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LIVRO DANCA

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Stela Lopes Soares 
Sheila Moreira Alves 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Dança 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1ª Edição 
2017.1 
 
 
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Sumário 
 
 
Palavra do Professor autor 
Sobre os autores 
Ambientação à disciplina 
Trocando ideias com os autores 
Problematizando 
 
Unidade de Estudo l: Histórico da Dança 
Introdução à Dança 
Conceituando Dança 
Breve Histórico da Dança 
Classificação Geral da Dança 
 
Unidade de Estudo II: Manifestações de Danças 
Modalidades de Danças 
Danças de Salão 
Danças Regionais 
Danças Clássicas 
Dança Contemporânea 
 
Unidade de Estudo III: Composição Coreográfica e a aplicação da Dança na 
Escola 
Composição Coreográfica 
Dança na Escola 
 
Explicando melhor com a pesquisa 
Leitura Obrigatória 
Pesquisando na Internet 
Saiba mais 
 
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Vendo com os olhos de ver 
Revisando 
Autoavaliação 
Bibliografia 
Bibliografia Web 
Vídeos 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Palavra do Professor autor 
 
 
 A elaboração deste material didático partiu de uma motivação extra, 
pautada na prática pedagógica e no fazer sentido ao futuro professor de Educação 
Física, tendo em vista que a Dança se caracteriza cada vez mais como um conteúdo 
valoroso, que vem ganhando força no Brasil e no mundo, e que vai contribuir para a 
formação de cidadãos. Ou seja, este livro contribuirá para que a sua futura práxis 
pedagógica enquanto Educador Físico, em todos os níveis de Ensino da Educação 
Básica, ocorra de forma competente, lúdica e inclusiva. 
 
E foi, pautado nessa perspectiva pedagógica que produzimos este livro, não 
o limitando apenas na descrição dos movimentos e gestos característicos do 
conteúdo Dança, mas estabelecer um diálogo entre as diversas manifestações com 
o contexto social, cultural e educacional dos estudantes para, a partir daí formar 
seres autônomos, reflexivos, cooperativos, transformadores e construtores, não 
apenas das atividades desenvolvidas, mas da sua realidade social. 
 
Sendo assim convidamos você, caro estudante, para nesta disciplina, imergir 
na vastidão de informações e conhecimentos que tal conteúdo dispõe. Somente 
assim você poderá futuramente conduzir com êxito o processo de ensino e 
aprendizagem. 
 
As autoras! 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Biografia dos Autores 
 
 
Stela Lopes Soares. Mestranda em Ensino na Saúde pela 
Universidade Estadual do Ceará-UECE. Graduada em 
Educação Física (licenciatura) pela Universidade Estadual Vale 
do Acaraú (UVA). Graduada em Fisioterapia (Bacharelado) pelo 
Instituto Superior de Teologia Aplicada-INTA. Possui 
especialização em Docência no Ensino na Saúde pela UFRGS, 
2015 e em Saúde da Família pela UVA, 2015. Professora do 
Curso de Educação Física (EAD) pelo INTA. Possui experiência 
em Educação Física Escolar, Atividade Física e Saúde e Formação Docente. 
 
 
 
 
 
Sheila Moreira Alves. Mestre em Ciências da Saúde pela 
Universidade Federal do Ceará (UFC). Graduada em 
Educação Física (licenciatura) pela Universidade Estadual 
Vale do Acaraú (UVA). Graduanda em Educação Física 
(bacharelado) pelo Centro Universitário Claretiano. 
Professora do Curso de Educação Física (EAD) e Farmácia 
das Faculdades INTA. Possui experiência nas áreas de 
Educação Física escolar (Esporte, Recreação, Dança) e 
Personal Trainner. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Ambientação 
 
 
 
A disciplina de Dança aborda os principais parâmetros que a literatura traz 
sobre a mesma, sendo elaborada de maneira objetiva e sistemática. Um dos 
objetivos centrais desta disciplina é fornecer uma visão geral sobre o assunto a ser 
estudado, preparando o estudante para compreender os aspectos fundamentais 
deste conteúdo, que são: histórico, conceitos, tipos de Dança, características, 
elementos da composição coreográfica, prática pedagógica, além de outros pontos 
relevantes sobre a disciplina Dança. Optamos por explicar alguns assuntos 
utilizando ilustrações detalhadas, na tentativa de possibilitar uma compreensão mais 
específica do conteúdo. 
Além disso, a disciplina dará embasamento para os que buscam um 
aprendizado mais aprofundado sobre o assunto, tornando-se necessária a leitura 
dos livros, artigos e vídeos sugeridos no decorrer do estudo do material. 
 
Indicamos para esse momento inicial o livro Dança: Ensino, Sentido e 
Possibilidades na Escola. Esta obra foi elaborada a partir da comparação de uma 
pesquisa com uma apresentação de dança. A pesquisa se propôs a analisar os 
discursos dos estudantes graduandos do curso de Educação Física da UNICAMP a 
respeito da dança. Portanto, a leitura deste livro contribuirá para uma melhor 
compreensão da disciplina, tornando-a assim, indispensável para o seu 
aprendizado. 
 
 
 
 
 
BARRETO, Débora. Dança: Ensino, Sentido e Possibilidades na Escola. Autores 
Associados, 1900. 
 
 
 
 
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Trocando ideias com os autores 
 
 
Agora é o momento de você trocar ideias com os autores das obras 
indicadas. 
 
 Sugerimos a leitura da obra Cultura Corporal da Dança. 
Esta obra oferece aos professores e estudantes referenciais 
teóricos dos fundamentos dos conteúdos da Educação Física 
escolar, bem como subsídios para reflexão da relação dos 
exercícios corporais com a vida dos seres humanos no seu 
universo de atuação. 
 
 
 
 
BREGOLATO, Roseli Aparecida. Cultura corporal da dança. São Paulo: Ícone, 
2006. 
 
Propomos também a leitura da obra Educação Física na 
escola: implicações para a prática pedagógica. Este livro 
está dividido em duas partes. A primeira delas discute 
questões mais amplas sobre a Educação Física na Escola e a 
sua atuação com a chamada Cultura Corporal de Movimento. 
Nessa primeira parte ainda são abordados os aspectos legais 
da Educação Física, seus objetivos, conteúdos, aspectos 
metodológicos e avaliativos. Na segunda parte são discutidos 
especificamente os conteúdos da Cultura Corporal de Movimento, tais como: o 
conhecimento sobre o corpo, os jogos e brincadeiras, o esporte, a dança, a 
ginástica, as lutas e a capoeira. Ao final de cada capítulo são apresentadas 
questões para discussão, assim como exemplos de atividades, indicações de sites, 
sugestões de leitura e filmes sobre o tema, possibilitando ao professor aprofundar 
seus conhecimentos e socializá-los com seus estudantes e outros colegas, inclusive 
podendo criticá-los e transformá-los. 
 
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DARIDO, Suraya Cristina; RANGEL, Irene Conceição Andrade. Educação física na 
escola: implicações para a prática pedagógica. 2ªed. Rio de Janeiro: Guanabara 
Koogman, 2011. 
 
 
 
Guia de Estudo: 
Após a leitura das obras, escolha uma e realize uma resenha crítica e disponibilize 
na sala virtual. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Problematizando 
 
 
Ao ministrar a disciplina de Dança, para seus estudantes, o professor está 
promovendo o desenvolvimento de habilidades essências para a sua prática. No 
entanto, as vivências podem ocorrer de diversas maneiras, por meio de jogos, 
dinâmicas, estafetas, exercícios, etc., sem que haja a exclusão dos estudantes 
menos habilidosos, contribuindo inclusive para o processo de avaliação, que deve 
ocorrer além da técnica, mas envolvendo outros aspectos (valores, aceitação de 
normas, participação). 
 
Imagine então, que você acabou de se formar, e como professor de Educação 
Física, chega a uma sala de aula convencional ou na quadra e ao iniciar sua aula, 
em uma roda de conversa faz alguns questionamentos: diante de tantas 
diversidades culturais existentes no Brasil, por que será que a Dança é tão pouco 
trabalhada nas aulas de Educação Física? Será a falta de apoio e estrutura das 
escolas? Será falta de interesse dos professores? Vocês acham que existem 
preconceitos por parte dos estudantes e da comunidade escolar? 
 
Estão todos convidados a refletirem, pois, o professor deve estar preparado 
para mostrar a turma o valor do conteúdo, seu contexto histórico cultural e social, 
além da sua contribuição para uma vida mais saudável, na tentativa de desmistificar 
que a dança é uma manifestação voltada apenas para mulheres. 
 
 
Guia de Estudo: 
Diante dos questionamentos acima como você argumentaria com seus estudantes? 
Reflita e descreva disponibilizando na sala virtual. 
 
 
 
 
 
 
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HISTÓRICO DA 
DANÇA 
1 
Conhecimentos 
 
Compreender o histórico, a caracterização e classificação da Dança, além de 
alguns conceitos relacionados ao conteúdo, tais como: cultura, cultura corporal, arte, 
dentre outros. 
 
Habilidades 
 
Reconhecer o percurso histórico da Dança e sua relação com as 
modificações da sociedade, assim como identificar suas possíveis classificações 
(danças étnicas, folclóricas e teatrais). 
 
Atitudes 
Domínio do conteúdo, postura ética, espírito de equipe, investigação da 
temática em outras fontes de pesquisa demonstrando empenho, dedicação e 
comportamento condizente com a sua prática profissional. 
 
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Introdução à Dança 
 
A Dança é um dos fenômenos sociais engendrados pelo homem, 
constituindo-se numa forma de cultura, que pode, por exemplo, nos contar através 
dos seus movimentos muito da história de um povo. Esta pode ser compreendida a 
partir de diversos parâmetros, no entanto, alguns autores conceituam-na como 
expressão, outros como movimento, ou ainda como comunicação. Para Mendes 
(1987), a Dança é composta por movimentos e gestos, dentro de um ritmo, fator 
importante e indispensável para que a atividade seja considerada como Dança. 
 
A Dança pode ser tomada, também como uma criação individual ou coletiva, 
baseada no corpo e nos movimentos funcionais que todo ser humano possui, 
estando aliada a um modo pessoal de expressão, onde cada um demonstra sua 
própria criatividade. A dança é um dos meios através do qual todos os povos 
expressam sua cultura, sua relação com a natureza e com os homens. Assim, 
podemos perceber, que a dança surge como um movimento intrinsecamente ligado 
à expressão, à criatividade, além de ser uma atividade social, com elementos de 
imitação e de forma. 
 
 
 Portanto, segundo Coletivo de Autores (1992), a Dança é uma expressão 
representativa de diversos aspectos na vida do homem, podendo ser considerada 
como linguagem social que permite a transmissão, através da expressão corporal, 
de sentimentos e emoções da afetividade vivida nas esferas da religiosidade, do 
trabalho, dos costumes, hábitos, da saúde, da guerra etc. 
 
A seguir, vamos conceituar Dança. 
 
 
 
 
 
 
 
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Conceituando Dança 
 
A Dança é uma forma de atuação artística que consiste em sequências 
propositalmente selecionadas do movimento expressivo do corpo. Para o melhor 
entendimento, apresentaremos para vocês, algumas categorias que envolvem a 
compreensão sobre a Dança que será essencial neste momento inicial de estudo, 
são elas: 
 
 Cultura: 
 
 Pode ser compreendida como a totalidade de padrões apreendidos e 
desenvolvidos pelo ser humano. Inclui um complexo de conhecimentos, crenças, 
arte, morais, leis, costumes e outras manifestações adquiridas pelo homem como 
parte integrante da sociedade. Portanto, a cultura corresponde às formas de 
organização de um povo, seus costumes e tradições, que se apresentam como a 
identidade desse povo. 
 
 Cultura corporal: 
 
Reporta-se á um conjunto de valores relativos ao corpo e ao movimento que 
envolve ética desportiva, ocupações e práticas de lazer, expressão corporal, 
conhecimento cientifico, produção da mídia, equipamentos e outros. Ou seja, a 
Cultura Corporal relaciona-se a tudo que um grupo de pessoas compartilha na forma 
de atividades físicas. 
 
 Expressão corporal: 
 Refere-se à uma conduta espontânea, trata-se de uma linguagem através da 
qual o ser humano expressa sensações, emoções, sentimentos e pensamentos com 
seu corpo, integrando-o, assim às outras linguagens expressivas como a fala, o 
desenho, escrita e a dança. 
 
 
 
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 Arte: 
 Relaciona-se à técnica ou habilidade, vem do latim “ars”, que significa 
manifestação estética ou de comunicação criada através de algum tipo de 
linguagem, referente as obras de pintura, escrita, música, dança, arquitetura, 
escultura e cinema. 
 
Breve Histórico da Dança 
 
 
Existem indícios de que o homem dança desde os tempos mais remotos, haja 
vista que os primeiros documentos sobre a origem da Dança nos tempos primitivos, 
são provenientes das pinturas e esculturas gravadas nas pedras lascadas das 
cavernas (observe na foto abaixo, registros de como eram realizadas as danças 
nesse período supracitado). 
 
 
 
 
 
Antes do homem se expressar através de uma linguagem oral, ele dançou 
(linguagem gestual). A Dança é tão antiga como a própria vida humana, nasceu na 
expressão das emoções primitivas, nas manifestações, na comunhão mística do 
homem com a natureza. O homem que ainda não falava se utilizou do gesto 
rudimentar para demonstrar alegria, raiva, dor, tristeza, e outros sentimentos, tendo 
em vista que a dança para o homem primitivo tinha muito significado, pois fazia parte 
de todos os acontecimentos de sua vida: nascimento, casamento, mortes, caça, 
 
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guerras (onde exibiam lutas), fertilidade e acasalamento (eróticas), doenças, 
cerimônias tribais, paz, colheita, festa do sol e da lua. 
 
Era utilizada ainda para chamar a chuva necessária para saciar a sede e 
suprir a própria plantação, imitando o trovão mediante o movimento de giro no solo, 
dando golpes na terra, sempre acompanhados do rufar dos tambores. Por outro 
lado, se o objetivo fosse parar a chuva, provocavam ventos, que eram criados por 
intermédio do balanceio rítmico de leques de folhas de palmeiras. 
 
Se o que desejavam era que o sol brilhasse por mais tempo, realizavam 
danças ao redor de uma fogueira e saltavam sobre ela. Já na dança da lua, imitavam 
suas fases para que esta influenciasse positivamente as mulheres grávidas, as 
fêmeas prenhas e as sementes para que dessem bons frutos. 
 
O homem primitivo dançava imitando os animais, seus gestos, expressões e 
também seu acasalamento, com o objetivo de atraí-los, e que estes se 
multiplicassem. Dançava-se ainda no casamento demonstrando alegria, nos 
sacrifícios para satisfazer os deuses ou ao redor dos anciãos para que transmitissem 
sua sabedoria, ou ainda em volta
dos enfermos e defuntos para expulsar os maus 
espíritos. 
 
Quando o homem sai do seu estado selvagem, e passa a viver em sociedade, 
surge à organização do trabalho para a sobrevivência comum, passando assim, a 
utilizar a caça de maneira mais organizada, realizando trituração de raízes, 
sementes, folhas, etc. Muitos desses trabalhos eram efetuados e regulados por 
marcações rítmicas, como pancadas e gritos. O ritmo, que acompanha o gesto, é 
uma descarga emocional servindo para regular e medir todas as forças vitais, pois é 
ele que estabelece a harmonia e equilíbrio dos movimentos, preside à ordem das 
coisas e dá aos gestos do homem e às suas reações a força e a expressão. 
 
Assim para acompanhar os movimentos, produziam sons estalando os dedos, 
batendo palmas e os pés no chão. Utilizavam ainda, para acompanhar os 
movimentos, tambores, cabaças vazias ou cheias (pedrinhas ou sementes) ou ainda 
flautas de bambu. 
 
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Mais adiante na história da humanidade detectamos que os hebreus 
possuíam Danças próprias e outras provavelmente de origem egípcia, visto que no 
Egito havia Danças sacras de caráter eminentemente ritualístico, voltado para a 
adoração de divindades, em que os dançarinos usavam máscaras e executavam 
gestos pré-estabelecidos acompanhados por cantos. 
 
 No velho e novo testamento dos textos bíblicos obteve-se exemplos de 
momentos em que a Dança estava presente, como por exemplo, quando após a 
travessia do mar Vermelho, Mirian, irmã de Moisés, pegou um instrumento e tocou, 
fazendo o povo Hebreu se alegrar e dançar pela abertura do mar. Assim, as Danças 
religiosas eram executadas nos próprios templos ou em outros lugares, das quais, 
de acordo com textos bíblicos ressalta-se a dança das tochas, executada na festa 
dos tabernáculos (tenda, cabana ou barraca). 
 
Mais adiante na história, através de Platão, Sócrates um dos grandes filósofos 
gregos, a Dança era considerada como uma atividade que formava o cidadão por 
completo, contribuindo para a saúde, além de ser ótima maneira de reflexão estética 
e filosófica, fazendo assim, com que a Dança ganhasse espaço na educação grega. 
O homem grego acreditava que não separava-se o corpo do espírito e que o 
equilíbrio entre ambos lhe traria o conhecimento e a sabedoria. 
 
 Em Roma, a Dança parecia ter um sentido mais claro e específico: tudo girava 
em torno dos Reis, da República e do Império. Podemos destacar as danças 
guerreiras celebradas amplamente durante a primavera, e em honra a Marte, deus 
da guerra, ou seja, ainda nessa época encontra-se a Dança como manifestação 
sagrada. A população era basicamente de soldados, que desprezavam a Dança, 
considerando-a incompatível com o espírito do povo conquistador, o que contribuiu 
para destituir a Dança, assim como fizeram com a poesia, a escultura e a filosofia. 
 
A maior parte do povo apoiavam as enormes arenas (Coliseu e Circus 
Maximus) para ver os gladiadores lutando com animais ferozes, isso sim era arte. A 
dança era ainda condenada pelo cristianismo, onde os padres da Igreja, Santo 
Agostinho dentre eles, condenavam "essa loucura lasciva chamada dança, negócio 
do diabo" (FARO, 1989). Assim a Dança perdeu status, por estar associada ao 
 
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pecado e destituição, culminando inclusive na recusa do batismo (cristianismo), 
principalmente para os que atuavam no circo ou na mímica. 
 
No entanto, a tradição popular era tão forte, que até o século XII, a Dança sob 
a forma de rondas que acompanhavam os salmos, fez parte da liturgia, porém a 
partir do século XII, a Dança foi banida. Com o Renascimento, a Dança Teatral, 
virtualmente extinta em séculos anteriores, reapareceu com força nos cenários 
cortesãos e palacianos. Uma das danças cortesãs de execução mais complexa foi o 
minueto, depois foi a valsa, considerada como uma dança cortesã por excelência, e 
com ela se iniciou a passagem da dança em grupo ao baile de pares. 
 
A configuração de um gênero de dança restrita ao âmbito teatral determinou o 
estabelecimento de uma disciplina artística que, em primeira instância, ocasionou o 
desenvolvimento do balé, onde o primeiro espetáculo foi desenvolvido para 
comemorar o casamento do Duque de Milão. Mais tarde, criou-se um universo 
dentro do qual se desenvolveram gêneros, como por exemplo, o sapateado. A 
divulgação da Dança se deu também fora do mundo do espetáculo, principalmente 
nas tradições populares. 
 
Portanto, foi apenas no renascimento que a Dança voltou a florescer, quando 
surgiu uma nova atitude em relação ao dualismo cristão, e os valores do corpo foram 
novamente exaltados. No mundo Renascentista em vias de secularização, as artes 
que estavam até então a serviço da Igreja, tornaram-se símbolo de riqueza e poder. 
 
Pode-se dizer, a rigor, que a Dança dessa época, repudiada pela sociedade 
oficial da Igreja, só manteve sua tradição, por causa dos guetos. O cristianismo 
conseguiu atenuar, mas não apagar completamente o sentido pagão dessas 
Danças. O carnaval, de acordo com a história, trata-se de uma “válvula de escape”, 
sem dúvida necessária, para que o povo, durante um curto período, possa expandir 
seus sentimentos, reprimidos no severo regime de servidão feudal e tutelado pelo 
clero. Na era cristã, com transição dos costumes pagãos, o carnaval que precede os 
40 dias da quaresma, passa a significar “carne vale”, já que a quaresma exige 
rigorosa abstinência. 
 
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Assim, esses tipos de Danças ao passarem do cunho religioso, dominadas 
pelos sacerdotes, passam para o domínio do povo, transformando-se em 
manifestações populares. É importante perceber, que durante vários séculos, a 
Dança era privilégio do sexo masculino, e só mais tarde as mulheres passaram a 
participar ativamente das Danças folclóricas. 
 
 Na segunda parte da Idade Média, surge o mestre de Danças que 
acompanha seus senhores, os nobres, e tem muitas vezes cargo de confiança. Aos 
poucos se converte em professor de boas maneiras e desde então, a Dança faz 
parte da educação dos cavalheiros. Nesta fase o balé toma todos os olhares, 
transpondo agora a Dança que era domínio do povo, para ser uma Dança de 
domínio de quem poderia se manter dela. 
 
Com essa grande transformação da Dança surgem diversas inovações, tais 
como: um sistema de escrita coreográfica, cujo objetivo era de escrever a Dança por 
sinais; a primeira gramática e o primeiro código da Dança francesa, que mais tarde 
viraria base para se ensinar e aprender qualquer outra Dança; e alguns tratados 
teóricos. Até aqui na história, tendo em vista a grande contribuição da Dança foi 
lembrada do processo de civilização do mundo. 
 
Abordando a manifestação em nosso país, a Dança foi vista pela primeira vez 
num ambiente que devia representar a terra selvagem, há pouco descoberta, 50 
índios brasileiros, em companhia de mais de 200 indivíduos, todos nus, pintados e 
enfeitados à moda dos primitivos habitantes do Brasil, que simularam uma luta entre 
tupinambás e tabajaras” (ELLMERICH, 1964, p. 108 apud DINIZ). 
 
Foi a partir de 1538 que vieram as primeiras levas de negros africanos 
(escravos) e foi justamente na Dança que a contribuição do africano é de maior 
importância. Suas Danças, às vezes têm nome de instrumento musical que serve de 
acompanhamento, como por exemplo, o caxambu, outras ainda com o nome da 
cerimônia na qual são executadas, como por exemplo, o maracatu e a gongada. A 
princesa Isabel e seu marido, o conde D’Eu, realizaram inúmeros saraus e bailes no 
seu palácio, onde ajudaram a manter as Danças da Europa e a disseminar as 
brasileiras. 
 
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A Dança alcançou patamares nos dias atuais, nunca sonhados
antes, 
podendo ser usada até terapeuticamente, prescrita por médicos como forma de 
obter recuperações físicas e psíquicas. Assim, a Dança está em todo o processo de 
civilização, acompanhando a evolução social e servindo como meio para o homem 
expressar-se, podendo apresentar-se, como conteúdo escolar, nas academias de 
ginástica de alto rendimento, nas praças, em hotéis, dentre outros locais. 
 
 Dessa forma, continuará existindo expressão de movimentos e sentimentos 
se houver compreensão histórica da arte mais completa e antiga do mundo. A 
história da dança não se desvincula do desenvolvimento das sociedades na qual ela 
esteve presente. Seja na cultura oriental ou na ocidental, ela sempre foi influenciada 
por acontecimentos externos a sua prática. Portanto, todos os povos, em todas as 
épocas e lugares dançaram para expressar revolta ou amor, reverenciar ou afastar 
deuses, mostrar força ou arrependimento, rezar, conquistar, distrair, enfim, viver! 
 
 
Classificação Geral da Dança 
 
 Conforme Faro (1989), levando em consideração o contexto histórico, a 
Dança pode ser dividida em três formas distintas: étnica, folclórica e teatral, uma 
descende da outra, respectivamente. As Danças Étnicas têm como principal objetivo 
à manifestação religiosa. Com o passar do tempo, a dança, liberada pelos 
sacerdotes, deixou de ser praticada apenas em cultos nos templos para ser 
realizada em praça pública. Surge, então, a Dança Folclórica, que por 
vezes relaciona-se as lendas e histórias contadas pelos antepassados. Já a Dança 
Teatral está ligada à profissionalização dos bailarinos, haja vista que no Império 
Romano haviam espetáculos de Dança. 
 A evolução da Dança seguiu este trajeto: o templo, a aldeia, a igreja, a praça, 
o salão e o palco. Analisando a Dança nesses diferentes períodos, pode-se observar 
que esta caminha lado a lado com a história humana. 
 Faz-se imprescindível evidenciar que existe uma gama de outras 
classificações para a Dança, tendo em vista que há vários motivos para dançar. 
 
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Além disso, considera-se que o mais indicado seria que a classificação das Danças 
ocorresse com mais precisão, a partir do ponto de vista dos próprios participantes, 
mais do que de um ponto de vista exterior isolado. Pode-se citar como exemplo o 
Forró, manifestação que pode ser considerada uma dança de salão, mas que 
também configura-se como uma Dança Regional, típica do nordeste, que muito 
exprime a cultura dessa região. 
 No entanto, a classificação a seguir, realizada a partir do contexto histórico, 
servirá de base para compreensão das demais classificações existentes em relação 
aos tipos de Dança. 
 
Danças Étnicas 
 
 São manifestações expressivas das culturas de diferentes povos, que 
enunciam algumas características que podem identificar uma nação ou região, 
podendo ser sagradas, contemporâneas ou folclóricas. Como, por exemplo, a 
tarantela na Itália, a valsa em Viena, o tango na Argentina, ou seja, danças que 
interpretam a identidade de um determinado país. A Dança do ventre, original do 
Oriente, pode ser considerada uma Dança Étnica, mas atualmente passa por uma 
ressignificação para espetáculo, obtendo cunho artístico e desenvolvimento técnico 
apurado. 
 Dessa forma, o termo Dança Étnica é usado quando se quer enfatizar uma 
raiz cultural da Dança proveniente de outro país ou região. Neste sentido, 
praticamente todas as Danças Folclóricas podem ser consideradas Danças Étnicas. 
No entanto, nem todas as Danças Étnicas são folclóricas, já que as primeiras 
incluem também Danças Contemporâneas, Teatrais, dentre outras. Portanto, do 
ponto de vista antropológico, todas as manifestações de Dança são Étnicas, pois 
refletem as tradições culturais no interior das quais foram desenvolvidas. 
 
 
 
 
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Danças Folclóricas 
 
A palavra folclore foi criada através da junção de dois termos anglosaxônicos: 
Folk que significa povo e lore, saber, ou seja, “saber tradicional do povo”. Abordam 
as tradições, costumes, os contos populares (os famosos “ditados” ou ainda as 
“lendas”),superstições, contos, lendas, mitos e histórias de determinados povos ou 
regiões distintas da mesma nação e, muitas vezes, são desenvolvidas da 
coletividade, envolvidas por um sentido de partilha e hereditariedade. 
São as danças que representam a cultura particular de uma região, país ou 
continente e podem pela miscigenação de culturas serem adaptações de Danças 
originárias de países colonizadores ou que podem ter tido influências de outras 
culturas. Geralmente, as Danças Folclóricas estão ligadas a rituais tradicionais, 
festas comemorativas ou comemorações típicas de um determinado lugar. 
Assim são consideradas Danças típicas e tradicionais de uma cultura, onde 
os mais jovens aprendem ao ver os adultos dançarem, aos quais, compete ensinar 
aos mais novos os segredos e características específicas de cada Dança com o 
intuito de prosseguir com a tradição. Como por exemplo, as Danças dos 
camponeses festejando ora uma boa coleta, ora passagens consideradas 
importantes, tais como as estações do ano, casamentos, nascimentos, morte, etc. 
Atualmente, no Brasil citamos a quadrilha, o coco, o maxixe, o xote e quantas outras 
danças representantes de determinadas regiões, com suas próprias histórias de 
exaltação. 
Vale ressaltar que em países como Portugal, as Danças Folclóricas, que se 
podem observar, por exemplo, em brincadeiras infantis, tais como: as cantigas de 
roda, são muitas vezes Danças que traduzem características marcantes de uma 
determinada região. No Brasil, temos o exemplo da cantiga/dança/brincadeira 
escravos de Jó, que conta a história de Jó, personagem bíblico conhecido por ser 
rico e muito paciente. Jó não tinha escravos e muito menos jogava o caxangá, mas 
acredita-se que a cultura negra tenha se apropriado da figura para simbolizar o 
homem rico da cantiga de roda, cujo os guerreiros que faziam o zigue zigue zá, 
 
24 
 
seriam os escravos fugitivos que corriam de um lado para o outro para despistar o 
capitão-do-mato. 
 
Danças Teatrais ou Artísticas 
 A partir do século XVII, ocorre principalmente na França o desenvolvimento 
teatral ou artístico da dança, que é a dança para espetáculo. Nestas danças, a 
técnica possui relevância, sendo sistematizada por meio de códigos e terminologias 
que vieram a se tornar universais. Dentro das Danças Teatrais ou Artísticas, 
surgiram vários estilos ou técnicas de dança: balé clássico, dança moderna, 
sapateado, jazz, dança- teatro, e tantas outras. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
25 
 
 
Manifestações de 
Danças 
2 
Conhecimentos 
 
Compreender algumas manifestações da Dança. Além da sua importância na 
aplicação prática, suas particularidades e possíveis adaptações. 
 
Habilidades 
Reconhecer as diversas manifestações da Dança e suas características. 
 
Atitudes 
Domínio do conteúdo, postura ética, espírito de equipe, senso crítico, 
investigação da temática em outras fontes de pesquisa demonstrando empenho, 
dedicação e comportamento condizente com a sua prática profissional. 
 
 
26 
 
Modalidades de Danças 
 
 
 Quando você escuta o toque de uma música ou de um som, você se 
movimenta? Então, mesmo sem saber, você já deve ter dançado algum tipo de 
dança. 
 
 
A Dança varia de acordo com suas características e objetivos propostos. 
Assim, para compreendermos sobre ela, além de investigar sua história, 
compreender seu conceito e interfaces, se faz importante conhecer suas diferentes 
formas/tipos, as quais estão relacionadas com período histórico e
cultural que a 
sociedade está inserida. 
 
Desse modo, o significado da Dança perpassa a expressão artística, sendo 
capaz de adquirir informação, como opção de lazer, importante meio de 
comunicação e criatividade. Através da dança, se pode expressar o estado de 
espírito e ela, pode vir acompanhada por instrumentos, ou ainda pela diferentes 
leituras realizadas sobre como é executada nas diferentes culturas e estilos. 
 
Vale destacar, que de acordo com os diversos autores que abordam este 
tema, estas manifestações da Dança, em algumas ocasiões, pode receber duas ou 
mais classificações. Por exemplo, o Forró, pode ser classificado como uma Dança 
de Salão, pelas características de sua execução, porém também é considerada uma 
Dança Regional, pois traz elementos importantes da cultura local de uma 
determinada região, no caso, do Nordeste brasileiro, sendo inclusive também 
considerada uma Dança Folclórica. 
 
 
 
 
 
 
27 
 
Danças de Salão: 
 
 Dança-se desde os mais remotos tempos, mas com pares entrelaçados, que 
é o que caracteriza a dança de salão, somente a partir do séc. XVII. Esta Dança é 
chamada de Salão, porque as danças que eram praticadas nas aldeias, passaram a 
ser realizadas nos salões da nobreza real. Dessa forma, foi através da sua prática 
nos salões das cortes reais europeias que este tipo de dança foi valorizada e levada 
para as colônias da América, Ásia e África, sendo divulgada pelo mundo todo e 
transformando-se num divertimento muito popular entre diversos povos. 
 Assim a Dança de Salão foi levada pelos colonizadores para as diversas 
regiões das Américas, onde deu origem à outras Danças, à medida que se mesclava 
às formas populares locais: tango na Argentina, Maxixe, que deu origem ao Samba 
de Gafieira, no Brasil, a Habanera, que deu origem a diversos ritmos cubanos, como 
a Salsa, o Boleroe a Rumba. 
 
 A seguir, destacaremos alguns exemplos de Dança de Salão: 
 
 
Salsa: 
 
Originária de Cuba durante a década de 40, a Salsa sofreu influência do 
Mambo, do Cha-Cha-Cha e da Rumba, agregando valores de países como Brasil, 
Venezuela, Colômbia, Estados Unidos e República Dominicana. A adoção do nome 
Salsa, que remete a um tipo de "tempero", transmite a ideia de uma música com 
"sabor". 
 
 
 
 
 
 
 
28 
 
Característica da Salsa: 
 
 
 
 
 
 
 
A salsa é caracterizada pelo compasso quaternário, onde há uma sequência 
de chutes e giros, principalmente da mulher. 
 
Samba de Gafieira: 
 
Disseminada no século XX, o Samba de gafieira sofreu grande influência do 
Maxixe. Etimologicamente a Gafieira origina-se de uma palavra francesa, com 
significado de gafe. 
 
 
 
 
 
 
 
29 
 
Características da Gafieira: 
 
 
Um dos principais aspectos observados no estilo Samba de Gafieira é a 
atitude do dançarino frente a sua parceira: malandragem, proteção, exposição a 
situações surpresa, elegância e ritmo. Na hora da Dança, o homem conduz a sua 
dama, e nunca o contrário. Pode ser acompanhada por instrumentos, tais como: o 
violão, percussão, o cavaquinho, choro, clarineta, dentre outros. 
 
Tango: 
 
Apesar de ter sido considerada indecorosa para os salões de Dança durante 
100 anos, o Tango cuja origem é Argentina, foi difundido no mundo, onde passou a 
ser moda a partir de 1900, sendo influenciado por países como Espanha, França e 
Itália. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Características doTango: 
 
 No Tango, o ombro direito do homem conduz a Dança, através dos passos 
andantes, que são oito passos básicos realizados com movimentos cheios de 
intensidade. Mescla movimentos lentos, rápidos e parados, onde a música possui 
notas que criam fortes contrastes, que resultam num tom dramático e excitante. 
Nesta dança, o par deve manter a proximidade e o olhar intenso, cujo traje utilizado 
é social, com destaque para a dama, que na maioria das vezes, utiliza um vestido 
com fenda para enfatizar os movimentos das pernas. 
 
Bolero: 
 
De origem europeia, o Bolero chegou à Cuba ainda no século XIX. Tendo seu 
nome explicado pelos vestidos usados por algumas bailarinas. As peças continham 
bolas (chamadas de boleiras). 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Característica do Bolero: 
 
 
 Os elementos básicos dessa dança são popularmente conhecidos como, 
“dois pra lá, dois pra cá”, porém, ocorrem também as voltas, as caminhadas e 
evoluções. 
 
Foxtrot: 
 
 Esta dança surgiu nos Estados Unidos por volta de 1912, logo após a 
Primeira Guerra mundial. A origem do seu nome ainda permanece desconhecida, 
mas há uma hipótese de que o nome “Foxtrot” (literalmente “trotar da raposa”) faça 
referência à Danças primitivas de origem africana, cuja coreografia teria se inspirado 
na imitação dos passos de animais. Outra hipótese, aponta que o nome é associado 
ao seu primeiro divulgador e autor de Vaudeville, Harry Fox. 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Característica do Foxtrot: 
 
 Uma das grandes características dessa dança são os movimentos longos e 
contínuos, cuja direção segue no sentido anti-horário em andamento suave e 
progressivo. Além disso, destaca-se ainda, que a dança Foxtrot transmite a 
sensação de elegância e sofisticação, sendo dançada ao som de grandes bandas de 
Jazz, apresentando grandes semelhanças da valsa. 
 
 
Cha-cha-cha: 
 
 Dança latino-americana originária de Cubanos anos 50, que recebeu grande 
influência do mambo. Quando os dançarinos executavam os passos mais rápidos, o 
som ouvido era parecido com cha, cha,cha, por isso o nome dessa dança. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Características do Cha-cha-cha 
 
 
 Podendo ser dançada em pares ou individualmente, esta dança de salão é 
caracterizada como divertida e dinâmica. Os passos em todas as direções devem 
ser dirigidos primeiramente com a parte anterior do pé em contato com o chão e, em 
seguida, com o calcanhar diminuindo quando o peso é totalmente transferido, 
devendo o pé permanecer sempre em contato com o chão. Conta com três passos 
rápidos, chamados de chassé, e outros dois mais lentos. O casal não precisa ficar 
tão próximo durante a execução e a mulher coloca a mão sobre o ombro do seu 
parceiro enquanto ele realiza o mesmo procedimento, em movimentos espelho 
(movimentos iguais). 
 
 
Zouk: 
 
 O nome Zouk vem do dialeto Crioulo do Haiti, e tem como tradução “festa”. O 
Zouk teve origem nas Ilhas caribenhas de colonização francesa entre as décadas de 
60 e 70. Este ritmo é resultado da mistura do Calipso e Makossa, além de receber 
no Brasil grande influência da Lambada. 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Características da Zouk: 
 
 
 
 
 Uma das características principais do Zouk é que a dama durante a dança 
marca o tempo da música basicamente com o “jogar” do cabelo, realizados mais 
lentamente com muitos movimentos de braços e giros. Assim os momentos de 
transferência do peso corporal ocorrem com movimentos de inclinação e de 
circundação da cabeça. O passo básico, chamado remada, se dá de maneira 
semelhante ao caminhar para frente e para trás durante o qual o homem e a mulher 
se colocam de frente um para o outro. 
 A forma de dançar o Zouk entre as cidades brasileiras mudam: na Bahia, o 
Zouk é dançado mais parecido com Lambada, no Rio de Janeiro vem com a 
influência do Balé e Dança Contemporânea, em São Paulo predomina o Lamba-
zouk, e em Brasília pode ser considerado uma mistura de todas essas influências. 
 
Danças Regionais:
Diante da grande diversidade cultural que o Brasil apresenta, faz-se 
imprescindível tratarmos sobre as Danças típicas de cada região, tendo em vista que 
a dança no Brasil originou-se dos mais variados lugares, recebendo inclusive muitas 
influências de outros países. Vale ressaltar, que a maioria destas Danças, podem 
ser classificadas de forma geral como danças folclóricas, pois traduzem a expressão 
cultural de um povo. 
A seguir, abordaremos algumas danças características de cada região: 
 
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Região Nordeste: 
 
 Frevo 
 
 Originário do Brasil no fim do século XIX, mais especificamente de 
Pernambuco, o Frevo é uma das Danças mais vivas da cultura brasileira. Rico em 
espontaneidade e improvisação, o Frevo é resultado da mistura de diferentes 
Danças, tais como: a Marcha, o Maxixe, o Dobrado, recebendo inclusive alguns 
elementos da Capoeira. 
 
Características do Frevo: 
 
 
 O Frevo requer muita flexibilidade, para a realização das piruetas e saltos, 
além de muitos passos característicos, com a utilização na maioria das vezes de um 
mini guarda-chuva, tais como: a Dobradiça, onde o passista com as pernas 
flexionadas fica sobre um pé só, afastando-se para trás e rapidamente sendo 
substituído pelo outro pé, e assim sucessivamente; o parafuso, onde o passista se 
abaixa com as pernas em tesoura aberta e logo se levanta cruzando as pernas e 
dando uma volta completa sobre a ponta dos pés. Bandinha; Corrupiu; e o Chão de 
barriguinha. 
 
 
 
 
36 
 
 Maneiro-Pau ou Maculelê 
 
 Com relação à origem, alguns estudiosos justificam que o Maneiro-pau muito 
se assemelha à uma Dança chamada “Espatadanzaris”, da Espanha. Dança esta, 
que tanto poderia ter influência árabe, quanto africana, por conta da localização 
geográfica da Espanha. 
 Dessa maneira, o Maneiro Pau é uma dança típica do cangaço, que sofreu 
grande influência no estado do Ceará e atualmente faz parte de todas as 
programações festivas do nordeste. Quanto à expressão “Manejo”, esta transformou-
se em “Maneiro” e à leveza dos cacetes, traduz o sentido de “Pau Maneiro”. 
 
 
Características do Maneiro-Pau ou Maculelê: 
 
 
 
 A principal característica da Dança é o uso de pequenos bastões pelos 
participantes. Os integrantes dançam todos em roda, com os cacetes que portam, 
batem-nos fortemente no chão, de forma ritmada. Em certos momentos da Dança, 
uns colocam os cacetes no chão, outros os usam para duelarem entre si, fazendo-o 
cadenciadamente. O cantor principal incentiva a Dança fazendo nascer um coro 
formado pelos assistentes, que gritam “Maneiro pau, maneiro pau!”. 
 
 
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 Bumba-Meu-Boi 
 
Característico da cultura popular maranhense, essa dança (teatral) surgiu no 
século XVII em homenagem ao santo protetor, São João, principalmente entre os 
meses de junho e julho. 
Por todos os estados brasileiros, existem muitas variantes do bumba-meu-boi, 
como o Boi calenga de Pernambuco, Boi de reis e Boi-bumba do Pará, Reis do boi 
de Cabo Frio, Cavalo-marinho do Rio Grande do Norte e Boi-de-mamão de Santa 
Catarina. 
 
 
 
Características do Bumba-Meu-Boi: 
 
 
 
 
O enredo do Bumba-meu-boi conta a história de Pai Francisco, um escravo 
que, para saciar o desejo de sua esposa grávida por uma língua de boi, mata o gado 
de estimação do senhor da fazenda. Percebendo a morte do boi, o senhor convoca 
pajés e curandeiras para ressuscitar o animal. O boi volta à vida e a comunidade 
festeja. 
Os personagens, os quais se destaca o Boi (uma armação de madeira 
coberta com chita de cores vibrantes, com chifres exagerados e ornados de fitas), 
apresentam-se extravagantemente vestidos, e os diálogos são cômicos. 
 
 
 
 
38 
 
 Quadrilha 
 
De origem holandesa, influenciada pelos portugueses e ainda ingleses, teve 
seu apogeu no século XVIII na França, onde recebeu o nome de “cachorreira", 
tornando-se popular nos salões do século XVIII em todo o mundo ocidental. No 
Brasil, a quadrilha foi originalmente chamada de "Quadrilha de Arraiais", e era parte 
das comemorações chamadas de festas juninas. Embora tenha sido introduzida no 
nosso país como Dança de Salão, a Quadrilha caracteriza-se como uma Dança 
Regional nordestina, que se moldou ao gosto popular e alcançou outras regiões. 
 
 
Características da Quadrilha 
 
 
 
 
É importante para sua execução a presença de um mestre denominado 
marcador, pois é quem determina as figurações diversas que os participantes 
desenvolvem. Um animador vai pronunciando frases enquanto os demais 
participantes, geralmente em casais, se movimentam de acordo com as mesmas. 
Uso de gravações substitui a música ao vivo, além do aspecto de competição, que 
sustenta os grandes festivais de quadrilha. 
 
Em algumas quadrilhas, é característica a eleição de alguns personagens, 
tais como: o noivo, a noiva, os pais da noiva, o delegado, o padre, dentre outros, 
para que em conjunto com a Dança seja realizada uma encenação teatral de um 
casamento. 
 
 
39 
 
 Forró: 
 
A origem do nome Forró tem várias versões, porém a mais aceita é a de Luiz 
Câmara Cascudo (1898- 1986), que afirma que a palavra deriva da abreviação de 
forrobodó, que significa arrasta-pé, confusão, farra e etc. Em outra versão, é 
frequente associar-se a origem da palavra Forró à expressão americana for all (para 
todos), cuja história conta que no início do século XX, os engenheiros britânicos, 
instalados em Pernambuco para construir uma ferrovia, promoviam bailes aberto ao 
público, ou seja, for all. Assim, for all passaria a ser, no vocabulário do povo 
nordestino, o Forró (a pronúncia mais próxima). 
Predominantemente, o Forró é resultado de um conjunto de estilos inter-
relacionados, dentre os quais se destaca: o Baião, o Coco, o Rojão, a Quadrilha, o 
Xaxado e o Xote. 
Faz importante destacar, que ainda que o Forró seja considerado uma das 
Danças de Salão, optaram por destacá-la como uma Dança Regional, tendo em 
vista a grande bagagem cultural que o Forró representa para o nordeste. 
 
Características do Forró: 
 
 
 
Esta Dança é acompanhada por um tipo de música, que possui o mesmo 
nome da Dança, o Forró. Esse ritmo possui temática ligada aos aspectos culturais e 
cotidianos, sendo geralmente acompanhado pelos seguintes instrumentos musicais: 
sanfona, triângulo e zabumba. Uma das principais características do Forró é o ato 
de arrastar os pés durante a dança, realizada por casais. 
 
40 
 
 Baião 
 
 O Baião é uma dança e canto típico do nordeste brasileiro, recebeu em suas 
origens, influências das Danças indígenas, africanas e da música caipira. Não 
podemos deixar de destacar, Luiz Gonzaga, grande músico da sanfona, que 
consagrou-se como Rei do Baião, gênero que passou a ganhar novas 
características quando o sanfoneiro pernambucano popularizou-o através do rádio. 
Assim, o Baião sempre foi praticado e apreciado no Nordeste, depois se difundiu 
pelo país e até fora dele. 
 
Característica do Baião: 
 
 
 
 O Baião, segundo o folclorista Cascudo (2012), utiliza pequenos trechos 
musicais executados por viola, no intervalo dos desafios entre os cantadores de 
improviso. As mulheres usam vestido de um tipo de tecido, chamado chita, com 
babados na saia, amplo decote e sandálias coloridas. Já a vestimenta dos homens 
é bem simples, com destaque para a utilização das sandálias de couro cru. 
 Com movimentos que se aproximam do Forró, o Baião é dançado em pares e 
sua temática é baseada no cotidiano e nas dificuldades da vida dos nordestinos. Na 
dança ocorre a formação em círculo, sentado
ou em pé, onde os participantes se se 
direcionam para o centro da roda. Os passos mais conhecidos são: Balanceio; 
Passo de calcanhar; Passo de ajoelhar; e Rodopio. 
 
 Xaxado 
 
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O Xaxado é uma dança considerada rica em cultura folclórica, já que é 
considerada uma Dança do cangaço. Recebeu grandes influências africanas, 
europeias e indígenas, mas é considerada como uma dança típica do nordeste 
brasileiro. 
Historicamente, denotava a carência de mulheres, pois as mesmas dançavam 
abraçadas com o rifle, arrastando suas chinelas, arrastado este, que produzia um 
ruído (xa-xa-xa), que seria a resposta para a possível origem do nome atribuído à 
Dança. 
 
Característica do Xaxado: 
 
 
 
 
O arrastar da sandália é o passo básico que caracteriza essa Dança. Em fila 
indiana (um atrás do outro) ou em círculo, os participantes realizam pequenas 
batidas e arrasto com o pé da frente, em dois ou três movimentos laterais, enquanto 
o pé de trás executa um arrasto com curtos e baixos saltitos. Com os braços 
cruzados atrás do corpo, pode-se caminhar, ou ainda desenvolver o passo sem sair 
do lugar. Os movimentos de confronto também são utilizados, representando a luta 
do cangaço. O instrumento principal é a sanfona, que é enriquecida pelo pandeiro e 
também pelo violão (BREGOLATO, 2006). 
 
 Lambada: 
 
De origem brasileira, a Lambada surgiu no final da década de oitenta, na 
região Norte, especificamente no Pará. Tem, como base, o Carimbó e a guitarrada, 
 
42 
 
sofrendo influência de ritmos como a Cúmbia e o Merengue. A lambada fez muito 
sucesso, e através do grupo Kaoma percorreu a Europa e outros continentes. Vale 
ressaltar que a lambada, além de ser caracterizada como uma dança regional, 
classifica-se como uma Dança de Salão. 
 
 
Característica da Lambada: 
 
 
 Com as pernas afastadas e os joelhos levemente flexionados, deve-se 
levantar um dos pés movendo o quadril do lado contrário, invertendo o movimento 
em seguida para o outro. Os parceiros marcam três tempos com os quadris e 
ombros, realizando pequenos afastamentos como giros e momento de flexão do 
tronco para trás. O traje característico para as mulheres é a saia curta e rodada, e 
para os homens uma calça frouxa, podendo dançar inclusive sem camisa. 
 
 Coco: 
 
 Esta dança é praticada em todas as regiões do país, sendo típica do 
nordeste. Alguns estudiosos, afirmam que ela nasceu nos engenhos, vindo depois 
para o litoral nordestino, com influência do canto dos tiradores de coco, e que só 
depois se transformou em ritmo dançado. 
 
 
 
 
43 
 
Características do Coco: 
 
 
 
 
No coco há uma linha melódica cantada em solo pelo “tirador”, cujo refrão é 
respondido pelos participantes, homens e mulheres. 
Esta dança ocorre por meio de uma intensa “batida ou marcação de pés”, 
denominado “tropel” ou “tropé”, que segue o ritmo produzido pelos instrumentos 
(atabaques, pequenos tambores, ganzá e afoxé ou maracá). 
 
Região Sul 
 
 Chula 
 
 A Chula é uma dança de origem portuguesa do século XVII, que também se 
manifestou em forma de canto. No Brasil, sua existência foi registrada no início do 
século XIX e até os dias atuais se mantém viva no Rio grande do Sul, sendo 
executada preferencialmente por homens. A história conta que a Dança teria sido 
influenciada pelo bailado (sapateado) realizado sobre as uvas na produção de vinho, 
no entanto, sua exata origem, ainda permanece obscura. 
 
44 
 
 
 
Característica da Chula: 
 
 A Chula caracteriza-se pela agilidade e dificuldade do sapateio dos 
participantes, em disputas sobre uma lança ou bastão estendido no chão. A Chula 
aproxima-se de certas Danças brasileiras, como as moçambiques, onde grandes 
pedaços de paus servem não só para figurarem de espadas ou esgrimas como 
também para propiciarem aos dançarinos a demonstração de suas habilidades 
coreográficas. O movimento dos pés de um lado para o outro da vara, é dividido em 
etapas, as quais são: preparação, execução, pausa na coreografia, repetição, 
preparação de uma nova figura e execução da nova figura. 
 
 Fandango: 
 
 O Fandango designa uma série de Danças populares, chamadas “marcas”, 
cuja origem é possivelmente estrangeira (Espanha), sendo introduzida no Brasil e 
adaptada aos gostos e características da região Sul, mais especificamente no 
Paraná e Rio Grande do Sul, onde se tornou uma dança típica regional. 
 
 
 
 
 
 
 
 
45 
 
Características do Fandango: 
 
 
 
 No Fandango os passos podem ser valsados, arrastados, volteados, 
entremeados de palmas e castanholar de dedos. O sapateado vigoroso é feito 
somente pelos homens, enquanto as mulheres arrastam os pés e dão volteios 
soltos. O acompanhamento musical é feito pelo acordeão, chamado “gaita”, e pelo 
violão. 
 
 Pau-de-Fitas 
 
No século passado, por intermédio dos imigrantes portugueses e espanhóis, a 
Dança de pau-de-fitas, manifestação milenar de origem europeia, instalou-se no 
Brasil nos estados do Sul. Vale ressaltar que está Dança surgiu em reverência feita 
à árvore, visto que após o rigoroso inverno europeu, os camponeses para 
homenagear o renascimento da Árvore, realizavam tal manifestação. 
No Brasil, esta dança tem grande popularidade durante as festas de Reis e do 
Divino. Hoje, embora mais rara, ainda é encontrada em vários pontos do país, 
recebendo nomes diversos, como: trancelim, dança-do-trancelim, dança-da-trança, 
dança-do-mastro, trança-fita, vilão, trançado, engenho ou moinho. 
No Rio Grande do Sul, local onde ganhou mais destaque, os trançamentos 
recebem outros nomes: “Trama”, “Trança”, “Rede de Pescador”. Em Santa Catarina 
há o “Zigue-Zague”, “Tramadinho”, “Trenzinho”, “Feiticeira” e “Rede de Pescador”. 
 
 
 
 
 
46 
 
Características do Pau de Fita: 
 
 
Esta se desenvolve como uma ciranda, onde os participantes se deslocam ao 
redor de um mastro central com cerca de três metros de comprimento, cujo ápice 
possui um conjunto de largas fitas multicores. 
Cada participante segura na extremidade da fita, girando em torno do mastro 
realizando um ziguezague, trançando-as, formando vários desenhos, até que se 
torne impossível prosseguir para o mesmo sentido. Fazem-se então os movimentos 
em direção ao sentido contrário, destrançando as fitas. 
 
 
 Vanerão 
 
Com origem na Alemanha, esta dança desenvolveu-se fortemente no Rio 
Grande do Sul. Seu ritmo foi influenciado pela Habanera, que é um estilo musical de 
Havana, em Cuba. O Vanerão passou a ser uma das danças mais populares da 
região Sul, além de ter sido levada pela região centro-oeste. Encontram-se 
variações, de acordo com o andamento da música, podendo ser a Vanerinha, que 
apresenta um ritmo mais lento, a Vanera, ritmo mais moderado, e o Vanerão, para o 
ritmo mais acelerado. 
 
 
 
 
 
 
 
47 
 
Características do Venerão: 
 
 
O Vanerão com sua animação, entusiasmo e expressividade, exige bastante 
energia de todos os participantes, apresentando uma característica marcante que, é 
a utilização da gaita piano ou botonera (voz trocada), instrumento musical que 
dependendo do andamento e da divisão rítmica da melodia, requer muito fôlego, e 
por parte dos intérpretes, boa e rápida dicção. Os passos do Vanerão devem ser 
executados em quatro movimentos: dois passos para a esquerda e dois para direita. 
Os participantes utilizam roupas originárias da Europa e Oriente Médio, compondo 
assim o vestuário característico dessa dança. 
 
 
Região Norte 
 
 Carimbó
Na língua indígena “Carimbó” – Curi (Pau) e Mbó (Oco ou furado), significa 
pau que produz som, ou seja, o nome Carimbó deriva de um dos instrumentos 
acompanhantes, um tambor de origem africana, com dimensões diferentes que 
servem para o acompanhamento básico do ritmo. A Dança por influência indígena, 
tem suas origens no Pará, e em alguns lugares do interior do estado, continua com o 
título original de “Dança do Curimbó”, sendo considerada inclusive uma Dança 
folclórica. 
 
 
48 
 
Características do Carimbó: 
 
 
 
 
 A Dança é realizada em pares, iniciando com duas fileiras, uma de homens e 
a outra de mulheres, com a frente voltada para o centro. Os homens vão em direção 
às mulheres, com o corpo encurvado e batendo palmas, simbolizando um convite 
para a dança. Imediatamente os pares se formam, girando continuamente em torno 
de si mesmo, ao mesmo tempo formando um grande círculo. As mulheres 
movimentam os quadris, segurando a barra da saia, esperando o momento em que 
os seus cavalheiros estejam distraídos para atirar-lhes no rosto esta parte da 
indumentária feminina, momento que causa muito alvoroço e diversão. 
 Uma das características marcantes dessa dança refere-se aos participantes 
apresentarem-se descalços. As mulheres usam saias rodadas coloridas, franzidas, 
blusas de cor lisa, além de muitos adereços com os cabelos ornamentados com uma 
rosa. A Dança é acompanhada com dois tambores, com dimensões diferentes para 
se conseguir o contraste sonoro, os quais executam o ritmo adequado. Outros 
instrumentos são utilizados, tais como: o ganzá, o reco-reco, o banjo, a flauta, os 
maracás, afoxé e os pandeiros. 
 
 
 
 
 
49 
 
 Marujada 
 Teve início no século XVII, em Portugal, durante as conquistas e 
descobrimentos marítimos, quando os senhores brancos, atendendo ao pedido de 
seus escravos, pediram a realização da primeira festa em louvor a São Benedito. Em 
sinal de reconhecimento, os negros foram dançar de casa em casa para agradecer a 
seus benfeitores. 
 
Características da Marujada: 
 
 
 
 
 A Marujada é constituída em sua maioria, por mulheres, que são 
responsáveis pela direção e a organização da coreografia (exercidas por uma 
"capitã" e uma "subcapitã"), além da participação de homens (responsáveis pelos 
instrumentos musicais), e crianças (nas encenações). 
 As mulheres durante a dança usam uma saia vermelha, bem rodada, blusa de 
cambraia branca bordada e, sobre esta, uma faixa larga de fita vermelha de 
gorgorão, com uma grande rosa do mesmo material. A característica mais marcante 
do vestuário é o chapéu de palha, forrado de tecido branco, com uma espécie de 
armação de arame onde ficam as flores brancas. 
 
Sudeste: 
 
 Batuque 
 
Característico de São Paulo, Minas Gerais e Espírito Santo, o Batuque é uma 
dança de origem africana, realizada em rituais para procriação, que foi introduzida 
 
50 
 
no Brasil no século XVII, sendo severamente proibida na época colonial pelos 
padres. 
 
 
 
Características do Batuque: 
 
 
 
 
A indumentária possui característica simples e rústica para ambos os sexos, 
com destaque para as mulheres, que utilizam lenços coloridos na cabeça e saias 
rodadas. O elemento técnico mais marcante em toda a coreografia é a umbigada, 
também chamada de “batida”, onde os participantes levemente e com tronco 
semiflexionado inclinado para trás, batem os ventres entre si. Além disso, os pares 
soltos dão passos laterais arrastados (sem batida de pés), depois levantam os 
braços, batendo palmas acima da cabeça. Os instrumentos musicais utilizados são 
todos de percussão: tambor, matraca, chocalho, pandeiro e cuíca. 
 
 Samba 
 
 Considerada como a dança mais popular brasileira, o Samba todas as 
manifestações africanas que aqui chegaram, é o que mais obteve destaque e 
notoriedade. No século XIX, o Samba foi trazido pelos negros, chegando 
inicialmente na Bahia e ganhando posteriormente mais espaço e reconhecimento 
em vários outros estados brasileiros, principalmente, no Rio de Janeiro e São Paulo. 
Foi nessa localidade que ele passou a agregar outras danças em suas 
 
51 
 
características como o maxixe, a polca e o xote. O termo samba tem origem africana 
“semba”, que significa pular de alegria e estar animado. 
Os tipos de samba se confundem com a dança e o estilo da música, pois 
cada passo realizado é acompanhado de frases marcantes que fazem parte do 
repertório das músicas de samba: Samba Rock, Samba de Gafieira, Samba de 
Roda, Samba de carnaval, Samba Pagode, Samba Reggae, Samba de 
Breque, Samba Internacional, Samba Funk e outras variações. 
 
 
Característica do Samba: 
 
 
 
 Com a utilização de muita percussão, o Samba é alegre, irreverente e 
enérgico. Faz-se interessante destacar que talvez a magia do Samba esteja 
relacionada com a ausência de um compasso na marcação de um tempo fraco, 
promovendo assim um intenso ritmo de marcação. Essa dança utiliza passos 
variados por meio de giros, passos cruzados e rebolado de ambos os sexos, além 
da harmonia do sapateado com movimentos de quadris, o chamado samba no pé. 
 
 
Centro-oeste: 
 
 Catira ou Cateretê 
 
 Também conhecida por Cateretê, esta dança é típica da região centro-oeste, 
sendo observada desde o período colonial (CASCUDO, 2012). Existem muitas 
controvérsias sobre sua origem, uns acreditam ser indígena, outros africana, ou até 
 
52 
 
mesmo europeia, porém acredita-se que esta dança tenha recebido influências de 
todos estes povos. 
 
Característica da Catira ou Cateretê: 
 
 
 A Catira é dançada por homens devidamente trajados com chapéus na 
cabeça, organizados em filas uns na frente dos outros, utilizando-se de fortes 
movimentos realizados com as mãos e pés, ao som da viola-caipira (CASTILHO; 
CASTILHO, 2005). 
 Cururu 
 
 O Cururu é uma [dança folclórica] regional típica da região Centro-
Oeste (Mato Grosso e Mato Grosso do Sul), mas que se originou na cidade de São 
Paulo, com grande influência dos índios tupi-guarani. Essa dança é muito difundida 
nas festas dos santos padroeiros, principalmente do Divino Espírito Santo e de São 
Benedito desta região. 
O cururu é uma dança sagrada dos índios brasileiros, de origem tupi- guarani 
anteriormente era dançada nos templos. Mais tarde foi transportada para o domicílio 
do festeiro, onde se coloca um altar com o Santo Padroeiro do respectivo culto. 
 
 
 
 
 
 
 
53 
 
Características do Cururu: 
 
 
 
 É dançada exclusivamente por homens, que formar duas filas, uma de frente 
para a outra, tendo ao lado, o altar com o padroeiro. Afastam-se em fila indiana, 
dando dois passos para a direita e dois passos para a esquerda, transformando a 
fila em pequenos círculos. 
 
Danças Clássicas 
 
Valsa 
 
Originária da Alemanha e Áustria, no início do século XIX, a palavra “valsa” 
tem origem na palavra alemã “waltzen”, isto é “dar voltas”. Esta manifestação surgiu 
primeiramente como uma Dança, surgindo posteriormente as composições das 
Valsas como música. Ainda que a Valsa possa ser classificada como uma Dança de 
Salão, optamos por caracterizá-la como uma Dança Clássica, tendo em vista que 
esta carrega em sua essência, componentes marcantes, tais como a elegância, que 
a denominam com mais veemência nesta categoria. 
 
 
 
 
 
 
 
 
54 
 
Característica da Valsa: 
 
 
 
É uma dança que exige uma postura elegante, com o corpo sempre alongado, 
para a realização do compasso ternário (primeiro tempo forte e os demais fracos). 
Realizam-se movimentos
sutis, com giros e deslizamentos graciosos pelo salão com 
rápidas mudanças na velocidade do corpo, onde durante o segundo e o terceiro 
tempo do compasso da música, fica-se nas pontas dos pés. 
Outro fator predominante são os trajes, onde a dama utiliza vestidos longos e 
rodados para que seja destacado durante os giros. E os homens com vestimentas 
sociais para compor toda elegância que a dança exige. 
 
Balé 
 
 O Balé clássico tem suas origens nas cortes italianas, em meados do século 
XVI, embora não se saiba ao certo de onde veio a inspiração para os seus primeiros 
passos e coreografias. O nome “ballet”, deriva da palavra italiana “ballare”, que 
significa bailar, balé ou balê. Historicamente o Balé tratava-se de uma manifestação 
muito apreciada pela nobreza, que servia de diversão aos príncipes e cortesãos. 
Pouco a pouco os bailarinos profissionais substituíram a nobreza, e o Balé passou 
dos salões aos teatros como espetáculo propriamente dito. 
 
 
 
 
 
55 
 
Característica do Balé: 
 
Individual Dupla ou Coletivo 
 
 
 
: 
 
Os princípios básicos do balé são: postura ereta; verticalidade corporal; 
rotação externa dos membros inferiores; leveza; flexibilidade; disciplina; harmonia; e 
simetria. 
 Para prática do balé exige-se uma dinâmica entre os membros inferiores e 
superiores, tornando esta, um espetáculo a parte para os telespectadores. Além 
disso, durante a execução dos movimentos, o balé exige flexibilidade, precisão de 
movimentos, sutileza e em sua grande maioria dos passos, são rodeado de giros e 
do flexionar do corpo ou saltar. 
 
 Em relação a execução dos movimentos em duplas e/ou coletivas no balé, 
não se difere em relação aos princípios e características, no entanto, nesta, faz-se 
necessária uma troca de olhares, sintonia e confiança por parte dos bailarinos 
envolvidos na prática. 
 
 Vale salientar que dentro do Balé, existem outras modalidades, que utilizam 
a mesma base clássica de movimentos, como por exemplo, o Balé moderno, que se 
traduz como uma oposição ao Balé Clássico, na tentativa de instaurar temas mais 
contemporâneos. O Balé clássico é o desenvolvimento e a transformação da dança 
primitiva. Baseado no instinto é uma dança formada de passos diferentes, de 
 
56 
 
ligações, de gestos de figuras previamente elaborados para um ou mais 
participantes. 
 
Algumas das principais mudanças de padrão do movimento geradas pelos 
precursores do moderno é a mobilização de todo o corpo para a expressão, onde o 
foco sai das pernas (balé clássico) e vai para o tronco e plexo solar, utilização da 
contração e relaxamento da musculatura para obtenção da expressão, a respiração 
como elemento fundamental, a importância ao significado dos gestos, sentimentos, 
expressividade e teatralidade. 
 
 
 
Dança Contemporânea 
 
 
 
 Inicialmente, faz-se importante compreendermos que não existe um tipo 
específico de Dança Contemporânea, mas diversas danças, uma vez que ela não 
trata de um estilo de dança, cuja definição demonstra um modo de fazer ou uma 
técnica específica. Na Dança Contemporânea, várias formas, estilos, técnicas e 
estéticas de dança convivem, se permeiam e interagem, configurando a dança 
contemporânea. 
 É muito comum, a Dança Contemporânea ser definida pela temporalidade 
histórica que carrega no nome, como se ela representasse somente as 
manifestações das danças da atualidade. Não se pode, por exemplo, considerar o 
Sapateado, como dança contemporânea, apesar desta dança ser executada 
atualmente. Por outro lado, podemos ter uma dança contemporânea que possui 
fortes influências técnico-estéticas do Sapateado em seu processo criativo, mas 
 
57 
 
certamente essa dança estará mesclada a outras influências, principalmente 
filosóficas do modo de fazer e pensar a dança contemporânea. 
 Dessa forma, a Dança Contemporânea não se restringe a um único código, 
normas e regras de movimento, mas a múltiplos fazeres, olhares, escolhas, diálogos 
e possíveis dramaturgias do corpo. Embora a inter-relação entre as artes tenha 
ocorrido também em épocas anteriores, a Dança Contemporânea é reflexo das 
múltiplas formas inter, multi e transdisciplinares de diálogo com outras expressões 
artísticas, tais como: o teatro, artes plásticas, performance, literatura, cinema, 
música e tecnologia, estabelecendo diferentes diálogos criativos e fusões estéticas 
coreográficas. 
 Portanto, podemos afirmar que na Dança Contemporânea não existe um 
modelo ideal que a norteia, permeia e direciona, mas refere-se a utilização de 
diferentes técnicas, estilos, movimentos e estéticas de corpo que vão servir para a 
construção da multiplicidade de significados e inúmeras possibilidades de criação e 
expressão do corpo dançante. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
58 
 
Composição Coreográfica e a 
aplicação da Dança na Escola 
3 
Conhecimentos 
 
Compreender a Dança enquanto conteúdo pedagógico relacionando-a com as 
possíveis dimensões deste conteúdo na escola (conceitual, procedimental e 
atitudinal). Assim como assimilar os elementos que envolvem a composição 
coreográfica (ritmo, tempo, pulsação, frase musical). 
 
Habilidades 
 
Reconhecer os “oito tempos” musicais relacionando os possíveis movimentos 
que podem ser realizados, assim como ser capaz de criar uma pequena composição 
coreográfica, identificando materiais adequados na utilização da dança no ambiente 
escolar. 
 
Atitudes 
Suscitar valores como cooperação, espírito de equipe, altruísmo, além da 
investigação da temática em outras fontes de pesquisa demonstrando empenho, 
dedicação e comportamento condizente com a sua prática profissional. 
 
 
 
59 
 
Composição Coreográfica 
 
 No universo da Dança, Atividades Rítmicas ou ainda nas modalidades 
desportivas que trabalham com música, sempre se ouviu falar em contagens de oito 
tempos e de frase musical. O grande problema é que esses termos entraram no 
nosso vocabulário, e muitas vezes, não sabemos o que eles significam. 
 
 Por que contar em oito e não em dez? Por que muitas vezes o professor fica 
esperando para iniciar um movimento durante uma coreografia ou apresentação de 
dança? 
 
 Na tentativa de explicar esses questionamentos, iremos abordar algumas 
questões tão imprescindíveis para professores de Educação Física quando se trata 
da união do movimento com a música. 
 
Movimento Humano 
 
 Podemos refletir que o movimento, especificamente o humano, é considerado 
como a matéria prima da Dança, pois dançar é imprimir no corpo a sensação do 
movimento. Quem dança o faz porque realiza movimentos que não possuem 
aparentemente nenhuma utilidade ou função prática quando destituídos da dança, 
mas que possuem sentido e significado, quando recriados e revividos a cada 
momento no dançar. 
 
 Outra questão é a marginalização do sentido / significado do movimento, da 
vivência da subjetividade de cada sujeito em prol de modelos e padrões de 
movimentos vazios de significação. Pois de acordo com Kunz (1991), o movimento 
humano tem sido reduzido a um fenômeno físico, nada mais do que um 
deslocamento do corpo ou partes dele num determinado tempo e espaço, 
estabelecendo uma relação independente inclusive do sujeito que se movimenta. 
 
 Desta forma, principalmente na questão educacional, o movimento humano 
deve ser valorizado e explorado no sentido de ultrapassar a concepção mecânica 
 
60 
 
tradicional do movimento, levando em consideração o abstrato, a expressão e
o 
subjetivo, o que não significa que deve ser deixado de lado a técnica e os 
procedimentos específicos que a permeiam. Logo: Dança, Ritmo e movimento estão 
inter-relacionados nas diversas atividades rítmicas, especificamente na dança. 
 
Ritmo 
 A palavra ritmo provém do indo-europeu, Sreu que significa fluir e do grego 
Rhytmos que designa medida, movimento, recorrente, regular, rima, ou ainda 
movimento regulado. Ou seja, capacidade de organizar, cronologicamente, as 
estruturas musculares em relação ao espaço e tempo (MANSO, 1996). 
 
Se analisarmos com atenção, vamos perceber que quase tudo a nossa volta 
tem um ritmo: os batimentos cardíacos, a respiração, o sono, a fala, etc. Até no 
andar temos um ritmo próprio, ou seja, ritmo está ligado ao ser natural, entretanto a 
palavra é normalmente associada especificamente à música ou à dança, onde 
designa a variação (explícita ou implícita), da duração de sons com o tempo. 
 
Existem diversas definições para o ritmo. Contudo quando ligada à música 
pode-se definir ritmo como a pulsação padronizada dos tempos, ou seja, a 
quantidade de batimentos que pode ser colocada em um ciclo pré-determinado 
denominado compasso. Alguns fatores determinam a variação do ritmo: a 
intensidade (distinção de forte e fraco) a duração (quando a intensidade soa por um 
determinado tempo) e a métrica (a ordem e a medida do ritmo representado pelos 
compassos e pelas figuras musicais). 
 
Outro ponto interessante de nos atermos é com relação aos corredores de 
fundo, que imprimem seu ritmo dentro das provas, regulando suas passadas de 
acordo com os movimentos de inspiração e expiração, na tentativa de conseguirem 
obter uma maior otimização entre as ações executadas e os gastos produzidos. 
Assim poderíamos continuar trazendo inúmeras manifestações que relacionam as 
questões do ritmo com o corpo, porém provavelmente não encontraríamos fim, o que 
nos faz pensar em algumas questões de cunho um pouco mais filosóficas e que para 
tanto nos valeremos do pensamento de Lópes (1977), que define o ritmo como tudo 
 
61 
 
que está em constante movimento, em trocas ininterruptas ou ainda que “RITMO é 
MOVIMENTO, que o MOVIMENTO é RITMO.” (TIBEAU, 2006, p. 55) 
 
Assim o ritmo se faz presente na natureza, na vida humana, vegetal ou 
animal, nas funções orgânicas do homem, em suas manifestações corporais, no seu 
gesto, no movimento, qualquer que ele seja. O desenvolvimento e o 
aperfeiçoamento do ritmo são de grande importância para o homem, pois sendo um 
ser natural, necessita do ritmo em todas as atividades, para uma melhor organização 
e disciplina na realização das mesmas, sejam elas: domésticas, profissionais, 
desportivas, de lazer, dentre outras. 
 
Dessa forma, a grande função do ritmo na música, como na dança ou na 
poesia, é expressar a energia por meio de acentuações e da alternância de tempos 
fortes e fracos. 
 
 Classificação do Ritmo: 
 
O ritmo pode ser dividido, quanto à estruturação em: 
 
Individual: cada pessoa tem características próprias, portanto, tem seu ritmo 
próprio, que surge integrado ao estilo pessoal. Essa integração abrange outros 
ritmos: ritmo do funcionamento biológico, ritmo de aprendizagem, ritmo de 
amadurecimento, ritmo de crescimento, etc. 
 
Grupal: caracteriza-se como a forma coletiva mais adequada de se igualar 
um movimento. São exemplos de ritmo grupal, cujo sincronismo é alcançado, 
geralmente por meio de estímulos acústicos: a dança, o remo, a ginástica rítmica 
(GR) por equipe, o nado sincronizado, o rafting, etc. 
 
Mecânico: determinado, uniforme, não varia, como o ritmo característico das 
máquinas. Ex.: ventilador, liquidificador, relógio. 
 
 
 
 
62 
 
 Pulso ou Tempo 
 O pulso é o elemento primário do ritmo. É a marcação mais importante de 
todas as estruturas, que se repete constantemente. A marcação do pulso de uma 
música surge naturalmente. É comum ver pessoas movimentando a ponta dos pés, 
a cabeça ou o corpo, ao ouvir uma música que lhes agrade. Portanto, o pulso 
musical faz referência àquilo que na música dá vontade de acompanhar com os pés. 
 
 Durante suas intervenções você poderia trabalhar o pulso musical com o seus 
estudantes simplesmente marcando-o com palmas, voz, batidas com paus, etc. e 
seus estudantes responderiam com movimentos dentro desta marcação proposta 
por você. Logo em seguida, poderiam experimentar o pulso de uma música e 
solicitar que eles se movimentassem livres dentro do pulso da música ou 
simplesmente com a marcação dos pés. 
 
Frase Musical 
 
 Os oito tempos (oito batimentos) que são nomeados na Dança, nada mais 
são do que a contagem de 2 compassos quaternários (compasso quaternário= 
quatro tempos). Dentro destes oito tempos, o professor deve organizar os 
movimentos, não no sentido de mecanizá-los, mas para sincronizar: música, 
movimento e ritmo, tendo em vista que as músicas seguem esse padrão. 
 
 Dessa forma, uma frase musical diz respeito a um agrupamento de estruturas 
rítmicas que se repetem com um sentido lógico, onde o final da frase é geralmente 
indicado por uma cadencia. Do ponto de vista prático, para que se identifique uma 
frase musical, basta que se ouça atentamente uma música e que cada mudança 
seja observada. Em alguns momentos, por exemplo, enfatiza-se apenas o vocal do 
cantor principal, em outros percebemos os cantores de apoio, isto é, o back vocal, e 
em certos trechos, podemos ouvir somente os instrumentos. 
 
 Em atividades que utilizam a música é de vital importância reconhecer, no 
mínimo o início das frases musicais para poder associá-las ao movimento. Deve-se 
 
63 
 
evitar começar os movimentos na metade das frases ou em outro momento por se 
criar uns desajustes entre música e movimento. 
Dança na Escola 
 
 
 Inicialmente, é importante refletirmos, que por influência histórica e cultural, as 
aulas de Educação Física na escola possuem uma predominância de conteúdos 
direcionados ao Esporte, fato que contribui para que a Dança seja deixada de lado 
neste cenário. Porém, observa-se que esta passa por um processo de maior 
valorização, já que a Dança enquanto conteúdo escolar está inserido tanto da 
Educação Física quanto na Arte. 
 
 Contudo, percebemos que a Dança é mais enfatizada na escola somente 
durante as datas especiais, como por exemplo, nas festas juninas, ou ainda como 
espetáculo, durante o encerramento do ano letivo. O que encontramos no interior 
das escolas, quando não são movimentos mecânicos reproduzidos pelos estudantes 
em função de uma data comemorativa, são as danças sendo reproduzidas sem 
interpretação de seus valores e significados. 
 
 Além disso, podemos verificar que a mídia consegue imprimir grande 
influência sobre esse conteúdo, já que os estudantes preferem dançar aquilo que 
veem na televisão (funk, pagode, axé, dente outras) ao invés de valorizar, por 
exemplo, as danças folclóricas. Faz importante refletir também sobre a música, 
elemento fundamental para o ensino da dança, já que muitas vezes o professor não 
toma os devidos cuidados com a seleção dos autores das músicas, a adequação à 
faixa etária, a temática e o conteúdo das letras. 
 
 
 
Outro fator que precisa ser pensado é o fato deste conteúdo da Educação 
Física, estarem sempre voltados para a dimensão do saber fazer em detrimento da 
compreensão da Dança como ferramenta de construção do patrimônio cultural e 
educacional. 
 
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 Portanto, estes fatores são reais no ambiente escolar, mas não podem 
impedir que o conteúdo Dança seja abordado com o mesmo grau de importância 
que as demais manifestações da cultura

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