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a. Questões 1. (FCC) TRT - 11ª Região (AM e RR) 2017 - Analista Judiciário - Área Administrativa Matias é motorista da família Silva prestando seus serviços três dias da semana, no qual leva e busca as crianças na escola. Felícia é jardineira exercendo suas atividades para a família Silva quatro vezes por semana. Gilberto faz faxina na residência da família Silva uma vez por semana. E, por fim, Deise é acompanhante da matriarca da família Silva duas vezes por semana. Nestes casos, observando-se o requisito temporal e considerando que os demais requisitos legais estão presentes, tratam-se de empregados domésticos (A) Matias e Felícia, apenas. (B) Matias, Felícia e Deise, apenas. (C) Matias, e Deise, apenas. (D) Matias, Felícia, Gilberto, apenas. (E) Matias, Felícia, Gilberto e Deise. 2. (FCC) TRT - 14ª Região (RO e AC) 2016 – Analista Judiciário – Oficial de Justiça Rodada #8 Direito do Trabalho Prof. Milton Saldanha e Profa. Alessandra Vieira DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO 2 Avaliador Thales prestou serviços à empresa Celestial Produções pelo prazo de 10 meses. Para que se configure o vínculo empregatício, ou seja, relação de emprego, entre as partes referidas é necessário que se comprovem os seguintes requisitos legais: (A) Boa fé contratual, autonomia, onerosidade, pessoalidade e eventualidade. (B) Exclusividade, onerosidade e habitualidade. (C) Subordinação, imprescindibilidade, indisponibilidade e irrenunciabilidade. (D) Pessoalidade na prestação dos serviços, subordinação jurídica, não eventualidade e onerosidade. (E) Subordinação econômica, comutatividade com divisão dos riscos, continuidade e exclusividade. 3. (FCC) TST 2017 – Juiz do Trabalho Substituto I. O princípio da primazia da realidade ou do contrato realidade autoriza a descaracterização de uma pactuada relação civil de prestação de serviços, instrumentalizada em documento escrito, desde que, no cumprimento do contrato, despontem, objetivamente, todos os elementos fático-jurídicos da relação de emprego. II. O princípio da intangibilidade salarial deve ser analisado de forma absoluta, admitindo-se exceção única quando se verificar a anuência expressa do trabalhador, por escrito, em razão da efetiva possibilidade de manutenção de seu emprego. III. O princípio da continuidade do qual o contrato de trabalho constitui presunção favorável ao empregador em razão da segurança jurídica contratual, razão pela o ônus da prova, quanto ao término do contrato de trabalho, é do trabalhador, nas hipóteses DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO 3 em que são negadas a prestação dos serviços e o despedimento. IV. Em consonância com o princípio da intangibilidade contratual objetiva, a mudança subjetiva perpetrada no sujeito empregador não se configura apta a produzir mudança no corpo do contrato, em seus direitos e obrigações. Está correto o que se afirma APENAS em (A) II, III e IV. (B) I e II. (C) II e III. (D) I, III e IV. (E) I e IV. 4. (CESPE) TRT 7a Região (CE) 2017 – Analista Judiciário – Área Judiciária Reclamatória foi ajuizada para pleitear o pagamento de adicional de horas extras. Na análise dos documentos instrutórios, notou-se que, no período em que se baseou o pedido, existia convenção coletiva da categoria fixando o referido adicional em 52% sobre a hora normal, contrato de trabalho entre as partes indicando adicional de 60% sobre a hora normal e regulamento da empresa determinando adicional de 65% sobre a hora normal. Considerando-se que a Constituição Federal de 1988 (CF) prevê que o referido adicional deve ser pago no patamar mínimo de 50% sobre a hora normal, à luz da hierarquia das fontes de direitos na seara trabalhista, caso o pedido seja deferido, deve ser aplicado o adicional previsto (A) no contrato de trabalho. DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO 4 (B) na CF. (C) na convenção coletiva da categoria (D) no regulamento da empresa. 5. (FCC) TST 2017 – Analista Judiciário – Área Judiciária Sobre a legislação que regula o trabalho doméstico: (A) é lícita a contratação por prazo determinado de empregado para substituir temporariamente outro com contrato interrompido ou suspenso, não podendo ser firmado por prazo superior a 1 ano. (B) o acompanhamento do empregador em viagem pelo seu empregado deve ser previamente pactuado por escrito entre eles, sendo que a remuneração do salário- hora em viagem será de, no mínimo, 50% do salário-hora normal. (C) o período de férias poderá, desde que haja acordo escrito entre empregado e empregador, ser fracionado em até 2 períodos, sendo 1 deles de, no mínimo, 14 dias corridos. (D) é facultado ao empregador efetuar descontos no salário do empregado, mediante acordo escrito entre as partes, para a inclusão do empregado em planos de previdência privada, não podendo a dedução ultrapassar 30% do salário. (E) poderão ser descontadas do salário do empregado as despesas com moradia quando essa se referir a local diverso da residência em que ocorrer a prestação de serviço, desde que essa possibilidade tenha sido expressamente acordada entre as partes. DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO 5 6. (FCC) TST 2017 – Analista Judiciário – Área Administrativa Os sócios das empresas Turismo Maravilha Ltda. e Festa de Arromba Promoções e Eventos Ltda. são os mesmos. A primeira delas é sediada em Maceió e a segunda tem sede em Belo Horizonte, desenvolvendo suas atividades exclusivamente nessas cidades. Em todos os eventos realizados pela Festa de Arromba são sorteados pacotes turísticos da Turismo Maravilha, sendo esse o meio encontrado pelos sócios para o desenvolvimento das atividades dessa última, que foi inaugurada há pouco tempo. Essa integração tem se mostrado muito importante para o desenvolvimento da Turismo Maravilha, sendo os sorteios a única forma de divulgação e publicidade da empresa. Em relação à situação descrita, (A) as empresas não integram grupo econômico, tendo em vista que exercem atividades completamente distintas, não havendo integração entre as mesmas, sendo que a mera identidade de sócios não é suficiente para caracterizar grupo econômico. (B) não há formação de grupo econômico pois, além das atividades das empresas serem completamente distintas, as mesmas localizam-se em cidades diferentes, não havendo interesses integrados. (C) embora as empresas tenham atividades distintas, a identidade de sócios, aliada ao interesse integrado, à efetiva comunhão de interesses e a atuação conjunta das mesmas, leva à caracterização do grupo econômico. (D) há formação de grupo econômico, tendo em vista que a simples existência de sócios em comum é fator suficiente para tal caracterização. (E) há formação de grupo econômico em razão da existência de sócios comuns e de interesses integrados, sendo que as empresas são subsidiariamente responsáveis pelas obrigações decorrentes da relação de emprego. DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO 6 7. (CESPE) TRT - 7a Região (CE) 2017 – Analista Judiciário – Área Judiciária A empresa A adquiriu a empresa B, que pertencia ao mesmo grupo econômico da empresa C, a qual não foi adquirida pela empresa A. Meses depois, a empresa A foi surpreendida com reclamação trabalhista de um empregado da empresa C, o qual requereu a condenação solidária das empresas A e B sob o fundamento de que, na época da compra da empresa B pela empresa A, a empresa C era reconhecidamente inidônea. Nessa situação, o pedido de condenação está(A) correto, porque o simples fato de as empresas pertencerem ao mesmo grupo econômico é suficiente para a condenação solidária em qualquer caso de sucessão trabalhista. (B) errado, porque a empresa C não foi adquirida pela empresa A, de modo que esta não responde pelos débitos trabalhistas daquela. (C) correto, porque as empresas A e B são responsáveis solidariamente pelas condenações da empresa C face à sucessão trabalhista operada. (D) errado, porque a única hipótese de condenação solidária na sucessão trabalhista seria diante da comprovação de fraude na sucessão. 8. (FCC) TST 2017 – Juiz do Trabalho Substituto Conforme previsões contidas na Lei do Trabalho Rural − Lei n° 5.889/1973 é INCORRETO afirmar: (A) A cessão pelo empregador de moradia e de sua infraestrutura básica, assim como a de bens destinados à produção para sua subsistência e de sua família, não integram o salário do trabalhador rural, desde que caracterizados como tais, em contrato escrito DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO 7 celebrado entre as partes, com testemunhas e notificação obrigatória ao respectivo sindicato de trabalhadores rurais. (B) Considera-se empregador rural a pessoa física ou jurídica, desde que proprietária de área rural ou prédio rústico, que explore, com auxílio de empregados, atividade agroeconômica, nela não incluindo a exploração industrial em estabelecimento agrário e a exploração do turismo rural ancilar. (C) A contratação de trabalhador rural por pequeno prazo que, dentro do período de um ano, superar dois meses fica convertida em contrato de trabalho por prazo indeterminado, observando-se os termos da legislação aplicável. (D) Toda propriedade rural que mantenha a seu serviço ou trabalhando em seus limites mais de cinquenta famílias de trabalhadores de qualquer natureza, é obrigada a possuir e conservar em funcionamento escola primária, inteiramente gratuita, para os filhos destes, com tantas classes quanto sejam os grupos de quarenta crianças em idade escolar. (E) Embora devendo integrar o resultado anual a que tiver direito o empregado rural, a plantação subsidiária ou intercalar não poderá compor a parte correspondente ao salário mínimo na remuneração geral do empregado, durante o ano agrícola. 9. (FCC) TST 2017 – Analista Judiciário – Área Judiciária A respeito da terceirização de serviços, conforme legislação vigente: (A) não se configura vínculo empregatício entre os trabalhadores, ou sócios das empresas prestadoras de serviços e a empresa contratante, desde que os serviços contratados sejam ligados à atividade-meio da contratante. DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO 8 (B) o capital social da empresa prestadora de serviços constitui requisito para o seu regular funcionamento, não bastando somente que a mesma esteja devidamente inscrita no CNPJ e registrada na Junta Comercial. (C) empresa prestadora de serviços a terceiros é a pessoa jurídica de direito privado destinada a prestar à contratante serviços determinados e específicos, não sendo permitida a subcontratação para empresas diversas. (D) a contratante deverá estender ao trabalhador da empresa de prestação de serviços o mesmo atendimento médico, ambulatorial e de refeição destinado aos seus empregados, existente nas dependências da contratante, ou local por ela designado. (E) é lícita a celebração de contrato geral de prestação de serviços entre a tomadora e a empresa prestadora de serviços, não sendo exigido que no termo esteja determinado expressa e especificamente os serviços a serem desempenhados. 10. (FGV) TRT – 12a Região (SC) 2017 – Analista Judiciário – Oficial de Justiça Avaliador Federal Em relação aos contratos, as características que melhor se adequam ao contrato de trabalho são: (A) sinalagmático, comutativo e de trato sucessivo; (B) complexo, gratuito e de atividade; (C) unilateral, consensual e de direito privado; (D) de adesão, real e instantâneo; (E) oneroso, aleatório e intuitu personae. DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO 9 11. (FGV) TRT – 12a Região (SC) 2017 – Analista Judiciário – Oficial de Justiça Avaliador Federal Júlio, professor de matemática numa escola particular, e Beatriz, professora de física na mesma escola, casaram-se, após 2 anos de namoro, em cerimônia civil, no decorrer do ano letivo. Pretendem agora viajar para a lua-de-mel. Sobre a situação apresentada, e de acordo com os termos da CLT, é correto afirmar que: (A) o casal poderá faltar ao serviço por 1 semana, mas terão o desconto respectivo no salário; (B) Beatriz e Júlio poderão faltar ao emprego por 9 dias, sem prejuízo do salário; (C) a CLT é omissa a respeito, assim o casal terá de negociar a quantidade de dias da licença-gala; (D) ambos poderão faltar justificadamente por até 3 dias consecutivos; (E) a licença pelo casamento deverá ser aproveitada após o término do semestre letivo, para não causar prejuízo intelectual aos alunos. 12. (IADES) CREMEB 2017 - Advogado Com base nas previsões legais da CLT acerca do contrato individual do trabalho, assinale a alternativa correta. (A) Contrato individual de trabalho é o acordo que sempre deve ser feito de forma expressa, em razão da especificidade do contrato, correspondente à relação de emprego. DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO 10 (B) O contrato de experiência, que não poderá exceder a 60 dias, é uma das possibilidades apresentadas pela lei para os contratos por prazo determinado. (C) A mudança na propriedade ou na estrutura jurídica da empresa não afetará os contratos de trabalho dos respectivos empregados. (D) Para fins de contratação, o empregador não exigirá, do candidato a emprego, comprovação de experiência prévia por tempo superior a nove meses no mesmo tipo de atividade. (E) Os direitos oriundos da existência do contato de trabalho deixarão de existir em caso de falência, concordata ou dissolução da empresa. 13. (FCC) TRT - 21ª Região (RN) 2017 – Analista Judiciário – Área Judiciária Depois de trabalhar por oito anos na empresa Dukilo Atacadista Ltda., Romeu está se sentindo desmotivado e pretende procurar um novo trabalho. No entanto, não quer pedir demissão e, explicando a situação para o empregador, pede para ser dispensado. O empregador afirma que não tem intensão de dispensá-lo. Diante desse impasse, e considerando as hipóteses de rescisão do contrato de trabalho previstas em lei, com as inovações da Lei n° 13.467/2017, (A) a única solução é Romeu pedir demissão, perdendo o direito à multa de 40% do FGTS, ao aviso prévio e não podendo levantar os depósitos do FGTS. (B) Romeu pode pleitear a rescisão indireta do contrato de trabalho, tendo em vista que o ato do empregador caracteriza justa causa, com o recebimento de todas as verbas rescisórias e levantamento integral dos depósitos do FGTS. (C) Romeu e Dukilo Atacadista Ltda. podem fazer um acordo para a rescisão do contrato de trabalho, sendo que o empregado receberá multa de 20% do FGTS, DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO 11 metade do aviso prévio indenizado e a integralidade das demais verbas trabalhistas, e poderá movimentar 80% do valor dos depósitos do FGTS. (D) o desinteresse de Romeu pelo trabalho caracteriza insubordinação, podendo o empregador dispensá-lo por justa causa, com a perda dos direitos rescisórios. (E) Romeu e Dukilo Atacadista Ltda. podem fazer um acordo para rescisão do contrato de trabalho, o que precisa ser homologado perante o sindicato, com o pagamento de metade das verbas trabalhistas, metadedo aviso prévio e da multa do FGTS, e com a possibilidade de levantamento integral dos depósitos do FGTS. 14. (FGV) TRT – 12a Região (SC) 2017 – Analista Judiciário – Área Judiciária Eduardo foi dispensado por justa causa pela empresa Esperança S.A. Ajuizou ação trabalhista postulando a conversão da ruptura em dispensa imotivada e o pagamento de verbas decorrentes da resilição unilateral do contrato de trabalho. Na sentença prolatada pelo juízo da 30ª Vara do Trabalho de Palhoça (SC), foi reconhecida a resolução bilateral contratual, em razão da prática de atos faltosos por ambos os contratantes. À luz da legislação e da jurisprudência uniforme do TST, é correto afirmar que: (A) o empregado receberá todas as verbas regularmente, nos mesmos moldes da dispensa sem justa causa; (B) a lei determina que o juiz analise o grau de culpabilidade de cada litigante para definir se o trabalhador merece, ou não, receber alguma indenização; (C) nenhuma verba será devida, porque houve reconhecimento judicial de culpa do empregado; (D) é devido o pagamento de 50% do aviso prévio, do 13º salário e das férias DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO 12 proporcionais, assim como 20% da indenização compensatória do FGTS; (E) somente haverá pagamento de indenização se o empregado tiver mais de doze meses no serviço. 15. (INSTITUTO AOCP) EBSERH 2017 - Advogado Qual das alternativas a seguir NÃO constitui razão para a dispensa justificada do empregado, conforme artigo 482 da CLT? (A) Desídia no desempenho das respectivas funções. (B) Violação de segredo da empresa. (C) Execução de serviços superiores às suas forças, contrários aos bons costumes ou alheios ao contrato. (D) Ato de improbidade. (E) Incontinência de conduta ou mau procedimento. 16. (CESPE) TRT – 7a Região (CE) 2017 – Analista Judiciário – Área Judiciária Em determinada empresa, um empregado utilizou seu e-mail corporativo para encaminhar aos colegas de trabalho conteúdos pessoais e fotos íntimas de pessoas que não tinham relação com o quadro de empregados da empresa. Ao tomar conhecimento do fato, a diretoria demitiu o empregado por justa causa. Nessa situação hipotética, a aplicação da justa causa está (A) correta, pois o empregador pode exercer o controle do e-mail corporativo de seus empregados e a atitude se enquadra como fato ensejador de justa causa. DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO 13 (B) errada, pois a fiscalização do e-mail corporativo do empregado, por ser uma espécie de carta eletrônica, fere o direito à privacidade, constitucionalmente garantido. (C) correta, porém o empregado terá direito a indenização por danos morais face o abuso do poder de fiscalização do empregador. (D) errada, pois a fiscalização do e-mail corporativo do empregado fere sua intimidade e a atitude por ele tomada não guarda qualquer implicação com a relação de trabalho. 17. (FCC) TRT - 20ª Região (SE) 2017 – Analista Judiciário – Área Judiciária A notificação ou comunicação antecipada que uma das partes faz à outra manifestando a sua intenção em romper o contrato de trabalho é conceituada como aviso prévio. Conforme previsão legal e sumulada pelo Tribunal Superior do Trabalho, (A) é permitido por lei substituir o período que se reduz da jornada de trabalho, no aviso prévio, pelo pagamento das horas correspondentes, desde que acrescida do adicional de horas extras em dobro. (B) após a comunicação do aviso prévio, a rescisão torna-se efetiva depois de expirado o respectivo prazo, mas, se a parte notificante reconsiderar o ato, antes de seu termo, a outra parte fica obrigada a aceitar a reconsideração. (C) o empregado que, durante o prazo do aviso prévio, cometer quaisquer das faltas consideradas pela lei como justa causa para a rescisão, perde o direito ao restante do respectivo prazo. (D) a ocorrência de qualquer motivo de justa causa no decurso do prazo do aviso prévio dado pelo empregador, retira do empregado qualquer direito às verbas rescisórias de natureza indenizatória. DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO 14 (E) é devido o aviso prévio na despedida indireta, mas nesse caso o valor das horas extraordinárias habituais não integrará o aviso prévio indenizado. 18. (FCC) TRT - 21ª Região (RN) 2017 – Técnico Judiciário – Área Administrativa No tocante ao trabalho em regime de tempo parcial e de acordo com as alterações introduzidas pela Lei n° 13.467/2017, considere: I. Entende-se por trabalho em regime de tempo parcial aquele cuja duração não exceda a trinta horas semanais, sem a possibilidade de horas suplementares semanais. II. Pode haver a prestação de horas extras neste regime desde que a duração não exceda a vinte e seis horas semanais, com a possibilidade de acréscimo de até seis horas suplementares semanais. III. Não é facultado ao empregado contratado sob regime de tempo parcial converter um terço do período de férias a que tiver direito em abono pecuniário. IV. As horas suplementares da jornada de trabalho normal poderão ser compensadas diretamente até a semana imediatamente posterior à da sua execução, devendo ser feita a sua quitação na folha de pagamento do mês subsequente, caso não sejam compensadas. Está correto o que consta APENAS em (A) I e III. (B) I, III e IV. (C) II, III e IV. (D) II e IV. DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO 15 (E) I, II e IV. 19. (FCC) TST 2017 – Analista Judiciário – Área Administrativa Ulisses foi contratado pela empresa Copo de Leite Laticínios Ltda. como auxiliar de produção, para o cumprimento de jornada de 8 horas diárias de segunda à sexta-feira, com intervalo de 1 hora para repouso e alimentação. Alegando necessidades da produção, duas vezes por semana o empregador passou a fracionar o intervalo intrajornada de Ulisses em três períodos de 20 minutos cada um e, nos outros três dias da semana, passou a conceder apenas 40 minutos de intervalo. Em relação a essa situação, o fracionamento do intervalo intrajornada (A) não é permitido para as atividades exercidas por Ulisses e a redução do intervalo implica no pagamento pelo empregador dos minutos suprimidos, com um acréscimo de 50% sobre o valor da remuneração da hora normal de trabalho, tendo tal pagamento natureza indenizatória. (B) não é permitido para as atividades exercidas por Ulisses e a redução do intervalo implica no pagamento pelo empregador do período total do intervalo, com acréscimo de 50% sobre o valor da remuneração da hora normal de trabalho, tendo tal pagamento natureza salarial. (C) é permitido para as atividades exercidas por Ulisses no caso de necessidade de produção, mas somente em dois períodos de 30 minutos cada um e a redução do intervalo implica no pagamento pelo empregador do período total do intervalo, com acréscimo de 50% sobre o valor da remuneração da hora normal de trabalho, tendo tal pagamento natureza salarial. (D) é permitido para as atividades exercidas por Ulisses no caso de necessidade de produção e a redução do intervalo implica no pagamento pelo empregador dos DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO 16 minutos suprimidos, com um acréscimo de 50% sobre o valor da remuneração da hora normal de trabalho, tendo tal pagamento natureza indenizatória. (E) é permitido para as atividades exercidas por Ulisses no caso de necessidade de produção e a redução do intervalo implica no pagamento pelo empregador do período total do intervalo, com acréscimo de 50% sobre o valor da remuneração da hora normal de trabalho, tendo tal pagamento natureza indenizatória.20. (FCC) TST 2017 – Analista Judiciário – Taquigrafia No tocante à prestação de serviços pelo empregado em regime de teletrabalho, considere: I. Considera-se teletrabalho a prestação de serviços preponderantemente fora das dependências do empregador, com a utilização de tecnologias de informação e de comunicação que, por sua natureza, não se constituam como trabalho externo. II. Poderá ser realizada a alteração entre regime presencial e de teletrabalho desde que haja mútuo acordo entre as partes, registrado em aditivo contratual. III. O comparecimento às dependências do empregador, para a realização de atividades específicas que exijam a presença do empregado no estabelecimento, descaracteriza o regime de teletrabalho. IV. O empregador não terá como instruir o empregado quanto às precauções a tomar, a fim de evitar doenças e acidentes do trabalho, uma vez que não terá como fiscalizar o ambiente de trabalho do empregado. Tendo em vista as alterações da CLT pela Lei n° 13.467/2017, está correto o que consta APENAS em (A) I e IV. DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO 17 (B) I, II e III. (C) II e III. (D) I e II. (E) III e IV. 21. (FGV) TRT - 12ª Região (SC) 2017 – Analista Judiciário – Área Judiciária Marco Antônio exerce a função de garçom no Restaurante Beira Mar, recebendo, mensalmente, a título de remuneração, o valor equivalente ao piso salarial da categoria, além da quantia relativa ao rateio das gorjetas espontaneamente dadas pelos clientes. Considerando a realização habitual de trabalho extraordinário pelo empregado em questão, é correto afirmar, à luz da legislação e da jurisprudência uniforme do TST, que: (A) somente se a gorjeta for fiscalizada pelo empregador ela será considerada para fins de horas extras; (B) o valor das gorjetas não serve de base de cálculo para pagamento das horas extraordinárias; (C) não haverá qualquer integração porque ela só ocorre no caso de gorjeta compulsória, cobrada na nota, e não com a gorjeta espontânea, como é o caso; (D) as horas extraordinárias deverão ser quitadas considerando-se as gorjetas pagas; (E) garante-se que metade do valor das gorjetas integre a base de cálculo da sobrejornada. DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO 18 22. (INSTITUTO AOCP) EBSERH 2017 - Advogado Funcionário da empresa X foi contratado para exercer as funções de auxiliar de serviços gerais, com registro em carteira de trabalho no valor de R$ 1.500,00 (mil e quinhentos reais) mensais pela jornada de 44 horas semanais. Entretanto, após seis meses, foi informado por seu supervisor que, em virtude da crise pela qual passa o país e sem qualquer acordo ou convenção coletiva, seu salário passará para R$ 1.000,00 (mil reais) mensais, mantida a mesma carga horária. Diante dessa situação, a empresa (A) agiu de forma legal e honesta com o funcionário ao optar por reduzir seu salário, em vez de dispensá-lo. (B) está correta, pois a redução salarial é permitida por lei, desde que haja motivo que a justifique, independente de acordo ou convenção coletiva. (C) agiu inadequadamente, pois o salário só poderá ser reduzido se houver previsão em convenção ou acordo coletivo. (D) está correta, pois o funcionário tem somente seis meses de contrato de trabalho. (E) não está correta, pois a redução de salário deve ser feita por lei, independente de previsão em convenção ou acordo coletivo. 23. (FGV) TRT - 12ª Região (SC) 2017 – Analista Judiciário – Oficial de Justiça Avaliador Federal Wesley e Maria trabalham na empresa Alfa Ltda. como contadores. Ocorre que Maria recebe salário superior ao colega, que então pretende ajuizar reclamação trabalhista para ver reparada a lesão de que se intitula vítima. Dos requisitos abaixo listados, de acordo com a CLT, é necessário para o deferimento DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO 19 de equiparação salarial: (A) diferença inferior a 2 anos de idade entre os cotejados; (B) mesma perfeição técnica; (C) identidade de sexo; (D) mesma nacionalidade; (E) espaço físico comum de trabalho. 24. (CESPE) TRT - 7ª Região (CE) 2017 – Analista Judiciário – Área Judiciária No que se refere a férias, assinale a opção correta. (A) O empregado receberá, durante as férias, a remuneração que lhe for devida durante o período aquisitivo. (B) O período de férias não é computado como tempo de serviço. (C) O empregado que receber auxílio-doença por mais de sete meses durante o período aquisitivo, ainda que de forma descontínua, perderá o direito às férias. (D) O empregado poderá exigir do empregador que as férias sejam concedidas no período que melhor atenda aos seus interesses. 25. (INSTITUTO AOCP) EBSERH 2017 - Advogado Assinale a alternativa correta em relação à prescrição e decadência no direito do trabalho. (A) O prazo prescricional para reclamar créditos resultantes da relação de trabalho é de cinco anos para trabalhadores urbanos e rurais, respeitando-se o biênio DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO 20 subsequente à cessação contratual. (B) O prazo prescricional para reclamar créditos resultantes da relação de trabalho é de dois anos para trabalhadores rurais e cinco anos para trabalhadores urbanos, respeitando-se o biênio subsequente à cessação contratual. (C) O prazo para propor ação rescisória contra acordo trabalhista homologado judicialmente, com força de decisão irrecorrível, na forma do art. 831, CLT, conta-se a partir da assinatura do termo conciliatório pelas partes. (D) O prazo prescricional para reclamar créditos resultantes da relação de trabalho é de cinco anos para trabalhadores urbanos e rurais, independente do período de ajuizamento da ação. (E) Para o menor de 18 (dezoito) anos, o prazo prescricional para intentar reclamatória trabalhista é de cinco anos. 26. (CESPE) TRT - 7ª Região (CE) 2017 – Técnico Judiciário – Área Administrativa Com relação ao adicional de periculosidade, assinale a opção correta. (A) O adicional de periculosidade será fixado em percentual, observando-se a progressão dos graus mínimo, médio e máximo. (B) A supressão do adicional de periculosidade implica redução salarial. (C) O adicional de periculosidade incidirá sobre o salário, devidamente acrescido de gratificação, se houver. (D) O direito de receber adicional de periculosidade cessará com a eliminação do risco à saúde do empregado. DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO 21 27. (FCC) TST 2017 – Técnico Judiciário – Área Administrativa José foi dispensado sem justa causa, após 11 meses de serviço. Passou a cumprir o aviso prévio trabalhando, optando pela redução de duas horas diárias do seu horário normal de trabalho. Entretanto, neste período, registrou sua candidatura para eleição a cargo de dirigente sindical. De acordo com a legislação e o entendimento sumulado do TST, neste caso a empregadora de José deverá (A) cancelar a dispensa e aguardar a eleição, pois o registro da candidatura do empregado a cargo de dirigente sindical durante o período do aviso prévio trabalhado com a redução de duas horas diárias de seu horário de trabalho lhe assegura a estabilidade. (B) manter a dispensa, tendo em vista que o registro da candidatura do empregado a cargo de dirigente sindical durante o período do aviso prévio não lhe assegura a estabilidade. (C) manter a dispensa, tendo em vista que o registro da candidatura do empregado a cargo de dirigente sindical somente lhe assegura a estabilidade se fosse feita na modalidade do aviso prévio indenizado. (D) cancelara dispensa e aguardar a eleição, pois o registro da candidatura do empregado a cargo de dirigente sindical durante o período do aviso prévio trabalhado se equipara às regras dos contratos de trabalho por prazo determinado, assegurando- lhe a estabilidade. (E) manter a dispensa, tendo em vista que o registro da candidatura do empregado a cargo de dirigente sindical somente lhe assegura a estabilidade se fosse feita na modalidade do aviso prévio trabalhado com opção de manter a jornada normal de trabalho, podendo faltar ao serviço, sem prejuízo do salário, por sete dias corridos. DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO 22 28. (CESPE) TRT - 8ª Região (PA e AP) – Analista Judiciário – Oficial de Justiça Avaliador Acerca do trabalho do menor e da mulher, assinale a opção correta. (A) Conforme entendimento consolidado da jurisprudência do TST, a empregada gestante não tem direito à estabilidade provisória caso tenha sido admitida mediante contrato por prazo determinado, dado o seu conhecimento a respeito da data do término do pacto contratual. (B) É garantida à empregada, durante a gravidez, sem prejuízo do salário e demais direitos, a transferência de função, quando as condições de saúde o exigirem, não lhe sendo assegurada, entretanto, ao término da licença maternidade, a retomada da função anteriormente exercida. (C) A maioridade civil diferencia-se da maioridade trabalhista, que é atingida apenas aos vinte e um anos de idade, sendo considerados menores, à luz da CLT, os trabalhadores com idade entre dezesseis anos e vinte e um anos. (D) O menor trabalhador é considerado apto para pedir demissão sem assistência de seus representantes legais, assim como, inclusive, para firmar recibo de quitação de indenização final, em decorrência de rescisão de contrato de trabalho. (E) O contrato de aprendizagem consiste em contrato de trabalho especial ajustado por escrito e por prazo determinado, por meio do qual se contrata pessoa maior de quatorze anos de idade e menor de vinte e quatro anos de idade, desde que inscrita em programa de aprendizagem, sendo vedadas a prorrogação e a compensação de jornada, não se aplicando aos aprendizes portadores de deficiência a exigência de idade máxima de vinte e quatro anos. 29. (FCC) TST 2017 – Analista Judiciário - Taquigrafia DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO 23 Considerando a nova modalidade de rescisão do contrato de trabalho, introduzida pela Lei n°13.467/2017, em havendo extinção por acordo entre empregado e empregador, será permitido o saque pelo empregado do valor dos depósitos do FGTS, bem como será devida pelo empregador a indenização sobre seu saldo, nas seguintes proporções, respectivamente: (A) 100% e a metade. (B) 80% e a metade. (C) 50% e a integralidade. (D) 100% e a integralidade. (E) 20% e a metade. 30. (FCC) TST 2017 – Analista Judiciário – Taquigrafia A convenção coletiva e o acordo coletivo de trabalho têm prevalência sobre a lei, podendo ser livremente acordado, inclusive com a redução ou a supressão, quando dispuserem sobre: (A) seguro contra acidentes do trabalho, a cargo do empregador, plano de cargos, salários e funções compatíveis com a condição pessoal do empregado, bem como identificação dos cargos que se enquadram como funções de confiança. (B) teletrabalho, regime de sobreaviso e trabalho intermitente e valor nominal do décimo terceiro salário. (C) remuneração do trabalho noturno superior à do diurno, regulamento empresarial e participação nos lucros ou resultados da empresa. (D) adesão ao Programa Seguro-Emprego − PSE, repouso semanal remunerado, DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO 24 remuneração por produtividade, incluídas gorjetas percebidas pelo empregado, e remuneração por desempenho individual. (E) banco de horas anual, intervalo intrajornada, respeitado o limite mínimo de trinta minutos para jornadas superiores a seis horas e troca do dia de feriado. DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO 25 b. Gabarito 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 A D E D E C C B B A 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 B C C D C A C E A D 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 B C B C A D B E B E DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO 26 c. Breves comentários às questões 1. (FCC) TRT - 11ª Região (AM e RR) 2017 - Analista Judiciário - Área Administrativa Matias é motorista da família Silva prestando seus serviços três dias da semana, no qual leva e busca as crianças na escola. Felícia é jardineira exercendo suas atividades para a família Silva quatro vezes por semana. Gilberto faz faxina na residência da família Silva uma vez por semana. E, por fim, Deise é acompanhante da matriarca da família Silva duas vezes por semana. Nestes casos, observando-se o requisito temporal e considerando que os demais requisitos legais estão presentes, tratam-se de empregados domésticos (A) Matias e Felícia, apenas. (B) Matias, Felícia e Deise, apenas. (C) Matias, e Deise, apenas. (D) Matias, Felícia, Gilberto, apenas. (E) Matias, Felícia, Gilberto e Deise. Comentários: Matias é motorista da família Silva prestando seus serviços três dias da semana, no qual leva e busca as crianças na escola. Felícia é jardineira exercendo suas atividades para a família Silva quatro vezes por semana. Gilberto faz faxina na residência da família Silva uma vez por semana. E, por fim, Deise é acompanhante da matriarca da família Silva duas vezes por semana. A questão quer saber quais deles podem ser considerados empregados domésticos. DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO 27 Para responder tal questionamento precisamos do auxílio da Lei Complementar no 150/2105, a qual trata sobre o contrato de trabalho doméstico. Art. 1º, LC 150/2015 - Ao empregado doméstico, assim considerado aquele que presta serviços de forma contínua, subordinada, onerosa e pessoal e de finalidade não lucrativa à pessoa ou à família, no âmbito residencial destas, por mais de 2 (dois) dias por semana, aplica-se o disposto nesta Lei. Sendo assim, só será considerado como empregado doméstico quem presta serviços por mais de dois dias por semana, devemos ficar bastante atentos, pois são mais de dois dias, não são dois dias. Abaixo desse limite, o trabalhador não será considerado empregado, mas sim um autônomo prestador de serviços domésticos, mais conhecido como diarista. Dito isso, os trabalhadores que podem ser considerados empregados domésticos são o Matias e a Felícia. Gabarito: Letra A 2. (FCC) TRT - 14ª Região (RO e AC) 2016 – Analista Judiciário – Oficial de Justiça Avaliador Thales prestou serviços à empresa Celestial Produções pelo prazo de 10 meses. Para que se configure o vínculo empregatício, ou seja, relação de emprego, entre as partes referidas é necessário que se comprovem os seguintes requisitos legais: (A) Boa fé contratual, autonomia, onerosidade, pessoalidade e eventualidade. (B) Exclusividade, onerosidade e habitualidade. (C) Subordinação, imprescindibilidade, indisponibilidade e irrenunciabilidade. (D) Pessoalidade na prestação dos serviços, subordinação jurídica, não eventualidade e DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO 28 onerosidade. (E) Subordinação econômica, comutatividade com divisão dos riscos, continuidade e exclusividade. Comentários: A relação de emprego estará configurada quando estiverem presentes seus requisitos (elementosfático-jurídicos), quais sejam: pessoa física, pessoalidade, subordinação, onerosidade, não eventualidade e alteridade. Vamos entender cada um deles? Pessoa Física Para que se caracterize a relação de emprego, o serviço deverá ser prestado por pessoa física ou natural, não podendo o empregado ser pessoa jurídica. Pessoalidade A relação jurídica pactuada deve ser intuitu personae com relação ao trabalhador, ou seja, não poderá fazer-se substituir no decorrer do contrato de trabalho. Não Eventualidade Cabe destacar neste ponto a Teoria dos Fins do Empreendimento, a qual considera trabalho não eventual aquele realizado permanentemente, em caráter contínuo, duradouro. Sendo o trabalhador eventual aquele que não está inserido nas atividades normais da empresa, prestando serviços esporadicamente e de curta duração. NÃO se exige exclusividade na prestação dos serviços para que se configure a relação de emprego, o empregado pode ter mais de um empregador e, consequentemente, mais de uma relação de emprego. DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO 29 O CESPE e a FCC têm considerado a continuidade sinônimo de não eventualidade, sendo assim, elemento fático-jurídico das relações de emprego. Subordinação A subordinação pode ser dividida em três: subordinação técnica, econômica e jurídica. Atualmente, a jurisprudência trabalhista estabelece que apenas a subordinação jurídica, a que decorre da lei, se aplica na relação de emprego. Onerosidade Deve-se ter em mente que a relação de emprego é uma relação de cunho essencialmente econômico. A gratuidade descaracteriza a relação de emprego. Alteridade A alteridade se relaciona ao risco do negócio do empregador. Esse risco é o que dá o poder de direção ao mesmo, também podemos afirmar que esse risco do negócio não pode ser transferido ao empregado. Gabarito: Letra D 3. (FCC) TST 2017 – Juiz do Trabalho Substituto I. O princípio da primazia da realidade ou do contrato realidade autoriza a descaracterização de uma pactuada relação civil de prestação de serviços, instrumentalizada em documento escrito, desde que, no cumprimento do contrato, despontem, objetivamente, todos os elementos fático-jurídicos da relação de emprego. II. O princípio da intangibilidade salarial deve ser analisado de forma absoluta, admitindo-se exceção única quando se verificar a anuência expressa do trabalhador, DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO 30 por escrito, em razão da efetiva possibilidade de manutenção de seu emprego. III. O princípio da continuidade do qual o contrato de trabalho constitui presunção favorável ao empregador em razão da segurança jurídica contratual, razão pela o ônus da prova, quanto ao término do contrato de trabalho, é do trabalhador, nas hipóteses em que são negadas a prestação dos serviços e o despedimento. IV. Em consonância com o princípio da intangibilidade contratual objetiva, a mudança subjetiva perpetrada no sujeito empregador não se configura apta a produzir mudança no corpo do contrato, em seus direitos e obrigações. Está correto o que se afirma APENAS em (A) II, III e IV. (B) I e II. (C) II e III. (D) I, III e IV. (E) I e IV. Comentários: I. O princípio da primazia da realidade ou do contrato realidade autoriza a descaracterização de uma pactuada relação civil de prestação de serviços, instrumentalizada em documento escrito, desde que, no cumprimento do contrato, despontem, objetivamente, todos os elementos fático-jurídicos da relação de emprego. É isso mesmo que acabamos de ver, né? Então o item I está CORRETO. O princípio da primazia da realidade prioriza a realidade dos fatos em detrimento da forma. No Direito do Trabalho os fatos ocorridos são mais importantes que a forma, DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO 31 sendo assim, serão considerados nulos os atos praticados pelo empregador com o intuito de desvirtuar, impedir ou fraudar a aplicação dos direitos trabalhistas. II. O princípio da intangibilidade salarial deve ser analisado de forma absoluta, admitindo-se exceção única quando se verificar a anuência expressa do trabalhador, por escrito, em razão da efetiva possibilidade de manutenção de seu emprego. Primeiramente, cabe observar que o salário tem natureza alimentar, deve prover o sustento tanto do trabalhador como de sua família. O trabalhador tem o direito de receber o seu salário, de forma integral, no momento oportuno e sem nenhum desconto abusivo. O salário é sagrado. Todavia, há de se destacar que nenhum princípio é absoluto, podem ocorrer descontos nos salários, como os resultantes de Lei ou de negociação coletiva, ou, ainda, decorrentes de adiantamentos. Derivado do princípio da intangibilidade salarial surge o princípio da irredutibilidade salarial, a regra é a irredutibilidade do salário, mas esse preceito também não é absoluto, mediante convenção ou acordo coletivo de trabalho é possível a redução salarial temporária, preservando o bem maior, o emprego. Logo, a assertiva do item II está ERRADA. III. O princípio da continuidade do qual o contrato de trabalho constitui presunção favorável ao empregador em razão da segurança jurídica contratual, razão pela o ônus da prova, quanto ao término do contrato de trabalho, é do trabalhador, nas hipóteses em que são negadas a prestação dos serviços e o despedimento. Vixe, está tudo invertido! Temos que ler o enunciado da questão com muita cautela, pois uma letrinha faz toda a diferença. DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO 32 Como já vimos, a regra é que os contratos sejam pactuados por prazo indeterminado, em caráter permanente. Somente por exceção se admite os contratos a termo, ou seja, por tempo determinado. Em decorrência do princípio da continuidade da relação de emprego, o ônus de provar o término do contrato de trabalho recai sobre o EMPREGADOR, e não sobre o trabalhador. Atenção! Assim, a assertiva do item III também está ERRADA. IV. Em consonância com o princípio da intangibilidade contratual objetiva, a mudança subjetiva perpetrada no sujeito empregador não se configura apta a produzir mudança no corpo do contrato, em seus direitos e obrigações. É isso mesmo! Está CORRETA a assertiva. O princípio da inalterabilidade contratual lesiva também denominado de intangibilidade contratual objetiva dispõe que para que ocorra qualquer alteração no contrato de trabalho é necessário que haja mútuo consentimento e, ainda, essa alteração NÃO pode gerar prejuízos ao empregado. Alterações contratuais benéficas são permitidas. Ainda, estabelece que o conteúdo do contrato de trabalho não poderá ser modificado, mesmo que ocorra efetiva mudança no plano empresarial. É o que nos ensina os arts. 10 e 448 da CLT. Vejamos: Art. 10, CLT - Qualquer alteração na estrutura jurídica da empresa não afetará os direitos adquiridos por seus empregados. Art. 448, CLT - A mudança na propriedade ou na estrutura jurídica da empresa não afetará os contratos de trabalho dos respectivos empregados. Gabarito: Letra E DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO 33 4. (CESPE) TRT 7a Região (CE) 2017 – Analista Judiciário – Área Judiciária Reclamatória foi ajuizada para pleitear o pagamento de adicional de horas extras. Na análise dos documentos instrutórios, notou-se que, no período em que se baseou o pedido, existia convenção coletiva da categoria fixando o referido adicional em 52% sobre a hora normal, contrato de trabalho entre as partes indicando adicional de 60% sobre a hora normal e regulamento da empresa determinando adicional de 65% sobrea hora normal. Considerando-se que a Constituição Federal de 1988 (CF) prevê que o referido adicional deve ser pago no patamar mínimo de 50% sobre a hora normal, à luz da hierarquia das fontes de direitos na seara trabalhista, caso o pedido seja deferido, deve ser aplicado o adicional previsto (A) no contrato de trabalho. (B) na CF. (C) na convenção coletiva da categoria (D) no regulamento da empresa. Comentários: Existia convenção coletiva da categoria fixando o referido adicional em 52% sobre a hora normal. Contrato de trabalho entre as partes indicando adicional de 60% sobre a hora normal. Regulamento da empresa determinando adicional de 65% sobre a hora normal. Sem pensar muito qual instrumento normativo deverá prevalecer? DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO 34 Devemos aplicar a norma mais favorável ao trabalhador, independentemente da sua posição na hierarquia das leis, ou seja, no confronto entre preceitos concorrentes emprega-se aquele que for mais favorável ao trabalhador. Assim, no caso em tela deve ser aplicado o regulamento da empresa que determina um adicional de 65% sobre a hora normal. Para deixar a questão mais interessante vamos supor que existisse uma convenção coletiva fixando o referido adicional em 60% e, concomitantemente, houvesse um acordo coletivo prevendo um adicional de 50%. Qual dos instrumentos normativos deverá prevalecer? Segundo o art. 620 da CLT, as condições estabelecidas em acordo coletivo de trabalho SEMPRE prevalecerão sobre as estipuladas em convenção coletiva de trabalho. Sempre? Sempreeeee!!! Dessa forma, mesmo que a convenção coletiva fixe um adicional mais favorável ao trabalhador não poderá ser aplicada. Com a Reforma Trabalhista ocorreu uma mitigação do princípio da norma mais favorável, no caso, deverá prevalecer o acordo coletivo, que define um adicional de 50%. Gabarito: Letra D 5. (FCC) TST 2017 – Analista Judiciário – Área Judiciária Sobre a legislação que regula o trabalho doméstico: (A) é lícita a contratação por prazo determinado de empregado para substituir temporariamente outro com contrato interrompido ou suspenso, não podendo ser firmado por prazo superior a 1 ano. DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO 35 (B) o acompanhamento do empregador em viagem pelo seu empregado deve ser previamente pactuado por escrito entre eles, sendo que a remuneração do salário- hora em viagem será de, no mínimo, 50% do salário-hora normal. (C) o período de férias poderá, desde que haja acordo escrito entre empregado e empregador, ser fracionado em até 2 períodos, sendo 1 deles de, no mínimo, 14 dias corridos. (D) é facultado ao empregador efetuar descontos no salário do empregado, mediante acordo escrito entre as partes, para a inclusão do empregado em planos de previdência privada, não podendo a dedução ultrapassar 30% do salário. (E) poderão ser descontadas do salário do empregado as despesas com moradia quando essa se referir a local diverso da residência em que ocorrer a prestação de serviço, desde que essa possibilidade tenha sido expressamente acordada entre as partes. Comentários: A. ERRADO A Lei que dispõe sobre o contrato de trabalho doméstico adotou prazo igual ao da CLT para os contratos por prazo determinado, ou seja, 2 anos. Em se tratando de contrato de experiência o prazo será de 90 dias. Art. 4o, LC 150/15 - É facultada a contratação, por prazo determinado, do empregado doméstico: I - mediante contrato de experiência; II - para atender necessidades familiares de natureza transitória e para substituição temporária de empregado doméstico com contrato de trabalho interrompido ou suspenso. DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO 36 Parágrafo único. No caso do inciso II deste artigo, a duração do contrato de trabalho é limitada ao término do evento que motivou a contratação, obedecido o limite máximo de 2 (dois) anos. B. ERRADO Art. 11, § 2o, LC 150/15 - A remuneração-hora do serviço em viagem será, no mínimo, 25% (vinte e cinco por cento) superior ao valor do salário-hora normal. C. ERRADO Não podemos confundir as regras da CLT e da Lei de Domésticos. Veja a diferença: CLT: Art. 134, § 1o - Desde que haja concordância do empregado, as férias poderão ser usufruídas em até três períodos, sendo que um deles não poderá ser inferior a quatorze dias corridos e os demais não poderão ser inferiores a cinco dias corridos, cada um. LC 150 (DOMÉSTICOS): Art.17, § 2o - O período de férias poderá, a critério do empregador, ser fracionado em até 2 (dois) períodos, sendo 1 (um) deles de, no mínimo, 14 (quatorze) dias corridos. Note que o erro da alternativa está em exigir acordo escrito para o fracionamento das férias do empregado doméstico. D. ERRADO Art.18, § 1o, LC 150/15 - É facultado ao empregador efetuar descontos no salário do empregado em caso de adiantamento salarial e, mediante acordo escrito entre as partes, para a inclusão do empregado em planos de assistência médico-hospitalar e odontológica, de seguro e de previdência privada, não podendo a dedução ultrapassar 20% (vinte por cento) do salário. E. CORRETO DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO 37 Fiquem atentos! REGRA: Art. 18. É vedado ao empregador doméstico efetuar descontos no salário do empregado por fornecimento de alimentação, vestuário, higiene ou moradia, bem como por despesas com transporte, hospedagem e alimentação em caso de acompanhamento em viagem. EXCEÇÃO: Art. 18, § 2o - Poderão ser descontadas as despesas com moradia de que trata o caput deste artigo quando essa se referir a local diverso da residência em que ocorrer a prestação de serviço, desde que essa possibilidade tenha sido expressamente acordada entre as partes. Gabarito: Letra E 6. (FCC) TST 2017 – Analista Judiciário – Área Administrativa Os sócios das empresas Turismo Maravilha Ltda. e Festa de Arromba Promoções e Eventos Ltda. são os mesmos. A primeira delas é sediada em Maceió e a segunda tem sede em Belo Horizonte, desenvolvendo suas atividades exclusivamente nessas cidades. Em todos os eventos realizados pela Festa de Arromba são sorteados pacotes turísticos da Turismo Maravilha, sendo esse o meio encontrado pelos sócios para o desenvolvimento das atividades dessa última, que foi inaugurada há pouco tempo. Essa integração tem se mostrado muito importante para o desenvolvimento da Turismo Maravilha, sendo os sorteios a única forma de divulgação e publicidade da empresa. Em relação à situação descrita, (A) as empresas não integram grupo econômico, tendo em vista que exercem atividades completamente distintas, não havendo integração entre as mesmas, sendo que a mera identidade de sócios não é suficiente para caracterizar grupo econômico. (B) não há formação de grupo econômico pois, além das atividades das empresas DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO 38 serem completamente distintas, as mesmas localizam-se em cidades diferentes, não havendo interesses integrados. (C) embora as empresas tenham atividades distintas, a identidade de sócios, aliada ao interesse integrado, à efetiva comunhão de interesses e a atuação conjunta das mesmas, leva à caracterização do grupo econômico. (D) há formação de grupo econômico, tendo em vista que a simples existência de sócios em comum é fator suficiente para tal caracterização. (E) há formação de grupo econômico em razão da existência de sócios comuns e de interesses integrados, sendo que as empresas são subsidiariamente responsáveis pelas obrigações decorrentes da relaçãode emprego. Comentários: A. ERRADO Apesar de exercem atividades completamente distintas, existe integração entre as mesmas, pois em todos os eventos realizados pela Festa de Arromba são sorteados pacotes turísticos da Turismo Maravilha, sendo esse o meio encontrado pelos sócios para o desenvolvimento das atividades dessa última, restando configurado o interesse integrado, a comunhão de interesses e a atuação conjunta. Em vista disso está caracterizado o grupo econômico. Art. 2o, § 2o, CLT - Sempre que uma ou mais empresas, tendo, embora, cada uma delas, personalidade jurídica própria, estiverem sob a direção, controle ou administração de outra, ou ainda quando, mesmo guardando cada uma sua autonomia, integrem grupo econômico, serão responsáveis solidariamente pelas obrigações decorrentes da relação de emprego. Art. 2o, § 3o, CLT - Não caracteriza grupo econômico a mera identidade de sócios, sendo necessárias, para a configuração do grupo, a demonstração do interesse DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO 39 integrado, a efetiva comunhão de interesses e a atuação conjunta das empresas dele integrantes. B. ERRADO Não importa se cada uma das empresas guarda sua autonomia própria e localizam-se em cidades diferentes. Art. 2o, § 2o, CLT - Sempre que uma ou mais empresas, tendo, embora, cada uma delas, personalidade jurídica própria, estiverem sob a direção, controle ou administração de outra, ou ainda quando, mesmo guardando cada uma sua autonomia, integrem grupo econômico, serão responsáveis solidariamente pelas obrigações decorrentes da relação de emprego. C. CORRETO É isso mesmo! Embora as empresas tenham atividades distintas, a identidade de sócios, aliada ao interesse integrado, à efetiva comunhão de interesses e a atuação conjunta das mesmas, leva à caracterização do grupo econômico. Características Grupo Econômico: • Mesmo tendo personalidade jurídica própria, estiverem sob a direção, controle ou administração de outra; • Mesmo guardando cada uma sua autonomia, integrem grupo econômico, figurando responsabilidade solidária; • Não precisa identidade de sócios; • É necessário interesse integrado; • Efetiva comunhão de interesses; • Atuação conjunta das empresas. DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO 40 D. ERRADO Não caracteriza grupo econômico a mera identidade de sócios, sendo necessárias: o A demonstração do interesse integrado, o A efetiva comunhão de interesses e o A atuação conjunta das empresas dele integrantes. Art. 2o, § 3o, CLT - Não caracteriza grupo econômico a mera identidade de sócios, sendo necessárias, para a configuração do grupo, a demonstração do interesse integrado, a efetiva comunhão de interesses e a atuação conjunta das empresas dele integrantes. E. ERRADO Subsidiariamente? Negativo! Serão solidariamente responsáveis. Art. 2o, § 2o, CLT - Sempre que uma ou mais empresas, tendo, embora, cada uma delas, personalidade jurídica própria, estiverem sob a direção, controle ou administração de outra, ou ainda quando, mesmo guardando cada uma sua autonomia, integrem grupo econômico, serão responsáveis solidariamente pelas obrigações decorrentes da relação de emprego. Gabarito: Letra C 7. (CESPE) TRT - 7a Região (CE) 2017 – Analista Judiciário – Área Judiciária A empresa A adquiriu a empresa B, que pertencia ao mesmo grupo econômico da empresa C, a qual não foi adquirida pela empresa A. Meses depois, a empresa A foi surpreendida com reclamação trabalhista de um empregado da empresa C, o qual requereu a condenação solidária das empresas A e B sob o fundamento de que, na DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO 41 época da compra da empresa B pela empresa A, a empresa C era reconhecidamente inidônea. Nessa situação, o pedido de condenação está (A) correto, porque o simples fato de as empresas pertencerem ao mesmo grupo econômico é suficiente para a condenação solidária em qualquer caso de sucessão trabalhista. (B) errado, porque a empresa C não foi adquirida pela empresa A, de modo que esta não responde pelos débitos trabalhistas daquela. (C) correto, porque as empresas A e B são responsáveis solidariamente pelas condenações da empresa C face à sucessão trabalhista operada. (D) errado, porque a única hipótese de condenação solidária na sucessão trabalhista seria diante da comprovação de fraude na sucessão. Comentários: Esta questão pode parecer bem complicada, mas ela só quis cobrar o entendimento jurisprudencial do TST acerca da sucessão trabalhista. Vamos tentar entender? A empresa A adquiriu a empresa B, que pertencia ao mesmo grupo econômico da empresa C, a qual não foi adquirida pela empresa A. O grupo econômico é constituído por B e C. Já aprendemos que existindo o grupo econômico, a grande consequência jurídica será a responsabilidade trabalhista SOLIDÁRIA. Assim, todas as empresas que formam o grupo econômico serão solidariamente responsáveis pelo adimplemento das obrigações decorrentes do contrato de DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO 42 trabalho celebrado pelo empregado com qualquer uma delas. O trabalhador que tenha algum crédito trabalhista com seu empregador direto, poderá exigir tanto dele quanto das demais empresas do grupo econômico. Reclamação trabalhista de um empregado da empresa C pediu a condenação solidária das empresas A e B, visto que na época da compra da empresa B pela empresa A, a empresa C era reconhecidamente inidônea. Até aqui tudo certo? Sabe qual a informação mais importante da questão? Na época da compra da empresa B pela empresa A, a empresa C era reconhecidamente inidônea. A empresa A não responderia solidariamente pelas dívidas trabalhistas da empresa não adquirida C se esta fosse IDÔNEA economicamente na época da compra. Como a empresa C, apesar de não adquirida, era reconhecidamente inidônea, nos leva a crer que a sucessão operou-se com a finalidade de fraudar os direitos dos empregados da empresa C. Sendo assim, a empresa A responderá solidariamente por seus débitos trabalhistas. Vejamos o que dispõe a OJ 411da SDI-1 do TST: OJ 411 SDI-1 TST - O sucessor não responde solidariamente por débitos trabalhistas de empresa não adquirida, integrante do mesmo grupo econômico da empresa sucedida, quando, à época, a empresa devedora direta era solvente ou idônea economicamente, ressalvada a hipótese de má-fé ou fraude na sucessão. Gabarito: Letra C 8. (FCC) TST 2017 – Juiz do Trabalho Substituto Conforme previsões contidas na Lei do Trabalho Rural − Lei n° 5.889/1973 é INCORRETO afirmar: DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO 43 (A) A cessão pelo empregador de moradia e de sua infraestrutura básica, assim como a de bens destinados à produção para sua subsistência e de sua família, não integram o salário do trabalhador rural, desde que caracterizados como tais, em contrato escrito celebrado entre as partes, com testemunhas e notificação obrigatória ao respectivo sindicato de trabalhadores rurais. (B) Considera-se empregador rural a pessoa física ou jurídica, desde que proprietária de área rural ou prédio rústico, que explore, com auxílio de empregados, atividade agroeconômica, nela não incluindo a exploração industrial em estabelecimento agrário e a exploração do turismo rural ancilar. (C) A contratação de trabalhador rural por pequeno prazo que, dentro do período de um ano, superar dois meses fica convertida em contrato de trabalho por prazo indeterminado, observando-se os termos da legislação aplicável.(D) Toda propriedade rural que mantenha a seu serviço ou trabalhando em seus limites mais de cinquenta famílias de trabalhadores de qualquer natureza, é obrigada a possuir e conservar em funcionamento escola primária, inteiramente gratuita, para os filhos destes, com tantas classes quanto sejam os grupos de quarenta crianças em idade escolar. (E) Embora devendo integrar o resultado anual a que tiver direito o empregado rural, a plantação subsidiária ou intercalar não poderá compor a parte correspondente ao salário mínimo na remuneração geral do empregado, durante o ano agrícola. Comentários: Pessoal, trouxe esta questão mais complexa para termos a oportunidade de conversar um pouco sobre o trabalhador rural. DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO 44 Antes da Constituição Federal de 1988 os empregados rurais não tinham os mesmos direitos dos urbanos. Depois da promulgação ocorreu a equiparação de direitos. O trabalhador rural, conforme estabelece a Constituição, é equiparado ao trabalhador urbano, tendo os mesmos direitos e garantias a eles conferidos. Da mesma forma que os trabalhadores domésticos, os trabalhadores rurais foram excluídos da CLT. Todavia, criou-se uma lei específica somente para eles. A Lei que regulamenta o trabalho rural é a Lei no 5.889/73, que vira e mexe vem caindo nas provas. Mesmo estando fora dos ditames da CLT, para que o trabalhador rural seja considerado empregado deverá preencher os requisitos da relação de emprego (pessoa física, pessoalidade, não eventualidade, onerosidade, subordinação e alteridade). São considerados trabalhadores rurais aqueles que exercem funções diretamente ligadas à agricultura e à pecuária, prestando serviço a empregador rural, em propriedade rural ou prédio rústico. Art. 2º, Lei 5.889/73 - Empregado rural é toda pessoa física que, em propriedade rural ou prédio rústico, presta serviços de natureza não eventual a empregador rural, sob a dependência deste e mediante salário. Devemos ficar atentos, pois a caracterização do trabalho rural é verificada em decorrência da atividade realizada pelo obreiro, assim, mesmo que ele trabalhe em área urbana, se o empregador explore atividade agrícola ou pecuária, será considerado trabalhador rural. Por exemplo, será trabalhador rural o lavrador que cultiva uma horta em Brasília. DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO 45 Nesse sentido assevera Maurício Godinho Delgado1: A definição de imóvel rural não enseja controvérsia, atada ao próprio senso comum. Refere-se à zona geográfica situada no campo, exterior às áreas de urbanização. Já prédio rústico é conceito utilizado pela ordem jurídica para permitir o enquadramento como rurícola daqueles trabalhadores que efetivamente exercem atividade agropastoril, para empregadores economicamente atados a tais atividades campestres, porém situados em localidades que, por exceção, ficam incrustadas no espaço urbano. No entanto, se o empregado realizar suas atividades para a família, na sede da fazenda, em âmbito residencial, será considerado trabalhador doméstico e não rural, pois nesse caso, não existe atividade lucrativa. O que realmente despenca na prova é o horário noturno do empregado rural, pois ele é diferente do trabalhador urbano. Ainda estudaremos o adicional noturno, mas já adianto que a hora noturna do trabalhador urbano é reduzida para 52’30’’ e vai das 22h às 5h, e o referido adicional é de 20%. No que se refere ao trabalhador rural, temos que prestar bastante atenção, porque varia a depender da atividade prestada. Para os empregados que trabalham na agricultura (lavoura) a hora noturna vai das 21h às 5h. Já para os pecuaristas vai das 20h às 4h. O trabalho noturno rural será acrescido de um adicional de 25% sobre a remuneração normal. 1 DELGADO, Mauricio Godinho. Curso de Direito do Trabalho. 16 ed. São Paulo: LTr, 2017. Pág. 451 DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO 46 Vamos à análise das assertivas? A. CORRETO Art. 9º, § 5º - A cessão pelo empregador, de moradia e de sua infra estrutura básica, assim, como, bens destinados à produção para sua subsistência e de sua família, não integram o salário do trabalhador rural, desde que caracterizados como tais, em contrato escrito celebrado entre as partes, com testemunhas e notificação obrigatória ao respectivo sindicato de trabalhadores rurais. B. ERRADO Art. 3º, § 1o - Inclui-se na atividade econômica referida no caput deste artigo, além da exploração industrial em estabelecimento agrário não compreendido na Consolidação das Leis do Trabalho - CLT, aprovada pelo Decreto-Lei n. 5.452, de 1o de maio de 1943, a exploração do turismo rural ancilar à exploração agroeconômica. C. CORRETO Art. 14-A, § 1o - A contratação de trabalhador rural por pequeno prazo que, dentro do período de 1 (um) ano, superar 2 (dois) meses fica convertida em contrato de trabalho por prazo indeterminado, observando-se os termos da legislação aplicável. D. CORRETO Art. 16 - Toda propriedade rural, que mantenha a seu serviço ou trabalhando em seus limites mais de cinquenta famílias de trabalhadores de qualquer natureza, é obrigada a possuir e conservar em funcionamento escola primária, inteiramente gratuita, para os filhos destes, com tantas classes quantos sejam os filhos destes, com tantas classes quantos sejam os grupos de quarenta crianças em idade escolar. E. CORRETO DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO 47 Art.12, parágrafo único - Embora devendo integrar o resultado anual a que tiver direito o empregado rural, a plantação subsidiária ou intercalar não poderá compor a parte correspondente ao salário mínimo na remuneração geral do empregado, durante o ano agrícola. Gabarito: Letra B 9. (FCC) TST 2017 – Analista Judiciário – Área Judiciária A respeito da terceirização de serviços, conforme legislação vigente: (A) não se configura vínculo empregatício entre os trabalhadores, ou sócios das empresas prestadoras de serviços e a empresa contratante, desde que os serviços contratados sejam ligados à atividade-meio da contratante. (B) o capital social da empresa prestadora de serviços constitui requisito para o seu regular funcionamento, não bastando somente que a mesma esteja devidamente inscrita no CNPJ e registrada na Junta Comercial. (C) empresa prestadora de serviços a terceiros é a pessoa jurídica de direito privado destinada a prestar à contratante serviços determinados e específicos, não sendo permitida a subcontratação para empresas diversas. (D) a contratante deverá estender ao trabalhador da empresa de prestação de serviços o mesmo atendimento médico, ambulatorial e de refeição destinado aos seus empregados, existente nas dependências da contratante, ou local por ela designado. (E) é lícita a celebração de contrato geral de prestação de serviços entre a tomadora e a empresa prestadora de serviços, não sendo exigido que no termo esteja determinado expressa e especificamente os serviços a serem desempenhados. Comentários: DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO 48 A. ERRADO A primeira vista a assertiva pode nos parecer correta. Todavia, com a Reforma Trabalhista o legislador fez questão de deixar bem claro que a terceirização deve abranger tanto as atividades-meio quanto as atividades-fim da empresa. As atividades-fim são funções e tarefas empresariais e laborais que se ajustam ao núcleo da dinâmica empresarial do tomador dos serviços, enquanto que as atividades-meio são atividades periféricas que não se ajustamao núcleo da dinâmica empresarial do tomador dos serviços. Cabe destacar que a Súmula nº 331 do TST deverá sofrer modificações. Anteriormente, o entendimento predominante na Corte Superior era de que a terceirização somente era cabível para atividades-meio, como limpeza, segurança etc. Art. 4o-A, Lei 6.019/74 - Considera-se prestação de serviços a terceiros a transferência feita pela contratante da execução de quaisquer de suas atividades, inclusive sua atividade principal, à pessoa jurídica de direito privado prestadora de serviços que possua capacidade econômica compatível com a sua execução. B. CORRETO É isso mesmo! Estão previstos no artigo 4-B, da Lei no 6.019/74 e são: - Inscrição no CNPJ; - Registro na Junta comercial; - Capital Social “compatível” com o número de empregados. Art. 4o-B, Lei 6.019/74. São requisitos para o funcionamento da empresa de prestação de serviços a terceiros: DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO 49 I - prova de inscrição no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ); II - registro na Junta Comercial; III - capital social compatível com o número de empregados, observando-se os seguintes parâmetros [...] C. ERRADO A essa subcontratação dar-se o nome de quarteirização. Ocorre a quarteirização quando a EPS subcontrata outra empresa (lembra a relação tridimensional, agora terá um quarto elemento) para a prestação do serviço. Essa “quarta” parte da relação é que fornecerá a mão-de-obra, a força do trabalho, os empregados. Assim, a chamada quarteirização subcontrata outras empresas. Hoje é admitida. A EPS pode subcontratar os serviços para outra empresa preste serviços a empresa contratante por meio de seus empregados. Exemplo: O Ponto dos Concursos contrata a Vigilantes S/A que pode subcontratar seus serviços, por exemplo para a Vigilantes Organizados S/A, que contratará empregados que prestarão serviços de vigilância no Ponto dos concursos. Art. 4o-A, § 1o, Lei 6.019/74 - A empresa prestadora de serviços contrata, remunera e dirige o trabalho realizado por seus trabalhadores, ou subcontrata outras empresas para realização desses serviços. D. ERRADO Essa alternativa gerou uma chuva de dúvidas, pois é quase a transcrição literal do dispositivo legal, com a exceção de uma palavrinha, deverá. Não é uma imposição. O parágrafo quarto afirma que o contratante PODERÁ oferecer ao terceirizado o mesmo DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO 50 atendimento médico, ambulatorial e de refeição que oferece aos seus empregados. Percebam que é uma faculdade. Achei maldade da banca! Art. 5o-A, § 4o, Lei 6.019/74 - A contratante poderá estender ao trabalhador da empresa de prestação de serviços o mesmo atendimento médico, ambulatorial e de refeição destinado aos seus empregados, existente nas dependências da contratante, ou local por ela designado. E. ERRADO O contrato de prestação de serviços é o contrato celebrado entre a EPS e a empresa contratante do serviço e conterá: • Qualificação das partes; • Especificação do serviço a ser prestado; • Prazo para realização do serviço, quando for o caso; • Valor. Art. 5o-B, Lei 6.019/74 - O contrato de prestação de serviços conterá: I - qualificação das partes; II - especificação do serviço a ser prestado; III - prazo para realização do serviço, quando for o caso; IV - valor. Gabarito: Letra B 10. (FGV) TRT – 12a Região (SC) 2017 – Analista Judiciário – Oficial de Justiça Avaliador Federal DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO 51 Em relação aos contratos, as características que melhor se adequam ao contrato de trabalho são: (A) sinalagmático, comutativo e de trato sucessivo; (B) complexo, gratuito e de atividade; (C) unilateral, consensual e de direito privado; (D) de adesão, real e instantâneo; (E) oneroso, aleatório e intuitu personae. Comentários: É sinalagmático, pois as partes se obrigam a prestações recíprocas e antagônicas. O direito de uma parte é a obrigação da outra e vice-versa. Comutativos são os contratos de prestações certas e determinadas. O empregado e o empregador têm ciência das vantagens e desvantagens que irão enfrentar no decorrer do contrato de trabalho. O contrato de trabalho é um contrato de trato sucessivo ou de débito permanente, pois direitos e obrigações se renovam a cada período. O empregado trabalha pelo período estipulado e recebe o salário. Gabarito: Letra A 11. (FGV) TRT – 12a Região (SC) 2017 – Analista Judiciário – Oficial de Justiça Avaliador Federal Júlio, professor de matemática numa escola particular, e Beatriz, professora de física na mesma escola, casaram-se, após 2 anos de namoro, em cerimônia civil, no decorrer do ano letivo. Pretendem agora viajar para a lua-de-mel. DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO 52 Sobre a situação apresentada, e de acordo com os termos da CLT, é correto afirmar que: (A) o casal poderá faltar ao serviço por 1 semana, mas terão o desconto respectivo no salário; (B) Beatriz e Júlio poderão faltar ao emprego por 9 dias, sem prejuízo do salário; (C) a CLT é omissa a respeito, assim o casal terá de negociar a quantidade de dias da licença-gala; (D) ambos poderão faltar justificadamente por até 3 dias consecutivos; (E) a licença pelo casamento deverá ser aproveitada após o término do semestre letivo, para não causar prejuízo intelectual aos alunos. Comentários: Art. 320, CLT - A remuneração dos professores será fixada pelo número de aulas semanais, na conformidade dos horários. § 3º - Não serão descontadas, no decurso de 9 (nove) dias, as faltas verificadas por motivo de gala ou de luto em consequência de falecimento do cônjuge, do pai ou mãe, ou de filho. Gabarito: Letra B 12. (IADES) CREMEB 2017 - Advogado Com base nas previsões legais da CLT acerca do contrato individual do trabalho, assinale a alternativa correta. (A) Contrato individual de trabalho é o acordo que sempre deve ser feito de forma expressa, em razão da especificidade do contrato, correspondente à relação de DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO 53 emprego. (B) O contrato de experiência, que não poderá exceder a 60 dias, é uma das possibilidades apresentadas pela lei para os contratos por prazo determinado. (C) A mudança na propriedade ou na estrutura jurídica da empresa não afetará os contratos de trabalho dos respectivos empregados. (D) Para fins de contratação, o empregador não exigirá, do candidato a emprego, comprovação de experiência prévia por tempo superior a nove meses no mesmo tipo de atividade. (E) Os direitos oriundos da existência do contato de trabalho deixarão de existir em caso de falência, concordata ou dissolução da empresa. Comentários: A. ERRADO Contrato individual de trabalho é o acordo expresso ou tácito segundo o qual as partes pactuam direitos e obrigações recíprocas. Art. 442, CLT - Contrato individual de trabalho é o acordo tácito ou expresso, correspondente à relação de emprego. B. ERRADO Como já vimos, o prazo máximo de validade do contrato de trabalho por prazo determinado é de 2 anos, se for contrato de experiência o prazo máximo é de 90 dias. Art. 445, Parágrafo único, CLT - O contrato de experiência não poderá exceder de 90 (noventa) dias. C. CORRETO DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO 54 As mudanças na propriedade ou na estrutura
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