o pedido 
principal, nem influi no julgamento desse, salvo se o motivo do indeferimento for o 
reconhecimento de decadência ou de prescrição. 
Se o Juiz entender que o pedido tem natureza antecipada, o juiz observará o 
procedimento da tutela de urgência antecipada. 
O réu será citado para, no prazo de cinco dias, contestar o pedido e indicar as 
provas que pretende produzir (art. 306, NCPC). Não apresentada a contestação, os 
fatos alegados pelo autor serão aceitos pelo réu como verdadeiros, caso que o juiz 
 16 
decidirá dentro de cinco dias como dispõe o art. 307 do NCPC. Havendo contestação, o 
parágrafo único do art. 307 manda observar o procedimento comum. 
A tutela antecipada contra o poder público, é um tema polêmico. Diz respeito à 
possibilidade de ser concedida a tutela antecipada em face de pessoas jurídicas de 
direito público, uma vez que estas desfrutam de algumas prerrogativas previstas em lei 
ou na própria Constituição Federal, dentre elas o duplo grau de jurisdição obrigatório 
(DL nº 779/69, NCPC, art. 496) das sentenças que lhes forem total ou parcialmente 
desfavoráveis e o procedimento do precatório, que impede a execução imediata das 
tutelas pecuniárias (CF, art. 100), o que já seria condição suficiente para obstaculizar a 
concessão em seu desfavor à tutela antecipada.6 
A Lei nº 9.494/97 art. 1º veda a concessão de tutela antecipada requerida 
contra a fazenda pública nos seguintes casos: 
• Reclassificação funcional ou equiparação de servidores públicos; 
• Concessão de aumento ou extensão de vantagens pecuniárias; 
• Outorga ou crescimento de vencimentos; 
• Pagamento de vencimentos e vantagens pecuniárias a servidor público; 
• Esgotamento, total ou parcial do objeto da ação desde que diga respeito 
exclusivamente, a qualquer das matérias acima referidas. 
1.4.3 Tutela de Evidência 
Na tutela de evidência a pretensão está relacionada com a antecipação da 
sentença de forma que, desde o início do processo, já foi elaborada com fins à 
obtenção de uma sentença de mérito e sem urgência. 
As tutelas de evidência são concedidas quando preenchidos os seguintes 
critérios: (i) quando o direito (material) da parte que pleiteia a tutela é evidente; (ii) 
quando uma das partes está manifestamente protelando o processo ou abusando do 
exercício do direito de defesa. 
Com efeito, seguem os requisitos para a concessão da tutela da evidência: 
 
6 GONÇALVES, Carlos Roberto. Questões Relevantes e Polêmicas, Novo Código Civil. São Paulo, 
2003, pp. 96 e 102. 
 17 
• ficar caracterizado o abuso do direito de defesa ou o manifesto propósito 
protelatório da parte; 
• as alegações de fato puderem ser comprovadas apenas documentalmente e 
houver tese firmada em julgamento de casos repetitivos ou em súmula vinculante 
– cabe decisão liminar; 
• se tratar de pedido reipersecutório fundado em prova documental adequada do 
contrato de depósito, caso em que será decretada a ordem de entrega do objeto 
custodiado, sob cominação de multa – cabe decisão liminar; 
• a petição inicial for instruída com prova documental suficiente dos fatos 
constitutivos do direito do autor, a que o réu não oponha prova capaz de gerar 
dúvida razoável. 
A tutela da evidência não depende da demonstração de perigo de dano ou de 
risco ao resultado útil do processo, como ocorre com a tutela de urgência. 
1.5 Aplicação no processo do trabalho 
No que tange à supressão dos princípios do contraditório e da ampla defesa 
quando há concessão de tutela provisória, ensina Luiz Guilherme Marinoni: 
“(...) a busca da efetividade do processo é necessidade que advém do 
direito constitucional à adequada tutela jurisdicional, indissociavelmente 
ligado ao due process of Law, e ínsito no princípio da inafastabilidade, 
que é garantido pelo princípio da separação dos poderes, e que constitui 
princípio imanente ao próprio Estado de Direito, aparecendo como 
contrapartida à proibição da autotutela privada, ou ao dever que o 
Estado se impôs quando chamou a si o monopólio da jurisdição. A tutela 
antecipatória, portanto, nada mais é do que instrumento necessário para 
a realização de um direito constitucional.”7 
 
Desta feita, sendo necessário uma prestação jurisdicional célere e eficaz, o juiz 
antecipa a tutela sem que haja a oitiva da parte contrária, pois a demora na prestação 
jurisdicional pode fazer com que o direito da parte autora pereça. 
Quanto à aplicação da tutela provisória no processo trabalhista, cumpre 
destacar que, nos termos do artigo 769 da Consolidação das Leis do Trabalho, aplica-
 
7 MARINONI, Luiz Guilherme; Antecipação da Tutela; 2006, p. 174. 
 18 
se o direito processual civil ao processo do trabalho nos casos omissos e desde que 
seja compatível com as normas do direito do trabalho. 
A CLT não trata especificamente da tutela provisória, fazendo menção à medida 
liminar nos seguintes casos: 
Art. 659. Competem privativamente aos Presidentes das Juntas, além 
das que lhes forem conferidas neste Título e das decorrentes de seu 
cargo, as seguintes atribuições: 
(..) 
IX - conceder medida liminar, até decisão final do processo, em 
reclamações trabalhistas que visem a tornar sem efeito transferência 
disciplinada pelos parágrafos do artigo 469 desta Consolidação. 
(Incluído pela Lei nº 6.203, de 17.4.1975) 
X - conceder medida liminar, até decisão final do processo, em 
reclamações trabalhistas que visem reintegrar no emprego dirigente 
sindical afastado, suspenso ou dispensado pelo empregador. (Incluído 
pela Lei nº 9.270, de 1996) 
 
Contudo, a despeito da omissão da CLT em relação à tutela provisória, pode-se 
afirmar que não há incompatibilidade do referido instituto comas normas de direito do 
trabalho, haja vista que são princípios do direito do trabalho uma prestação jurisdicional 
célere e eficaz, e, a tutela provisória tem o escopo de garantir eficácia e celeridade a 
prestação jurisdicional. 
Assim, diante do exposto, pode-se dizer que a tutela provisória é plenamente 
aplicada do processo do trabalho. 
No mesmo sentido, o Tribunal Superior do Trabalho editou a Instrução 
Normativa 39 por meio da Resolução nº 203, de 15 de março de 2016, na qual dispõe o 
seguinte: 
Art. 3º Sem prejuízo de outros, aplicam-se ao Processo do Trabalho, em 
face de omissão e compatibilidade, os preceitos do Código de Processo 
Civil que regulam os seguintes temas: 
(...) 
VI - arts. 294 a 311 (tutela provisória); 
 
 19 
1.6 Análise de acórdão 
Leia-se o seguinte acórdão, a título exemplificativo: 
 
EMENTA. TUTELA DE URGÊNCIA. TUTELA DE EVIDÊNCIA. 
Presentes os requisitos do art 300 do NCPC (probabilidade do direito e o 
perigo de dano ou risco ao resultado útil do processo), deve ser 
concedida a tutela de urgência. Cabimento da medida antecipatória que 
se impõe mais ainda, quando também presentes os requisitos da tutela 
de evidência de que trata o art. 311 do NCPC (petição inicial instruída 
com prova documental suficiente dos fatos constitutivos do direito do 
autor a que o réu não oponha prova capaz de gerar dúvida razoável). 
(PROCESSO nº 0021087-30.2016.5.04.0029 – TRT-4. RELATOR: 
CARMEN IZABEL CENTENA GONZALEZ). 
 
O Tribunal Regional do Trabalho da 4ª Região, decidiu, por unanimidade de 
votos, conceder a tutela de urgência, para determinar a reserva da vaga do cargo de 
Analista Administrativo Operacional - Área de atuação AAO - AUDITOR para o qual a 
reclamante foi aprovada no concurso público em questão, bem como para determinar o 
imediato cumprimento da condenação. 
Trata-se de ação na qual a reclamante prestou concurso público para 
provimento de emprego público, regime de natureza celetista junto à reclamada. 
Note-se que, alusivo à competência do TRT4, em se tratando de matéria 
referente à fase pré-contratual da relação de emprego, a competência material é da 
Justiça do Trabalho, nos moldes do art. 114 da CF/88, corroborada por jurisprudência 
do próprio tribunal em espeque. 
Em alusão à tutela provisória, importante salientar que o direito da reclamante 
fora reconhecido em sentença, referente à retificação da pontuação atribuída a ela no 
quesito "experiência profissional", contudo a tutela de urgência fora indeferida. 
No recurso, o TRT4 entendeu que os requisitos para concessão da tutela de 
urgência estavam presentes (art. 300, CPC), haja visa que a reclamante comprovou 
terem sido chamados candidatos para a vaga postulada, demonstrando a urgência da 
medida. 
Ainda, estando a petição inicial da reclamante instruída com prova documental 
suficiente dos fatos constitutivos do seu direito, a que o réu não opôs prova capaz de 
 20 
gerar dúvida razoável, o TRT4 entendeu que estavam presentes os requisitos para 
inclusão inclusive da tutela de evidência de que trata o art. 311, IV, do CPC. 
2. Mandado de Segurança 
2.1 Conceito 
O mandado de segurança, previsto no artigo 5º, incisos LXIX e LXX da 
Constituição Federal, bem como na Lei nº 12.016/09, pode ser vislumbrado como um 
remédio constitucional que objetiva a proteção de direito líquido e certo contra atos 
ilegais ou que configurem abuso de poder cometidos por agente público. Nestes termos 
destaca-se o artigo 1º, da Lei nº 12.016/09, in verbis: 
 
Art. 1o Conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito 
líquido e certo, não amparado por habeas corpus ou habeas data, 
sempre que, ilegalmente ou com abuso de poder, qualquer pessoa física 
ou jurídica sofrer violação ou houver justo receio de sofrê-la por parte de 
autoridade, seja de que categoria for e sejam quais forem as funções 
que exerça.8 
 
Em sentido semelhante, leciona HumbertoTheodoro Júnior, 
 
Mandado de segurança é o remédio processual constitucional, 
manejável contra qualquer autoridade pública ou agente de pessoa 
jurídica que exerça atribuições do Poder Público, e que cometa 
ilegalidade ou abuso de poder, tendo como objetivo proteger o titular de 
direito líquido e certo não amparado por habeas corpus ou habeas data 
(CF, art. 5º LXIX). Como o habeas corpus assegura a liberdade pessoal 
(direito de ir e vir) (CF, art. 5º, LXVIII) e o habeas data, a possibilidade 
de conhecer e controlar as informações pessoais constantes de arquivos 
públicos (CF, art. 5º, LXXII), a conclusão é que a cobertura do mandado 
de segurança é a mais ampla possível. Compreende todo e qualquer 
direito subjetivo que, não alcançado pelos dois remédios já referidos, se 
enquadre na configuração de direito líquido e certo.9 
 
Conforme Carlos Henrique Bezerra Leite, 
 
 
8 BRASIL. Lei Nº 12.016, de 7 de agosto de 2009. Disponível em: 
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2009/lei/l12016.htm>. Acesso em: 24/04/2018. 
9 THEODORO JÚNIOR, Humberto. Curso de Direito Processual Civil – Procedimentos Especiais – 
vol. II – 50ª Ed. Rio de Janeiro: Forense, 2016, p. 846. (Versão PDF). 
 21 
Para nós, o mandado de segurança é uma garantia fundamental, 
portanto, um remédio constitucional, exteriorizada por meio de uma ação 
mandamental, de natureza não penal, cuja titularidade é conferida a 
qualquer pessoa (física ou jurídica, de direito público ou privado) ou ente 
despersonalizado com capacidade processual, que tem por objeto a 
proteção de direitos individuais próprios ou direitos individuais 
homogêneos e coletivos alheios, caracterizados como líquidos e certos, 
não amparados por habeas corpus ou habeas data, contra ato de 
autoridade pública ou de agente de pessoa jurídica de direito privado no 
exercício delegado de atribuições do Poder Público.10 
 
Ressalta-se que o direito líquido e certo é aquele delimitado em sua extensão, 
não sendo submetido a qualquer termo ou condição, e que pode ser demonstrado de 
plano (via documental), dispensando-se maiores provas quanto a sua existência. Diante 
de tal característica, salienta-se que o mandado de segurança não possui fase de 
instrução probatória, visto que os documentos que acompanham a petição inicial se 
mostram suficientes para demonstrar o direito. 
O mandado de segurança pode ser classificado em preventivo ou repressivo, 
sendo que na primeira hipótese é proposto em virtude de uma ameaça ao direito, 
enquanto que na segunda modalidade já ocorreu a violação do direito antes do ingresso 
com a ação. Ademais, pode ser individual, quando o impetrante é o titular do direito 
líquido e certo, por exemplo a pessoa natural, a pessoa jurídica ou as universalidades 
de bens (massa falida e espólio); ou coletivo, no qual o impetrante é uma das figuras 
previstas no artigo 5º, inciso LXX, da Constituição Federal quais sejam: partido político 
com representação no Congresso Nacional ou organização sindical, entidade de classe 
ou associação legalmente constituída e em funcionamento há, pelo menos, um ano, em 
defesa de seus membros ou associados. 
Por fim, salienta-se que o mandado de segurança também é denominado como 
writ ou mandamus.11 
 
10 LEITE. Carlos Henrique Bezerra. Curso de Direito Processual do Trabalho. 14 Ed. São Paulo: 
Saraiva, 2016, p. 1.757 (Versão PDF). 
11 MIESSA. Élisson. Processo do Trabalho. 5ª Ed. Salvador: Editora JusPodivm, 2018, p. 1.479. 
 22 
2.2 Natureza jurídica 
O mandado de segurança é uma ação constitucional, de natureza cível12. Trata-
se de procedimento especial em que é expedida uma ordem a ser cumprida de forma 
imediata, de modo que se destaca o seu caráter mandamental.Diante dessa natureza, o artigo 26 da Lei nº 12.016/09 estabelece a 
configuração do crime de desobediência, sem prejuízo das penas administrativas 
cabíveis, para aqueles que não observam as decisões proferidas em sede de mandado 
de segurança.13 
2.3 Fundamentação jurídica 
O mandado de segurança foi criado com o intuito de propiciar ao indivíduo um 
meio célere e eficaz para a defesa de seus direitos em face dos atos do Poder Público. 
Inicialmente previsto na Constituição Federal de 1934, o remédio citado foi 
retirado da Constituição de 1937, período no qual o mandamus passou a ser 
regulamentado apenas na lei ordinária nº 191/1936. No Código Processual Civil de 
1939, foi alocado no rol dos “processos especiais”, tendo por objeto a proteção de 
“direito certo e incontestável” contra atos inconstitucionais e ilegais de qualquer 
autoridade, desde que respeitadas as ressalvas relativas aos atos do Presidente da 
República, Ministros de Estado, Governadores e Interventores Estaduais 
regulamentados pelo Decreto-Lei nº 6/1937. 
Posteriormente, com a redemocratização do país em 1946, o mandado de 
segurança foi novamente inserido na Constituição vigente a fim de proteger direito 
líquido e certo, sem as limitações contidas no decreto supramencionado.14 
Atualmente, o mandado de segurança possui respaldo na Constituição Federal, 
no artigo 5º, incisos LXIX e LXX, que estabelecem: 
 
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer 
natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no 
 
12 Ibidem. 
13 THEODORO JÚNIOR, Humberto. Curso de Direito Processual Civil – Procedimentos Especiais... 
p. 847. 
14 LEITE. Carlos Henrique Bezerra. Curso de Direito Processual do Trabalho. 14 Ed. São Paulo: 
Saraiva, 2016, p. 1.753 (Versão PDF). 
 23 
País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à 
segurança e à propriedade, nos termos seguintes: 
[...] 
LXIX - conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito 
líquido e certo, não amparado por habeas corpus ou habeas data, 
quando o responsável pela ilegalidade ou abuso de poder for autoridade 
pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições do 
Poder Público; 
LXX - o mandado de segurança coletivo pode ser impetrado por: 
a) partido político com representação no Congresso Nacional; 
b) organização sindical, entidade de classe ou associação legalmente 
constituída e em funcionamento há pelo menos um ano, em defesa dos 
interesses de seus membros ou associados;15 
[...] 
 
O Código de Processo Civil de 2015 não dispõe sobre o tema. Em 
contrapartida, a Lei nº 12.016/09 já regulamenta as especificidades desta ação. 
Em relação aos demais remédios constitucionais, por exemplo, habeas corpus, 
habeas data, dentre outros, destaca-se que o mandado de segurança possui caráter 
residual, visto que utilizado quando não cabível as demais ações. Além disso, 
assevera-se que o conteúdo que pode ser apreciado através do writ é mais amplo do 
que aquele abarcado pelas demais ações, visto que pode versar sobre qualquer direito 
líquido e certo que seja objeto de ameaça ou lesão. 
Na seara trabalhista, o artigo 114 da Constituição Federal estabelece a 
competência dos juízes do trabalho para processar e julgar o mandado de segurança, 
relativo às matérias pertinentes à Justiça do Trabalho, segundo prescreve o inciso IV do 
dispositivo: 
 
Art. 114. Compete à Justiça do Trabalho processar e julgar: (Redação 
dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) 
[...] 
IV os mandados de segurança, habeas corpus e habeas data, quando o 
ato questionado envolver matéria sujeita à sua jurisdição;16 
[...] 
 
Nos tópicos seguintes, haverá o exame das particularidades do mandado de 
segurança na Justiça do Trabalho. 
 
15 BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Disponível em: 
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicaocompilado.htm>. Acesso em: 25/04/2018. 
16 Idem. 
 24 
2.4 Procedimento 
2.4.1 Condições genéricas e específicas do mandamus 
Antes de adentrar no procedimento em si, mister se faz a exposição das 
condições nas quais se fundamenta o Mandado de Segurança. 
Quanto às condições genéricas têm-se: a) a legitimidade ativa e passiva; b) o 
interesse de agir; c) a possibilidade jurídica do pedido. 
A legitimidade ativa no mandado de segurança é de qualquer pessoa física ou 
jurídica, nos termos do artigo 1º, da Lei nº 12.016/09. É admitido o litisconsórcio ativo, 
sendo que, quando posterior ao início do processo é permitido até o despacho da 
petição inicial, conforme o artigo 10, §2º, da legislação mencionada. 
No que se refere à legitimidade passiva, essa é ocupada pela autoridade 
coatora, que é aquela que praticou o ato impugnado ou da qual emana a ordem para a 
sua prática (artigo 6º, §3º da Lei nº 12.016/09). 
No âmbito trabalhista, Carlos Henrique Bezerra Leite afirma que a autoridade 
coatora, em regra, será o juiz do trabalho ou o juiz de direito investido na jurisdição 
trabalhista, o tribunal ou um dos seus órgãos. Ademais, poderiam figurar como 
autoridade coatora os órgãos da fiscalização do trabalho, como o auditor fiscal, 
superintendente regional ou, ainda, o Ministro do Trabalho, bem como os dirigentes de 
empresas públicas, sociedades de economia mista ou concessionárias de serviço 
público que praticarem atos que não se qualifiquem como atos de gestão comercial e 
que se enquadrem no artigo 114, inciso IV da Constituição Federal17. 
O interesse de agir é representado pela necessidade-adequação-utilidade, do 
que se depreende que o mandado de segurança deverá ser a via adequada para a 
obtenção do provimento jurisdicional solicitado. 
Já a possibilidade jurídica do pedido é a inexistência de vedação no direito 
quanto à apreciação do conteúdo do pedido da ação. 
 
17 LEITE. Carlos Henrique Bezerra. Curso de Direito Processual do Trabalho... p. 1.766 (Versão PDF). 
 25 
Ademais, são três condições especiais para o cabimento do mandado de 
segurança: a) direito líquido e certo; b) ilegalidade ou abuso de poder; c) ato de 
autoridade pública.18 
O direito líquido e certo como condição da ação é aquele que dispensa dilação 
probatória, visto que decorre de um fato que pode ser demonstrado de plano, mediante 
prova documental inequívoca no momento da impetração do mandado de segurança. 
Neste sentido aponta a súmula 415 do TST: 
 
Súmula nº 415 do TST 
MANDADO DE SEGURANÇA. PETIÇÃO INICIAL. ART. 321 DO CPC 
DE 2015. ART. 284 DO CPC DE 1973. INAPLICABILIDADE.. (atualizada 
em decorrência do CPC de 2015) – Res. 208/2016, DEJT divulgado em 
22, 25 e 26.04.2016 
Exigindo o mandado de segurança prova documental pré-constituída, 
inaplicável o art. 321 do CPC de 2015 (art. 284 do CPC de 1973) 
quando verificada, na petição inicial do "mandamus", a ausência de 
documento indispensável ou de sua autenticação. (ex-OJ nº 52 da SBDI-
2 - inserida em 20.09.2000).19 
 
Quanto à ilegalidade ou ao abuso de poder, assevera-se que aquela está 
caracterizada quando acontece a atuação pública em desconformidade com o direito. 
Em contrapartida, perante a última a manifestação pode ser dar de duas formas: como 
excesso de poder, em que o agente público atua além da sua competência, e como 
desvio de finalidade, pela qual as condutas da autoridade se distanciam da finalidade 
pública. 
Finalmente, como última condição especial do mandado de segurança tem-se 
que o ato atacado seja emanado de autoridade pública. Compreende-se como 
autoridade pública os agentes da Administração Direta e Indireta, bem como as demais 
autoridadesdos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário.20 
 
18 Ibidem, p. 1.768 (Versão PDF). 
19 BRASIL. Tribunal Superior do Trabalho. Disponível em: 
<http://www3.tst.jus.br/jurisprudencia/Sumulas_com_indice/Sumulas_Ind_401_450.html#SUM-415>. 
Acesso em: 25/04/2018. 
20 LEITE. Carlos Henrique Bezerra, op. cit., p. 1.775 (Versão PDF). 
 26 
2.4.2 Competência 
Consoante explanado nos tópicos acima, a Justiça do Trabalho possui 
competência material para apreciar mandados de segurança que versarem sobre as 
matérias atinentes ao direito do trabalho. 
No que se refere à competência funcional, tanto os juízes das Varas do 
Trabalho, quanto os desembargadores dos TRTs e os ministros do TST possuem 
competência para examinar a referida ação da seguinte forma:21 
 
Competência Autoridade Coatora 
TST Atos dos Ministros do TST 
TRT 
Atos dos juízes da Vara do Trabalho, ou investidos 
na jurisdição trabalhista, ou do TRT 
(desembargadores) e seus servidores 
VARAS DO 
TRABALHO 
Atos de autoridades que não façam parte do 
Judiciário trabalhista (ex.: superintendente regional 
do trabalho) 
 
Já a competência territorial é definida pela sede da autoridade que é indicada 
como coautora (foro por prerrogativa de função). 
2.4.3 Forma de desenvolvimento do processo 
A petição inicial deve preencher os requisitos previstos no artigo 319 do CPC, 
não sendo utilizados como fundamento os critérios estabelecidos no artigo 840 da CLT, 
em se tratando de uma ação de procedimento especial.22 Na exordial deverá ser 
indicada a pessoa jurídica à qual a autoridade está vinculada, conforme preceitua o 
artigo 6º, da Lei nº12.016/09. A peça deve ser apresentada em duas vias, sendo que os 
documentos que instruem a primeira via devem ser reproduzidos na segunda. 
 
21 MIESSA. Élisson. Processo do Trabalho. 5ª Ed. Salvador: Editora JusPodivm, 2018, p. 1.481. 
22 Idem, p. 1.486. 
 27 
Ressalte-se que, caso o documento indispensável para a propositura da ação 
esteja em repartição ou estabelecimento público, em poder de autoridade que recuse a 
fornecê-lo por certidão, ou em posse de terceiro, o juiz determinará a exibição no prazo 
de dez dias na forma do artigo 6º, §1º da Lei nº 12.016/09. 
Segundo o artigo 10 da Lei nº 12.016/09, a petição será desde logo indeferida 
se não for hipótese de cabimento de mandado de segurança, faltar-lhe algum dos 
requisitos legais, ou decorrer o prazo legal para impetração. 
No que se refere ao prazo para impetração do mandamus, cumpre ressaltar 
que o artigo 23, da Lei nº 12.016/09, estipula o prazo de 120 dias, contados da ciência 
do interessado a respeito do ato impugnado, para a propositura da ação. Destaca-se 
que se trata de um prazo decadencial, de modo que não há suspensão ou interrupção. 
Além disso, na Justiça do Trabalho, para a propositura da ação, faz-se 
necessária a presença de advogado, de modo que não é admitido o jus postulandi, nos 
termos da súmula 425 do TST, in verbis: 
 
SÚMULA Nº 425 - JUS POSTULANDI NA JUSTIÇA DO TRABALHO. 
ALCANCE. O jus postulandi das partes, estabelecido no art. 791 da 
CLT, limita-se às Varas do Trabalho e aos Tribunais Regionais do 
Trabalho, não alcançando a ação rescisória, a ação cautelar, o 
mandado de segurança e os recursos de competência do Tribunal 
Superior do Trabalho.23 
 
Ato contínuo, com base no artigo 7º da Lei nº 12.016/09, o juiz despachará a 
petição inicial, ordenando a notificação do coator para que preste informações em 10 
dias, bem como dada ciência à pessoa jurídica ligada ao agente coator para que, 
querendo, ingresse no feito como assistente ou litisconsorte. 
Saliente-se o cabimento de pedido liminar que poderá ser apreciado antes ou 
depois da prestação de informações pela autoridade coatora, sendo que, no caso de 
deferimento, os efeitos serão mantidos até a prolação da sentença (artigo 7º, §§3º e 4º 
Lei nº 12.016/09). 
 
23 BRASIL. Tribunal Superior do Trabalho. Disponível em: <http://www.tst.jus.br/noticias/-
/asset_publisher/89Dk/content/tst-aprova-redacao-da-sumula-425-sobre-o-jus-postulandi> Acesso em: 
27/04/2018, grifo nosso. 
 28 
Finalizado o prazo para apresentação das informações, será ouvido o 
representante do Ministério Público que opinará em até 10 dias improrrogáveis (artigo 
12 da Lei nº12.016/09). 
Após, o juiz proferirá decisão no prazo de 30 dias, conforme o artigo 12, 
parágrafo único, da Lei nº12.016/09. Caso a sentença seja denegatória, sem decisão do 
mérito, ainda continua possível que a parte busque a satisfação do seu direito por ação 
comum, nos termos do artigo 19 da Lei nº 12.016/09. 
Da decisão que concede ou denega o mandado, caberá recurso. Na Justiça do 
Trabalho, é admitida a interposição de recurso ordinário para o TRT da sentença 
proferida na vara do trabalho, bem como recurso ordinário para o TST24 do acórdão 
proferido pelo TRT25. 
Concedido, a sentença (ou acórdão) estará sujeita ao duplo grau de jurisdição, 
conforme preceitua o artigo 14, §1º da Lei nº 12.016/09. A remessa ex officio somente 
será realizada se na relação processual figurar como parte prejudicada com a 
concessão da ordem pessoa jurídica de direito público, segundo a súmula 303, IV do 
TST: 
 
Súmula nº 303 do TST 
FAZENDA PÚBLICA. REEXAME NECESSÁRIO (nova redação em 
decorrência do CPC de 2015) - Res. 211/2016, DEJT divulgado em 24, 
25 e 26.08.2016 
[...]IV - Em mandado de segurança, somente cabe reexame necessário 
se, na relação processual, figurar pessoa jurídica de direito público como 
parte prejudicada pela concessão da ordem. Tal situação não ocorre na 
hipótese de figurar no feito como impetrante e terceiro interessado 
pessoa de direito privado, ressalvada a hipótese de matéria 
administrativa. (ex-OJs nºs 72 e 73 da SBDI-1 – inseridas, 
respectivamente, em 25.11.1996 e 03.06.1996).26 
 
24 Neste sentido: Súmula nº 201 do TST: RECURSO ORDINÁRIO EM MANDADO DE SEGURANÇA 
(mantida) - Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003. Da decisão de Tribunal Regional do Trabalho em 
mandado de segurança cabe recurso ordinário, no prazo de 8 (oito) dias, para o Tribunal Superior do 
Trabalho, e igual dilação para o recorrido e interessados apresentarem razões de contrariedade. 
BRASIL. Tribunal Superior do Trabalho. Disponível 
em:<http://www3.tst.jus.br/jurisprudencia/Sumulas_com_indice/Sumulas_Ind_201_250.html#SUM-
201>. Acesso em 27/04/2018. 
25 MIESSA. Élisson, op. cit., p. 1.488. 
26 BRASIL. Tribunal Superior do Trabalho. Disponível 
em:<http://www3.tst.jus.br/jurisprudencia/Sumulas_com_indice/Sumulas_Ind_301_350.html#SUM-303> 
Acesso em: 27/04/2018. 
 29 
 
2.4.4 Do mandado de segurança coletivo 
Segundo já exposto, a Constituição Federal prevê o mandado de segurança 
coletivo no artigo 5º, LXX, estabelecendo as pessoas legitimadas para tanto: 
 
a) partido político com representação no Congresso Nacional; 
b) organização sindical, entidade de classe ou associação legalmente 
constituída e em funcionamento há pelo menos um ano, em defesa dos 
interesses de seus membros ou associados; 
 
A doutrina e a jurisprudência também reconhecem a legitimidade do Ministério 
Público para propor o mandado de segurança coletivo.27 
Além disso, o artigo 21, parágrafo único da Lei nº 12.016/09 ressalta os direitos 
que podem ser protegidos por mandado de segurança coletivo: 
 
Art. 21. [...] 
Parágrafo único. Os direitos protegidos pelo mandado de segurança 
coletivo podem ser: 
I - coletivos, assim entendidos, para efeito desta Lei, os transindividuais, 
de natureza indivisível, de que seja titular grupo ou categoria de pessoas 
ligadasentre si ou com a parte contrária por uma relação jurídica 
básica; 
II - individuais homogêneos, assim entendidos, para efeito desta Lei, os 
decorrentes de origem comum e da atividade ou situação específica da 
totalidade ou de parte dos associados ou membros do impetrante. 
 
A coisa julgada da sentença proferida em mandado de segurança coletivo 
alcança apenas os membros do grupo ou a categoria substituída pelo impetrante, 
segundo enuncia o artigo 22 da Lei nº 12.016/09. 
Os parágrafos do artigo 22 da Lei nº 12.016/09 preceituam que o mandado de 
segurança coletivo não gera litispendência em relação às ações individuais, porém, 
para que o impetrante, a título individual possa fazer jus aos efeitos da decisão do 
mandado de segurança coletivo, deverá desistir da ação individual no prazo de 30 dias 
contados da ciência comprovada da impetração da segurança coletiva. Ademais, a 
liminar no mandamus coletivo somente será apreciada após audiência do representante 
 
27 MIESSA. Élisson. Op. cit., p. 1.490. 
 30 
judicial da pessoa jurídica de direito público, que deverá se pronunciar no prazo de 72 
horas. 
2.5 Aplicação do mandado de segurança no processo do trabalho 
Conforme os ensinamentos de Carlos Henrique Bezerra Leite, o mandado de 
segurança pode ser vislumbrado em várias hipóteses na seara trabalhista, as quais 
serão apontadas a seguir. 
2.5.1 Liminar deferida em ação cautelar de reintegração ao emprego 
Considerando-se que os recursos trabalhistas, em regra, possuem apenas o 
efeito devolutivo, podendo haver execução provisória até a fase de penhora, entende-
se cabível a reintegração provisória do trabalhador titular de estabilidade ou de garantia 
de emprego, com o retorno ao cargo, no caso em que é vencedor de ação de 
reintegração na qual ainda existe recurso pendente. 
Diante disso, conforme exposto pelo autor citado, excepcionalmente, seria 
possível a impetração de mandado de segurança pelo empregador, na hipótese em que 
reste demonstrado, de plano, que a referida reintegração provisória pode acarretar 
prejuízos irreparáveis.28 
2.5.2 Liminar deferida em reclamação trabalhista para tornar sem efeito 
transferência ilegal de empregado 
No caso em que for determinada liminarmente, em sede de reclamação 
trabalhista, a suspensão da transferência do empregado (art. 469, CLT), em regra, 
contra a aludida decisão interlocutória não cabe mandado de segurança. A ressalva 
pode ser evidenciada no fato de que se empregador demonstrar documentalmente a 
existência de danos irreparáveis na hipótese de a transferência não ocorrer, poderá 
obter sucesso em sede de mandado de segurança.29 
2.5.3 Decisão que defere tutela provisória 
Preceitua a súmula 414 do TST: 
 
 
28 LEITE. Carlos Henrique Bezerra. Curso de Direito Processual do Trabalho. p. 1.782 (Versão PDF). 
29 Idem, p. 1.782 (Versão PDF). 
 31 
Súmula nº 414 do TST 
MANDADO DE SEGURANÇA. TUTELA PROVISÓRIA CONCEDIDA 
ANTES OU NA SENTENÇA (nova redação em decorrência do CPC de 
2015) - Res. 217/2017 - DEJT divulgado em 20, 24 e 25.04.2017 
I – A tutela provisória concedida na sentença não comporta impugnação 
pela via do mandado de segurança, por ser impugnável mediante 
recurso ordinário. É admissível a obtenção de efeito suspensivo ao 
recurso ordinário mediante requerimento dirigido ao tribunal, ao relator 
ou ao presidente ou ao vice-presidente do 
tribunal recorrido, por aplicação subsidiária ao processo do trabalho do 
artigo 1.029, § 5º, do CPC de 2015. 
II – No caso de a tutela provisória haver sido concedida ou indeferida 
antes da sentença, cabe mandado de segurança, em face da 
inexistência de recurso próprio. 
III – A superveniência da sentença, nos autos originários, faz perder o 
objeto do mandado de segurança que impugnava a concessão ou o 
indeferimento da tutela provisória.30 [Grifo nosso] 
 
Assim sendo, depreende-se que, contra as decisões referentes à tutela 
provisória, pode ser impetrado mandado de segurança, desde que as referidas 
decisões tenham sido proferidas no curso do processo, antes da sentença.31 
2.5.4 Decisão que indefere a homologação de acordo 
Conforme a súmula 418 do TST, não cabe mandado de segurança da decisão 
que nega a homologação de acordo: 
 
Súmula nº 418 do TST 
MANDADO DE SEGURANÇA VISANDO À HOMOLOGAÇÃO DE 
ACORDO (nova redação em decorrência do CPC de 2015) -
 Res. 217/2017 - DEJT divulgado em 20, 24 e 25.04.2017 
A homologação de acordo constitui faculdade do juiz, inexistindo direito 
líquido e certo tutelável pela via do mandado de segurança.32 
 
Contudo, considerando que todas as decisões judiciais devem ser 
fundamentadas, com base no artigo 93, inciso IX da Constituição Federal, aquela que 
indeferir o pedido de homologação de acordo, mas não estiver pautada na devida 
 
30 BRASIL. Tribunal Superior do Trabalho. Disponível em: 
<http://www3.tst.jus.br/jurisprudencia/Sumulas_com_indice/Sumulas_Ind_401_450.html#SUM-414>. 
Acesso em: 27/04/2018. 
31 LEITE. Carlos Henrique Bezerra. Curso de Direito Processual do Trabalho..., p. 1.784 (Versão PDF). 
32 BRASIL. Tribunal Superior do Trabalho. Disponível: 
<http://www3.tst.jus.br/jurisprudencia/Sumulas_com_indice/Sumulas_Ind_401_450.html#SUM-418>. 
Acesso em: 27/04/2018. 
 32 
fundamentação, poderá ser atacada por mandado de segurança, visto que nessa 
hipótese é visualizada a presença de direito líquido e certo da parte a uma decisão 
fundamentada. Em caso de concessão do mandado, haveria a anulação da sentença 
para que outra seja proferida.33 
2.5.5 Penhora sobre valores existentes em conta salário 
O artigo 649, IV, §2º do CPC/1973, instituía a impenhorabilidade dos 
“vencimentos, subsídios, soldos, salários, remunerações, proventos de aposentadoria, 
pensões, pecúlios e montepios; as quantias recebidas por liberalidade de terceiro e 
destinadas ao sustento do devedor e sua família, os ganhos de trabalhador autônomo e 
os honorários de profissional liberal”, excepcionando-se a penhora para pagamento de 
prestação alimentícia34. 
Nesses termos, o TST entende, com base na OJ nº 153, da SDI-2 do TST que 
o crédito trabalhista, não obstante se tratar de verba de natureza alimentar, não está 
incluído na exceção citada, pois a ressalva realizada admite uma interpretação 
restritiva, não abrangendo o crédito trabalhista. Desse modo, conclui-se possível a 
impetração de mandado de segurança em caso de penhora de verbas das modalidades 
citadas para pagamento de créditos trabalhistas, pois estes se submetem à regra geral 
de impenhorabilidade prevista no inciso IV da orientação jurisprudencial mencionada: 
 
153. MANDADO DE SEGURANÇA. EXECUÇÃO. ORDEM DE 
PENHORA SOBRE VALORES EXISTENTES EM CONTA SALÁRIO. 
ART. 649, IV, DO CPC DE 1973. ILEGALIDADE.(atualizada em 
decorrência do CPC de 2015) - Res. 220/2017, DEJT divulgado em 21, 
22 e 25.09.2017 
Ofende direito líquido e certo decisão que determina o bloqueio de 
numerário existente em conta salário, para satisfação de crédito 
trabalhista, ainda que seja limitado a determinado percentual dos valores 
recebidos ou a valor revertido para fundo de aplicação ou poupança, 
visto que o art. 649, IV, do CPC de 1973 contém norma imperativa que 
não admite interpretação ampliativa, sendo a exceção prevista no art. 
649, § 2º, do CPC de 1973 espécie e não gênero de crédito de natureza 
alimentícia, não englobando o crédito trabalhista.35 
 
33 LEITE. Carlos Henrique Bezerra. Op. cit., p. 1.786 (Versão PDF). 
34 BRASIL. Lei no 5.869, de 11 de janeiro de 1973. Disponível em: < 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l5869impressao.htm>Acesso em: 27/04/2018. 
35 BRASIL. Tribunal Superior do Trabalho. Disponível em: 
<http://www3.tst.jus.br/jurisprudencia/OJ_SDI_2/n_S6_141.htm>. Acesso em: 27/04/2018. 
 33 
 
Carlos Henrique Bezerra Leite, entretanto, entende que essa Orientação 
Jurisprudencial deverá ser modificada, pois o dispositivo do CPC/2015 correspondente 
ao artigo 649, IV, §2º do CPC/1973, qual seja, o artigo 833, IV, §2º do CPC, expressa 
que a impenhorabilidade do inciso IV não abarca prestação alimentícia de qualquer 
origem, de modo que atualmente, pode haver a penhora de valores remuneratórios 
para o pagamento de crédito trabalhista.36 
2.5.6 Averbação de tempo de serviço 
Prescreve a OJ nº 57 da SDI-2 do TST: 
 
OJ-SDI2-57 MANDADO DE SEGURANÇA. INSS. TEMPO DE 
SERVIÇO. AVERBAÇÃO E/OU RECONHECIMENTO. Inserida em 
20.09.00 
Conceder-se-á mandado de segurança para impugnar ato que 
determina ao INSS o reconhecimento e/ou averbação de tempo de 
serviço.37 
 
Nesses termos, diante do fato de o INSS não ter integrado a relação processual 
formada na reclamação trabalhista que reconheceu a existência de vínculo 
empregatício e que determinou que o instituto previdenciário averbasse o tempo de 
serviço, compreende-se cabível a propositura do remédio constitucional em estudo para 
impugnar a determinação da averbação, em virtude da existência de ofensa a direito 
líquido e certo da autarquia. 
2.5.7 Penhora de carta de fiança bancária em lugar de dinheiro 
Considera-se ilegal a decisão que rejeita a nomeação, pelo executado, de carta 
fiança bancária em substituição à penhora de dinheiro, motivo pelo qual é admitida a 
impetração de mandado de segurança: 
 
OJ-SDI2-59 MANDADO DE SEGURANÇA. PENHORA. CARTA DE 
FIANÇA BANCÁRIA. Inserida em 20.09.00 
 
36 LEITE. Carlos Henrique Bezerra. Op. cit., p. 1.790 (Versão PDF). 
37 BRASIL. Tribunal Superior do Trabalho. Disponível em: 
<http://www.tst.jus.br/home?p_p_id=15&p_p_lifecycle=0&p_p_state=maximized&p_p_mode=view&_15_st
ruts_action=%2Fjournal%2Fview_article&_15_groupId=10157&_15_articleId=63234&_15_version=1.1>. 
Acesso em: 27/04/2018. 
 34 
A carta de fiança bancária equivale a dinheiro para efeito da gradação 
dos bens penhoráveis, estabelecida no art. 655 do CPC.38 
 
Tal entendimento corrobora a equiparação entre a fiança bancária e o dinheiro, 
consoante o artigo 835, §2º do CPC. 
2.5.8 Penhora sobre parte da renda da empresa executada 
Com base na OJ nº 93 da SDI-2 do TST, recaindo a penhora em parcela da 
renda de estabelecimento empresarial, de modo a comprometer o desenvolvimento 
regular das atividades econômicas da empresa, entende-se cabível a utilização do 
writ39: 
 
93. PENHORA SOBRE PARTE DA RENDA DE ESTABELECIMENTO 
COMERCIAL. POSSIBILIDADE. (alterada em decorrência do CPC de 
2015) - Res. 220/2017, DEJT divulgado em 21, 22 e 25.09.2017 . 
Nos termos do art. 866 do CPC de 2015, é admissível a penhora sobre a 
renda mensal ou faturamento de empresa, limitada a percentual, que 
não comprometa o desenvolvimento regular de suas atividades, desde 
que não haja outros bens penhoráveis ou, havendo outros bens, eles 
sejam de difícil alienação ou insuficientes para satisfazer o crédito 
executado.40 
 
2.5.9 Depósito prévio de honorários periciais 
No processo do trabalho a regra é a de que não há adiantamento de despesas, 
de modo que o pagamento ocorre após a prática do ato processual. Dessa forma, 
quanto à realização de perícia, é proibida a cobrança dos honorários periciais de forma 
antecipada. Sendo assim, pode ser impetrado mandado de segurança caso seja exigido 
o depósito prévio dos aludidos honorários. É o que prenuncia a OJ nº 98 da SDI-2 do 
TST: 
 
98. MANDADO DE SEGURANÇA. CABÍVEL PARA ATACAR 
EXIGÊNCIA DE DEPÓSITO PRÉVIO DE HONORÁRIOS PERICIAIS 
 
38 BRASIL. Tribunal Superior do Trabalho. Disponível em: 
<http://www.tst.jus.br/home?p_p_id=15&p_p_lifecycle=0&p_p_state=maximized&p_p_mode=view&_15_st
ruts_action=%2Fjournal%2Fview_article&_15_groupId=10157&_15_articleId=63234&_15_version=1.1>. 
Acesso em: 27/04/2018. 
39 LEITE. Carlos Henrique Bezerra. Op. cit, p. 1.798 (Versão PDF). 
40 BRASIL. Tribunal Superior do Trabalho. Disponível em: 
<http://www3.tst.jus.br/jurisprudencia/OJ_SDI_2/n_S5_81.htm>. Acesso em: 27/04/2018. 
 35 
(nova redação) - DJ 22.08.2005 
É ilegal a exigência de depósito prévio para custeio dos honorários 
periciais, dada a incompatibilidade com o processo do trabalho, sendo 
cabível o mandado de segurança visando à realização da perícia, 
independentemente do depósito.41 
 
2.5.10 Suspensão do empregado estável para ajuizamento de inquérito 
Consoante o artigo 494 da CLT, o empregado acusado de falta grave poderá 
ser suspenso de suas funções, o que induz o juízo de que constitui direito líquido e 
certo do empregador a suspensão do empregado. Neste sentido destaca-se a OJ nº 
137 da SDI-2 do TST: 
 
137. MANDADO DE SEGURANÇA. DIRIGENTE SINDICAL. ART. 494 
DA CLT. APLICÁVEL (DJ 04.05.2004) 
Constitui direito líquido e certo do empregador a suspensão do 
empregado, ainda que detentor de estabilidade sindical, até a decisão 
final do inquérito em que se apure a falta grave a ele imputada, na forma 
do art. 494, "caput" e parágrafo único, da CLT.42 
 
Carlos Henrique Bezerra Leite assevera que a Orientação Jurisprudencial 
supracitada não contraria o disposto na OJ nº 142 da SDI-2 do TST, da qual extrai-se a 
possibilidade de deferimento de liminar de reintegração do empregado portador de 
estabilidade ou garantia de emprego. A justificativa seria a de que se o empregador 
suspende o empregado de suas funções e ajuíza o inquérito para a apuração da falta, 
antes do trabalhador ajuizar ação trabalhista requerendo a reintegração liminar, não há 
direito líquido e certo do empregado de ser reintegrado. De outro modo, se o 
empregado portador de estabilidade ou garantia de emprego é informado de que seu 
contrato será suspenso, de modo que ajuíza a ação trabalhista com pedido de 
antecipação de tutela antes do início do inquérito, terá direito líquido e certo à 
reintegração, não podendo tal ato ser impugnado pelo empregador através de mandado 
de segurança.43 
 
41 BRASIL. Tribunal Superior do Trabalho. Disponível em: 
<http://www3.tst.jus.br/jurisprudencia/OJ_SDI_2/n_S5_81.htm>. Acesso em: 27/04/2018. 
42 BRASIL. Tribunal Superior do Trabalho. Disponível em: 
<http://www3.tst.jus.br/jurisprudencia/OJ_SDI_2/n_S6_121.htm>. Acesso em: 27/04/2018 
43 LEITE. Carlos Henrique Bezerra, op. cit., p. 1.800 (Versão PDF). 
 36 
2.5.11 Tornar inexigível sentença em ação de cumprimento reformada por 
acórdão em recurso ordinário de sentença normativa 
A decisão derivada da resolução de um dissídio coletivo não gera coisa julgada 
material, ou seja, não goza da imutabilidade própria da sentença transitada em julgado. 
Sendo assim, destaca-se a súmula 397 do TST que dispõe: 
 
Súmula nº 397 do TST 
AÇÃO RESCISÓRIA. ART. 966, IV, DO CPC DE 2015 . ART. 485, IV, DO CPC 
DE 1973. AÇÃO DE CUMPRIMENTO. OFENSA À COISA JULGADA 
EMANADA DE SENTENÇA NORMATIVA MODIFICADA EM GRAU DE 
RECURSO. INVIABILIDADE. CABIMENTO DE MANDADO DE 
SEGURANÇA. (atualizada em decorrência do CPC de 2015) – Res. 208/2016, 
DEJT divulgado em 22, 25 e 26.04.2016 
Não procede ação rescisória calcada em ofensa à coisa julgada perpetrada por 
decisão proferida em ação de cumprimento, em face de a sentença normativa, 
na qual se louvava, ter sido modificada em grau de recurso, porque em dissídio 
coletivo somente se consubstancia coisa julgada formal. Assim, os meios 
processuais aptos a atacarem a execução da cláusula reformada são a exceção 
de pré-executividade

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