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AULA 12: CÁLCULOS DE DOSEAMENTO Controle de qualidade de medicamentos CONTROLE DE QUALIDADE DE MEDICAMENTOS Aula 12: Cálculos de doseamento AULA 12: CÁLCULOS DE DOSEAMENTO Controle de qualidade de medicamentos Objetivo desta aula • Explicar os conceitos teóricos e práticos que norteiam a interpretação de problemas associados aos cálculos de doseamento de fármacos em medicamentos; • Identificar aplicações de cálculos de tomada e de ensaio, a partir de exemplos práticos. AULA 12: CÁLCULOS DE DOSEAMENTO Controle de qualidade de medicamentos Conceitos e definições A determinação quantitativa da substância ativa em matérias-primas ou produtos acabados, seguem uma sequência de fases: Amostragem; Preparação da amostra; Tomada de ensaio; Diluições; Aplicação de método analítico válido; Tratamento estatístico; Cálculo de doseamento. AULA 12: CÁLCULOS DE DOSEAMENTO Controle de qualidade de medicamentos Conceitos e definições Alguns conceitos são relevantes para a compreensão e interpretação de questões relacionadas à terminação do teor dos princípios ativos nas matérias- primas ou nos produtos finais; Teor Declarado (TD): é também nomeado como Teor Teórico (Tt) ou Valor rotulado (Vr). Esses termos são relativos à quantidade da substância ativa teórica, presente em cada dose posológica. O TD deve constar no rótulo e na embalagem do medicamento. AULA 12: CÁLCULOS DE DOSEAMENTO Controle de qualidade de medicamentos Conceitos e definições Alguns conceitos são relevantes para a compreensão e interpretação de questões relacionadas à terminação do teor dos princípios ativos nas matérias-primas ou nos produtos finais. Peso Médio (PM): É representado pela massa média calculada a partir de ensaios físicos oficiais. Corresponde ao valor médio das massas de vinte comprimidos, cápsulas ou drágeas; Teor Real (Tr): É a quantidade verdadeira de princípio ativo determinada pelo ensaio de doseamento; Tomada de ensaio: É a quantidade (massa ou volume) de amostra (forma farmacêutica) coletada para se realizarem análise diretas ou diluições; Alíquota de ensaio: É a quantidade de amostra (diluída ou não) utilizada diretamente no doseamento. AULA 12: CÁLCULOS DE DOSEAMENTO Controle de qualidade de medicamentos Conceitos e definições Concentração de leitura: É a concentração de substância ativa da solução final, após realizadas as diluições necessárias na etapa de preparação de amostra; Fator de Diluição (FD): Representa um número que, ao ser multiplicado pelo teor de princípio ativo encontrado na alíquota de ensaio ou na concentração de leitura, resulta no teor de princípio ativo na tomada de ensaio; Diluições (D): Correspondem a processos que visam diminuir a concentração teórica do princípio ativo na amostra, a fim de adequá-la à concentração de leitura, faixa onde o método apresenta precisão e exatidão adequadas. AULA 12: CÁLCULOS DE DOSEAMENTO Controle de qualidade de medicamentos Conceitos e definições Fator Titulométrico (Ft): É um valor que, quando multiplicado pelo volume de titulante gasto, resulta na quantidade, em miligramas, de analito em doseamentos por análise volumétrica. Fator Gravimétrico (Fg): É valor que, quando multiplicado pela massa de um precipitado em gravimetria, resulta na quantidade do analito na amostra, em mg. Fator de correção (Fc): É um valor que deve ser multiplicado a concentrações teóricas de soluções volumétricas de padrões secundárias, a fim de corrigir erros relacionados à concentração real dessas soluções. AULA 12: CÁLCULOS DE DOSEAMENTO Controle de qualidade de medicamentos Cálculo de tomada de ensaio e diluição A determinação da quantidade a ser coletada para a tomada de ensaio (TE), baseia-se em aspectos práticos, tais como: 1. Tipo da forma farmacêutica (líquida ou sólida); 2. Peso médio, teor declarado e dose terapêutica; 3. Sensibilidade do método; 4. Características da amostra (higroscopia, estabilidade e consistência, entre outras). O cálculo da TE é a primeira questão relacionada ao doseamento que deve ser determinada. AULA 12: CÁLCULOS DE DOSEAMENTO Controle de qualidade de medicamentos Cálculo de tomada de ensaio e diluição Para formas farmacêuticas sólidas, a TE corresponde à fração do peso médio utilizada. Deve obedecer aspectos importantes, tais como: Faixa de segurança da balança analítica; Precisão; Evitar desperdício de amostra. No caso de formas líquidas, deve-se utilizar pipetas volumétricas, devidamente calibradas. AULA 12: CÁLCULOS DE DOSEAMENTO Controle de qualidade de medicamentos Cálculo de tomada de ensaio e diluição Aplicações de cálculos de TE Formas sólidas - Comprimidos de AAS de 500mg, alíquotas de ensaio contendo 1g e peso médio de 625mg. Análise • Como trata-se de amostra sólidas, a TE será obtida por pesagem; • Toma-se qualquer valor próximo à 1g; • Caso haja necessidade de diluições, optar por valores de TE divisíveis por 5, uma vez que o volume de vidrarias volumétricas comuns são múltiplos de 5. AULA 12: CÁLCULOS DE DOSEAMENTO Controle de qualidade de medicamentos Cálculo de tomada de ensaio e diluição Aplicações de cálculos de TE Formas sólidas TD = 500mg/PM, alíquotas de ensaio = 1g e PM = 625mg. 500mg (TD) --------------------------- 625mg (PM) 1000mg (alíquota desejada) --------------- x (TE) TE = 1250mg FD = 1, se não há necessidade de diluição D = TE/1 Cada 1250mg de amostra,deveria conter 1000mg de AAS, no caso de 100% do valor rotulado. AULA 12: CÁLCULOS DE DOSEAMENTO Controle de qualidade de medicamentos Cálculo de tomada de ensaio e diluição Aplicações de cálculos de TE Formas sólidas - Comprimidos de vitamina contendo 100mg de nicotinamida/PM. Dado: PM=400mg, alíquota de ensaio equivalente a 50mg de nicotina. Análise • Coletar massa aproximada entre 50mg e 1000mg; • No caso de análises diretas (sem diluição), massa de amostra que contenha aproximadamente 50mg. AULA 12: CÁLCULOS DE DOSEAMENTO Controle de qualidade de medicamentos Cálculo de tomada de ensaio e diluição Aplicações de cálculos de TE Formas sólidas TD = 100mg/PM, alíquotas de ensaio = 50mg de nicotinamida e PM = 400mg. 100mg (TD) --------------------------- 400mg (PM) 500mg (p/alíquotas) --------------- x (TE) TE = 2000mg (massa de amostra contendo 500mg de nicotinamida) FD = 500/50 = 10 D = TE/100 x 10/1 = 1/100 Transfere-se 2g de amostra para o balão de 100 e coleta-se 10mL para cada ensaio. AULA 12: CÁLCULOS DE DOSEAMENTO Controle de qualidade de medicamentos Cálculo de tomada de ensaio e diluição Aplicações de cálculos de TE Formas líquidas - Elixir de betametasona, valor declarado 0,5mg/dose terapêutica (DT), concentração de leitura do padrão µg/mL. DT = 5mL. Análise • Como são amostra líquidas, deve-se trabalhar com pipetas volumétricas (o ideal são pipetas de 5 ou 10 mL); • Nesse caso, são necessárias diluições para preparação da amostra. AULA 12: CÁLCULOS DE DOSEAMENTO Controle de qualidade de medicamentos Cálculo de doseamento Aplicações de cálculos de doseamento No doseamento comprimidos de AAS, 500mg, utiliza-se titulometria de retorno IP3. Se alíquotas de ensaio contendo o equivalente a 0,2g de AAS são tratadas com 50mL de NaOH 0,1M, qual o volume de H2SO4 deverá ser gasto? Dados: PMAAS= 400mg; PM (peso médio) = 625mg; TE = 1250mg; Fc=1,0001. 1ª etapa: Analisar a estequiometria AULA 12: CÁLCULOS DE DOSEAMENTO Controlede qualidade de medicamentos Cálculo de doseamento Aplicações de cálculos de doseamento 1ª etapa: Analisar a estequiometria 180,2 g de AAS ___________ 2 . 40g de NaOH 200,0 mg de AAS __________ x mg de NaOH X = 88,97mg de NaOH AULA 12: CÁLCULOS DE DOSEAMENTO Controle de qualidade de medicamentos Cálculo de doseamento Aplicações de cálculos de doseamento 2ª etapa: Cálculo do volume da solução de NaOH M = m (mg) logo 0,1 = 88,97 = 22,20 mL PM . V (mL) 40 . V(mL) O volume de base consumido pelo AAS foi de 22,20mL. Sendo assim, o volume de NaOH, em excesso, serão consumidos pelo H2SO4 durante a titulação AULA 12: CÁLCULOS DE DOSEAMENTO Controle de qualidade de medicamentos Cálculo de doseamento Aplicações de cálculos de doseamento 3ª etapa: Cálculo do volume da solução de H2SO4 0,1 N equivalente ao volume de base em excesso. N = m (mg) PM/neq . V(mL) A normalidade do NaOH é 0,1 N, pois o valor de neq (número de equivalente) é 1. Logo, N NaOH . V1 = NH2SO4 . V 2 .Fc 0,1 . 27,80 = 0,1 . V 2 . 1,0001 V2 = 27, 80mL AULA 12: CÁLCULOS DE DOSEAMENTO Controle de qualidade de medicamentos Cálculo de doseamento Aplicações de cálculos de doseamento Determine o teor de betametasona em uma amostra de elixir, com teor declarado de 0,5mg/5mL. Dado [P]L = 20mcg/mL, Ap = 0,500, TE = 10mL, FD = 50. 1ª etapa: Determinar concentração de leitura da amostra [A]L _____________ Aa [P]L _____________ Ap [A]L _____________ 0,550 0,02 mg/mL _____________ 0,600 0,018mg/mL (mcg/mL) AULA 12: CÁLCULOS DE DOSEAMENTO Controle de qualidade de medicamentos Cálculo de doseamento Aplicações de cálculos de doseamento 2ª etapa: Encontrar concentração do princípio ativo na TE ([p.a]TE), aplicando FD à concentração de leitura ou alíquota de ensaio ([p.a] AE ) [p.a] AE = FD . [p.a] AE 0,018mg/mL . 50 = 0,9166mg/TE 3ª etapa: Encontrar teor real Considerando que a dose posológica é de 5mL [p.a]TE) ______ TE 0,9166 mg ________ 10mL p.A __________ PM x _________ 5mL x = 0,46mg/5mL O teor real é 0,46 mg/5mL, que é equivalente a 91,7% do valor rotulado. AULA 12: CÁLCULOS DE DOSEAMENTO Controle de qualidade de medicamentos Bibliografia GIL, E. Controle Físico-químico de qualidade de medicamentos. 3. ed. São Paulo: Editora Pharmabooks, 2010. HARRIS, Daniel C. Análise Química Quantitativa. 7. ed. Rio de Janeiro, RJ: LTC, 2008. AULA 12: CÁLCULOS DE DOSEAMENTO Controle de qualidade de medicamentos VAMOS AOS PRÓXIMOS PASSOS? Unidade Prática 4 – Ensaios de Potência. AVANCE PARA FINALIZAR A APRESENTAÇÃO.
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