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artigo 166 e 167 do CP explicados

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Alteração de Local Especialmente Protegido (Art. 166) e Ação Penal (Art. 167) 
SUMARIO PARA MONTAGEM DO SLIDE: 1. Classificação doutrinária. 2. Conceito, Objeto material e Bem juridicamente tutelado. 3. Sujeitos do delito. 4. Consumação e Tentativa. 5. Elementos objetivos do tipo. 6. Elemento subjetivo do tipo. 7. Elemento normativo do tipo. 8. Pena e ação penal. 9.Jurisprudência 10.Comentario e explicação sobre a revogação 
CP - Decreto Lei nº 2.848 de 07 de Dezembro de 1940
Art. 166 - Alterar, sem licença da autoridade competente, o aspecto de local especialmente protegido por lei:
Pena - detenção, de um mês a um ano, ou multa.
1. CLASSICAÇÃO DOUTRINÁRIA
O delito é simples, comum, comissivo, material e instantâneo.
Simples: Lesa uma só objetividade jurídica: a inviolabilidade patrimonial.
Comum: Pode ser praticado por qualquer pessoa.
Comissivo: A conduta de alteração de local especialmente protegido pela lei só pode ser realizada por ação. 
Material: Pois exige um resultado
Delito instantâneo: Consuma-se no momento da alteração, podendo ser eventualmente permanente (perdurando a alteração) ex: Igreja São Vicente – (Mossoró – RN)
2. CONCEITO, OBJETO MATERIAL E BEM JURICAMENTE TUTELADO
conceito: De acordo com o art. 166 do CP: É crime alterar, sem licença da autoridade competente, o aspecto de local especialmente protegido por lei.
O CP protege a inviolabilidade do patrimônio, no que diz respeito aos sítios e paisagens que mereçam proteção legal. O fundamento da incriminação se encontra no art. 1º, § 2º, do Decreto-lei nº 25, de 30-11-1937, que reza o seguinte:
"Equiparam-se aos bens a que se refere este artigo e são também sujeitos à tombamento, os monumentos naturais, bem como os sítios e paisagens que importe conservar e proteger pela feição notável com que tenham sido dotados pela natureza ou agenciados pela indústria humana"
Objeto material é o aspecto de local especialmente protegido, se confundindo com o bem juridicamente tutelado.
O bem juridicamente tutelado é o patrimônio público ou privado, tanto sob o aspecto da posse quanto da propriedade. Nesta previsão legal, ao contrário da maioria das infrações contra o patrimônio, não existe o animus lucrandi (Intenção de lucrar)
3. SUJEITOS DO DELITO
3.1. SUJEITO ATIVO
Qualquer pessoa pode ser sujeito ativo, inclusive o proprietário.
3.2 SUJEITO PASSIVO
Sujeito passivo, em primeiro lugar, é o Estado, titular do interesse referente à proteção do local. Em segundo plano, tratando-se de coisa particular, o proprietário.
4. CONSUMAÇÃO E TENTATIVA
a) CONSUMAÇÃO
Consuma-se o delito com alteração do local especialmente protegido pela autoridade competente.
b) TENTATIVA
É admissível a tentativa, desde que o sujeito, tendo iniciado a conduta que resultaria na alteração, vê-se impedido de prosseguir por circunstâncias alheias à sua vontade. 
5. ELEMENTOS OBJETIVOS DO TIPO
O núcleo do tipo é o verbo alterar, que significa modificar, desfigurar. Trata-se de crime de forma livre, em face do que a alteração pode ser praticada por qualquer meio. 
6. ELEMENTO SUBJETIVO DO TIPO
O fato só é punível a título de dolo, sendo atípica a conduta realizada com culpa. É necessário que o sujeito tenha consciência de que o local é especialmente protegido pela autoridade competente (Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional ou ao Ministério da Agricultura).
7. ELEMENTO NORMATIVO DO TIPO
Para que exista delito, é necessário que o sujeito pratique o fato "sem licença da autoridade competente". Essa exigência constitui elemento normativo do tipo.
8. PENA E AÇÃO PENAL 
A pena é de detenção, de um mês a um ano, ou multa. A ação penal é pública incondicionada (CP, art. 167), ou seja, é a iniciada mediante denúncia do Ministério Público nas infrações penais que interferem diretamente no interesse público. É a regra no processo penal. Portanto, independe de representação ou requisição.
 9. JURISPRUDÊNCIA 
Jurisprudência de consideração
PENAL E PROCESSUAL PENAL. DESMATAMENTO DE AREA DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE. AUSENCIA DE PROVA DA AUTORIA DO CRIME. ABSOLVIÇÃO QUE SE IMPÕE. I - SE A PROVA COLHIDA NOS AUTOS NÃO ESCLARECE TER SIDO O DENUNCIADO O AUTOR DO DESMATAMENTO DO MANGUEZAL, E DE SE TER POR IMPROCEDENTE A DENUNCIA OFERTADA. II - NO PROCESSO PENAL VALE O PRINCIPIO DO "IN DUBIO PRO REO", DEVENDO A CONDENAÇÃO SE BASEAR EM PROVA CLARA E INEQUIVOCA. III - APELAÇÃO IMPROVIDA.
(TRF-5 - ACR: 376 CE 90.05.07650-0, Relator: Desembargador Federal Nereu Santos, Data de Julgamento: 23/03/1993, Segunda Turma, Data de Publicação: DJ DATA-18/06/1993 PÁGINA-23854)
Jurisprudência de negação:
PENAL E PROCESSUAL PENAL. IMPUTAÇÃO PELO ARTIGO 166 DO CÓDIGO PENAL. REJEIÇÃO DA DENÚNCIA. RECURSO DO MINISTÉRIO PÚBLICO. INCONSISTÊNCIA DO INCONFORMISMO.
1. "Efetuar construção em local cuja situação produza suposta redução na visibilidade de monumento tombado, ausente qualquer autorização da autoridade competente, consubstancia, quando muito, ilícito administrativo, não caracterizando, todavia, crime" (na decisão do Juiz Marcus Vinicius Reis Bastos).
2. Recurso improvido.
10. COMENTÁRIOS SOBRE UMA FUTURA RETIRADA DO ARTIGO DO CP
NOTA: entende-se que esse tipo penal foi revogado pelo art. 63 da Lei n. 9.605/98 que tem pena de reclusão de 1 a 3 anos e multa. 
Visto isso, chega-se ao artigo 166, o qual persiste no Código Penal, não cabendo sequer maiores comentários ou explicações, vez que já fora até mesmo revogado como crime, cabendo apenas sua retirada do texto penal.
O doutrinador Guilherme de Souza Nucci salienta que "alterar significa modificar ou transformar. Há lei especial que revogou, tacitamente, este delito, por disciplinar integralmente a matéria. Ver art. 63 da Lei 9.605/98”. A referida Lei trata das condutas típicas especiais à algumas transgressões contra o meio ambiente, urbano ou rural. Para tanto, é salutar que o referido artigo seja retirado do Código Penal, vez que já fora revogado taxativamente por Lei especial, sendo sua manutenção aspecto gerador de outra desconformidade. 
LEI Nº 9.605, DE 12 DE FEVEREIRO DE 1998
Seção IV
Dos Crimes contra o Ordenamento Urbano e o Patrimônio Cultural
Art. 63. Alterar o aspecto ou estrutura de edificação ou local especialmente protegido por lei, ato administrativo ou decisão judicial, em razão de seu valor paisagístico, ecológico, turístico, artístico, histórico, cultural, religioso, arqueológico, etnográfico ou monumental, sem autorização da autoridade competente ou em desacordo com a concedida:
Pena - reclusão, de um a três anos, e multa.
Jurisprudência relacionada ao artigo acima: 
DIREITO AMBIENTAL. DEGRADAÇÃO DOMEIO AMBIENTE. SÍNDICO DE CONDOMÍNIO QUE REALIZA OBRAS DE CAPTAÇÃO DE ÁGUAS E DE PAVIMENTAÇÃO SEM PRÉVIA LICENÇA DA AUTORIDADE COMPETENTE. PRESCRIÇÃO EM PERSPECTIVA. REJEIÇÃO POR FALTA DE PREVISÃO LEGAL. ORLA DO LAGO PARANOÁ. ÁREA DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE. TIPICIDADE DA CONDUTA. SENTENÇA CASSADA. 1 Réu denunciado por infringir o artigo 63 da Lei 9.605/98, depois de alterar área especialmente protegida na orla do Lago Paranoá, procedendo a execução de obras de captação de águas pluviais e de pavimentação sem prévia licença ambiental. Sentença que declarou a prescrição em perspectiva e afirmou a atipicidade da conduta. Recurso do órgão acusador. 2 A prescrição da pretensão punitiva com base na pena hipotética é rejeitada pela jurisprudência por falta de previsão legal. Súmula 438/STJ. 3 A faixa em torno do Lago Paranoá jamais deixou de ser Área Preservação Permanente desde o antigo Código Florestal de 1965, sendo essa proteção reforçada pela Resolução nº 302/2002/CONOMA e, posteriormente, pelo Decreto nº 24.499/2004, do Governo do Distrito Federal. A vigência do novo Código Florestas não alterou a tutela como Área de Preservação Permanente do Reservatório do Lago Paranoá, conforme o artigo 4º, inciso III: apenas estabeleceu um procedimento mais rigoroso, a ser adotado em futuros empreendimento. 4 Recurso provido para cassar a sentença e receber adenúncia.
(TJ-DF - RSE: 20100110084632 DF 0004467-04.2010.8.07.0001, Relator: GEORGE LOPES LEITE, Data de Julgamento: 26/02/2015, 1ª Turma Criminal, Data de Publicação: Publicado no DJE : 12/03/2015 . Pág.: 169)
AÇÃO PENAL
Art. 167 - Nos casos do art. 163, do inciso IV do seu parágrafo e do art. 164, somente se procede mediante QUEIXA.
Obs: a ação penal privada é promovida por meio de uma petição inicial, denominada Queixa Crime, mediante advogado, com poderes especiais para tal, que despachada (recebida) pelo Juiz, dá início ao devido processo penal privado. 
Explicação: Nos casos do artigo 163, caput (dano simples), do artigo 163, parágrafo único, IV (dano qualificado por motivo egoístico ou com prejuízo considerável para a vítima), e do artigo 164 (pastoreio ilegítimo) somente se procede mediante queixa (ação penal privada). Nos demais casos a ação é penal pública incondicionada.

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