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As correntes do pensamento antropológico

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Evolucionismo: Seu ideário deriva do Iluminismo. Era comum pensar que havia apenas uma linha possível para o desenvolvimento da cultura e que todos os povos percorreriam os estágios evolutivos que iam dos estados mais simples e primitivos até os mais complexos e sofisticados, até se unificarem. A evolução era pensada a partir do grau de sofisticação das instituições sociais e da cultura material dos povos. A base para comparação era a sociedade industrial americana.
O sistema de classificação que distribuía os povos na escala evolutiva refletia a maneira como o mundo ocidental olhava para as outras culturas.
Principais ideais do evolucionismo: As sociedades humanas devem ser comparadas entre si por meio de seus costumes.
Os costumes têm uma origem, uma substância e, evidentemente, um fim.
As sociedades desenvolvem-se linearmente.
As diferenças entre as sociedades são distribuídas em uma escala de tempo progressiva que tem como modelo final a sociedade industrial do século XIX.
Difusionismo: Teoria etnológica segundo a qual as diferentes culturas humanas teriam vindo todas de uma única cultura inicial que se teria espalhado pouco a pouco. Essa corrente formula a teoria de que, identificando os empréstimos culturais ao longo da história de contato entre os povos, é possível descobrir as leis gerais que regem o movimento das sociedades primitivas.
Escola difusionista inglesa: argumentavam que toda a cultura existente no mundo teria seu epicentro no Egito.
Escola difusionista da Áustria e da Alemanha: admitiam uma perspectiva um pouco mais pluralista sobre a origem da cultura. Consideravam, neste sentido, a existência de vários centros de distribuição.
Escola difusionista americana: incentivavam a coleta de material etnográfico nas sociedades que ainda existiam, para depois formular seus modelos teóricos sobre a trajetória e distribuição da cultura. Sua função seria auxiliar o antropólogo a analisar a trajetória de certos traços culturais dentro de um território delimitado.
Culturalismo: Foi a primeira corrente de pensamento da Antropologia a romper com a ideia de que todos os grupos humanos evoluem conjuntamente de um estágio atrasado e rudimentar até alcançar uma existência coletiva, complexa e sofisticada. Não interessava ao Culturalismo classificar os estágios de desenvolvimento dos povos nem distribuí-los em uma escala evolutiva. E, diferentemente dos difusionistas, a demarcação dos círculos culturais não se poderia restringir apenas a explicar os processos de intercâmbio entre os grupos.
O desenvolvimento histórico de cada uma das culturas não teria de ser necessariamente o mesmo.
O impacto do Culturalismo foi profundo. Além da formulação de um novo paradigma, esta corrente de pensamento impulsionou a reflexão antropológica não apenas no contexto da América do Norte, mas também na Europa, renovando, reformulando as perspectivas dos antropólogos sobre suas próprias teorias e a forma como olhavam os povos que estudavam.
As últimas décadas do século XX foram marcadas por um processo de autoconscientização dos povos em relação às suas culturas como formas de ação política, no que diz respeito à reivindicação de direitos. Se durante centenas de anos, as pessoas viviam culturalmente sem saber disso, na virada do último século, tornou-se importante para várias minorias étnicas conhecer e enfatizar os aspectos distintivos de sua cultura. Assim, garantir seu lugar ao sol num contexto marcado pelo processo de globalização. Não se tratava, pois, de uma questão de autenticidade ou de inautenticidade desses povos, mas sim da manifestação plena dos aspectos criativos e transformativos que caracterizam efetivamente a vida social.
De uma perspectiva preocupada com os aspectos de coerência e ordem, frisando a cultura como algo estável, fechado e coeso, passamos a uma abordagem simbólica da cultura, onde as representações de significado eram vistas como compartilhadas e definidoras dos modos possíveis de ação das pessoas. No final do século XX, foram apresentadas perspectivas mais heterogêneas para o conceito de Cultura, em que a ênfase era direcionada aos aspectos antagônicos da vida social e às diferentes maneiras pelas quais as pessoas manifestam suas individualidades e interesses. Tal formulação permite que o conceito de Cultura possa ser usado para pensar questões como as transformações sociais, do mesmo modo que não trata cada personalidade como o resultado de seu ambiente cultural.

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