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Eduardo Secchi – História do Pensamento Econômico I - Universidade Federal do Rio Grande do Sul
				Primeiro Estudo Dirigido
Questão 1: A Idade Média foi marcada como um período de intenso controle da Igreja sobre a sociedade, uma forte instabilidade social impedindo a criação de qualquer forma centralizada de poder na Europa Ocidental. O medo dos “bárbaros” era constante e as cidades eram vistas como inseguras por serem “alvos” dos bárbaros. Com o domínio da Igreja a visão da sociedade e da ciência era voltada ao Teocentrismo, o homem era um ser secundário na existência, Deus era o criador e guardião do universo, o lucro era condenado pela igreja assim como a usura, mercadores eram malvistos pela sociedade, qualquer forma de razão que desafiasse a supremacia de Deus e da Igreja era duramente reprimida. 
	Tais práticas duraram séculos e causaram um desgaste da Igreja para com os detentores de um capital que vinha sendo acumulado via comércio e pequenas manufaturas, principalmente nas Cidades-Estado italianas, e também um desgaste dentro do meio eclesiástico que não concordava com os rumos que a Igreja vinha tomando. Com o surgimento do Racionalismo e da Reforma Protestante a sociedade viu uma modificação do modo como eram vistos as relações sociais, econômicas e produtivas. Não mais Deus estava no centro do mundo mas o Homem, o mercador e o manufatureiro não eram malvistos mas agora, eram os que enriqueciam a sociedade, a razão começa a prevalecer sobre a religião. Tais mudanças provocaram um fomento a mudanças no modo de produção, as cidades renasceram e viraram polos de comércio e de produção atraindo cada vez mais pessoas em busca de produtos e trabalho; criou-se uma base para as 2 revoluções mais importantes da era moderna, a Industrial que mudou as relações econômicas e a Francesa que modificou a estrutura política que antes era mantida pela Igreja e pela Nobreza e agora passou a ser mantida pelo burguês e pelo proletário. Todas essas mudanças levaram a criação de uma base para o capitalismo fervente na sociedade.
Questão 3: A ciência moderna passou, após o avanço do racionalismo sobre a filosofia cristã, a utilizar a razão como fonte de desenvolvimento. Não mais forças divinas atuavam e sim funções e equações matemáticas, não mais Deus controlava tudo, mas a ciência. Com o avanço do capitalismo, o crescimento das riquezas e da capacidade produtiva, foi necessário criar métodos e teorias sobre esta nova área que estava surgindo. A religião não explicava as mudanças sociais que vinham ocorrendo dentro da sociedade feudal, muito menos as mudanças econômicas, abriu-se um vácuo de teorias sobre essas mudanças e diversos pensadores surgiram para tentar preenche-lo. O uso cada vez maior da razão, somado à necessidade de respostas sobre tal tema, levaram ao surgimento de uma ciência nova, especializada no assunto, a ciência econômica.
Questão 4: O mercantilismo acreditava que a acumulação de metais era a fonte da riqueza, os metais preciosos como ouro e prata não poderiam sair do país, caso contrário, este empobreceria. Tal teoria (mercantilista) ditava três práticas para um Estado enriquecer: A Balança Comercial favorável, onde se devia exportar mais do que importar para garantir a permanência dos metais no país, O Pacto Colonial, que visava a colonização de novas terras para garantir um fornecimento de recursos para a metrópole tendo esta o monopólio do comércio com a colônia, e O Protecionismo, que era utilizado como medida auxiliar para manter a Balança Comercial favorável ao impor impostos altos sobre produtos importados e outras medidas para dificultar a entrada de produtos importados no país. O comércio exterior para os mercantilistas era um jogo de soma zero, quando um Estado ganhava riquezas, outro necessariamente perdia. Quanto a concepção de população, era necessária que fosse volumosa e trabalhadora, não poderiam existir homens que não tivessem ocupação, pois isto atrasava o progresso do país.
Questão 5: Um dos requisitos fundamentais para uma teoria ou um tipo de pensamento ser considerado ciência é possuir uma Escola que trabalhe com certos padrões para estudar determinado assunto. A Economia é uma ciência, portanto, possui pelo menos uma escola que trabalhe com padrões para estuda-la. O mercantilismo não formou uma escola. Na realidade, os autores mercantilistas se consideravam
Questão 6: A Espanha foi o país mais bem sucedido na primeira fase colonial. Possuía massivas porções territoriais ricas em ouro, prata, cobre e outros metais de valor. Utilizando de teorias mercantilistas, o país proibiu a saída de ouro e passou a acumular massivas quantidades de metais, mas no final do período era um dos mais pobres da Europa. A Espanha, por adquirir metais de maneira rápida, fácil e barata, não se preocupou em fomentar as manufaturas e outros tipos de produção dentro de seu país, os espanhóis poderiam facilmente comprar produtos e bens que necessitavam de outros Estados, que por não possuírem colônias ou por estas não possuírem metais de fácil prospecção, acabaram por incentivar e criar indústrias fortes, como é o caso da Inglaterra. Um dos maiores erros conceituais dos mercantilistas e que a Espanha adotou, foi a teoria de que os metais eram a riqueza a ser acumulada, quando na realidade só eram facilitadores de troca como moeda. Conforme a lei da escassez, a acumulação massiva de metais na Espanha levou a uma alta generalizada dos preços em metais, ou seja, uma grave inflação, que acabou por consumir rapidamente as reservas espanholas. O erro só veio a ser identificado pelos primeiros economistas, quando já era tarde e a Espanha sofria com a pobreza e com a inflação, tais autores, como Adam Smith, formularam as primeiras teorias econômicas que viriam a dar origem a chamada Ciência Econômica, dentre tais teorias, a de que as moedas, no caso da época o ouro, eram apenas facilitadores de trocas e seu valor flutuava.
Questão 13: Smith acredita na existência de um preço natural dos bens baseado em sua teoria do valor trabalho, mas também acreditava na influência do fator escassez/abundância dos produtos no mercado, o que torna os preços permanecer em uma “órbita” ao redor do preço natural. A tese de Smith é influenciada pela teoria cartesiana que se baseia na matemática e no racionalismo para formulação de teorias e Smith se apropria da Teoria da Gravitação Universal de Newton para corroborar sua tese.
Questão 16: A Lei de Say é uma teoria postulada por Jean-Baptiste Say, economista francês, onde torna-se impossível crises de superprodução pelo princípio de que “a oferta gera sua própria demanda”. A teoria de Say admitia que era possível haver superprodução de bens em determinados setores isoladamente mas jamais uma crise generalizada pois “a oferta agregada é igual a demanda agregada” e o sistema acabaria sempre tendendo ao equilíbrio de oferta x demanda.
Questão 17: O Modelo da Renda Diferencial da Terra demonstra que conforme a demanda por alimentos aumenta a quantidade de terra necessária para cultivá-los aumenta também, gerando uma necessidade por ocupar terras de menor fertilidade conforme as de maior fertilidade já estão ocupadas. As terras de maior fertilidade serão chamadas de F1, as de fertilidade intermediária de F2 e as de baixa fertilidade de F3. Ao serem ocupadas terras de fertilidades diferentes, os preços dos alimentos sobem, devido a menor produtividade das terras F2, F3 ... e da necessidade do uso de uma quantidade de trabalho maior nestas terras para se obter a mesma quantidade de produto de F1.Ricardo adotou a teoria de Smith de que os lucros tendem a equalizar e que os salários tendem a se manter no mesmo nível, o de subsistência, como então explicar o preço maior dos produtos agrícolas? Ricardo colocará a culpa nos Rentistas, que por possuírem terras F1, cobram uma renda aos que produzirão nelas, o que fará com que o lucro dos agricultores permaneça igual, o salário também, mas o preço suba. Isto só é permitido devido a Lei de Cereais vigente no períodode Ricardo. Tal lei proibia a importação de cereais, o que fazia o preço dos cereais (maior fonte de alimentos para o trabalhador) subir. O Lucro dos capitalistas não poderia subir, de acordo com a teoria de equalização dos lucros, mas com o aumento do preço dos cereais, os salários deveriam ser maiores, ou a população começaria a morrer. Com salários maiores, lucros iguais e preços iguais, os capitalistas passavam a ganhar cada vez menos lucro sobre o que produziam, gerando um conflito com os arrendatários, que eram os principais culpados desta queda segundo a teoria de Ricardo.
Questão 18: Ricardo advogou no parlamento pelo fim da Lei dos Cereais pois ele acreditava que o prejuízo dado por tal lei levava ao Estado Estacionário, onde a economia não mais consegue se desenvolver. No curto prazo a lei se manteve, Ricardo morreu (1823) antes da lei ser revogada em 1846, mas certamente sua teoria e sua luta contra a lei levaram ao fim desta, e a um desenvolvimento de novas leis de importação, como a que sucedeu a Lei de Cereais.
Questão 20: Ricardo, utilizando a teoria de Smith de que o Comércio Internacional não é um jogo de soma zero, refinou e corrigiu a teoria de Smith, visto que tal teoria ( das vantagens absolutas) poderia levar um Estado a não produzir nada pois o mesmo poderia não ter vantagem absoluta sobre nenhum bem. Na teoria ricardiana das Vantagens Comparativas, o autor afirma que mesmo um país possuindo vantagem absoluta inferior a outro, ambos podem fazer comércio devido a proporcionalidade dos custos de produção dos bens em relação a outros bens em cada país. Utilizando o exemplo do vinho e do tecido no comércio Inglaterra-Portugal, Ricardo demonstra que mesmo Portugal possuindo desvantagem absoluta em ambos os produtos perante a Inglaterra, Portugal possuía vantagens comparativas na produção de vinho. O país que se especializa-se na produção de bens em que tivesse vantagens comparativas lucraria ao comercializar tais bens no mercado internacional com países que tivessem vantagens menores.

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