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CAPÍTULO XXVII TEORIA GERAL DOS RECURSOS Os recursos pressupõem inconformismo, insatisfação com decisões judiciais e que buscam outro pronunciamento do Poder Judiciário a respeito das questões a ele submetidas. 1- CONCEITO RECURSO é um remédio VOLUNTÁRIO (depende sempre de atuação da parte), PREVISTO EM LEI (o agravo regimental é apenas regulamentado pelos regimentos dos tribunais, mas é previsto em lei), para, NO MESMO PROCESSO (o recurso prolonga a existência de um mesmo processo - o recurso prolonga a litispendência), REFORMAR, INVALIDAR, INTEGRAR OU ESCLARECER DECISÃO JUDICIAL (esses quatro verbos correspondem aos pedidos que podem ser feitos nos recursos). Cada um desses pedidos corresponde a uma causa de pedir recursal. PEDIDOS RECURSAIS CAUSAS DE PEDIR RECURSAIS Reformar Error in judicando Invalidar/anular Error in procedendo Integrar Omissão Esclarecer Contradição/obscuridade a) Pedido de reforma: sempre que se pede para reformar, o que se quer é que o tribunal corrija a injustiça de uma decisão. O que o recurso diz é que o juiz errou ao decidir, decidiu mal. O error in judicando é justamente o erro de análise. Toda vez que se recorre para reformar, se está discutindo o conteúdo da decisão. O tribunal deverá substituir a decisão injusta, errada, por outra decisão por ele proferida. b) Pedido de invalidação: se diz que a decisão tem um defeito, e esse defeito compromete a sua validade. Portanto, o que se quer é a invalidação, a anulação da decisão. No recurso para invalidar não se discute o conteúdo da decisão, discute-se apenas a forma da decisão. Não se discute a justiça da decisão. Nesses casos, o tribunal não re-julga a causa, ele anula a decisão e devolve para o juiz julgar novamente. 2- ATOS SUJEITOS À RECURSO Os despachos, atos não decisórios, são irrecorríveis. As decisões (lato sensu) são recorríveis. Decisões interlocutórias são recorríveis por agravo, retido ou por instrumento. Sentenças são recorríveis por apelação. IMPORTANTE!!! Só cabe recurso contra ato do juiz, nunca do MP ou de serventuário ou funcionário da justiça. Obs. É preciso lembrar o problema das “sentenças parciais” (Fredie acha que cabe agravo de instrumento. Eu acho que apelação por instrumento). IMPORTANTE!!! JEC. Lá a coisa é diferente. Nos JEC estaduais, as interlocutórias são INAGRAVÁVEIS. Nos JEC federais, só cabe agravo da decisão interlocutória sobre tutela de urgência. Nos JEC em geral, o recurso contra sentença não é apelação, é recurso inominado, que tem regramento diverso da apelação. Obs. Existem sentenças agraváveis. Ex. Sentença que decreta falência é impugnável por agravo de instrumento (sentença que não decreta falência é apelável). Ex. Sentença que julga liquidação de sentença é agravável (art. 475-H). Isso porque em todas essas o processo continua. Art. 475-H. Da DECISÃO DE LIQUIDAÇÃO caberá AGRAVO DE INSTRUMENTO. Acórdãos são impugnáveis por RE, Resp, embargos infringentes, Recurso Ordinário Constitucional e pelos embargos de divergência. Contra acórdão jamais cabe agravo. O agravo não é um recurso contra acórdão. IMPORTANTE!!! Decisões monocráticas. Contra estas sim cabem vários tipos de agravo. Contra decisão do relator cabe agravo regimental. Contra decisão do presidente do tribunal em pedido de suspensão de segurança cabe agravo. Contra decisão que não admite RE ou Resp cabe agravo do art. 544. Cabe agravo contra decisão em homologação de sentença estrangeira. Obs. Os embargos de declaração cabem contra qualquer decisão. 3- CLASSIFICAÇÃO DOS RECURSOS I) Quanto ao que é impugnado: a.1) Recurso total (segundo Dinamarco): quando abrange toda a decisão. b.1) Recurso parcial (segundo Dinamarco): quando não abrange toda a decisão. a.2) Recurso total (segundo Barbosa Moreira): impugna tudo o que poderia ter sido impugnado. b.2) Recurso parcial (segundo Barbosa Moreira): não impugna tudo o que poderia ter sido impugnado. II) quanto à fundamentação: a) Recurso de fundamentação livre: aquele pelo qual se pode alegar qualquer fundamentação. A fundamentação é ampla (apelação, agravo...). b) Recurso de fundamentação vinculada: só é possível alegar aquilo que a lei prevê (Ex. Embargos de declaração, em que só se pode alegar omissão, obscuridade ou contradição; RE e Resp.). 4- CARACTERÍSTICAS DOS RECURSOS 4.1 INTERPOSIÇÃO NA MESMA RELAÇÃO PROCESSUAL Os recursos não têm natureza jurídica de ação, nem criam um novo processo. Eles são interpostos na mesma relação processual. Os recursos se distinguem assim do MS, HC, AR e etc. 4.2 A APTIDÃO PARA RETARDAR OU IMPEDIR A PRECLUSÃO OU A COISA JULGADA Enquanto há recurso pendente, a decisão impugnada não se terá tornado definitiva. Quando se tratar de decisão interlocutória, não terá havido preclusão; quando se tratar de sentença, inexistirá a coisa julgada. IMPORTANTE!!! Isso não significa que a decisão impugnada não possa desde logo produzir efeitos. Há recursos que são dotados de efeito suspensivo e outros que não. Não havendo recurso com efeito suspensivo, a decisão produzirá efeitos desde logo, mas eles não serão definitivos, porque ela ainda pode ser modificada. Obs. Como o agravo em regra não tem efeito suspensivo, o processo prosseguirá, embora a decisão agravada não tenha se tornada definitiva. #Com base na observação acima, o que ocorrerá com os atos processuais posteriores a decisão agravada, se o agravo for provido? Provido o agravo, todos os atos processuais supervenientes, incompatíveis com a nova decisão ficarão prejudicados, e até mesmo a sentença. 4.3 IMPOSSIBILIDADE, EM REGRA, DE NOVA DECISÃO Em regra, não se pode invocar, em recurso, matérias que não tenham sido arguidas e discutidas anteriormente. EXCEÇÕES!!! Art. 462 CPC. Art. 462. Se, depois da propositura da ação, algum fato constitutivo, modificativo ou extintivo do direito influir no julgamento da lide, caberá ao juiz tomá-lo em consideração, de ofício ou a requerimento da parte, no momento de proferir a sentença. Esse dispositivo não tem aplicação restrita ao primeiro grau, podendo ser aplicado em grau de recurso. Outra exceção é o art. 517: Art. 517. As questões de fato, não propostas no juízo inferior, poderão ser suscitadas na apelação, se a parte provar que deixou de fazê-lo por motivo de força maior. Há ainda a possibilidade de se alegar questão de ordem pública, que podem ser conhecidas a qualquer tempo. 4.4 O NÃO CONHECIMENTO DO RECURSO E O TRÂNSITO EM JULGADO IMPORTANTE!!! O STJ pacificou o entendimento de que o recurso, AINDA QUE NÃO VENHA A SER CONHECIDO, impede o trânsito em julgado, salvo caso de má-fé. O transito em julgado só ocorrerá daí pra diante, e não mais retroagirá, salvo má-fé. Nesse sentido: “segundo entendimento que veio a prevalecer no Tribunal, o termo inicial para o prazo decadencial da ação rescisória é o primeiro dia após o trânsito em julgado da ultima decisão proferida no processo, salvo se provar-se que o recurso foi interposto por má-fé do recorrente.” STJ Súmula nº 401 O prazo decadencial da ação rescisória só se inicia quando não for cabível qualquer recurso do último pronunciamento judicial. 5- JUÍZO DE ADMISSIBILIDADE 5.1 CONCEITO O juízo de admissibilidade é a análise que se faz para ver se o recurso preenche todos os requisitos de admissibilidade. Os requisitos de admissibilidade são matéria de ordem pública, e por isso podem ser conhecidosde ofício. Conhecer o recurso significa que o recurso foi admitido, teve juízo de admissibilidade positivo. O conhecimento do recurso não tem nada a ver com o provimento ou improvimento do recurso, que são decisões de mérito. 5.2 COMPETÊNCIA a) Juízo a quo: é o juízo de origem. b) Juízo ad quem: é o juízo do destino. No Brasil, a regra é a de que o recurso seja interposto perante o juízo a quo. Isso quer dizer que se interpõe o recurso perante o órgão que proferiu a decisão atacada. Atenção!!! Só existe uma EXCEÇÃO em que se interpõe o recurso no órgão ad quem, que é o AGRAVO DE INSTRUMENTO. Art. 524. O agravo de instrumento será dirigido DIRETAMENTE AO TRIBUNAL COMPETENTE, através de petição com os seguintes requisitos: Como o recurso é interposto no juízo a quo, e depois vai ao ad quem, existem, em regra, dois juízos de admissibilidade (um no a quo e outro no ad quem). Se o juízo a quo não admitir o recurso, sempre caberá agravo por instrumento, isso porque a ideia é possibilitar uma dupla análise da admissibilidade. Ao inadmitir o recurso, o juiz está proferindo uma decisão interlocutória, que é, portanto, agravável. Obs. Às vezes, o juízo a quo e o juízo ad quem são os mesmos. É o caso dos embargos de declaração, dos embargos infringentes de alçada. IMPORTANTE!!! Existem recursos que permitem juízo de retratação pelo a quo. Ex. Apelação do indeferimento da PI (48 hrs), apelação de improcedência prima facie (5 dias), apelação do ECA (5 dias), TODOS os agravos. Quando existe juízo de retratação, diz-se que o recurso tem efeito regressivo. 5.3 NATUREZA JURÍDICA DO JUÍZO DE ADMISSIBILIDADE Juízo de admissibilidade positivo é declaratório com eficácia retroativa. Ou seja, declara- se que desde que foi interposto, o recurso preencheu os requisitos de admissibilidade. O juízo de admissibilidade negativo é um problema. Existem três correntes: Exemplo geral: sentença em 2004 - apelação em 2004 - em 2008 o tribunal diz que a apelação é inadmissível. 1ª corrente (Barbosa Moreira): a decisão do exemplo é declaratória, com eficácia retroativa. Isso quer dizer que o tribunal declara que o recurso é inadmissível desde 2004. É como se desde 2004 o recurso não tivesse sido interposto. Para essa corrente, significa dizer que a decisão já teria transitado em julgado desde 2004, só que o recorrente não sabia (o recorrente já perdeu todos os prazos – inclusive para AR!!). Essa concepção de Barbosa Moreira gera uma enorme insegurança. 2ª corrente MAJORITÁRIA: para essa corrente, o juízo de admissibilidade negativo é declaratório, mas NÃO tem eficácia retroativa, SALVO em duas situações: (1) intempestividade e (2) manifesto incabimento. Obs. Súmula 100 do TST – fala que o prazo de decadência da AR conta-se da data da última decisão proferida na causa, seja de mérito ou não. No caso de não admissão de recurso, essa será a última decisão, a partir da qual iniciar-se-á o prazo da AR. Entretanto, na própria súmula do TST há uma exceção, segundo a qual a interposição de recurso intempestivo ou manifestamente incabível, não protrai o termo inicial da AR. (Em outras palavras, se a parte recorreu de boa-fé, crente que seu recurso seria admitido, ela não pode ser prejudicada com a não admissão do recurso. Por outro lado, se ela só recorreu para dar uma enrolada no prazo da AR, já sabendo que o recurso não seria admitido, a interposição desse recurso não lhe beneficiará.) 3ª corrente - para essa corrente, decisão de inadmissibilidade é desconstitutiva e, por isso, não tem eficácia retroativa (posição de Fredie). IMPORTANTE!!! Ver acima a atual posição do STJ e a súmula 401 do mesmo. 6- REQUISITOS DE ADMISSIBILIDADE Existem os requisitos intrínsecos e os extrínsecos. Intrínsecos: dizem respeito a relação entre a natureza e o conteúdo da decisão recorrida e o recurso interposto. - Cabimento - Legitimidade - Interesse - Ausência de fato impeditivo ou extintivo. Extrínsecos: levam em conta fatores que não dizem respeito a decisão impugnada, mas externos a ela. - Regularidade formal - Preparo - Tempestividade 6.1 PRESSUPOSTOS INTRÍNSECOS DE ADMISSIBILIDADE CABIMENTO Para que o recurso seja cabível é preciso que a decisão seja recorrível e que se tenha interposto o recurso correto contra a decisão. Três princípios referentes ao cabimento: a) Taxatividade: os recursos são SÓ aqueles previstos em lei. A parte não pode inventar um recurso não previsto em lei. b) Singularidade/unirrecorribilidade: para impugnar uma decisão só se pode valer de um recurso de cada vez. Para cada decisão só existe um recurso. Atenção!!! Nos tribunais esse princípio é mitigado. Contra um acórdão cabe, ao mesmo tempo, recurso especial e extraordinário. Os embargos de declaração também mitigam esse princípio. c) Fungibilidade: um recurso interposto indevidamente pode ser aproveitado como se fosse o recurso devido. No CPC/39 havia previsão expressa do princípio da fungibilidade, desde que NÃO HOUVESSE MÁ-FÉ e se utilizasse o PRAZO DO RECURSO CORRETO (na prática deveria ser utilizado o menor prazo). No CPC/73 o legislador retirou a previsão expressa do princípio da fungibilidade. Mesmo sem previsão expressa o princípio da fungibilidade permanece como consequência do princípio da instrumentalidade das formas. A jurisprudência manteve os dois requisitos do CPC/39 e acrescentou a NECESSIDADE DA EXISTÊNCIA DE DÚVIDA OBJETIVA quanto ao cabimento do recurso. Essa dúvida objetiva é a demonstração de divergência jurisprudencial e doutrinária relevante sobre o tema (Ex. Caso das sentenças parciais). Requisitos para a fungibilidade recursal: a) ausência de má-fé b) dúvida objetiva c) prazo do recurso correto LEGITIMIDADE A parte pode recorrer (qualquer parte). Também podem interpor recurso àqueles que tenham sido admitidos por força de intervenção de terceiros. Alguns tornam-se partes (denunciado, chamado, opoente e nomeado). Outros não adquirem essa posição de parte, mas mesmo assim podem recorrer, como o assistente simples. Atenção!!! No entanto, no caso do ASSISTENTE SIMPLES, a sua possibilidade de recorrer é subordinada a parte, e lhe será vedada a utilização do recurso se a parte se manifestar no sentido de que seja mantida a decisão. IMPORTANTE!!! O MP como custus também pode recorrer. Obs. O MP tem prazo em dobro para recorrer. Art. 499. O recurso pode ser interposto pela parte vencida, pelo terceiro prejudicado e pelo Ministério Público. § 1o Cumpre ao terceiro demonstrar o nexo de interdependência entre o seu interesse de intervir e a relação jurídica submetida à apreciação judicial. § 2o O MINISTÉRIO PÚBLICO TEM LEGITIMIDADE PARA RECORRER assim no processo em que é PARTE, como naqueles em que oficiou como FISCAL DA LEI. STJ Súmula nº 99 - O Ministério Público tem legitimidade para recorrer no processo em que oficiou como fiscal da lei, AINDA QUE NÃO HAJA RECURSO DA PARTE. O terceiro juridicamente prejudicado também pode recorrer. Esse terceiro é todo aquele que poderia ter intervindo no processo, mas não o fez. É aquele que tenha interesse jurídico de que a sentença seja favorável a uma das partes, porque tem com ela uma relação jurídica que, conquanto distinta daquela discutida em juízo, poderá sofre-lhe os efeitos reflexos. Obs. O que poderia ter sido opoente (e não foi) NÃO pode recorrer como terceiro. Obs. O litisconsortenecessário não citado pode recorrer como terceiro. O prazo do recurso de terceiro é o prazo do recurso da parte, e também deve ter preparo. IMPORTANTE!!! Não confundir assistente simples com terceiro prejudicado. O que ingressa como assistente simples não entra em defesa de um interesse próprio, mas para auxiliar uma das partes a sair-se vitoriosa. Tem atuação subordinada, pode recorrer desde que a parte não lhe vede tal conduta. Já o terceiro prejudicado entra em defesa de direito próprio, que conquanto não seja discutido no processo, será afetado reflexamente pela sentença. O terceiro prejudicado não tem atuação subordinada. Sendo assim a parte não pode vetar o processamento de seu recurso. IMPORTANTE!!! O advogado não tem legitimidade para recorrer em nome próprio, mas tão somente em nome da parte. Mas importante observar que, em relação a honorários advocatícios, o advogado terá legitimidade parar recorrer. Não terá legitimidade para recorrer dos demais pontos da sentença, mas tão somente no que toca aos honorários. A legitimidade da parte para recorrer dos honorários é extraordinária, já que estes pertencem ao advogado. Vale lembrar que o juiz e os funcionários da justiça não tem legitimidade recursal. O reexame necessário, como condição de eficácia de sua sentença, não tem natureza recursal. Obs. O perito terá que discutir seus honorários em ação própria. Não poderá por meio de recurso, dada a sua posição no processo de auxiliar do juízo. INTERESSE DE AGIR Para que o recurso seja admissível, é necessário que seja ÚTIL e NECESSÁRIO. Em outras palavras, é preciso que aquele recurso manejado seja apto a melhorar a situação do recorrente. Ou seja, para que haja interesse em recorrer, o recurso deve trazer um benefício ao recorrente. O INTERESSE ESTÁ CONDICIONADO A SUCUMBÊNCIA DO INTERESSADO (só tem interesse em recorrer quem tiver sofrido sucumbência, que existirá quando não se tiver obtido o melhor resultado possível no processo). EXCEÇÃO!!! Embargos de declaração. O interesse nesse caso não é o de modificar para melhor a decisão, mas sim de aclarar, sanar alguma contradição ou integra-la. Situações específicas: #É possível recorrer de sentença apenas para sanar-lhe algum vício? A parte vitoriosa pode recorrer para que o vício seja sanado, pois o melhor resultado possível pressupõe que a sentença esteja hígida, sem máculas. #É possível ao réu recorrer da sentença de extinção sem resolução de mérito? Que o autor pode recorrer nesse caso não há dúvida. Já em relação ao réu, como regra, a resposta há de ser afirmativa. Sendo a sentença meramente terminativa, inexistirá coisa julgada material, a questão poderá novamente ser posta em juízo. Melhor seria para o réu se a sentença fosse de improcedência, o que impediria a rediscussão. EXCEÇÃO!!! Art. 267 V c/c 268 CPC. Art. 267. Extingue-se o processo, SEM resolução de mérito: V - quando o juiz acolher a alegação de perempção, litispendência ou de coisa julgada; Art. 268. Salvo o disposto no art. 267, V, a extinção do processo não obsta a que o autor intente de novo a ação. A petição inicial, todavia, não será despachada sem a prova do pagamento ou do depósito das custas e dos honorários de advogado. Essa hipótese configura exceção pois o autor não poderá intentar nova ação. #É possível recorrer para manter o resultado, mas alterar a fundamentação da sentença? Aquele que obteve a vitória no processo NÃO tem interesse de recorrer, postulando que a decisão seja mantida, mas que seja alterada a fundamentação. Excepcionalmente, será possível recorrer da fundamentação quando ela não for compatível com a conclusão que chegou o juiz, ou quando o juiz extrapolar os limites objetivos da ação. Nesse caso haverá nulidade (algum vício). IMPORTANTE!!! Casos em que a fundamentação repercute sobre a coisa julgada material. Coisa julgada secundum eventum litis. Ex. Ações coletivas. Nessas ações, a improcedência por insuficiência de provas não faz coisa julgada material. Sendo assim, o réu terá interesse em apelar da improcedência de insuficiência de provas para alterar-lhe a fundamentação. Logrando êxito nessa apelação, o réu obterá uma sentença de improcedência por outras razões, que se revestirá da autoridade da coisa julgada. #Há interesse para recorrer de sentenças homologatórias de transação, reconhecimento jurídico do pedido ou renúncia ao direito em que se funda a ação? Em princípio não tem interesse recursal, uma vez que o juiz se limitou a homologar a sentença. Preclusão lógica para a apresentação do recurso. No entanto, poderá recorrer para alegar que a homologação desbordou dos limites do acordo. IMPORTANTE!!! Quando há um fundamento legal e outro constitucional, onde ambos, por si só, são aptos a sustentar a decisão, para haver interesse de agir, é preciso que o recurso seja contra os dois fundamentos. Recurso de um só fundamento não é útil. Se o que é atacado é acórdão, devo entrar, simultaneamente com RE e Resp. STJ Súmula 126 - É inadmissível recurso especial, quando o acordão recorrido assenta em fundamentos constitucional e infraconstitucional, qualquer deles suficiente, por si só, para mantê-lo, e a parte vencida não manifesta recurso extraordinário. Obs. Todo sucumbente tem interesse recursal, porém nem todo aquele que tem interesse é porque sucumbiu (terceiro). INEXISTÊNCIA DE FATOS EXTINTIVOS OU IMPEDITIVOS DO DIREITO DE RECORRER São fatos que não podem ocorrer para que o recurso seja admitido. A doutrina destaca alguns fatos: a) Não pode ter havido renúncia para que o recurso seja admitido. Se a parte recorre mais antes havia renunciado ao direito de recorrer, esse recurso será inadmitido. Obs. A renúncia é expressa e é apresentada antes da parte recorrer, independente de consentimento da outra parte. Não se admite a existência de renúncia prévia, formulada antes da decisão ou sentença, salvo nos casos em que já seja possível conhecer de antemão o seu teor. Art. 502. A RENÚNCIA ao direito de recorrer independe da aceitação da outra parte. b) A aceitação da decisão (aquiescência) impede o recurso. Ora, se a parte aceita a decisão, ela não pode depois recorrer, isso seria um comportamento contraditório. Ocorre preclusão lógica. Obs. A aceitação pode ser expressa ou tácita (prática de atos incompatíveis com o direito de recorrer. Ex. Cumprimento espontâneo da decisão). Art. 503. A parte, que aceitar expressa ou tacitamente a sentença ou a decisão, não poderá recorrer. Parágrafo único. Considera-se aceitação tácita a prática, sem reserva alguma, de um ato incompatível com a vontade de recorrer. IMPORTANTE!!! Havendo renúncia ou aceitação, ficará vedada a admissibilidade do recurso, seja na forma comum, ou na forma adesiva. c) Desistência do recurso impede o prosseguimento do mesmo. Art. 501. O recorrente poderá, a qualquer tempo, SEM A ANUÊNCIA DO RECORRIDO OU DOS LITISCONSORTES, DESISTIR do recurso. Obs. Distingue-se da renúncia, pois a desistência é sempre posterior a interposição. Só se desiste de recurso já apresentado. IMPORTANTE!!! O recorrente tem sempre o direito de desistir do recurso, independentemente de qualquer anuência, ainda que o adversário já tenha oferecido as contra razões (se difere da desistência da ação que, após o oferecimento de resposta, exige o consentimento do réu). Obs. Cabe desistência até o início do julgamento do recurso. Pode ser expressa ou tácita. Não pode haver retratação da desistência, poisuma vez manifestada haverá a preclusão ou coisa julgada. 6.2 PRESSUPOSTOS EXTRÍNSECOS DE ADMISSIBILIDADE TEMPESTIVIDADE O recurso tem que ser interposto no prazo. Art. 496. São cabíveis os seguintes recursos: I - apelação; 15 dias II - agravo; 10 dias III - embargos infringentes; 15 dias IV - embargos de declaração; 5 dias V - recurso ordinário; 15 dias VI - recurso especial 15 dias VII - recurso extraordinário; 15 dias VIII - embargos de divergência em recurso especial e em recurso extraordinário. 15 dias Considerações pertinentes acerca da tempestividade: a) O poder púbico tem prazo em dobro para recorrer (e em 4x para contestar) IMPORTANTÍSSIMO!!! O poder público NÃO tem prazo em dobro para contra-razoar o recurso. Só tem para recorrer. Prevalece o entendimento que o poder público terá PRAZO EM DOBRO também para interpor RECURSO ADESIVO. b) O defensor público tem prazo em dobro para recorrer Obs. O defensor tem prazo em 2x para tudo. c) Litisconsortes com advogados diferentes têm prazo em dobro para recorrer. Obs. O litisconsorte com advogados diferentes tem prazo em 2x para falar nos autos (para tudo). IMPORTANTE!!! Súmula 641 do STF. Não se conta em dobro quando só um dos litisconsortes haja sucumbido, porque nesse caso não haverá prejuízo de ter muita gente no processo. Súmula 641 – STF Não se conta em dobro o prazo para recorrer, quando só um dos litisconsortes haja sucumbido. d) Art. 507 do CPC. Se durante o prazo para interposição do recurso, a parte ou o advogado morrerem, ou se ocorrer motivo de força maior, que suspenda o curso do processo, a parte terá direito à restituição INTEGRAL do prazo de recurso. Art. 507. Se, durante o prazo para a interposição do recurso, sobrevier o falecimento da parte ou de seu advogado, ou ocorrer motivo de força maior, que suspenda o curso do processo, será tal prazo restituído em proveito da parte, do herdeiro ou do sucessor, contra quem começará a correr novamente depois da intimação. e) IMPORTANTE!!! Recurso prematuro ou recurso precoce. É o recurso interposto antes do início do prazo. Esse recurso deveria, segundo Fredie, ser tido por tempestivo. Ocorre que o STF entende que esse recurso é intempestivo, porque ele é antes do prazo. O STJ, que seguia o STF, mudou de orientação, dizendo que o recurso antes do prazo é tempestivo. Resumindo!!! Então, temos 2 correntes: STF - o recurso antes do prazo é intempestivo e o STJ - o recurso antes do prazo é tempestivo. f) Súmula 216 do STJ. STJ Súmula 216 A tempestividade de recurso interposto no Superior Tribunal de Justiça é aferida pelo registro no protocolo da secretaria e não pela data da entrega na agência do correio. g) IMPORTANTE!!! Protocolos descentralizados. Protocolo integrado para facilitar o acesso à justiça. Súmula: 256 O sistema de "protocolo integrado" não se aplica aos recursos dirigidos ao Superior Tribunal de Justiça. (CANCELADA) O STF dizia que não existia lei federal autorizando a criação desse protocolo integrado. Em dezembro/2001 veio o art. 547, § único. Surgiu a previsão para o protocolo integrado. Art. 547. Os autos remetidos ao tribunal serão registrados no protocolo no dia de sua entrada, cabendo à secretaria verificar-lhes a numeração das folhas e ordená-los para distribuição. Parágrafo único. Os serviços de protocolo poderão, a critério do tribunal, ser descentralizados, mediante delegação a ofícios de justiça de primeiro grau. O STF examinou o tema e, por 11 x 0, admitiu o protocolo integrado. h) Informativo STF 659. STF 659 - TEMPESTIVIDADE DE RECURSO E MOMENTO DE COMPROVAÇÃO É admissível COMPROVAÇÃO POSTERIOR de tempestividade de recurso extraordinário quando houver sido julgado extemporâneo por esta Corte em virtude de feriados locais ou de suspensão de expediente forense no tribunal a quo. PREPARO É o pagamento das despesas relacionadas ao processamento do recurso. Essas despesas são de dois tipos: (a) despesas tributárias, que são as taxas relacionadas ao processamento do recurso e (b) despesas postais, despesas relacionadas à remessa e ao retorno dos autos. A soma dessas despesas é igual ao preparo. Recurso sem preparo é chamado RECURSO DESERTO. Paga-se o preparo antes de recorrer. Considerações pertinentes acerca do preparo: a) Art. 519 do CPC (se aplica a qualquer recurso). Se o recorrente provar justo impedimento, o juiz releva a pena de deserção e fixa novo prazo para fazer o preparo (observe que NÃO HÁ DISPENSA ao preparo). Art. 519. Provando o apelante (RECORRENTE) justo impedimento, o juiz relevará a pena de deserção, fixando-lhe prazo para efetuar o preparo. Parágrafo único. A decisão referida neste artigo será irrecorrível, cabendo ao tribunal apreciar-lhe a legitimidade. b) IMPORTANTE!!! Nos JEC, a comprovação do preparo pode se dar em até 48h depois da interposição do recurso. Mas em compensação, não há o prazo de 5 dias para a complementação. c) Na justiça federal, o preparo dos recursos contra sentença pode ser comprovado em até 5 dias depois da interposição do recurso (art. 14, II Lei 9289/96). d) IMPORTANTE!!! Preparo insuficiente. É o preparo que foi feito em valor menor. Nesse caso, o recurso não é considerado deserto, sem que antes a parte seja intimada para completar o recurso (art. 511, §2º). Art. 511 § 2o A insuficiência no valor do preparo implicará deserção, se o recorrente, intimado, não vier a supri-lo no prazo de cinco dias. Esse dispositivo trata apenas da insuficiência, e não da falta de recolhimento. Em caso de erro inescusável ou má-fé, o recurso não será admitido. e) Existem recursos que não têm preparo. Ex. Agravo retido, embargos de declaração, agravo do art. 544, agravo regimental, recursos no ECA. Atenção!!! Agravo de instrumento tem preparo; o que não tem é o agravo retido. Obs. É possível que leis estaduais isentem de preparo outros recursos. f) Existem sujeitos que não precisam fazer o preparo, são eles: poder público, o MP e o beneficiário da justiça gratuita (art. 511). IMPORTANTE!!! O sujeito pode pedir o benefício da justiça gratuita no próprio recurso, caso em que não precisa fazer o preparo. Se o pedido for negado, abre-se prazo para fazer o preparo. #Há necessidade de preparo no RE ou no Resp? Em ambos os casos é preciso recolher o preparo e o porte de remessa e retorno. #Qual o valor do preparo? Depende da lei estadual de custas. #Há preparo em recurso adesivo? Art. 500, parágrafo único CPC. Art. 500. Cada parte interporá o recurso, independentemente, no prazo e observadas as exigências legais. Sendo, porém, vencidos autor e réu, ao recurso interposto por qualquer deles poderá aderir a outra parte. O RECURSO ADESIVO FICA SUBORDINADO AO RECURSO PRINCIPAL E SE REGE PELAS DISPOSIÇÕES SEGUINTES: I - será interposto perante a autoridade competente para admitir o recurso principal, no prazo de que a parte dispõe para responder; II - será admissível na apelação, nos embargos infringentes, no recurso extraordinário e no recurso especial; III - NÃO SERÁ CONHECIDO, se houver desistência do recurso principal, ou se for ele declarado inadmissível ou deserto. Parágrafo único. Ao recurso adesivo se aplicam as mesmas regras do recurso independente, quanto às condições de admissibilidade, PREPARO e julgamento no tribunal superior. Se o recurso principal recolhe preparo, o adesivo também recolherá.#Qual a ocasião oportuna para comprovar o recolhimento? Art. 511. No ATO DE INTERPOSIÇÃO DO RECURSO, o recorrente comprovará, quando exigido pela legislação pertinente, o respectivo preparo, inclusive porte de remessa e de retorno, sob pena de deserção. No ato de interposição do recurso. O STJ tem interpretado esse dispositivo com rigor, não se admitindo o preparo ainda que dentro do prazo, uma vez já interposto o recurso. Obs. STF entende que o fechamento dos bancos antes do encerramento do expediente forense não constitui óbice para justificar a prorrogação do preparo para o dia seguinte. Já o STJ tem entendimento diverso, o preparo pode ser tempestivamente recolhido no dia seguinte no caso de fechamento do banco antes do expediente forense. IMPORTANTE!!! Súmula 484 do STJ. STJ Súmula 484 - Admite-se que o preparo seja efetuado no primeiro dia útil subsequente, quando a interposição do recurso ocorrer após o encerramento do expediente bancário. REGULARIDADE FORMAL O recurso como qualquer ato processual, deve preencher as suas formalidades. Ex. O recurso deve ter pedido; deve ser assinado por advogado; deve ter fundamentação... Obs. Princípio da dialeticidade dos recursos. Impõe que os recursos tenham fundamentação para que a outra parte possa se contrapor. A regra é que o recurso tenha forma escrita. Existem exceções: o agravo retido pode ser oral, os embargos de declaração no JEC podem ser orais. O recurso deve vir acompanhado das respectivas razões já no ato de interposição (se distingue assim dos recursos criminais). Não será admitido o recurso que venha desacompanhado das razões, que devem ser apresentados, em sua totalidade, no ato de interposição. Não se admite que as razoes sofram acréscimos, sejam modificadas ou aditadas posteriormente. Entretanto, no caso de serem interpostos embargos de declaração, poderá haver acréscimo ou alteração nas razões no caso de ser acrescida alguma coisa nova a decisão. 7- INEXISTÊNCIA DE SÚMULA IMPEDITIVA DE RECURSOS É um pressuposto de admissibilidade negativo. Art. 518 § 1o. Art. 518. Interposta a apelação, o juiz, declarando os efeitos em que a recebe, mandará dar vista ao apelado para responder. § 1o O juiz não receberá o recurso de apelação quando a sentença estiver em conformidade com súmula do Superior Tribunal de Justiça ou do Supremo Tribunal Federal. Sua finalidade é reduzir o número de recursos, desautorizando o seu processamento, quando versem sobre questões já decididas por tribunais superiores. Atenção!!! NÃO se aplica apenas à apelação. Esse dispositivo autoriza o órgão a quo a não receber o recurso, o que transforma a inexistência de súmula impeditiva em requisito de admissibilidade. Difere do art. 557 CPC que permite ao relator, de plano, negar seguimento ao recurso que confrontasse súmula. Art. 557. O relator negará seguimento a recurso manifestamente inadmissível, improcedente, prejudicado ou em confronto com súmula ou com jurisprudência dominante do respectivo tribunal, do Supremo Tribunal Federal, ou de Tribunal Superior. § 1o-A Se a decisão recorrida estiver em manifesto confronto com súmula ou com jurisprudência dominante do Supremo Tribunal Federal, ou de Tribunal Superior, o relator poderá dar provimento ao recurso. Somente questão de direito e sumulada pelo STJ ou STF é que não poderá ser rediscutida em recurso. Obs. Apesar da súmula impeditiva, se os argumentos apresentados pelo recorrente forem convincentes, dada as particularidades do caso, poderá o juiz afastar a aplicação da súmula. 8- MODO DE INTERPOSIÇÃO DOS RECURSOS Art. 500. Cada parte interporá o recurso, independentemente, no prazo e observadas as exigências legais. Sendo, porém, vencidos autor e réu, ao recurso interposto por qualquer deles poderá aderir a outra parte. O RECURSO ADESIVO fica subordinado ao recurso principal e se rege pelas disposições seguintes: I - será interposto perante a autoridade competente para admitir o recurso principal, no prazo de que a parte dispõe para responder II - será admissível na APELAÇÃO, nos EMBARGOS INFRINGENTES, no RECURSO EXTRAORDINÁRIO e no RECURSO ESPECIAL; IMPORTANTE!!! O recurso adesivo não é uma espécie, mas uma FORMA DE INTERPOSIÇÃO de alguns recursos (apelação, embargos infringentes, recurso especial e o extraordinário). São dois os requisitos do recurso adesivo: a) Que tenha havido SUCUMBÊNCIA RECÍPROCA, isto é, nenhum litigante tenha obtido o melhor resultado possível no processo. b) Que tenha havido RECURSO DO ADVERSÁRIO. O recurso adesivo é como se fosse uma “carona” no recurso do adversário. Aquele que recorreu adesivamente preferiria que a sentença transitasse em julgado; mas como houve recurso do adversário, ele aproveita para também recorrer. Isso explica o caráter acessório do recurso adesivo. IMPORTANTÍSSIMO!!! Por ter esse caráter acessório, se o recurso principal não for admitido, ou se houver desistência, ele ficará prejudicado, pois só ‘sobe’ e é examinado com o principal. 8.1 PROCESSAMENTO DO RECURSO ADESIVO Havendo sucumbência recíproca, e se só uma das partes recorrer, a outra será intimada para oferecer contra-razões. Nesse prazo (das contra-razões), além delas, poderá apresentar o recurso adesivo (no prazo das contrarazões). Este deve ser apresentado no prazo das contrarrazões, mas em peças distintas. Atenção!!! Nas CONTRARRAZÕES o apelado postulará a manutenção do que lhe foi concedido; e no RECURSO ADESIVO, a reforma da sentença naquilo que lhe foi negado. IMPORTANTE!!! O MP e a fazenda pública terão PRAZO EM DOBRO PARA RECORRER ADESIVAMENTE. Mas NÃO terão o prazo em dobro pra contrarrazoar. Recebido o recurso adesivo o juiz intimará a parte contrária para contrarrazoar. Haverá contrarrazões ao recurso principal e ao recurso adesivo. Os requisitos de admissibilidade são os mesmo do recurso principal. Art. 500 Parágrafo único. Ao recurso adesivo se aplicam as mesmas regras do recurso independente, quanto às condições de admissibilidade, preparo e julgamento no tribunal superior. De acordo com o art. 500, III, o recurso adesivo não será conhecido, se houver desistência do recurso principal, ou se for ele declarado inadmissível ou deserto. Relembrando os requisitos recursais... REQUISITOS INTRÍNSECOS Cabimento Só são cabíveis os recursos previstos em lei. Podendo haver recursos previstos em lei especial Interesse É condicionado a que haja sucumbência. Não há interesse em recorrer da fundamentação, a não ser nos casos em que esta repercuta na incidência ou não da coisa julgada material (secundum eventum litis) Legitimidade Partes, MP (como parte e como custus) e o terceiro prejudicado. Tem também o advogado desde que o recurso verse exclusivamente sobre seus honorários. Inexistência de súmula impeditiva O recurso não será admitido se a decisão estiver em conformidade com súmula do STJ ou STF. REQUISÍTOS EXTRÍNSECOS Tempestividade Os recursos são interpostos no prazo de 15 dias, salvo o agravo (10 dias) e os embargos de declaração (5 dias). Preparo São as custas do recurso. Não recolhem preparo os embargos de declaração e o agravo retido. Regularidade formal Recurso em regra escrito (exceto o agravo retido em audiência). Devem vir acompanhados de razão. Inexistência de fatos impeditivos ou extintivos do direito de recorrer Os fatos extintivos são a renúncia e a aquiescência (aceitação) sempre prévias a interposiçãodo recurso. O fato impeditivo é a desistência, que pressupõe recurso já interposto. 9- PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DO DIREITO RECURSAL 9.1 DUPLO GRAU DE JURISDIÇÃO A CF não impõe de forma explícita e permanente o duplo grau. Mas o nosso sistema, ao prever a existência de órgãos cuja a função é, entre outras, a de reexaminar as decisões judiciais, em recurso, admitiu o duplo grau. 9.2 PRINCÍPIO DA TAXATIVIDADE O rol legal dos recursos é taxativo, numerus clausus. Só existem os previstos em lei. 9.3 PRINCÍPIO DA SINGULARIDADE OU DA UNIRRECORRIBILIDADE Estabelece para cada ato judicial um único tipo de recurso adequado. Há duas situações em que será possível interpor recursos distintos contra o mesmo ato judicial. a) Interposição de embargos de declaração contra decisões, sem prejuízo de outros recursos. b) Interposição simultânea de Resp e RE contra o mesmo acordão. Situações relevantes que decorrem do princípio da singularidade: 1ª) Juiz que no bojo da sentença, decide pela desnecessidade de provas. A decisão sobre a desnecessidade provas, via de regra, é atacado por agravo, mas quando decidida no bojo da sentença será atacada por apelação, pois nesse caso a questão foi examinada dentro da sentença. Não há dois atos judiciais distintos (decisão interlocutória e sentença), mas somente um (sentença). 2ª) Juiz que decide antecipação de tutela na sentença. Nesse caso só caberá a apelação não dotada de efeito suspensivo prevista no art. 520 VII do CPC. Art. 520. A apelação será recebida em seu efeito devolutivo e suspensivo. Será, no entanto, recebida só no efeito devolutivo, quando interposta de sentença que: (...) VII - confirmar a antecipação dos efeitos da tutela; 9.4 PRINCÍPIO DA FUNGIBILIDADE DOS RECURSOS Um recurso interposto indevidamente pode ser aproveitado como se fosse o recurso devido. No CPC/39 havia previsão expressa do princípio da fungibilidade, desde que NÃO HOUVESSE MÁ- FÉ e se utilizasse o PRAZO DO RECURSO CORRETO (na prática deveria ser utilizado o menor prazo). No CPC/73 o legislador retirou a previsão expressa do princípio da fungibilidade. Mesmo sem previsão expressa o princípio da fungibilidade permanece como consequência do princípio da instrumentalidade das formas. A jurisprudência manteve os dois requisitos do CPC/39 e acrescentou a NECESSIDADE DA EXISTÊNCIA DE DÚVIDA OBJETIVA quanto ao cabimento do recurso. Essa dúvida objetiva é a demonstração de divergência jurisprudencial e doutrinária relevante sobre o tema (Ex. Caso das sentenças parciais). Requisitos para a fungibilidade recursal: a) ausência de má-fé b) dúvida objetiva c) prazo do recurso correto IMPORTANTE!!! Para Nelson Nery Jr, o único requisito é o da duvida objetiva. Se a duvida realmente existe, é direito do recorrente interpor um recurso ou outro, valendo-se do prazo previsto em lei. A fungibilidade não estaria acolhida na plenitude, se fosse necessária a utilização do prazo menor. Obs. Não constitui óbice a aplicação da fungibilidade os recursos sobre cuja admissibilidade pende a controvérsia de deverem ser interpostos em instâncias diferentes. É o que ocorrer quando há dúvidas sobre o cabimento de apelação ou agravo de instrumento. 9.5 PRINCÍPIO DA PROIBIÇÃO DA REFORMATIO IN PEJUS Aquele que recorre só o faz para melhorar a sua situação. Portanto, só impugna a parte da sentença que lhe foi desfavorável. Como o recurso devolve ao tribunal apenas o conhecimento daquilo que foi impugnado, os julgadores vão se limitar a apreciar aquilo em que o recorrente sucumbiu, podendo, na pior das hipóteses, não acolher o recurso, e manter a sentença como tal lançada, SENDO VEDADA A REFORMATIO IN PEJUS. IMPORTANTE!!! Os recursos em geral são dotados do EFEITO TRANSLATIVO que permite ao órgão ad quem EXAMINAR DE OFICIO MATÉRIAS DE ORDEM PÚBLICA ainda que não sejam alegadas. Por força desse efeito, a situação do recorrente pode até ser piorada. 10- REEXAME NECESSÁRIO O reexame necessário não é recurso, pois lhe faltam quase todas as características dos recursos. RECURSO REEXAME NECESSÁRIO Voluntário Necessário Manifestação de inconformismo Ocorre mesmo que os manifestantes estejam de acordo com a sentença Vem sempre acompanhado de razões Não necessitam razões Tem prazo de interposição Deve ser feito a qualquer tempo, sob pena de a sentença não transitar em julgado 10.1 CONCEITO Reexame necessário consiste na necessidade, imposta por lei, de que a sentença, para tornar- se eficaz, seja reexaminada pelo tribunal, ainda que não tenha havido nenhum recurso das partes. É condição indispensável para que possa transitar em julgado. O juiz deve determinar de ofício a remessa para a instância superior, ainda que as partes não tenham recorrido, se não o fizer, cabe ao presidente do tribunal avocar os autos. Enquanto não o fizer a sentença não transita em julgado (Súmula 423 STF). STF Súmula nº 423 Não transita em julgado a sentença por haver omitido o recurso "ex-oficio", que se considera interposto "ex-lege". 10.2 HIPÓTESES DE CABIMENTO E EXCLUSÃO DO REEXAME NECESSÁRIO Art. 475. Está sujeita ao duplo grau de jurisdição, não produzindo efeito senão depois de confirmada pelo tribunal, a sentença: I - proferida contra a União, o Estado, o Distrito Federal, o Município, e as respectivas autarquias e fundações de direito público; II - que julgar procedentes, no todo ou em parte, os embargos à execução de dívida ativa da Fazenda Pública (art. 585, VI). § 1o Nos casos previstos neste artigo, o juiz ordenará a remessa dos autos ao tribunal, haja ou não apelação; não o fazendo, deverá o presidente do tribunal avocá-los. IMPORTANTE!!! O reexame só se justifica se a decisão for contrária a tais entes, havendo algum tipo de sucumbência. O reexame não impede que a fazenda interponha o recurso acompanhado das razões. Outras hipóteses de reexame necessário são: sentença que julga improcedente ou extinta sem julgamento de mérito a ação popular, sentença que concede mandado de segurança. O CPC prevê algumas exceções ao reexame necessário (art. 475 § 2o e § 3o do CPC). § 2o Não se aplica o disposto neste artigo sempre que a condenação, ou o direito controvertido, for de valor certo NÃO EXCEDENTE A 60 (SESSENTA) SALÁRIOS MÍNIMOS, bem como no caso de procedência dos embargos do devedor na execução de dívida ativa do mesmo valor. § 3o Também não se aplica o disposto neste artigo quando a sentença estiver fundada em jurisprudência do plenário do Supremo Tribunal Federal ou em súmula deste Tribunal ou do tribunal superior competente. (seja qual for o valor da sucumbência) IMPORTANTE!!! Súmula 490 do STJ. STJ Súmula 490 - A dispensa de reexame necessário, quando o valor da condenação ou do direito controvertido for inferior a 60 salários mínimos, NÃO se aplica a sentenças ilíquidas. De acordo com o enunciado em comento, a exceção prevista no § 2º do art. 475 do CPC, chamado pela doutrina de “reexame necessário” ou “duplo grau obrigatório” NÃO SE APLICA ÀS SENTENÇAS ILÍQUIDAS. Segundo FREDIE DIDIER, “considera-se líquida a decisão que define a extensão do direito subjetivo por ela certificado, isto é, define o ‘quantum debeatur’, nas prestações sujeitas a quantificação, bem assim aquela que individualiza completamente o objeto da prestação. Quando é ilíquida, uma decisão precisa ser liquidada para poder ser título que fundamente a execução”. Em suma, sentença ilíquida é aquelaem que o juiz não menciona expressamente um dos elementos necessários a completa individualização do débito. Assim é que, quando o autor tiver formulado pedido certo, é vedado ao juiz proferir sentença ilíquida (art. 459, parágrafo único, do CPC). Por conseguinte, excepcionalmente, admite-se a iliquidez da sentença quando o autor tiver pleiteado pedido genérico, o que se dá nos termos do art. 286, do CPC: a) nas ações universais, se não puder o autor individuar na petição os bens demandados; b) quando não for possível determinar, de modo definitivo, as consequências do ato ou do fato ilícito; c) quando a determinação do valor da condenação depender de ato que deva ser praticado pelo réu. Enfim, se a sentença proferida em desfavor de pessoa jurídica de direito público for ilíquida, estará sujeita ao reexame necessário, não se aplicando a exceção prevista no art. 475, § 2º, do CPC. É isso que quer significar o enunciado em comento. IMPORTANTE!!! Independentemente do VALOR DA CAUSA, se a sentença for ilíquida, não se aplica a exceção do § 2º do art. 475 do CPC, devendo a decisão submeter-se ao duplo grau obrigatório. Mas, ATENÇÃO!!! O § 3º do art. 475 do CPC prevê outra exceção ao reexame necessário, não se exigindo o duplo grau obrigatório quando a sentença estiver fundada em jurisprudência do plenário do STF ou em súmula deste Tribunal ou do tribunal superior competente. Portanto, ainda que seja ilíquida a sentença, se ela estiver de acordo com a jurisprudência do Plenário do STF ou súmula do STF ou de outro tribunal superior, não se aplica o reexame necessário! 10.3 EFEITOS DO REEXAME NECESSÁRIO Não é adequado alegar que o reexame necessário tem efeito suspensivo. Melhor dizer que ele É CONDIÇÃO DE EFICÁCIA DA SENTENÇA, porque não é ele que suspende a eficácia da sentença; mas esta não produz nenhum efeito, enquanto não reexaminada pelo tribunal. De acordo com a súmula 45 do STJ, “No reexame necessário é defeso ao tribunal agravar a condenação imposta a fazenda pública.” O tribunal só reexaminará a sucumbência imposta a fazenda. E de acordo com a Súmula 325 do STJ, “a remessa oficial devolve ao Tribunal o reexame de todas as parcelas da condenação suportadas pela Fazenda Pública, INCLUSIVE dos honorários de advogado.” Obs. Essa súmula aplica-se ainda que haja apelação parcial da fazenda. Se a fazenda apelar de apenas uma parte da sentença em que sucumbiu, a outra parte deverá ser objeto de reexame. Não há óbice para que se aplique o art. 515, § 3o ao reexame necessário. Poderá nesse caso o juiz julgar o pedido procedente ou improcedente. Não haverá reformatio in pejus neste ultimo caso, porque esta pressupõe que a primeira instância tenha examinado a pretensão. Art. 515. A apelação devolverá ao tribunal o conhecimento da matéria impugnada. (...) § 3o Nos casos de extinção do processo sem julgamento do mérito (art. 267), o tribunal pode julgar desde logo a lide, se a causa versar questão exclusivamente de direito e estiver em condições de imediato julgamento. O reexame necessário é dotado também de efeito translativo, autoriza o tribunal a conhecer, de oficio, matérias de ordem pública, mesmo as que não sejam objeto do recurso. IMPORTANTE!!! NÃO CABEM EMBARGOS INFRINGENTES contra acordão não unânime proferido em reexame necessário. STJ Súmula nº 390 Nas decisões por maioria, em REEXAME NECESSÁRIO, NÃO SE ADMITEM EMBARGOS INFRINGENTES. 11- PEDIDO DE RECONSIDERAÇÃO Não tem natureza de recurso. O pedido de reconsideração não tem efeito suspensivo ou interruptivo do prazo de outros recursos. Caso o juiz acolha o pedido de reconsideração, caberá a outra parte interpor agravo. 12- EFEITOS DOS RECURSOS I) Efeito regressivo do recurso Permite o juízo de retratação. Chama-se regressivo, porque há o regresso, o retorno ao juiz que primeiro julgou. Ex. O agravo em todas suas espécies é dotado de efeito regressivo. A apelação, em regra, não tem esse efeito. Mas há duas hipóteses de apelação com efeito regressivo: sentença de indeferimento da inicial no prazo de 48 horas e sentença da improcedência de plano no prazo de 5 dias (apelação do ECA também tem efeito regressivo – 5 dias). II) Efeito expansivo Chama-se efeito expansivo a aptidão de alguns recursos cuja eficácia pode ultrapassar os limites objetivos ou subjetivos previamente estabelecidos pelo recorrente. Possibilita o resultado do recurso estender-se a litigantes que não tenham recorrido (efeito expansivo subjetivo); ou pretensões que não tenham sido seu objeto (efeito expansivo objetivo). a) Efeito expansivo subjetivo: havendo litisconsórcio, o recurso interposto por um deles pode, dependendo das circunstâncias, beneficiar aqueles que não recorreram. Isso ocorrerá em duas hipóteses: quando o litisconsórcio for unitário, ou, sendo simples, as matérias alegadas forem comuns aos demais. b) Efeito expansivo objetivo: há pedidos que são interdependentes, mantendo entre si relação de prejudicialidade. Não é possível modificar a decisão a respeito de um deles sem que haja a repercussão sobre os demais. Nessa situação, ainda que haja recurso apenas em relação a um deles, o provimento repercutirá sobre os outros, ainda que estes não tenham sido especificamente impugnados. Ex. Ação de investigação de paternidade cumulado com alimentos. III) Efeito suspensivo: Quando um recurso tem efeito suspensivo, significa que ele prolonga a ineficácia da decisão. O recurso impede que a decisão produza efeitos. Obs. A suspensividade já existe antes da interposição. A suspensão ocorre desde que haja a possibilidade de recurso dotado de efeito suspensivo. Ele existe não só pela interposição, mas durante o prazo em que o recurso pode ser apresentado. #Questões pertinentes acerca do efeito suspensivo# a) Extensão do efeito suspensivo. A sentença é composta de inúmeros capítulos. Há aqueles que mantém entre si uma relação de independência, sendo estanques. E aqueles que guardam relação de interdependência. Se houver apelação parcial, a respeito de um dos capítulos da sentença, sem que haja impugnação dos demais, aqueles que forem estanques, independentes, transitarão em julgado, e poderão ser executados desde logo. O mesmo não ocorrerá se os capítulos forem interdependentes, em que o acolhimento de um possa repercutir sobre o outro. b) Efeito suspensivo e ações conexas. O juiz, com frequência, julga duas ou mais ações conexas, com uma só sentença. Cabendo assim uma só apelação. Entretanto, pode ocorrer que, em relação a uma das ações, o recurso seja dotado de efeito suspensivo e em relação a outra, seja desprovido dele. Nesse caso, ao receber o recurso, o juiz deverá esclarecer em sua decisão, que o recurso terá efeito suspensivo em relação ao julgamento de uma das ações, mas não em relação a outra. Situação idêntica ocorre quando o juiz, em uma só sentença, julga a ação principal e cautelar. c) Efeito suspensivo e cassação de liminares. Quando o juiz julga improcedente a pretensão do autor, como efeito da sentença resultam revogadas as liminares por ele concedidas em favor do autor a título cautelar ou de antecipação de tutela. Trata-se de consequência natural da sentença e independe de manifestação expressa do juiz. #Oposta a apelação com efeito suspensivo, prevalecem as liminares concedidas anteriormente? A resposta é NEGATIVA. O efeito suspensivo impede a execução provisória da sentença, mas não afasta a consequência natural de ela revogar as medidasanteriores com ela incompatíveis, d) Efeito suspensivo concedido pelo relator. Art. 558. O relator poderá, a REQUERIMENTO do agravante, nos casos de prisão civil, adjudicação, remição de bens, levantamento de dinheiro sem caução idônea e em outros casos dos quais possa resultar lesão grave e de difícil reparação, sendo relevante a fundamentação, suspender o cumprimento da decisão até o pronunciamento definitivo da turma ou câmara. Parágrafo único. Aplicar-se-á o disposto neste artigo as hipóteses do art. 520. (apelação) Art. 520. A apelação será recebida em seu efeito devolutivo e suspensivo. Será, no entanto, RECEBIDA SÓ NO EFEITO DEVOLUTIVO (aqui que se aplica o art. 558), quando interposta de sentença que: I - homologar a divisão ou a demarcação; II - condenar à prestação de alimentos; III - (Revogado pela Lei nº 11.232, de 2005) IV - decidir o processo cautelar; V - rejeitar liminarmente embargos à execução ou julgá-los improcedentes; VI - julgar procedente o pedido de instituição de ARBITRAGEM. VII – confirmar a antecipação dos efeitos da tutela; Obs. Tal providência DEPENDE DE REQUERIMENTO DO AGRAVANTE OU APELANTE, NÃO PODENDO SER CONCEDIDA DE OFÍCIO. Contra a decisão do relator não cabe recurso, sendo assim será possível o MS. Art. 527. Recebido o agravo de instrumento no tribunal, e distribuído incontinenti, o relator: (...) II - converterá o agravo de instrumento em agravo retido, salvo quando se tratar de decisão suscetível de causar à parte lesão grave e de difícil reparação, bem como nos casos de inadmissão da apelação e nos relativos aos efeitos em que a apelação é recebida, mandando remeter os autos ao juiz da causa; III - poderá atribuir efeito suspensivo ao recurso (art. 558), ou deferir, em antecipação de tutela, total ou parcialmente, a pretensão recursal, comunicando ao juiz sua decisão; Parágrafo único. A decisão liminar, proferida nos casos dos incisos II e III do caput deste artigo, somente é passível de reforma no momento do julgamento do agravo, salvo se o próprio relator a reconsiderar. e) Efeito suspensivo ativo. É a possibilidade de o relator, liminarmente, conceder a tutela de urgência que foi negada pela primeira instância. Obs. Quando o recurso não tem efeito suspensivo legal, e possível a atribuição pelo juiz. IV) Efeito translativo: O efeito translativo é o efeito do recurso de transferir ao órgão ad quem a análise das questões incidentes ao julgamento dos recursos, que comporão o fundamento da decisão do recurso. As questões incidentes não dependem de provocação do recorrente. Permite ao órgão ad quem examinar de ofício matérias de ordem pública, conhecendo-as ainda que não integrem objeto do recurso. #Quais são as questões que sobem pelo efeito translativo? Sobem todas as questões suscitadas e não decididas e as questões de ordem pública, relacionadas ao que foi impugnado. Com o recurso sobe tudo de tudo o que foi impugnado. Segundo Didier, o efeito devolutivo limita o translativo. Ex. Capítulo Azul e capítulo Vermelho. Só recorro do capítulo Vermelho. Sobe tudo o que for vermelho (nem as questões de ordem pública azuis sobem). Marcus Vinicius Rios Gonçalves entende diferente, segundo ele, o efeito translativo autoriza a examinar o que não foi suscitado, mas é de ordem pública. Art. 515. A apelação devolverá ao tribunal o conhecimento da matéria impugnada. § 1o Serão, porém, objeto de apreciação e julgamento pelo tribunal todas as questões suscitadas e discutidas no processo, ainda que a sentença não as tenha julgado por inteiro. § 2o Quando o pedido ou a defesa tiver mais de um fundamento e o juiz acolher apenas um deles, a apelação devolverá ao tribunal o conhecimento dos demais. IMPORTANTE!!! Todos os recursos ordinários são dotados de efeito translativo, incluindo os embargos de declaração, agravo e os embargos infringentes. O efeito translativo não está presente, apenas, no recurso especial e extraordinário, pois o STJ e o STF se limitarão a examinar aquilo que tenha sido PREQUESTIONADO e, portanto, aventado nas instâncias inferiores, sem conhecer de oficio matérias que não tenham sido suscitadas. V) Efeito devolutivo O efeito devolutivo de um recurso é aquele que determina que a matéria impugnada pelo recorrente será reexaminada pelo órgão ad quem. É o recorrente que delimita o que o tribunal examinará no recurso. Todos os recursos são dotados de efeito devolutivo. O efeito devolutivo é o que determina qual é a questão principal do recurso. O órgão ad quem deverá observar os limites do recurso, conhecendo apenas aquilo que foi impugnado. #Questões pertinentes acerca do efeito devolutivo# a) Extensão do efeito devolutivo. A parte a quem a decisão prejudicar, pode recorrer. Ao recorrer, indicará qual das pretensões rejeitadas pelo juiz pretende que seja reexaminada, qual a extensão das matérias que pretende sejam reexaminadas pelo tribunal. Se o recurso for parcial, o tribunal só reexaminará a parte recorrida. O recurso devolve ao conhecimento do tribunal tão somente a reapreciação daquilo que foi impugnado: tantum devolutum quantum appellatum. Art. 515. A apelação devolverá ao tribunal o conhecimento da matéria impugnada. b) Profundidade do efeito devolutivo. Previsto no art. 515 § 1o e § 2o . § 1o Serão, porém, objeto de apreciação e julgamento pelo tribunal todas as questões suscitadas e discutidas no processo, ainda que a sentença não as tenha julgado por inteiro. § 2o Quando o pedido ou a defesa tiver mais de um fundamento e o juiz acolher apenas um deles, a apelação devolverá ao tribunal o conhecimento dos demais. Essa regra vale para todos os recursos, não só para a apelação. O aspecto profundidade do efeito devolutivo não diz respeito às pretensões formuladas, mas aos FUNDAMENTOS que a embasam. O juiz em sua decisão, precisa apreciar todas as pretensões formuladas, mas não necessariamente todos os fundamentos trazidos pelas partes, mas apenas os suficientes para o acolhimento ou rejeição da pretensão. O processo deve chegar ao resultado adequado da forma mais econômica possível: se o juiz tem condições de acolher o pedido com base em um fundamento, não justifica que determine a produção de provas em relação ao outro. Ex. Se o autor formula dois pedidos, o juiz terá que se manifestar sobre os dois. Mas se o autor formula um pedido com dois fundamentos, não haverá a necessidade do exame de todos os fundamentos (o mesmo vale para a defesa). Mas havendo recurso, por força da PROFUNDIDADE DO EFEITO DEVOLUTIVO, será dado ao tribunal, dentro dos limites do julgamento, reexaminar todos os fundamentos invocados, ainda que não tenham sido apreciados na decisão ou sentença. Afastado o primeiro fundamento, o tribunal não poderá modificar o julgamento sem examinar o segundo. § 1o Serão, porém, objeto de apreciação e julgamento pelo tribunal todas as questões suscitadas e discutidas no processo, ainda que a sentença não as tenha julgado por inteiro. IMPORTANTE!!! Se o órgão ad quem tiver elementos para examinar esse segundo fundamento, poderá faze-lo desde logo, ainda que a primeira instância não o tenha feito. § 2o Quando o pedido ou a defesa tiver mais de um fundamento e o juiz acolher apenas um deles, a apelação devolverá ao tribunal o conhecimento dos demais. Mas se o tribunal não tiver elementos, poderá anular a sentença, devolvendo o processo ao primeiro grau, para que as provas sejam produzidas;ou, se caso, valer-se do art. 515 § 4o, determinando a produção de prova faltante para, em seguida, prosseguir o julgamento. Art. 515 § 4o Constatando a ocorrência de nulidade sanável, o tribunal poderá determinar a realização ou renovação do ato processual, intimadas as partes; cumprida a diligência, sempre que possível prosseguirá o julgamento da apelação. c) Efeito devolutivo e o art. 513 § 3o. § 3o Nos casos de EXTINÇÃO DO PROCESSO SEM JULGAMENTO DO MÉRITO (art. 267), o tribunal pode julgar desde logo a lide, SE A CAUSA VERSAR QUESTÃO EXCLUSIVAMENTE DE DIREITO e estiver em CONDIÇÕES DE IMEDIATO JULGAMENTO. O art. 513 § 3o permite ao órgão ad quem, ainda quando a sentença seja meramente extintiva, promover o julgamento do mérito, desde que todos os elementos necessários para isso já estejam nos autos. A apelação devolve para o juízo ad quem o mérito que poderia ter sido apreciado pelo juízo de origem, mas não o foi. O órgão ad quem poderá julgar as pretensões procedente ou improcedente. Não há óbice a improcedência, pois não se pode falar em reformatio in pejus quando o órgão de origem não apreciou o mérito. IMPORTANTE!!! AINDA QUE NÃO HAJA PEDIDO, o tribunal, desde que encontre os elementos necessários, deve passar ao julgamento de mérito, uma vez que esse é o objetivo final do processo. Para tanto, é preciso que as partes e eventuais terceiros intervenientes, já tenham tido oportunidade de se manifestar nos autos a respeito das questões de mérito, e que, ou não haja necessidade de produção de provas, ou estas já tenham sido produzidas. Atenção!!! Essa mesma situação se aplica as sentenças que acolhem as alegações de prescrição e decadência. Se o órgão ad quem afastar a prescrição e decadência, poderá desde logo passar ao exame das pretensões, ainda que a primeira instância não o tenha feito, desde que encontre nos autos todos os elementos necessários para tanto. Lembrar!!! Art. 558 CPC. Art. 558. O relator poderá, a REQUERIMENTO do agravante, nos casos de prisão civil, adjudicação, remição de bens, levantamento de dinheiro sem caução idônea e em outros casos dos quais possa resultar lesão grave e de difícil reparação, sendo relevante a fundamentação, SUSPENDER O CUMPRIMENTO DA DECISÃO até o pronunciamento definitivo da turma ou câmara. Parágrafo único. Aplicar-se-á o disposto neste artigo as hipóteses do art. 520. (apelação) Obs. Tal providência DEPENDE DE REQUERIMENTO DO AGRAVANTE OU APELANTE, NÃO PODENDO SER CONCEDIDA DE OFÍCIO. Contra a decisão do relator não cabe recurso, sendo assim será possível o MS. Resumindo!!! Para o Tribunal aplicar a “teoria da causa madura” não depende de requerimento do autor; mas para o relator suspender o cumprimento da decisão (no agravo ou na apelação) depende de requerimento da parte. VI) Efeito substitutivo A decisão que julga o recurso substitui a decisão recorrida. A decisão recorrida desaparece e no seu lugar entra a decisão que julga o recurso. Esse efeito só existirá se o recurso for conhecido. IMPORTANTE!!! Só tem um caso em que a decisão que julga o recurso não substitui a decisão recorrida: é o caso de recurso que anula uma decisão (acolhimento de recurso por erro in procedendo). CAPÍTULO XXVIII DOS RECURSOS EM ESPÉCIE 1- APELAÇÃO 1.1 REQUISITOS DE ADMISSIBILIDADE O recebimento da apelação está condicionado ao preenchimento dos requisitos gerais de admissibilidade. O prazo para a interposição é de 15 dias. O apelante deve recolher preparo. O juiz só receberá a apelação se a sentença não estiver em consonância com súmula do STF ou STJ (art. 518 parag. 1ª). Art. 518 § 1o O juiz não receberá o recurso de apelação quando a sentença estiver em conformidade com súmula do Superior Tribunal de Justiça ou do Supremo Tribunal Federal. Sob o aspecto formal, deverá observar o art. 514 CPC: Art. 514. A apelação, interposta por petição dirigida ao juiz, conterá: I - os nomes e a qualificação das partes; II - os fundamentos de fato e de direito; III - o pedido de nova decisão. 1.2 EFEITOS DA APELAÇÃO 1.2.1 Efeito suspensivo No direito brasileiro a apelação, em regra, tem efeito suspensivo. Em regra. Mas, há casos em que ela não tem esse efeito suspensivo. Quando não tiver efeito suspensivo, será preciso pedir o efeito suspensivo (juiz não pode dar de ofício). Aplica-se o § único do art. 558, que permite que se peça efeito suspensivo na apelação que não a tenha. Costuma-se entrar com ação cautelar para atribuir efeito suspensivo à apelação que não o possua. IMPORTANTE!!! Lembrar que uma decisão pode ter vários capítulos e pode acontecer de a apelação ter efeito suspensivo para um capítulo da sentença e não ter para outro. Mais uma vez, a ideia de capítulo de sentença é relevante para que você possa determinar qual é o efeito que a apelação vai ter. Às vezes, uma sentença é apelável e numa parte ter efeito suspensivo e na outra parte não ter. Casos em que a apelação NÃO tem efeito suspensivo: Art. 520 - A apelação será recebida em seu efeito devolutivo e suspensivo. Será, no entanto, recebida SÓ NO EFEITO DEVOLUTIVO, quando interposta de sentença que: I - homologar a divisão ou a demarcação; II - condenar à prestação de alimentos; III - julgar a liquidação de sentença; (Revogado pela L-011.232-2005) IV - decidir o processo cautelar; V - rejeitar liminarmente embargos à execução ou julgá-los improcedentes; VI - julgar procedente o pedido de instituição de arbitragem. VII – confirmar a antecipação dos efeitos da tutela; Inciso I - Sentença que homologa a divisão ou demarcação de terras é impugnável por apelação sem efeito suspensivo. Inciso II – Sentença que condena à prestação de alimentos também é impugnável por apelação sem efeito suspensivo. Obs. Os alimentos a que se refere o dispositivo são apenas aqueles de direito de família, decorrentes de casamento, união estável ou parentesco. Não aqueles decorrentes de ato ilícito, caso em que a apelação será provida com efeito suspensivo. Inciso IV – Também não tem efeito suspensivo a apelação de sentença que decide processo cautelar. IMPORTANTE!!! Inciso V – A apelação não tem efeito suspensivo quando a sentença rejeita liminarmente embargos à execução ou os julga improcedentes. Obs. Não confundir embargos de terceiro (que não vale essa regra do efeito suspensivo) com embargos a execução. Imagine o seguinte: Eu, exequente, entro com execução. O executado embarga. O juiz rejeita esses embargos ou os julga improcedentes. O embargante (executado) vai apelar dessa sentença que rejeita embargos. Só que essa apelação da sentença que rejeita embargos não tem efeitos suspensivos, o que significa dizer que a rejeição dos embargos vai produzir efeitos imediatamente. Isso significa que a execução vai prosseguir. Então, o efeito desse inciso V é permitir o prosseguimento da execução que estava embargada. Atenção!!! A parte embarga e suspende a execução. Os embargos são rejeitados. Essa sentença produz efeitos imediatamente. Então, a execução que estava suspensa volta a correr. Os embargos foram rejeitados, a apelação não tem efeito suspensivo, portanto, a execução volta a correr. Só que volta a correr como PROVISÓRIA. STJ Súmula nº 317 É definitiva a execução de título extrajudicial, aindaque pendente apelação contra sentença que julgue improcedentes os embargos. Art. 587 - É definitiva a execução fundada em título extrajudicial (até aí nada); é provisória enquanto pendente apelação da sentença de improcedência dos embargos do executado, quando recebidos (os embargos) com efeito suspensivo Cuidado!!! Esse “recebidos com efeito suspensivo” são os embargos. Os embargos suspenderam a execução, os embargos foram rejeitados, a execução vai voltar a correr, já que a apelação não tem efeito suspensivo, só que vai voltar a correr como provisória. Inciso VII – Na sentença que confirmou a antecipação da tutela dada anteriormente (o juiz deu a tutela antecipada e na sentença confirmou), a apelação não tem efeito suspensivo. Mas, não vai suspender em relação àquilo que foi antecipado. Isso também se aplica nos casos em que a antecipação de tutela é dada na sentença (o juiz pode antecipar a tutela na sentença). Então, não é só quando ele confirma a tutela antecipada dada anteriormente, mas também quando acaba de conceder a tutela antecipada. A apelação nesse caso não terá efeito suspensivo. Cuidado!!! Quando estudamos antecipação da tutela vimos que se funda em cognição sumária. SÓ QUE UMA ANTECIPAÇÃO DE TUTELA DADA NA SENTENÇA SE FUNDA EM COGNIÇÃO EXAURIENTE. Cabe tutela antecipada fundada em cognição exauriente? Ora, se eu posso dar tutela com base em sumário, não vou poder dar com base em cognição exauriente? Então, quando a tutela antecipada é dada na sentença, ela se funda em cognição exauriente. IMPORTANTE!!! Sentença que revoga a tutela antecipada. Tinha tutela antecipada, chegou na sentença, o juiz revogou. A apelação suspende a revogação? A apelação, nesse caso, NÃO suspende a revogação. A revogação da tutela antecipada produz efeitos imediatos também. O inciso VII se aplica tanto à decisão que confirma, quanto à decisão que revoga a tutela antecipada. Há outros casos de apelação sem efeito suspensivo amparados na legislação extravagante: Exemplos: Sentença que concede mandado de segurança, sentença que concede habeas data, sentença em ação civil pública, sentença que decreta intervenção, sentença em ação de despejo. São casos de sentenças que produzem efeitos imediatos porque a apelação não tem efeito suspensivo automático. 1.2.2 Demais efeitos A apelação terá efeito regressivo quando interposta contra sentença de indeferimento da inicial (art. 296 CPC – 48 horas) ou improcedência de plano (art. 285-A – 5 dias) e a apelação prevista no ECA (5 dias). A apelação é dotada de efeito translativo, o que permite ao tribunal conhecer de ofício das matérias de ordem pública, ainda que não suscitadas. A apelação terá também efeito expansivo. 1.3 INOVAÇÃO EM MATÉRIA DE FATO NA APELAÇÃO Em regra, não é possível inovar na apelação, uma vez que o art. 515 parag. 1° limita o objeto da apreciação e julgamento pelo tribunal apenas as questões suscitadas e discutidas. Art. 515. A apelação devolverá ao tribunal o conhecimento da matéria impugnada. § 1o Serão, porém, objeto de apreciação e julgamento pelo tribunal todas as questões suscitadas e discutidas no processo, ainda que a sentença não as tenha julgado por inteiro. No entanto, fatos novos podem ser alegados na apelação. Eu posso inovar em matéria de fato na apelação, desde que observe o seguinte: os fatos precisam ser novos. Ou, se o fato é antigo, eu posso alegar na apelação se eu só sei dele agora. Posso alegar na apelação fato novo ou fato velho de conhecimento novo. O art. 462 CPC também permite a possibilidade de inovar na apelação. Esse artigo pode ser usado tanto em primeiro quanto em segundo grau. Art. 462. Se, depois da propositura da ação, algum fato constitutivo, modificativo ou extintivo do direito influir no julgamento da lide, caberá ao juiz tomá-lo em consideração, de ofício ou a requerimento da parte, no momento de proferir a sentença. E matéria de ordem pública também pode ser conhecida de ofício no exame do recurso, mesmo que não discutida anteriormente. 1.4 A APELAÇÃO NA PRIMEIRA INSTÂNCIA A apelação será recebida pelo juiz que proferiu a sentença. Ele faz o primeiro juízo de admissibilidade. Manda ouvir o apelado. Quando voltarem as contrarrazões do apelado, o juiz pode fazer um novo juízo de admissibilidade. Então: A apelação passa por dois juízos de admissibilidade em primeira instância. 1º juízo de admissibilidade na primeira instância: Logo que é interposta 2º juízo de admissibilidade na primeira instância: Após as contrarrazões do apelado. IMPORTANTE!!! Não cabe recurso contra o recebimento da apelação, mas admite-se agravo de instrumento para impugnar os efeitos que o juiz lhe atribuir. O parágrafo primeiro do art. 518, do CPC, diz o seguinte: Art. 518 § 1º O juiz não receberá o recurso de apelação quando a sentença estiver em conformidade com súmula do Superior Tribunal de Justiça ou do Supremo Tribunal Federal. Ou seja, cria-se aqui um efeito impeditivo de súmula de tribunal superior. Súmula de tribunal superior passa a ter efeito impeditivo. Se o juiz seguir a súmula de tribunal superior, a apelação não será recebida (são os efeitos impeditivos dos precedentes). Isso não é vinculante. O juiz não é obrigado a seguir a súmula do STJ ou do STF. Agora, se ele seguir, a apelação não será recebida. Qualquer súmula do STF é impeditiva. Agora, uma parcela de súmula do STF é de súmula vinculante. A súmula vinculante, além de vinculante, é impeditiva. IMPORTANTE!!! Quando se apela para dizer que a súmula não se aplica ao caso concreto, se faz o distinguishing. O apelante diz: “Tribunal, essa súmula não se aplica ao meu caso.” Está discutindo a aplicação da súmula (distinguishing). O §1º, do art. 518 não se aplica nos casos de distinguishing porque nesse caso, a discussão não é da súmula, mas da sua aplicação. Ela tem que ser recebida se eu quiser discutir a aplicação da súmula. IMPORTANTE!!! É possível superar um precedente. E eu posso, na minha apelação buscar o overruling, mas para isso eu vou ter que juntar argumentos ainda não examinados. Vou ter que examinar os precedentes da súmula e identificar argumentos que até então não foram examinados. 1.5 APELAÇÃO NO TRIBUNAL O relator fará um relatório sucinto e em seguida os autos serão encaminhados a um revisor (salvo nas ações de procedimento sumário, despejo ou quando houver indeferimento da inicial, casos em que o revisor é dispensado). Dispõe o art. 557 e parágrafos: Art. 557. O relator negará seguimento a recurso manifestamente inadmissível, improcedente, prejudicado ou em confronto com súmula ou com jurisprudência dominante do respectivo tribunal, do Supremo Tribunal Federal, ou de Tribunal Superior. § 1o-A Se a decisão recorrida estiver em manifesto confronto com súmula ou com jurisprudência dominante do Supremo Tribunal Federal, ou de Tribunal Superior, o relator poderá dar provimento ao recurso. § 1o Da decisão caberá agravo, no prazo de cinco dias, ao órgão competente para o julgamento do recurso, e, se não houver retratação, o relator apresentará o processo em mesa, proferindo voto; provido o agravo, o recurso terá seguimento. § 2o Quando manifestamente inadmissível ou infundado o agravo, o tribunal condenará o agravante a pagar ao agravado multa entre um e dez por cento do valor corrigido da causa, ficando a interposição de qualquer outro recurso condicionada ao depósito do respectivo valor. Nos casos do caput e do § 1o-A, contra a decisão unilateral do relator
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