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Caderno - Processo Civil III

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Introdução 
Precedentes, jurisprudência e súmula 
Precedente: um caso concreto, cuja decisão judicial 
possui elemento normativo de fundamentação, que serve 
como diretriz para julgamento de casos análogos Trata-se de 
instrumento para criação de normas mediante o exercício da 
jurisdição. 
➔ Trata-se de uma única decisão da corte, que deve ser 
observado por todos os demais órgãos. 
“Num país tradicionalmente estruturado no regime do civil 
law, como é o nosso, a jurisprudência dos tribunais não 
funciona como fonte primária ou originária do direito. Na 
interpretação e aplicação da lei, no entanto, cabe-lhe 
importantíssimo papel, quer no preenchimento das lacunas 
da lei, quer na uniformização da inteligência dos enunciados 
das normas (regras e princípios) que formam o ordenamento 
jurídico (direito positivo). Com esse sistema o direito 
processual prestigia, acima de tudo, a segurança jurídica, um 
dos pilares sobre que assenta, constitucionalmente, o Estado 
democrático de Direito". 
Elemento normativo: algo dentro do caso que vai se tornar 
uma norma; é ele que importa e não o caso em si 
A estrutura básica de uma argumentação por precedentes 
é a seguinte: deve ser feito X quando se der Y, porque antes 
já aconteceu Y e a ação tomada foi X. O passado, por si só, 
acaba sendo uma razão que compele o sujeito à tomada de 
decisão em um certo sentido. 
Jurisprudência: conjunto de decisões, de forma 
reiterada, proferidas por um determinado tribunal. 
Súmula: enunciado sobre um determinado entendimento 
consolidado, de determinado tribunal. 
Os juízes de 1 grau, e os tribunais, devem se ater à sua 
jurisprudência, devem se ater aos precedentes qualificados. 
Ou seja, devem seguir aquela decisão dada pelos tribunais. 
Uma única decisão pode vincular o Poder Judiciário inteiro? 
Sim! Ex: recurso repetitivo - o STJ julgou no tema 988 uma 
questão controvertida sobre o agravo de instrumento - hoje, 
por conta deste julgamento, está pacificado pois foi uma 
decisão em recurso repetitivo. 
Qual foi essa decisão? O artigo 1.015 do CPC trata sobre o 
agravo de instrumento - estavam discutindo se o rol previsto 
no artigo era taxativo, exemplificativo, se ele comportava 
interpretação extensiva, qual era a natureza jurídica desse 
rol. ---- o STJ decidiu que o rol era taxativo e pode ser 
mitigado pela urgência. - Decisão em recurso repetitivo. 
Civil Law 
É o sistema com base nas leis escritas.. Toda fonte do direito 
advém da lei e o juiz é a boca da lei. 
O sistema anglo-saxão é um sistema regido por precedente 
e nós, brasileiros, sempre rejeitamos as questões dos 
precedentes, porém isso começou a mudar. 
“De tradição romana, prioriza o positivismo consubstanciado 
em um processo legislativo. A norma jurídica constitui-se em 
um comando abstrato e geral procurando abranger, em uma 
moldura, uma diversidade de casos futuros. A sua 
aplicabilidade funda-se em um processo dedutivo, iniciando-se 
em um comando geral com vistas a regular uma situação 
particular. -> Aplica-se a lei aos casos concretos (raciocínio 
dedutivo). 
Common Law 
Base em decisões reiteradas; sistema com base em 
precedentes. Adotado nos EUA e na Inglaterra. 
O que importa é o precedente, sob a legislação. É muito mais 
importante o precedente jurisprudencial do que a própria lei. 
“Influência anglo-americana, baseada fundamentalmente em 
precedentes jurisprudenciais. As decisões judiciais são fontes 
imediatas do direito, gerando efeitos vinculantes. A norma de 
direito é extraída a partir de uma decisão concreta, sendo 
aplicada por meio de um processo indutivo, aos casos 
idênticos no futuro”. -> A partir do caso se forma a norma, 
ou seja, é preciso a análise de casos para se extrair a 
norma (raciocínio indutivo). 
O Brasil, apesar de ser estruturado no regime da civil law, 
importou do common law o regime dos precedentes. 
Na época da revolução francesa havia um medo muito 
grande da própria monarquia (os juízes eram designados pelo 
próprio monarca) - a população tinha receio dos juízes e 
confiava mais no parlamento do que no poder judiciário. Eles 
queriam um parlamento forte, com uma representação 
popular forte, e um judiciário enfraquecido. 
 
DIREITO PROCESSUAL CIVIL III 
17/08/2020 
 
Vale lembrar que Napoleão Bonaparte, em 1904, fez um 
código que dispensava a interpretação do magistrado, por 
conta do medo dos juízes. 
Na Inglaterra e nos EUA era o contrário, havia uma 
desconfiança muito grande do próprio parlamento, e por isso 
eles optaram por fortalecer o judiciário. Ambos tomaram 
tais decisões por segurança jurídica. Se naquela época você 
questionasse um francês se eles queriam o sistema do 
Common Law eles iriam falar que não, por conta de sua 
própria segurança jurídica. Se você perguntasse, na época 
da revolução americana, para um americano, se ele queria o 
sistema do civil Law ele falaria que não, por razões de 
segurança jurídica. 
Os dois sistemas se desenvolveram por conta de razões 
históricas. Porém, hoje em dia, nos EUA, eles possuem um 
grande repertório de leis. Ou seja, não existe mais um 
sistema isolado de civil Law e Common law, eles se mesclam. 
Ou seja, mesmo depois de algumas decisões do STF dando 
força à suas decisões, hoje em dia, com o CPC de 2015, 
passou-se a ter uma força muito grande com o artigo 926 e 
927, do CPC. 
Art. 926 CPC. Os tribunais devem uniformizar sua 
jurisprudência e mantê-la estável, íntegra e coerente. 
A razão do artigo 926 é justamente trazer segurança 
jurídica. 
§ 1º Na forma estabelecida e segundo os pressupostos 
fixados no regimento interno, os tribunais editarão 
enunciados de súmula correspondentes a sua jurisprudência 
dominante. 
§ 2º Ao editar enunciados de súmula, os tribunais devem 
ater-se às circunstâncias fáticas dos precedentes que 
motivaram sua criação. 
O tribunal deve fazer súmulas para que as pessoas saibam 
qual é o entendimento do tribunal. 
O artigo 927, também por razões de segurança jurídica, 
trouxe os chamados precedentes qualificados, expressão do 
Prof. Cássio S. Bueno. 
Art. 927 CPC. Os juízes e os tribunais observarão: 
I - as decisões do Supremo Tribunal Federal em controle 
concentrado de constitucionalidade; 
II - os enunciados de súmula vinculante; 
III - os acórdãos em incidente de assunção de competência ou de 
resolução de demandas repetitivas e em julgamento de recursos 
extraordinário e especial repetitivos; 
IV - os enunciados das súmulas do Supremo Tribunal Federal em 
matéria constitucional e do Superior Tribunal de Justiça em 
matéria infraconstitucional; 
 
V - a orientação do plenário ou do órgão especial aos quais 
estiverem vinculados. 
Ou seja, conforme artigo 926 e 927 do CPC, deve-se 
observar esses precedentes qualificados. 
Quando falamos sobre o Civil Law atualmente, há uma 
mescla entre Civil Law e Common Law. Isso significa que 
temos um sistema baseado em leis e é mesclado pelos 
precedentes qualificados, cujos quais são divididos em 
precedentes, jurisprudência e súmulas. 
Teoria dos precedentes 
 Ampliação da litigiosidade - para os casos repetitivos, 
pode-se utilizar da mesma saída. Para os casos coletivos, a 
resposta costuma ser a mesma. 
 Convergência entre Civil Law e Common Law - O 
Brasil busca do regime de Common Law a ideia de decisões 
que servem para casos posteriores 
Distinguishing e Overruling 
Coisas que também podem acontecer no processo: 
distinguishing e overruling. 
O primeiro é inerente à distinção, aquele caso julgado é 
diferente do precedente qualificativo ou da súmula. Já o 
overruling ocorre quando a jurisprudência está ultrapassada; 
quando houve a superação daquele entendimento. 
• Distinguishing: digamos que após o autor 
ingressar com uma ação judicial, o juiz constate que a 
matéria controvertida é idêntica a um enunciado de súmula 
do STJ. Em respeito ao princípio da vedação da decisão 
surpresa (arts. 9º e 10), o magistrado deve intimar o autor 
para que este se manifeste antes de prolatar a sentença.O 
autor então, tem o prazo de 15 dias para emendar a inicial, 
devendo portanto demonstrar que há DISTINÇÃO 
(distinguishing) entre o precedente apontado pelo magistrado 
e a sua demanda. O autor deve observar e se apegar às 
peculiaridades do caso concreto que revelam o distinguishing. 
• Overruling: este consiste na hipótese de 
afastamento do precedente, em outras palavras, é a 
superação do entendimento. Aproveitando o exemplo 
anterior, vamos supor que o autor, ao ser intimado, 
identifique que o precedente que o magistrado requereu a 
aplicação, na verdade, já teve o seu entendimento superado 
pelo Tribunal. Nesse caso, cabe ao autor demonstrar essa 
superação do entendimento, ou seja, demonstrar o 
overruling. Ex.: Ação de Alimentos. 
Precedentes Qualificados: decisões dos 
tribunais, em que aquela decisão vai possuir uma força 
vinculante e deverá ser respeitada por todos os demais 
órgãos do poder judiciário. Não precisa ser decisão reiterada. 
 
Vincula apenas o tribunal! Ex.: IAC - pode se dar tanto em 
âmbito de tribunal de justiça, quanto em âmbito de STJ/STF. 
Difere-se da súmula vinculante pois somente o STF tem 
competência para falar sobre ela (é o único órgão 
competente) e essa vincula todo o Poder Judiciário, inclusive 
os órgãos fracionários do próprio tribunal, bem como vincula 
a Administração Pública. 
Vinculante: vincula, torna obrigatório a todos os outros juízes, 
de mesmo grau ou grau inferior 
Reflexos no Processo e nos 
Recursos (Artigos 926, 927 e 932, do CPC) 
Observação: Artigo 332, do CPC (Improcedência Liminar do 
Pedido): o juiz pode, antes de citar o réu, julgar 
improcedente liminarmente os pedidos do autor. Vide 
hipóteses: 
Art. 332 CPC. Nas causas que dispensem a fase instrutória, 
o juiz, independentemente da citação do réu, julgará 
liminarmente improcedente o pedido que contrariar: 
I - enunciado de súmula do Supremo Tribunal Federal ou do 
Superior Tribunal de Justiça; 
II - acórdão proferido pelo Supremo Tribunal Federal ou pelo 
Superior Tribunal de Justiça em julgamento de recursos 
repetitivos; 
III - entendimento firmado em incidente de resolução de 
demandas repetitivas ou de assunção de competência; 
IV - enunciado de súmula de tribunal de justiça sobre direito 
local. 
§ 1º O juiz também poderá julgar liminarmente improcedente 
o pedido se verificar, desde logo, a ocorrência de decadência 
ou de prescrição. 
Esse artigo retrata a força dos precedentes qualificados, no 
CPC como um todo. 
Atribuições do Relator 
Os recursos, em regra, não são julgados por um único 
julgador. Geralmente em P.J. há três julgadores. No STF/STJ 
temos turmas com cinco julgadores. 
Nesses casos que temos os precedentes qualificados, temos 
apenas 01 julgador, chamado de Relator, que é o julgador que 
vai conduzir o processo, é o julgador que tem a maior 
importância dentro dos recursos. Ele faz o relatório, 
trabalha todos os incidentes, fornece tutela antecipada (se 
for o caso), trata dos incidentes de desconsideração da 
personalidade jurídica, defere/indefere a concessão de 
justiça gratuita; ele quem conduz o processo. 
 
O artigo 932 fornece poderes ao relator para que faça o 
julgamento sozinho. Então quando ele vai julgar sozinho? 
Quando tiver com base os precedentes, jurisprudência e 
súmula. Vide inciso IV e V. 
O artigo 932 foi influenciado pelos precedentes qualificados, 
dando poderes ao relator para que ele julgue sozinho e o 
recurso não vá ao colegiado, quando estiver diante desses 
precedentes qualificados. A decisão do relator é passível de 
recurso. 
Art. 932 CPC. Incumbe ao relator: 
IV - negar provimento a recurso que for contrário a: 
a) súmula do STF, do STJ ou do próprio tribunal; 
b) acórdão proferido pelo STF ou pelo STJ em julgamento de 
recursos repetitivos; 
c) entendimento firmado em incidente de resolução de 
demandas repetitivas ou de assunção de competência (IAC); 
V - depois de facultada a apresentação de contrarrazões, 
dar provimento ao recurso se a decisão recorrida for 
contrária a: 
a) súmula do STF, do STJ ou do próprio tribunal; 
b) acórdão proferido pelo STF ou pelo STJ em julgamento de 
recursos repetitivos; 
c) entendimento firmado em incidente de resolução de 
demandas repetitivas ou de assunção de competência. 
Formas de produção de precedentes: 
Em segunda instância: IRDR (incidente de resolução de 
demandas repetitivas) e IAC (Incidente de Assunção de 
Competência). 
Nos Tribunais superiores: Recursos repetitivos (especial ou 
extraordinário) e Ações constitucionais. 
Quando se gera um precedente qualificado? 
R.: As decisões do STF/STJ, em recursos repetitivos (recurso 
especial/recurso extraordinário), e o próprio IRDR (Incidente de 
Resolução de Demandas Repetitivas). 
Demandas Repetitivas: multiplicidade de processos sobre 
determinada questão. 
No IAC (Incidente de Assunção de Competência) não há demandas 
Repetitivas. Ele existe para prevenir a multiplicidade de demandas. 
Serve como cautela para não surgir multiplicidade de demandas. 
Vide artigo 947, do CPC: 
Art. 947 CPC. É admissível a assunção de competência quando o 
julgamento de recurso, de remessa necessária ou de processo de 
competência originária envolver relevante questão de direito, com 
grande repercussão social, sem repetição em múltiplos processos. 
 
 
Recursos 
“Os meios de impugnação dividem-se, pois, em duas 
grandes classes: a dos recursos – assim chamados os que 
se podem exercitar dentro do processo em que surgiu a 
decisão impugnada e o das ações impugnativas autônomas, 
cujo exercício, em regra, pressupõe a irrecorribilidade da 
decisão, ou seja o seu trânsito em julgado. No direito 
brasileiro, protótipo da segunda classe é a ação rescisória”. 
(JCBM) 
Conceito 
Trata-se de uma extensão do direito de ação pois retarda 
a formação da coisa julgada; não é um novo processo. Meio 
ou instrumento destinado a provocar o reexame de 
decisão judicial, no mesmo processo em que proferida, com 
a finalidade de obter-lhe a invalidação, a reforma, o 
esclarecimento ou a integração. 
Novo julgamento, na mesma relação processual: terá 
novamente tudo que um julgamento tem, mas, é dentro da 
mesma relação processual e, em regra, é feito por outro 
órgão julgador, hierarquicamente superior, e em regra, 
órgão colegiado. Mas pode ser feito pelo mesmo julgador, 
que é o caso dos embargos de declaração. 
Natureza Jurídica 
Incidente ou Desdobramento do Processo 
Se trata de um incidente ou um mero desdobramento 
dentro do processo, tendo em vista o princípio do duplo 
grau de jurisdição; tem como natureza jurídica um ônus 
processual, ou seja, se não recorrer irá sofrer com os 
efeitos da coisa julgada ou simplesmente, da preclusão 
máxima. 
A partir do momento que temos a petição inicial, e vamos 
até a sentença, temos uma relação “triangularizada” 
(entre autor, réu e juiz) no processo. 
Autor aciona o Estado - o Estado convoca o réu para 
realizar o contraditório e sua ampla defesa (citação) - o 
réu é integrado à relação jurídica processual e assim se 
estabelece a relação jurídica de direito processual. Ao 
prolatar a sentença, o juiz não mais a modificará, a não 
ser que haja recurso (embargos de declaração) ou erro 
material (artigo 494 CPC). 
A partir do momento que se recorre (recurso da sentença 
se chama apelação), o processo ele só ocorre em 
desdobramento (dentro da mesma relação jurídico 
processual). Continua-se nos mesmos autos e será julgado 
por 3 desembargadores (TJ), gerando um acórdão. Vale 
lembrar que ainda cabe recurso especial para o STJ e 
recurso extraordinário para o STF. 
 
 
Fundamentos p/ existir Recursos no P.C. 
São dois fundamentos: 
 
1-) Própria natureza humana - não aceitação 
da decisão contrária aos próprios interesses. 
2-) Controle do Poder Judiciário - por meio 
dos recursos, é possível que os Tribunais Superiores 
controlem a atuação do juiz de 1° grau para uma melhor 
qualidade da prestação da tutela jurisdicional. 
Obs.: Jurisprudência Defensiva- Impedir que os recursos 
subam para os tribunais superiores. pode ser entendida 
como a prática adotada pelos tribunais brasileiros, para o 
não conhecimento de recursos em razão de apego formal e 
rigidez excessiva em relação aos pressupostos de 
admissibilidade recursal. 
 
Recurso versus 
Impugnação Decisão Judicial 
Diferenças entre os procedimentos 
Quando estamos falando de recursos em geral, significa que 
está na mesma relação jurídica processual. Trata-se de uma 
forma de impugnação de uma decisão judicial, porém, não é a 
única forma de impugnar uma decisão judicial. 
Quais são as formas de impugnação judiciais? Recursos e 
Ações autônomas de impugnação (nova relação jurídica em 
que conseguimos impugnar algumas decisões judiciais - ex.: 
Ação Rescisória, queremos rescindir a coisa julgada e 
modificá-la). Ex. 2: mandado de segurança (somente é cabível 
no caso de decisões absurdas/urgentes). Ex.3: habeas 
corpus - é uma ação autônoma de impugnação. Ex. 4: revisão 
criminal também é uma ação autônoma de impugnação, pois 
é uma outra relação jurídica. 
Atos sujeitos à Recurso 
Quais atos processuais estão sujeitos a recursos? 
R: Somente os atos do juiz estão sujeitos à recurso. 
Somente os atos do órgão julgador. 
Quais são esses atos? Art. 203 (pronunciamentos do juiz) e 
204 (tribunais), do CPC. 
Não está sujeito à recurso: atos do escrivão, atos do oficial 
de justiça, atos das partes, e afins. 
Atos sujeitos à Recurso – 1º Grau 
- Despachos: Atos de andamento do processo; São 
todos os demais pronunciamentos do juiz praticados no 
processo, de ofício ou a requerimento da parte. 
 
Isso quer dizer que, nos despachos, o objetivo não é 
solucionar o processo, mas determinar medidas necessárias 
para o julgamento da ação em curso. Tratam-se, portanto, 
de meras movimentações administrativas – por exemplo, a 
citação de um réu, designação de audiência, determinação de 
intimação as partes e determinação de juntada de 
documentos, entre outros. 
Art. 203 CPC. Os pronunciamentos do juiz consistirão em 
sentenças, decisões interlocutórias e despachos. 
§ 3º São despachos todos os demais pronunciamentos do juiz 
praticados no processo, de ofício ou a requerimento da parte. 
DESPACHO É PASSÍVEL DE RECURSO? Obs.: Se o despacho 
acabar violando algum direito ou impedir algum direito, é até 
possível pensar em embargos de declaração, mas, via de 
regra, não é possível pois despacho não tem conteúdo 
decisório. 
Art. 1.001 CPC. Dos despachos não cabe recurso. 
- Sentença: Ato do juiz de extinguir o processo ou por 
fim ao momento processual, com base nos artigos 485 e 
487, do CPC (com resolução de mérito ou sem resolução de 
mérito). Nas sentenças nós temos o conteúdo (485/487) + 
efeito que extingue o processo ou resolve uma fase 
processual/momento. Por meio da sentença, o juiz decide a 
questão trazida ao seu conhecimento, pondo fim ao 
processo na primeira instância. A sentença pode ser dada 
com ou sem julgamento do mérito, ou seja, acolhendo ou não 
a causa levantada pela parte. 
Art. 203, § 1º, CPC. Ressalvadas as disposições expressas 
dos procedimentos especiais, sentença é o pronunciamento 
por meio do qual o juiz, com fundamento nos arts. 485 e 
487, põe fim à fase cognitiva do procedimento comum, bem 
como extingue a execução. 
SENTENÇA É PASSÍVEL DE RECURSO? 
Art. 1.009 CPC. Da sentença cabe apelação. 
Ex.: Aplicável no indeferimento da petição inicial. 
Ex.2: improcedência liminar do pedido. 
- Decisão interlocutórias: é um ato do juiz com 
conteúdo decisório mas sem distinguir o processo/encerrar 
uma fase processual. É um dos atos praticados pelo 
magistrado de um processo em que decide uma questão 
incidental sem a resolução do mérito, ou seja, sem 
pronunciar uma solução final à lide proposta em juízo. 
São atos pelos quais o juiz resolve questões que surgem 
durante o processo, mas não são o julgamento dele por meio 
de sentença. Essas questões que precisam ser decididas no 
curso do processo são denominadas de questões incidentes 
ou questões incidentais. São exemplos de decisões 
interlocutórias a nomeação de determinado profissional como 
perito, aceitação ou não de um parecer e intimação ou não 
de certa testemunha indicada pelas partes no curso do 
processo 
Art. 203, § 2º, CPC. Decisão interlocutória é todo 
pronunciamento judicial de natureza decisória que não se 
enquadre no § 1º. 
DECISÃO INTERLOCUTÓRIA É PASSÍVEL DE RECURSO? 
Sim, cabe recurso em toda e qualquer decisão interlocutória. 
É possível recorrer se estiver prevista no Art. 1015 CPC (rol 
taxativo) e o recurso será agravo de instrumento. Se não 
estiver previsto no art. 1015 temos que nos perguntar se é 
urgente, se existe a questão da urgência. Se não for 
urgente/ não estiver no rol taxativo do 1015 eu vou 
recorrer por meio de preliminar de apelação quando o juiz 
proferir essa sentença – Art. 1009 §1°. 
Ou seja, são cabíveis de recurso, mas, nem todas serão 
agravadas. 
Exs..: Decisões de tutela provisória; ex. 2: incidente de 
desconsideração da personalidade jurídica; ex.3: julgamento 
antecipado parcial de mérito. 
Se não estiver previsto no rol do artigo 1015, temos que nos 
perguntar: é urgente? Existe o Periculum in mora? O 
processo vai se viciar e não será possível retomá-lo em 
outro momento? Se não estiver previsto no 1015, é possível 
recorrer pelo tema 998, STJ. 
Se o assunto não for urgente, eu irei recorrer por meio de 
apelação quando o juiz proferir essa sentença. Ou seja, se o 
juiz deu a decisão num momento posterior, não vou poder 
agravar porque não tem o carácter urgencial porém, num 
momento ulterior, quando o juiz der a sua sentença, é 
possível recorrer por meio da apelação, em preliminar (Art. 
1009, parágrafo 1°, do CPC). 
Ou seja, todas as decisões interlocutórias são passíveis de 
recurso, mas, nem todas serão agravadas. - Se estiver no 
rol do artigo 1015 ou se não estiver no rol, mas estiver 
amparado pela urgência, será agravado. Por outro lado, se 
não estiver no rol do 1015 e não for urgente, nesse caso 
deverá aguardar o juiz sentenciar para que eu possa apelar, 
em preliminar de apelação (antes de alegar todo o mérito da 
ação, deve-se alegar essa preliminar naquela decisão que me 
prejudicou e que na época não cabia agravo de instrumento). 
Ex.: Eu solicito uma prova pericial no processo - o juiz 
denegou o pedido por não ser imprescindível, e determinou 
apenas a prova testemunhal - no artigo 1015, quando o juiz 
defere/indefere uma prova no processo, não consta em 
nenhuma das hipóteses a necessidade de prova - então, se 
não está no rol do 1015 e não tem urgência, eu tenho que 
aguardar até a decisão final (isso foi na fase de saneamento 
do Processo - quando o juiz fixa os pontos Controvertidos de 
fato e de direito e também distribui o ônus da prova).- então, 
 
realiza-se a audiência de instrução - e o juiz sentencia - 
agora, no momento da sentença (que foi contrária aos meus 
interesses), eu recorro dessa decisão por meio da apelação 
(preliminar) - alego que a decisão proferida anteriormente 
não precluiu (perda da oportunidade ou da faculdade de se 
realizar um ato processual) - então a decisão será 
reanalisada por cerceamento de defesa (princípio da ampla 
defesa). 
Atos sujeitos à Recurso – Tribunais Superiores 
- Decisão Monocrática: decisões dadas pelo 
relator; consiste em decisão proferida por um único 
magistrado, de qualquer instância ou tribunal. 
DECISÃO MONOCRÁTICA É PASSÍVEL DE RECURSO? 
Sim é recorrível, e o recurso adequado é o agravo interno 
(regra geral). Temos também o agravo em recurso especial e 
o agravo em recurso extraordinário. 
- Acordão: decisão final proferida sobre um processo 
por tribunal superior, que funciona como paradigma para 
solucionar casos análogos. Decisão proferida por uma 
turma/colegiado do tribunal superior (artigo 204, do CPC). 
Art. 204 CPC. A carta tem caráter itinerante; antes ou 
depois de Ihe ser ordenado o cumprimento, poderá ser 
apresentadaa juízo diverso do que dela consta, a fim de se 
praticar o ato.. 
ACÓRDÃO É PASSÍVEL DE RECURSO? 
Se for TJ ou TRF são cabíveis os recursos especiais para o 
STJ e o recurso extraordinário para o STF 
Duplo Grau de Jurisdição 
x Recursos 
Trata-se de uma dupla revisão de fatos e do direito. Você 
tem direito a recorrer sobre os fatos e sobre o direito uma 
única vez. Quando estamos falando de recursos, como regra 
geral, para os tribunais Superiores, nós recorremos apenas 
o direito. 
Não existe triplo/quádruplo grau de jurisdição!! A análise de 
fatos e de direito só é analisada uma segunda vez. Na 
terceira e quarta vez só se analisa o direito. 
Esquematização 
Juiz de 1° grau irá recorrer ao T.J. (2° grau) por meio da 
apelação, fatos (nova avaliação das provas) e/ou direito 
(verificar se houve correta aplicação da norma e a sua 
interpretação). Caso queira recorrer novamente, o processo 
será encaminhado aos tribunais Superiores (Se for STJ, será 
através do recurso especial e se for ao STF, será através 
 
do recurso extraordinário). - não será terceiro grau de 
jurisdição! 
Quando estamos em primeiro e segundo grau, chamamos de 
recursos/instâncias ordinárias. Quando temos o recurso 
especial e o recurso extraordinário, chamamos de instância 
extraordinária e instância especial. 
Na instância extraordinária não se analisa mais fatos, não se 
avaliam novamente as provas. O STJ analisará a lei 
infraconstitucional e a uniformização da jurisprudência, e o 
STF analisará qualquer violação direta à Constituição Federal. 
Por que violação direta? Porque a nossa constituição é 
analítica, trata sobre tudo. 
 
Recursos Admissíveis 
Em 1° grau de Jurisdição: sentença, despacho e decisão 
interlocutória (revisar). 
Em 2° grau de Jurisdição: decisões monocráticas (como 
regra, cabe o agravo interno e como exceção temos o 
agravo em recurso especial e o agravo em recurso 
extraordinário) e acórdãos. São decisões que ocorrem nos 
tribunais (TJ/TRF/STJ/STF e qualquer outro tribunal). 
 
Não esquecer: juiz de 1° grau faz sentença. É o ato de 
sentença. Ele faz sentença, decisão interlocutória e 
despacho. Se for juiz de 2° grau, o juiz só faz decisão 
monocrática (relator) ou acórdão. 
 
Pergunta: "Juiz de 1° grau tem competência para fazer um 
acórdão?” 
Resposta: no juizado especial não temos um tribunal, 
administrativamente está vinculado ao tribunal estadual. A 
segunda instância dele não é um tribunal, mas temos uma 
turma recursal para julgar os recursos. Então quando se 
recorre das decisões proferidas pela turma recursal dos 
juizados especiais, será julgado por 3 juízes de 1° grau. 
Como regra, acórdão é um ato dos tribunais, mas, 
excepcionalmente, temos turmas recursais de juizado 
especial, que julgam os recursos dos juizados especiais, e 
elaboram um acórdão. 
Cuidado: não cabe recurso especial das decisões dos juizados 
especiais, só cabe recurso extraordinário (vide artigo 105, 
inciso III, da CF). 
Art. 105 CF. Compete ao Superior Tribunal de Justiça: 
III - julgar, em recurso especial, as causas decididas, em 
única ou última instância, pelos TRFs ou pelos tribunais dos 
Estados, do DF e Territórios, quando a decisão recorrida: 
a) contrariar tratado ou lei federal, ou negar-lhes vigência; 
b) julgar válido ato de governo local contestado em face de 
lei federal; 
 
c) der a lei federal interpretação divergente da que lhe haja 
atribuído outro tribunal. 
NÃO FALA SOBRE TRIBUNAIS RECURSAIS, APENAS SOBRE 
TRIBUNAIS REGIONAIS FEDERAIS E TRIBUNAIS DOS ESTADOS, 
por isso não cabe recurso especial. Vide artigo 102, inciso III, 
da CF. 
Art. 102 CF. Compete ao Supremo Tribunal Federal, 
precipuamente, a guarda da Constituição, cabendo-lhe: 
III - julgar, mediante recurso extraordinário, as causas 
decididas em única ou última instância, quando a decisão 
recorrida: 
a) contrariar dispositivo desta Constituição; 
b) declarar a inconstitucionalidade de tratado ou lei federal; 
c) julgar válida lei ou ato de governo local contestado em 
face desta Constituição. 
d) julgar válida lei local contestada em face de lei federal. 
Observação: O STJ, no artigo 105, inciso III, trata apenas das 
decisões dos TJs e TRFs, não fala nada sobre turma 
recursal. Já o artigo 103, inciso III, dispõe a aplicabilidade do 
recurso extraordinário. 
Tutelas Provisórias 
Tem previsão nos artigos 294 a 311, do CPC. 
Tutela de evidência (art. 311) - dispensa a urgência, 
basta a verossimilhança das alegações, uma probabilidade 
alta do direito. 
Se estiver em conformidade com prova documental e em 
conformidade com os precedentes vinculativos, o juiz poderá 
conceder a tutela de evidência. 
Princípios Gerais Recursos 
Além de todos os demais princípios previstos na teoria geral 
do processo civil, eles também são aplicados aos recursos. 
Ex.: Artigo 10, do CPC - deve ser dada a oportunidade para a 
parte se manifestar - apelação prescreveu e nenhuma das 
partes alegou a prescrição - o tribunal pode reconhecer de 
ofício a prescrição, porque é matéria de ordem pública; 
porém, observando o princípio do contraditório das partes. O 
relator irá dar o seguinte despacho: manifestem-se as 
partes sobre eventual prescrição da pretensão, no prazo de 
5 dias, por exemplo. 
▫ Duplo Grau de Jurisdição: 
Princípio implícito recorrente da própria constituição que 
assegura o devido processo legal. O direito de recorrer e 
obter um reexame da primeira decisão é fundamental do ser 
humano. Objetiva evitar decisões jurídicas conflitantes, 
uniformizando as decisões. 
 
Onde é possível encontrar esse princípio? Está inserido não 
somente no devido processo legal, mas também nos artigos 
102, 105 + seguintes da CF - vemos a organização do Poder 
Judiciário – por que isso é importante? Porque se a própria 
Constituição já estabelece uma estrutura interna para o 
Poder Judiciário, ela prevê justamente a possibilidade de 
recurso. 
O processo judicial vai seguir as normas e os recursos a ele 
inerentes. Se pegarmos a CF, artigo 5°, inciso 54, inciso 55 + 
toda a parte de organização do poder judiciário (prevista a 
partir do artigo 102 até 110), temos toda a estrutura do 
Poder Judiciário com possibilidade de recurso. 
Art. 5º CF. Todos são iguais perante a lei, sem distinção de 
qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos 
estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à 
vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, 
nos termos seguintes: 
LIV - ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem 
o devido processo legal; e 
LV - aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e 
aos acusados em geral são assegurados o contraditório e 
ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes. 
Observação: muito se discute sobre a possibilidade de 
executar uma sentença penal condenatória após o 
julgamento em segunda instância - a CF dispõe, em seu 
artigo 5, que a pessoa só será considerada culpada depois da 
sentença penal condenatória transitada em julgado - existem 
divergências no STF sobre a possibilidade ou não de execução 
de uma sentença penal condenatória em 2° instância - a 
última decisão que temos do STF sobre esse assunto diz 
respeito à impossibilidade de execução provisória - no pacote 
anticrime retomou-se essa questão - uma alteração correta 
para retirar/possibilitar a execução de uma sentença penal 
condenatória, após a condenação em segunda instância, seria 
não alterar o artigo 5° (até mesmo porque não dá, visto que 
ele é uma cláusula pétrea), mas sim mexer na competência 
do STF e STJ - se retirarmos as hipóteses de recurso 
especial e recurso extraordinário, e deixar como uma ação 
autônoma de impugnação, em tese você consegue executar 
a sentença penal condenatória, não desvirtuando o artigo 5°. 
▫ Taxatividade 
O recurso deve estar previsto em lei, caso não esteja e 
tenha o mesmo objetivo, será chamado de Sucedâneo 
Recursal. O cabimento e a forma do recurso independe de lei 
que previamente assim disponha.Ou seja, para que haja 
recurso, dependerá de lei.. Os recursos precisam estar 
previamente dispostos na legislação. 
Obs.: Por regimento interno de tribunal é possível prever 
recurso? As vezes prevê, por ex., no STF/STJ,,.são os 
chamados agravos regimentais (tem previsão em regimento). 
24/08/2020 
 
Onde encontramos os recursos? Vide artigo 994, do CPC 
(Recursos cabíveis no Processo Civil). 
Art. 994 CPC. São cabíveis os seguintes recursos: 
I - apelação (para sentença); 
II - agravo de instrumento (para decisões interlocutórias); 
Obs.: Inciso I e II se dão geralmente em 1º grau de jurisdição; 
III - agravo interno (em regra, cabível p. decisões do relator); 
IV - embargos de declaração (cabível em toda e qualquer 
decisão judicial, seja sentença, seja acórdão, seja decisão 
monocrática - não tem por finalidade modificar a decisão, 
mas simplesmente tem o intuito de esclarecer, de integrar 
ou sanar o erro material de uma decisão judicial); 
V - recurso ordinário (vai se dar nas ações originárias, que já 
começam em segundo grau ou começam no âmbito do STJ); 
Ex.: Mandado de segurança - ele é impetrado em 1° grau de 
jurisdição - teremos ao final uma sentença - o recurso 
cabível contra a sentença é uma apelação - contudo, se o 
MS for impetrado em 2° grau, contra ato de juiz, ou então, 
contra ato que dependa de prerrogativa de função, ou seja, 
que seja julgado pelo TJ, teremos um acórdão - o recurso 
cabível não é apelação, mas sim recurso ordinário. 
Obs.: Desembargadores não fazem mais sentença, o ato 
deles ou é decisão monocrática ou é acórdão. 
VI - recurso especial (para o STJ); 
VII - recurso extraordinário (para o STF); 
VIII - agravo em recurso especial ou extraordinário (Ideia de 
destrancar recurso); 
IX - embargos de divergência - ex.: Foi julgado no STJ o 
recurso especial - no STJ temos 6 turmas - a primeira e 
segunda turma compõem a chamada primeira sessão, são 
responsáveis por julgar questões administrativas (questões 
relacionadas ao Poder Público) - a terceira e quarta turma 
cuidam de Direito Privado (compõem a segunda sessão) - a 
quinta e a sexta compõem a terceira sessão, são 
responsáveis por direito criminal (ESSA É A COMPOSIÇÃO DO 
STJ) - se eu interpus um recurso para o STJ, e a terceira 
turma julgou, e existe divergência jurisprudencial entre 
qualquer turma do STJ com a que julgou o seu caso, isso 
será resolvido por meio de um órgão que compõe as duas 
turmas (se for uma divergência entre a terceira e a quarta 
turma do STJ, será resolvido pela segunda sessão; se for 
uma divergência entre a segunda e terceira turma, temos 
um órgão especial do STJ para resolver essa divergência). 
▫ Singularidade, Unicidade e Unirrecorribilidade 
De uma decisão não se admite interposição simultânea de 
mais de um recurso (salvo art. 1031, recurso especial e 
extraordinário). 
 
Para cada ato judicial, para cada decisão judicial, é cabível 
apenas um único recurso. Não dá para recorrer 02, 03, 04 
recursos da mesma decisão. 
Obs..: Cabe embargos de declaração da sentença e 
posteriormente o recurso cabível (apelação) - primeiro julga 
os embargos - depois caberá outro recurso (apelação). Os 
embargos não tem por finalidade modificar a decisão judicial, 
mas sim integrá-la. 
Porém, existe uma exceção, prevista no artigo 1029, do CPC 
- recurso especial/recurso extraordinário ----- temos o 
juízo de 1° grau, que vai proferir uma sentença, que é 
apelável - é possível recorrer por meio da apelação ao 
Tribunal de Justiça - o TJ vai proferir um acórdão - esse 
acórdão é cabível ao mesmo tempo recurso especial, para o 
STJ, e recurso extraordinário, para o STF - ao ser prolatado 
o acórdão, eu vou ter que interpor ao mesmo tempo o RESP 
e o RE - Vou interpor o RE para combater questões 
inconstitucionais e o RESP para questões infralegais - irão 
em arquivos separados - será cabível ao mesmo tempo os 
dois recursos, cada um com uma finalidade diversa. 
O artigo 1029 CPC dispõe a interposição feita no mesmo 
momento, em petições distintas. 
Art. 1.029 CPC. O recurso extraordinário e o recurso 
especial, nos casos previstos na Constituição Federal, serão 
interpostos perante o presidente ou o vice-presidente do 
tribunal recorrido, em petições distintas que conterão: 
I - a exposição do fato e do direito; 
II - a demonstração do cabimento do recurso interposto; 
III - as razões do pedido de reforma ou de invalidação da 
decisão recorrida. 
▫ Fungibilidade 
É o aproveitamento de um recurso interposto de forma ou 
capitulação incorreta. Princípio que possibilita que um recurso 
seja recebido como se fosse outro, por existir dúvida 
fundada, e que não haja má-fé. 
Quando é possível receber um recurso pelo outro? 
Ex. Absurdo: na própria sentença o juiz concedeu uma tutela 
antecipada - Qual recurso é cabível? Aqui não existe dúvida 
fundada. Se existisse dúvida fundada, eu iria interpor agravo 
de instrumento, alegando erro/equívoco, dizendo que na 
verdade não era cabível agravo, mas sim apelação - então 
vamos mitigar a formalidade do recurso e receber este 
agravo de instrumento como se fosse uma apelação - Hoje 
não é mais possível fazer isso, porém, a própria lei trouxe 
hipóteses em que é cabível o princípio da fungibilidade. 
Uma das hipóteses de fungibilidade é quando foi interposto 
embargos de declaração, e o relator os recebe como agravo 
interno, e não como embargos. 
 
Art. 1.024 CPC. O juiz julgará os embargos em 5 (cinco) dias. 
§ 3º O órgão julgador conhecerá dos embargos de 
declaração como agravo interno se entender ser este o 
recurso cabível, desde que determine previamente a 
intimação do recorrente para, no prazo de 5 (cinco) dias, 
complementar as razões recursais, de modo a ajustá-las às 
exigências do art. 1.021, § 1º . 
Ou seja, se o relator deu determinada decisão e recebeu 
embargos de declaração, poderá recebê-los como agravo 
interno. 
Outra hipótese é sobre o RESP e o RE - STJ ou STF pode 
entender que seja caso diverso (um encaminha para o outro) 
- não é RESP, é RE, e vice-versa. 
Art. 1.032 CPC. Se o relator, no Superior Tribunal de Justiça, 
entender que o recurso especial versa sobre questão 
constitucional, deverá conceder prazo de 15 (quinze) dias 
para que o recorrente demonstre a existência de 
repercussão geral e se manifeste sobre a questão 
constitucional. 
Parágrafo único. Cumprida a diligência de que trata o caput, 
o relator remeterá o recurso ao STF, que, em juízo de 
admissibilidade, poderá devolvê-lo ao STJ. 
Art. 1.033 CPC. Se o STF considerar como reflexa a ofensa 
à Constituição afirmada no recurso extraordinário, por 
pressupor a revisão da interpretação de lei federal ou de 
tratado, remetê-lo-á ao STJ para julgamento como recurso 
especial. 
Quando falamos de recurso para o STF, como regra, deve 
haver uma violação à Constituição Federal (recurso 
extraordinário) - só caberá o recurso extraordinário quando 
essa violação for direta (aquela que afronta diretamente a 
Constituição, afronta diretamente o texto constitucional)! Não 
é cabível recurso extraordinário quando houver violação 
indireta (viola uma lei que tem por base a Constituição 
Federal). Ex.: Se o juiz indeferir determinada prova, a parte 
recorre ao TJ, alegando cerceamento de defesa - 
provimento do recurso negado pelo TJ - parte quer fazer 
um recurso extraordinário para o STF - STF vai admitir 
recurso? Não vai admitir pois viola o CPC, indiretamente. 
Bem fungível: bem substituível, ex: grãos de café; 
Bem infungível: bem não substituível. 
Dúvida fundada: discussão/dúvida na doutrina/jurisprudência 
sobre aplicabilidade de determinado recurso. 
O que era considerado má-fé (CPC/73)? Ex.: Prazo maior e 
prazo menor - perda do prazo menor - vou me valer da 
fungibilidade e vou interpor o recurso errado - a 
doutrina/jurisprudência considerava que, se houvesse dúvida 
fundada, se faça dentro do prazo do recurso que em tese 
seria cabível. 
 
Por que hoje não discutimos mais a má-fé? Porque os 
prazos recursaisforam todos uniformizados - 15 dias como 
regra geral, para tudo, exceto para os embargos de 
declaração (5 dias). 
▫ Dialeticidade 
Todo recurso precisa de fundamentação, dependendo para 
ser conhecido, de exposições de razões recursais, o que 
permite a realização de contraditório, possibilitando à 
contraria o oferecimento de contrarrazões. Todo recurso é 
formulado por meio de uma petição, manifestando não só a 
inconformidade com o julgado, mas também indicando os 
motivos de fato e de direito pelos quais se requer um novo 
julgamento. 
O que significa razões recursais? Primeiramente temos um 
arquivo do word (recurso) - a 1ª página é chamada de peça 
de interposição - será direcionada ao juiz de 1° grau, 
interpondo o recurso da decisão do magistrado. Na 2ª página 
temos a peça chamada de razões recursais, que será 
direcionada ao próprio relator, ao TJ. Nesse momento vamos 
trazer tantos os fundamentos de fato quanto de direito 
para impugnar especificamente a decisão judicial. 
Tenho que trazer os fundamentos de fato e de direito, 
impugnando a decisão judicial. Não basta impugnar 
genericamente. Exige uma fundamentação concreta que 
aponte o erro daquela decisão judicial. 
Dentro da Dialeticidade se abre o contraditório, ou seja, nos 
recursos, e como regra geral, nós temos o contraditório. No 
recurso de apelação nós temos a peça de interposição e as 
razões recursais. O réu (recorrido) é intimado à apresentar 
as contrarrazões ao recurso. 
A regra é a Dialeticidade, a exceção é o relator negar 
provimento das hipóteses do artigo 932 - se ele negar o 
provimento, não precisa ouvir a outra parte. 
Ademais, os embargos de declaração, no artigo 1023, § 2° - 
se não for modificada a decisão embargada, não dá direito 
ao contraditório. Se puder ser modificada a decisão 
embargada, dá direito ao contraditório. 
Art. 1.023 CPC. Os embargos serão opostos, no prazo de 5 
(cinco) dias, em petição dirigida ao juiz, com indicação do erro, 
obscuridade, contradição ou omissão, e não se sujeitam a 
preparo. 
§ 1º Aplica-se aos embargos de declaração o art. 229 . 
§ 2º O juiz intimará o embargado para, querendo, 
manifestar-se, no prazo de 5 (cinco) dias, sobre os 
embargos opostos, caso seu eventual acolhimento implique a 
modificação da decisão embargada. 
Em tese, sempre deveria ser dado o contraditório, por força 
do artigo 10, do CPC (posição doutrinária). 
 
▫ Voluntariedade 
Todo recurso é voluntário. Todo recurso depende de 
provocação da parte (advém do princípio da demanda). 
Sempre vai depender de provocação da parte. 
Recurso ex officio (artigo 496, do CPC): é recurso? 
Está correto? - R.: Não se trata de recurso! Chama-se 
remessa/reexame necessária, e não recurso ex officio. 
Trata-se de uma condição de eficácia da decisão judicial. Em 
regra, isso vai se dar demandas ou nas decisões contra a 
administração pública. 
Art. 496 CPC. Está sujeita ao duplo grau de jurisdição, não 
produzindo efeito senão depois de confirmada pelo tribunal, 
a sentença: 
I - proferida contra a União, os Estados, o Distrito Federal, 
os Municípios e suas respectivas autarquias e fundações de 
direito público; 
II - que julgar procedentes, no todo ou em parte, os 
embargos à execução fiscal. 
§ 1º Nos casos previstos neste artigo, não interposta a 
apelação no prazo legal, o juiz ordenará a remessa dos autos 
ao tribunal, e, se não o fizer, o presidente do respectivo 
tribunal avocá-los-á. 
No caso de desapropriação, por exemplo, o poder público 
quer construir uma creche onde está a sua casa, então ele 
faz um decreto com os atos desapropriatórios - O poder 
público quer pagar 100mil no imóvel e o valor dele na 
verdade é 250mil, essa decisão será reanalisada - 
Por que a remessa necessária é uma condição de eficácia da 
decisão judicial? Porque não transita em julgado enquanto não 
for apreciado pelo respectivo Tribunal. Se ninguém interpos 
recurso, o processo será encaminhado ao tribunal (o juiz não 
está recorrendo, ele encaminha para que o processo possa 
transitar em julgado). 
E se o juiz esquecer de encaminhar o processo ao tribunal? 
Parte final do § 1º --- se não o fizer, o presidente do 
tribunal irá avocar o processo. 
▫ Non reformatio in pejus 
Aquele que recorrer nunca pode ter sua situação agravada 
pelo próprio recurso. A regra não é absoluta, considerando a 
possibilidade do tribunal se manifestar ex oficio sobre 
matéria de ordem pública, como requisitos e pressupostos. 
Obs: salvo em recursos adesivos em razão da sucumbência 
recíproca. 
Também é aplicado no Processo Penal. O relator não tem 
muitas opções - temos o autor e o réu - tem um juiz que vai 
decidir e prolatar uma sentença - o juiz julga procedente - 
se ele julgou procedente, o autor ganhou e o réu perdeu – 
 
logo, o réu irá recorrer (interpõe apelação) - 
encaminhamento ao TJ - o autor só responde a apelação 
(apresenta as contrarrazões) - o TJ vai julgar a apelação, 
provido ou não provido (procedente ou improcedente) - se 
ele não provém, prevalece a sentença. Se apenas uma parte 
recorre, tudo que acontece no recurso só vai beneficiar 
aquele que recorreu. Se ambos recorrerem, pode 
beneficiar/prejudicar qualquer um dos dois. 
Exceção: análise de questões de ordem pública - são 
questões que não transitam em julgado, pois violam 
pressupostos de existência e de validade no processo. 
Questões de ordem pública podem ser conhecidas à qualquer 
momento pelo juiz, independentemente de ser provocado. 
Se for conhecida alguma questão de ordem pública, o tribunal 
não pode julgar diretamente, deve aplicar-se o artigo 10 do 
CPC. Ex.: Tenho dois pedidos, p1 (prescreve em 3 anos) e p2 
(prescreve em 5 anos). O juiz, na sentença, julgou 
procedente quanto ao P1 e julgou improcedente o P2. Se um 
deles é improcedente, eu irei recorrer - vou recorrer 
apenas o P2 - o réu não recorreu pois se conformou com a 
decisão - o tribunal disse que o P2 não era possível 
conceder, e diz que o p1 não era pra ser procedente pois já 
estava prescrito - nessa hipótese, deve-se fornecer o 
contraditório por conta do artigo 10 do CPC (antes de ser 
decretada a prescrição, o tribunal deve ouvir as partes). 
▫ Consumação/Preclusão Consumativa 
Uma vez interposto o recurso no prazo, é vedada sua 
substituição ou retificação. Não é mais possível corrigi-lo. 
Preclusão: Perda de uma faculdade de se praticar um ato 
processual. Existem três tipos: Preclusão Temporal (perda de 
prazo), Preclusão Consumativa (já realizou o ato) e Preclusão 
lógica (um ato é incompatível com o outro). 
Obs.: recurso adesivo é uma forma para aduzir novos 
argumentos. 
Técnicas de Julgamento 
dos Recursos 
A técnica de julgamento dos recursos está prevista nos 
artigos 929 à 946, e compreende dois tipos de julgamento: 
 Juízo de admissibilidade/juízo de prelibação; e 
 Juízo de mérito/juízo de delibação. 
Juízo de admissibilidade: juízo que analisa a presença dos 
pressupostos recursais. Equivalente à "extinção sem 
julgamento do mérito do recurso". A sentença fica mantida. 
Se for conhecido o recurso, passará o juízo de mérito, então 
o recurso poderá ser provido ou não provido. 
Juízo de Mérito: equivaleria à "procedência ou improcedência" 
do recurso. Verifica-se o mérito do recurso. Dar ou negar 
provimento. 
 
Ex.: Tenho um recurso - já foram ofertadas as 
contrarrazões - vai para o TJ - no tribunal ele é distribuído 
para uma câmara - na Câmara é distribuído para um relator 
(a própria câmara vai julgar o recurso) – 1º se realiza o juízo 
de admissibilidade (vão verificar se todos os pressupostos 
recursais estão presentes - ex.: Se foi interposto dentro do 
prazo; ex. 2: vão analisar se pagaram as custas) - se o 
recurso foi interposto fora do prazo, ele "morre aqui", pois 
no juízo de admissibilidade pode-se conhecer ou não 
conhecer o recurso (exige-se preenchimento dos 
pressupostos). Se o recurso for conhecido, temos um juízo 
de mérito - recurso poderá ser provido ou não provido. 
Apelação ; Recurso cabívelcontra sentença 
Agravo de instrumento : recurso cabível contra as decisões 
interlocutórias, desde que esteja no rol do Art. 1015, CPC. 
Quem faz esse juízo de admissibilidade e de mérito? Em 
regra, o próprio órgão julgador do recurso; o relator julga de 
forma provisória, com base no artigo 932, do CPC (órgão ad 
quem), e a Câmara julga de forma definitiva (juízo de 
admissibilidade definitivo e juízo de mérito). 
No exemplo dado, é a Câmara quem vai julgar. O relator faz 
um juízo de admissibilidade provisório e depois a Câmara julga 
novamente. 
Se o relator verificou que não está presente algum dos 
pressupostos, ele não conhece o recurso. Então, se ele não 
conhecer, caberá o recurso de agravo interno. 
Supondo que o próprio relator conheça do recurso, pode a 
câmara votar pelo não conhecimento? R: Sim, pois a decisão 
do relator é provisória. Qual a consequência do juízo de 
admissibilidade? Conhecer ou não do recurso. Conhecer do 
recurso quer dizer que está presente todos os 
pressupostos, já o não conhecer não estão presentes. 
Na época do CPC de 1973, que vigorou até 2015, o juiz de 1° 
grau fazia esse juízo de admissibilidade. No novo CPC não 
temos mais isso. O juiz de 1° grau não vai dar outra decisão 
de mérito no processo. Atualmente ele profere a sentença - 
se eu quero recorrer por meio da apelação - eu faço a peça 
de interposição e interponho pro juiz de 1° grau - o juiz diz 
ok, determina que o réu apresente as contrarrazões e 
remete o recurso ao tribunal (TJ), ele não faz qualquer juízo 
de admissibilidade. 
E o juiz de 1º grau? Ele não faz nada, só colhe as 
contrarrazões e remete ao tribunal de justiça. 
No caso dos tribunais superiores, STJ e STF, 
quem realiza o juízo de admissibilidade de forma prévia é o 
orgão a quo, e depois que foi conhecido o recurso ele sobe 
ao STJ e o relator faz um novo juízo de admissibilidade de 
forma prévia, e depois a própria corte, quando for julgar o 
recurso, faz o juízo de admissibilidade definitivo. 
 
Ou seja, nós temos um, acordão, e eu quero interpor um 
recurso especial ou um recuso extraordinário - faremos uma 
interposição ao próprio tribunal de justiça, especificamente 
para o presidente ou o vice-presidente do tribunal de justiça, 
e ele ou quem eles designarem, fará um juiz provisório de 
admissibilidade. 
Se tribunal conheceu o recurso, vai ao STJ ou STF, e lá o 
relator fará novo juízo provisório e depois a corte fará um 
juízo definitivo. 
Se o tribunal não conheceu, como regra, cabe o recurso de 
agravo em recurso especial ou agravo de recurso 
extraordinário ou agravo de recurso interno, e depois sobe o 
recurso ao STJ e STF. 
Em primeiro grau sobe direto o recurso, e o relator faz um 
juízo provisório de admissibilidade e a corte faz um juízo 
definitivo, e a consequência é conhecer ou não o recurso. 
Resumo: se estivermos falando de um acordão de 
tribunal, quem realiza primeiramente o juízo de 
admissibilidade será o presidente ou vice-presidente do 
tribunal, e, se conhecerem do recurso, sobe ao STJ ou STF, 
e o relator faz um novo juízo de admissibilidade, e depois a 
corte faz o juízo definitivo de admissibilidade. Se conhecer do 
recurso, ele preencheu todos os requisitos, se não conheceu 
faltou algum ou todos requisitos. 
---- Juízo “A Quo” e Juízo “Ad Quem” 
O que significa "juízo a quo" e "juízo ad quem"? Aquele é o 
órgão que prolatou a decisão recorrida. Este se refere ao 
órgão que julgará o recurso. 
Nesses dois recursos, RE e RESP, o órgão a quo faz um juízo 
de admissibilidade provisório. Se não conhecer do recurso, 
caberá o agravo em RE ou agravo em RESP, ou, dependendo 
da hipótese, agravo interno. 
Julgamento Singular 
ou Coletivo 
 
Art. 932, CPC – Ele permite que o relator julgue o recurso. 
Permitir que o relator julgue o recurso viola o princípio da 
colegiabilidade recursal? Não viola o princípio, pelo fato de 
que das decisões do relator cabe recurso para o colegiado. 
Ou seja, agravo interno, agravo em recurso especial, agravo 
em recurso extraordinário é julgado pelo colegiado, por isso 
se o relator fez um juízo de admissibilidade e não conheceu 
do recurso, você pode recorrer da decisão dele. Recorrendo 
da decisão dele quem julga é o próprio colegiado. 
Princípio da Colegiabilidade Recursal é o 
princípio em que os recursos interpostos ou recorrentes 
tem o direito que a decisão seja revista por um órgão 
colegiado p/ julgadores mais experientes (desembargadores). 
 
Ou seja, quando você interpõe um recurso, você tem o 
direito que este recurso seja julgado por um colégio de 
julgadores. 
 
 
Pressupostos Recursais 
 
Conceito - são os requisitos para recorrer de uma decisão 
judicial. São divididos em duas categorias: 
 
Pressupostos Intrínsecos: estão relacionados ao 
direito de recorrer. 
• Cabimento 
• Legitimidade Recursal 
• Interesse Recursal 
• Inexistência de fato impeditivo ou extintivo 
Pressupostos Extrínsecos: está relacionado à 
forma pela qual se recorre de uma decisão. 
• Tempestividade: relacionado ao cumprimento do prazo. 
• Preparo: pagamento das custas recursais. 
• Regularidade formal: requisitos específicos quanto à forma. 
Pressupostos Intrínsecos 
 
a-) Cabimento – É o pressuposto recursal em que, 
para cada decisão judicial, será cabível um único recurso 
específico. Ou seja, se tenho uma sentença o que será 
cabível é uma apelação. 
Ex.: Se tenho uma decisão interlocutória prevista no rol do 
Art. 1.015 CPC, será cabível o agravo de instrumento. 
Ex. 2: Se tenha uma decisão que ela é omissa, contraditória 
ou apresenta algum erro material, será cabível embargos de 
declaração. 
 
Ou seja, no cabimento nós temos que analisar se daquela 
decisão se cabe determinado recurso específico, e até 
mesmo se é cabível um recurso. O cabimento vai verificar se 
é cabível aquele recurso específico. Ex.: decisão que 
homologa uma transação, é cabível ação anulatória. 
Ex: Imagine que nós temos uma sentença que o juiz concede 
nela uma tutela antecipada na sentença. Uma pessoa precisa 
de medicamento que não consta na lista do sus, ele está 
registrado no SUS, mas não tem estoque do medicamento. A 
pessoa propõe a ação e o juiz nega a tutela antecipada no 
início, pois a pessoa não mostrou que não tem capacidade 
econômico-financeira, não mostrou que tem risco para 
saúde e afins. Foram produzidas as provas e, na sentença o 
juiz percebe que, de acordo com os fatos, a pessoa 
realmente tem direito aos medicamentos e julga procedente 
a ação. Na apelação, se o juiz apenas julga procedente e não 
tem uma tutela antecipada, a apelação é recebida apenas 
pelo efeito devolutivo e suspensivo, ou seja, a decisão que ele 
deu lá atrás fica estagnada, não consegue executar e surtir 
efeitos. Se, por acaso, o juiz tivesse dado a tutela antecipada 
a pessoa, mesmo havendo recurso, já teria direito aos 
medicamentos. O juiz, na própria sentença, julga procedente 
a ação e concede pela antecipada na sentença, para que a 
decisão já produza seus regulares efeitos. 
Qual é o recurso cabível dessa decisão? Apelação ou 
agravo? Vide artigo 1.015, inciso I, do CPC - Art. 1.015 CPC. 
Cabe agravo de instrumento contra as decisões 
interlocutórias que versarem sobre: I - tutelas provisórias; 
Resposta.: Apelação; mesmo que contenha decisões de 
natureza interlocutória, não desfigura o ato do juiz, que é 
justamente uma sentença. Da sentença cabe apelação, Art. 
1009, CPC. - *Sempre olhar o ato do juiz, ato maior. 
Esse questionamento pode vir, por causa do próprio Art. 
1015, I, CPC. 
Art. 1.009 CPC. Da sentença cabe apelação 
§ 3º O disposto no caput deste artigo aplica-se mesmo 
quando as questões mencionadas no art. 1.015 integrarem 
capítulo da sentença. 
b-) Legitimidade – É o mesmo que se perguntar 
“Quem pode recorrer? Quem tem o direito de recorrer?”. 
Regra geral, as partes podem recorrer, desde que seja 
sucumbente, aquele que perdeu a ação/aquele que sucumbiu 
a ação. E se for Litisconsórcio unitário? Lembrar da 
Classificação doutrinária:- Quanto as partes: litisconsórcio ativo/passivo/misto; 
- Quando ao momento: litisconsórcio inicial e ulterior; 
- Quanto a necessidade: litisconsórcio necessário/facultativo; 
- Quanto a necessidade de a decisão ser uniforme: 
litisconsórcio simples e unitário; 
 
Regra geral do litisconsórcio: Entre eles serão tratados como 
partes distintas, um litisconsorte não prejudica nem 
beneficia. 
Regra específica do litisconsórcio unitário: se o ato praticado 
por um beneficiar os demais, eles serão beneficiados, e, se o 
ato for prejudicial, será ineficaz. Se um dos litisconsortes 
unitários confessa, a confissão dele não tem qualquer 
validade. Porém, se for um ato benéfico, irá beneficiar todos. 
Aplicação disso na legitimidade aos recursos... Se estamos 
falando de um litisconsórcio unitário, sendo que um dos 
litisconsortes recorreu, esse recurso irá beneficiar a todos. 
Art. 1.005 CPC. O recurso interposto por um dos 
litisconsortes a todos aproveita, salvo se distintos ou opostos 
os seus interesses. 
Parágrafo único. Havendo solidariedade passiva, o recurso 
interposto por um devedor aproveitará aos outros quando 
as defesas opostas ao credor lhes forem comuns. 
Nos casos dos demais litisconsórcio, irá depender se a 
matéria de defesa for comum, não importando se temos 
litisconsórcio simples ou unitário. Se a matéria de defesa for 
comum irá beneficiar à todos. E se for prejudicar, não irá 
prejudicar a todos. 
Litisconsórcio simples: beneficia a todos; 
Litisconsórcio unitário: se a matéria for comum, beneficiará 
a todos, caso contrário, não. 
MP, pode recorrer? Pode, sempre que ele for parte ou 
fiscal da ordem jurídica. Nesses dois casos, o MP pode 
recorrer, mesmo que não for parte. 
E o terceiro prejudicado, quem é? Terceiro é aquele que não 
é parte, ou seja, se alguém for prejudicado na sua relação 
jurídica por determinada decisão judicial, pode recorrer? Sim! 
Ex: Imagine que numa ação judicial, o juiz fixou R$ 100,00 de 
honorários, e a sentença foi julgada procedente, mesmo 
tendo como honorário um valor muito baixo para o advogado. 
Neste caso, você pensa em comunicar o seu cliente para 
recorrer, porém, o objetivo do cliente já foi atendido, a ação 
já foi julgada procedente. O cliente com medo de o advogado 
recorrer até revoga a sua procuração. 
A pergunta é: Você advogado é parte do processo? Não, 
advogado não é parte, ele não tem legitimidade ordinária nem 
extraordinária. Ele apenas exerce a capacidade postulatória 
que a parte não tem, apresenta os interesses da parte, 
para que preste a tutela jurisdicional. Ele é apenas um veículo 
do interesse da parte ao poder Judiciário. 
De acordo com o exemplo acima, o advogado pode recorrer? 
Sim, na condição de terceiro prejudicado. Art. 996, PÚ CPC. 
Obs.: Doutrinador Marcus Vinicius inverte a classificação de 
fato impeditivo e extintivo, não acolher essa tese. 
 
Art. 996 CPC. O recurso pode ser interposto pela parte 
vencida, pelo terceiro prejudicado e pelo Ministério Público, 
como parte ou como fiscal da ordem jurídica. 
Parágrafo único. Cumpre ao terceiro demonstrar a 
possibilidade de a decisão sobre a relação jurídica submetida 
à apreciação judicial atingir direito de que se afirme titular ou 
que possa discutir em juízo como substituto processual. 
Terceiro prejudicado pode recorrer? Pode, se ele 
demonstrar que foi atingido pela decisão judicial. 
c-) Interesse Recursal - Conceito: é o interesse de 
agir, que é a necessidade e adequação de se interpor um 
recurso que estará demonstrado quando o recorrente for 
sucumbente, mesmo que de parte mínima. 
É necessário a via recursal para modificar a decisão judicial, 
e é necessário utilizar o recurso adequado. A adequação 
deve estar presente já no cabimento e a necessidade 
sempre que a parte for sucumbente, mesmo que em parte 
mínima, poderá recorrer a decisão. 
A ação foi julgada extinta sem julgamento do mérito, o réu 
pode recorrer? Sim, p/ que tenha um julgamento de mérito. 
d-) Inexistência de fato impeditivo ou 
extintivo do direito de recorrer - vai ocorrer um 
fato que impede ou extingue o direito de recorrer. 
Como diferenciar um fato impeditivo de um fato extintivo? 
Se impede o direito ao recurso quer dizer que a parte ainda 
não recorreu. Exemplo: juiz proferiu a sentença, veio um 
fato impeditivo do direito de recorrer e depois veio o 
recurso, que não será conhecido por conta deste fato 
impeditivo do direito de recorrer. 
 
Ou seja, fato impeditivo ocorre antes da interposição do 
recurso, na qual impede o próprio direito de recorrer. 
Ex: O juiz proferiu a sentença, veio um fato impeditivo do 
direito de recorrer e depois veio o recurso. Esse recurso 
não será conhecido por causa do fato impeditivo do direito 
de recorrer. 
Já o fato extintivo do direito de recorrer é um fato 
processual, que ocorre após a interposição do recurso 
extinguindo-o. 
 
 
Ex: Temos a sentença, depois o recurso e, antes do seu 
julgamento, vamos ter um fato, fato este que vai extinguir o 
recurso já interposto. 
--Fato Impeditivo do Direito de Recorrer 
O fato impeditivo ocorre antes da interposição do recurso. 
Temos 2 hipóteses/exs.: renúncia e aceitação/concordância. 
• Renúncia – Art. 999, CPC 
Art. 999 CPC. A renúncia ao direito de recorrer independe 
da aceitação da outra parte. 
Ex: a parte, depois que o juiz profere a sentença, a parte 
renuncia o seu direito de recorrer e, depois de três dias, ela 
vem recorrer. O recurso dessa pessoa não será conhecido 
por causa de um fato impeditivo ao direito de se recorrer. 
A parte renuncia o direito que possui de recorrer. Ex: o juiz 
profere uma sentença em audiência e pergunta: “as partes 
renunciam o seu direito de recorrer?”, o autor diz que sim e 
o réu diz que não, três dias depois, vem o advogado do réu 
interpondo recurso, dessa forma o recurso não será 
conhecido pelo fato impeditivo. 
• Aceitação ou concordância – Art. 1000, CPC 
Art. 1.000 CPC. A parte que aceitar expressa ou 
tacitamente a decisão não poderá recorrer. 
Parágrafo único. Considera-se aceitação tácita a prática, 
sem nenhuma reserva, de ato incompatível com a vontade 
de recorrer. 
Ex: Juiz condena o réu a pagar mil reais por danos materiais 
(batida de carro), o réu então deposita na conta do autor, 
porém, três dias depois, aparece um recurso no processo. 
Nesse caso será extinto porque existe um fato impeditivo. 
-- Fato Extintivo do Direito de Recorrer 
Ele extingue o direito de recorrer, ex.: desistência. 
• Desistência – Art. 998, CPC 
A desistência ocorre de maneira diferente dentro do 
processo. 
- Se colocarmos da petição inicial até a contestação, a parte 
pode desistir de forma livre, sem qualquer anuência da outra 
parte. - Da contestação até antes da sentença, pode 
desistir, mas dependerá da anuência do réu, e só produz 
efeitos com a homologação (exceção). Contrário ao artigo 
200 do CPC, que, em regra, à partir do momento em que se 
protocola e produz seus regulares efeitos, a desistência só 
vai produzir efeitos depois que for homologado pelo juiz. 
Na esfera recursal, temos a interposição do recurso até o 
seu julgamento; nesse caso a desistência também ocorre de 
forma livre. 
 
Art. 998 CPC. O recorrente poderá, a qualquer tempo, sem 
a anuência do recorrido ou dos litisconsortes, desistir do 
recurso – regra geral. 
Parágrafo único. A desistência do recurso não impede a 
análise de questão cuja repercussão geral já tenha sido 
reconhecida e daquele objeto de julgamento de recursos 
extraordinários ou especiais repetitivos. 
Pergunta: Imagine que teve um processo judicial, o juiz julgou, 
foi interposta uma apelação, a apelação foi julgada, e eu 
interpus recurso especial. No recurso especial, como 
estavam pipocando recursos sobre aquele assunto, foi 
levantado o recurso repetitivo/incidente de recurso 
repetitivo/ou se no STF foi reconhecida a repercussão 
geral, e eu quero permanecer com a decisão de 1° grau, 
desistindo do recurso, o que acontece? 
Se eu desistode um recurso que já foi interposto e 
reconhecido por sua repercussão geral ou por recurso 
repetitivo, o que acontece nessa situação? Qual é o efeito 
que causa essa desistência? 
R: 1° ponto – Se você desistiu, não tem problema, irá ficar 
com a decisão anterior. Ex.: foi julgado a apelação pelo 
acordão e do acordão eu recorri ao STF e do STF 
reconheceu repercussão geral, então desisto do recurso, 
nesse caso eu fico com a decisão do acordão. 
Ou então, tenho o meu acordão e recorri ao STJ e ele 
reconheceu o regime de recurso repetitivo e iria julgar o 
meu recurso, eu desisti, e fiquei com a decisão do acordão. 
Porém, simplesmente os tribunais superiores poderão julgar 
aquela questão em que foi reconhecido a repercussão geral 
ou foi reconhecido como recurso repetitivo. Nesse caso, na 
opinião do professor ficará decidido o que está no acordão, 
porém os tribunais superiores poderão julgar a questão de 
repercussão geral ou recurso repetitivo, ou seja, eles julgam 
e vão aplicar a todos os demais processos que veicularem a 
mesma questão, então, de qualquer forma, será fixado o 
precedente. - Previsão no Art. 998, PU., CPC. 
2º ponto - Tivemos a sentença, da sentença houve uma 
apelação, e dela resultou o julgamento de um acordão. Deste 
acordão eu interpus o recurso para o STF e é requisito a 
chamada repercussão geral, pois o STF reconhece a 
repercussão geral, porém, depois de ter reconhecido a 
repercussão geral, eu peço a desistência, na qual é um fato 
extintivo do direito de recorrer, logo, o recurso 
extraordinário será não conhecido, e ficaremos com a 
decisão do acordão. 
Da mesma forma, se fiz um recurso especial ao STJ, na qual 
reconheceu o regime de recursos repetitivos e logo após 
apresento a minha desistência, que será homologada pelo 
STJ e no final ficarei novamente com o acordão, mas o STJ 
vai julgar o processo, que será aplicado a todos os demais 
processos que veiculam a mesma decisão. 
 
Pressupostos Extrínsecos 
É a forma pela qual se recorre de uma decisão judicial. 
a-) Tempestividade – está sempre relacionado a 
prazo. A regra geral é que o prazo para recorrer é de 15 
dias. A exceção são os embargos de declaração, na qual o 
prazo é de 5 dias. 
• MP, DP, FP – Cuidado, estes temos prazo em DOBRO. 
o Intimação - RESP n. 1.349.935/SE – entrega dos autos na 
repartição – o prazo inicia a sua contagem a partir da 
entrega dos autos na repartição. Ex.: Juiz profere a 
sentença em audiência - quando começa o prazo do MP para 
recorrer? Da entrega dos autos na repartição do MP. Basta 
a entrada dos autos na repartição competente. 
• Litisconsórcio – A regra é a prazo simples. Exceção: tem 
prazo em dobro apenas se cumprir os seus requisitos 
cumulativamente. 
Quais os requisitos cumulativos para ter prazo em dobro? 
1. Processo/Autos físicos 
2. Com Procuradores diferentes 
3. De escritórios diferentes 
E se só um for sucumbente? Atenção a esse detalhe: se só 
um for sucumbente será prazo simples. 
Ex.: Temos um autor e três réus (A,B,C) - a ação foi julgada 
improcedente em face dos réus A e B, e procedente em 
face do réu C. Nesse caso, apenas o réu “C” poderá 
recorrer, pois ele foi o sucumbente e terá prazo simples. 
• Recurso remetido por correio – Art. 1003, §4° 
Art. 1.003 CPC. O prazo para interposição de recurso conta-
se da data em que os advogados, a sociedade de advogados, 
a Advocacia Pública, a Defensoria Pública ou o Ministério 
Público são intimados da decisão. 
§ 4º Para aferição da tempestividade do recurso remetido 
pelo correio, será considerada como data de interposição a 
data de postagem. 
Neste eu considero a data da postagem, porque se não a 
parte não tem o controle pelo o correio. Não se considera a 
data da chegada! 
• Feriado local – Art. 1003, §6° 
Por exemplo, se tinha um feriado municipal e eu precisava 
fazer uma interposição de recurso no estado, será 
necessário comprovar no processo a existência desse 
feriado, sob pena de considerar o recurso intempestivo. 
Essa informação deve estar na própria petição. Ex: Colocar a 
lei orgânica do município. 
 
Art. 1.003, § 6º.. O recorrente comprovará a ocorrência de 
feriado local no ato de interposição do recurso. 
• Recurso interposto antes da intimação 
Anteriormente existia um problema nisso, acontecia muito 
quando tinha o julgamento de uma apelação e ia fazer o 
recurso especial. Veja o seguinte caso: 
O advogado ia assistir a sessão de julgamento ou ia fazer a 
sustentação oral sobre determinado caso, ai a corte julgava 
o recurso/conhecia do recurso, negava provimento ao 
recurso e dai você sabia do resultado, porém, muitas vezes 
o acordão demorava para ser publicado. Nesse caso, o 
acordão ainda não foi publicado e você está com receio de 
perder o prazo, ai o advogado ia lá e interpunha o recurso; 
dois dias depois de interpor o recurso saia a publicação que 
você foi intimado da publicação do acordão, nesse momento, 
em tese, começava o prazo que você tinha para recorrer, 
só que você interpôs o recurso antes da intimação, e no CPC 
de 1973 não havia nenhuma legislação falando sobre isso. 
Até meados de 2000, os tribunais superiores entendiam que 
esse recurso fora do prazo e interposto antes de começar 
o prazo, era considerado intempestivo. 
 
Essa situação no CPC de 73 era considerada como recurso 
intempestivo. Hoje, no CPC de 2015, o recurso é tempestivo 
– Art. 218, §4°, CPC 
Art. 218 CPC. Os atos processuais serão realizados nos 
prazos prescritos em lei. 
§ 4º Será considerado tempestivo o ato praticado antes do 
termo inicial do prazo. 
OBS.: Se o recurso for intempestivo a consequência é seu 
não conhecimento. Ex.: Temos uma sentença - no 16° dia foi 
interposto o recurso de apelação - o juiz não recebeu do 
recurso, considerando que era intempestivo - porém, houve 
um erro do juiz, porque foi interposto no 15° dia - o juiz 
contou errado o prazo, achando que foi interposto no 16° dia 
e ele não recebeu o recurso. A pergunta era: o que 
podemos fazer nessa situação? 
1-) Se fosse intempestivo, o juiz de 1° grau pode não 
conhecer do recurso? Sim! Se o recurso realmente fosse 
intempestivo, haveria trânsito em julgado, pois o juiz daria o 
despacho de forma correta: "Considerando a 
intempestividade do recurso, indefiro, tendo em vista a 
formação da coisa julgada". 
2-) Sendo o recurso tempestivo, o que podemos fazer? 
Será cabível uma reclamação (previsão no art. 988, do CPC), 
para o TJ. É uma forma de impugnar a decisão judicial, mas 
não é um recurso. Advém do próprio direito de petição. 
 
b-) Preparo (Art. 1007, CPC) – o preparo envolve as 
custas recursais. 
Art. 1.007 CPC. No ato de interposição do recurso, o 
recorrente comprovará, quando exigido pela legislação 
pertinente, o respectivo preparo, inclusive porte de 
remessa e de retorno, sob pena de deserção. 
§ 1º São dispensados de preparo, inclusive porte de remessa 
e de retorno, os recursos interpostos pelo Ministério Público, 
pela União, pelo DF, pelos Estados, pelos Municípios, e 
respectivas autarquias, e pelos que gozam de isenção legal. 
§ 3º É dispensado o recolhimento do porte de remessa e de 
retorno no processo em autos eletrônicos. 
§ 5º É vedada a complementação se houver insuficiência 
parcial do preparo, inclusive porte de remessa e de retorno, 
no recolhimento realizado na forma do § 4º. 
§ 6º Provando o recorrente justo impedimento, o relator 
relevará a pena de deserção, por decisão irrecorrível, 
fixando-lhe prazo de 5 (cinco) dias para efetuar o preparo. 
Custas – As custas recursais são as taxas judiciárias, um 
tipo de tributo que você paga por utilizar a máquina estatal. 
Porte de Remessa e Retorno – Se o processo foi 
físico você vai pagar esse porte de remessa e retorno. Este 
é o valor cobrado para remeter o processo para o tribunal e 
depois para ele voltar a origem, ele volta para o 1° grau. Se o 
processo for eletrônico, só incidirá as custas recursais 
(aproximadamente 4% do valor da condenação). 
Isenção – Administração públicae suas autarquias: o 
estado terá isenção. 
Beneficiários da Justiça Gratuita – Aqui é 
importante lembrar que ela pode ser deferida a qualquer 
tempo, desde a petição inicial, bem como no recurso. – Art. 
98 e seguintes, do CPC. 
Ex.: Imagine a seguinte situação - se o cliente tinha dinheiro 
na época que você propôs a ação - a ação foi julgada 
improcedente e você, advogado, quer recorrer da decisão - 
no momento em que o juiz deu a sentença, você fala para o 
seu cliente que precisa recorrer - porém, o cliente fala que 
não tem dinheiro para pagar o recurso - a pergunta é: pode 
solicitar gratuidade da justiça na interposição do recurso? 
Sim! Eu peço a interposição do recurso, não junto nada, não 
realizo qualquer pagamento, e o tribunal, especificamente o 
relator, decidirá sobre a justiça gratuita. Se o relator 
indeferir a justiça gratuita, ele deve dar o prazo de 5 dias 
para recolher o respectivo valor. 
Art. 101 CPC. Contra a decisão que indeferir a gratuidade ou 
a que acolher pedido de sua revogação caberá agravo de 
instrumento, exceto quando a questão for resolvida na 
sentença, contra a qual caberá apelação. 
 
§ 1º O recorrente estará dispensado do recolhimento de 
custas até decisão do relator sobre a questão, 
preliminarmente ao julgamento do recurso. 
§ 2º Confirmada a denegação ou a revogação da gratuidade, 
o relator ou o órgão colegiado determinará ao recorrente o 
recolhimento das custas processuais, no prazo de 5 (cinco) 
dias, sob pena de não conhecimento do recurso. 
Deserção – Sanção processual que acarreta o não 
conhecimento do recurso, pela não realização do preparo. 
Nada mais é quando a parte não recolhe as custas/tendo 
que recolher, não recolhe as custas e aplica-se essa sanção. 
(não pagamento das custas). 
--- Peculiaridades da deserção 
Pode o relator considerar deserto o recurso sem qualquer 
possibilidade da parte recolher o tributo? Não; temos duas 
situações: 
o Recolhimento menor 
1. O recorrente recolhe apenas parte das custas na 
interposição. Ex: tinha que recorrer 1000 e recolheu 100. 
O relator concede um prazo de 5 dias para recolher o 
restante, ou seja, neste exemplo, os R$ 900,00 que estão 
faltando; se não recolher, considera deserto. 
§ 2º A insuficiência no valor do preparo, inclusive porte de 
remessa e de retorno, implicará deserção se o recorrente, 
intimado na pessoa de seu advogado, não vier a supri-lo no 
prazo de 5 (cinco) dias. 
o Sem recolhimento 
2. O Recorrente em nada recorre. Ex.: tinha que recolher 
1000 e não recolheu nada. Mesmo assim, o relator deve dar 
possibilidade de pagar. Como não recolheu nada, haverá uma 
sanção, prazo de 5 dias para recolher em dobro (R$ 
2.000,00), sob pena de reconhecer o recurso deserto. 
§ 4º O recorrente que não comprovar, no ato de 
interposição do recurso, o recolhimento do preparo, inclusive 
porte de remessa e de retorno, será intimado, na pessoa de 
seu advogado, para realizar o recolhimento em dobro, sob 
pena de deserção. 
o Equívoco na guia de custas – também será dado 
o prazo de 5 dias para regularizar; não acarreta deserção. 
Ex.: Tinha que recolher sob o número 100 e o advogado 
recolheu sob o número 101, vai ter que regularizar junto ao 
banco ou na guia correta, para solicitar restituição do valor. 
§ 7º O equívoco no preenchimento da guia de custas não 
implicará a aplicação da pena de deserção, cabendo ao 
relator, na hipótese de dúvida quanto ao recolhimento, 
intimar o recorrente para sanar o vício no prazo de 5 (cinco) 
dias. 
 
Regularidade Formal 
Os recursos possuem uma forma para serem interpostos. 
Razão recursais – São duas peças, uma de 
interposição e outra de razões recursais. Nas razões 
recursais, será onde eu vou impugnar especificamente a 
decisão judicial. 
Escrito – O recurso sempre é escrito. Não tem recurso 
oral no processo civil. Até mesmo no JEC (até 20 salários 
mínimos), o recurso é escrito e necessita de advogado. 
Capacidade postulatória – A parte pode ir 
sozinha sem advogado até no JEC, somente até a sentença 
de 1° instancia. A partir do momento que precisa recorrer, 
precisa de advogado. 
Assinatura – Deve ser sempre assinado, é um vício 
sanável, então pode ser regularizado. 
Efeitos Recursais 
São as consequências da interposição de um recurso. 
Sempre quando falamos de efeito, lembrar que é uma 
consequência. A interposição do recurso vai gerar certas 
consequências/efeitos no processo. Consequências que 
podem advir diante da interposição de um recurso. 
Temos 09 possíveis efeitos recursais, sendo eles: 
1-) Efeito Obstativo: aquele que impede a formação da 
coisa julgada. Ou seja, enquanto estiver tramitando o 
recurso, aquela solução permanece em aberto, pode haver 
modificações naquela decisão. 
Ex.: Temos a sentença - dentro de 15 dias posso interpor 
apelação - essa apelação impede que a sentença transite em 
julgado. O recurso será conhecido, depois será julgado - se 
não recorrer deste acórdão, fará coisa julgada. Contra 
acórdão cabe recurso especial e recurso extraordinário. 
O efeito obstativo não importa em ineficácia da decisão; não 
impede que aquela decisão produza seus regulares efeitos. 
2-) Efeito Devolutivo: “tantum devolutum quantum 
appellatum" - estamos falando em remeter a matéria julgada 
para novo julgamento pelo mesmo órgão ou outro 
hierarquicamente superior. Devolver a matéria para que o 
tribunal julgue novamente. Remete aquela matéria que já foi 
julgada para novo julgamento. 
Se estamos falando do processo de conhecimento, nós 
sabemos que, em 1 grau, será julgado pelo juiz de direito, na 
justiça estadual. Posso Interpor uma apelação da sentença 
(artigo 1009) e ela vai ser julgada pelo TJ (órgão 
hierarquicamente superior). Exemplos de recursos julgados 
pelo mesmo órgão: 
 
 
Ex. 1: Se falarmos da lei de execução fiscal, por exemplo, (lei 
6.830), nas execuções de até 50 ORTN's, teremos os 
embargos infringentes, que serão julgados pelo próprio juízo 
a quo. 
Ex. 2: Embargos de declaração - são julgados pelo juízo a quo. 
Posso devolver para o próprio órgão prolator da decisão ou 
para um órgão hierarquicamente superior. 
O efeito devolutivo pode ser concebido em duas dimensões, 
ou seja, dois planos que ele pode ser analisado e estudado: 
Ex.: Piscina cortada ao meio - posso analisar a cognição do 
juiz, num aspecto horizontal, ou num plano de profundidade, 
no aspecto vertical 
Dimensão Horizontal: o efeito devolutivo pode ser 
restrito/pontual à uma matéria, ou abarcar qualquer 
matéria. A matéria à ser conhecida pode ser restrita ou 
ampla. Ex.: Apelação - o órgão a quem tem uma cognição 
ampla, conforme artigo 1.013, do CPC. Na apelação cabe toda 
e qualquer situação prevista no processo ou apenas uma. 
Ex.: Agravo de instrumento tem uma cognição restrita ao 
artigo 1.015, do CPC. 
Ex.: RE e RESP estão sujeitos ao pré-questionamento, ou 
seja, se não for debatido na decisão, não será possível 
recorrer - cognição restrita. 
Art. 1.013 CPC. A apelação devolverá ao tribunal o 
conhecimento da matéria impugnada. 
§ 1º Serão, porém, objeto de apreciação e julgamento pelo 
tribunal todas as questões suscitadas e discutidas no 
processo, ainda que não tenham sido solucionadas, desde que 
relativas ao capítulo impugnado. 
§ 2º Quando o pedido ou a defesa tiver mais de um 
fundamento e o juiz acolher apenas um deles, a apelação 
devolverá ao tribunal o conhecimento dos demais. 
Dimensão Vertical: está relacionada à profundidade que 
o juízo pode conhecer. Se verificarmos o artigo 1013, 
parágrafo 2°, vamos ver que, na apelação, a profundidade 
da análise desse recurso chega ao extremo. Ou seja, todos 
os fundamentos podem ser conhecidos pelo tribunal. 
No caso de RE e RESP, no seu aspecto vertical, há uma 
restrição, pois existe um pré-questionamento. Se eu quiser 
levantar alguma tese para o STJ ou STF, antes de mais nada, 
tem que ser discutido ou debatido pelo órgão a quo. 
Pré-questionamento: temos o acórdão - deste acórdão eu 
quero Interpor um RESP

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